quinta-feira, 30 de abril de 2015

"Me leve para longe, um lugar secreto
Uma doce fuga, me leve para longe
Me leve para longe, para dias melhores
Me leve para longe, um lugar escondido..."
— Pocketful Of Sunshine (Natasha Bedingfield)



De repente tudo ficou em câmera lenta, as pessoas dançando, a bebida sendo derramada, até as ondas sonoras da música no volume máximo ficou em câmera lenta, foi divertido!
Por mais que as pessoas bebessem, a bebida não acabava, eu já estava pra lá de doido, estava chapado, completamente bêbado, mas eu não me importava, era o meu dia de folga. Niall Horan também pode beber um pouco até cair!
Dei uma olhada em volta e reconheci algumas pessoas: Liam, Gemma e Harry, dançando; Louis e Lenna, bebendo uma garrafa de vodka; Zayn e Ava, deitados em um sofá. 
Me sinto obrigado a dizer que Ava não parecia bêbada, apesar de também já estar muito chapada, ela tem prática com isso.
Ava parecia uma super modelo. Gostosa pra cacete!
Ela já havia tirado a camiseta e estava apenas com um top branco e um shortinho minúsculo, ela estava deitada de bruços no sofá e parecia entediada, Zayn estava ao seu lado, babando discretamente.


Peguei uma garrafa de cerveja no congelador e me aproximei dos dois, dei alguns soquinhos no peito do Zayn até ele finalmente entender e se levantar, então logo se afastou para se juntar a alguns amigos.

— Ava! — Cumprimentei-a, soando mais bêbado do que eu queria, ela sorriu e aceitou a cerveja que eu lhe entregara.
— Nialler! — Cantarolou ela, isso foi a minha perdição.
— Dança comigo? — Pedi automaticamente, só me dando conta depois que me ouvi.
— Meus pés doem, querido, vamos apenas sentar aqui e conversar, pode ser? — Murmurou ela, sentando-se sobre as pernas e puxando meu braço por sobre seus ombros, eu deixei e a abracei.
— Você não parece cansada, parece gostosa, muito gostosa — falei sem pensar, ela sorriu largamente.
— Bem, obrigada, você também parece gostoso, posso te provar? — Perguntou ela, sua voz soando rouca e sensual, cacete!
— F-fique à vontade — gaguejei extasiado, ela riu.

Ava saiu do meu abraço e se levantou lenta e sensualmente, acho que qualquer coisa que ela faz é sensual. Eu a segui com meus olhos, aposto que eu estava com uma cara de tolo, mas eu não me importei, ela estava gostosa pra caralho!


Ava abriu minhas pernas lentamente e se ajoelhou à minha frente, sorrindo de forma travessa ela levou as mãos ao meu cinto e eu continuei petrificado, sem saber o que fazer, apenas observando-a hipnotizado.
Ela abriu meu cinto e ameaçou abrir o botão do meu jeans, eu já estava duro e o volume  estava visível na minha calça, isso pareceu diverti-la.
Ela não abriu o meu jeans, ela levantou a cabeça e sorriu lascivamente para mim, quase me descontrolei, ela apoiou as palmas das mãos nas minhas cochas e se levantou, inclinando-se na minha direção, quando seu rosto estava a poucos centímetros do meu ela mordeu meu lábio inferior e o puxou, olhando fundo em meus olhos, me seduzindo.


— Vamos embora! — esbravejou Liam, saindo do nada e puxando Ava, tirando-a de perto de mim.

Ava seguiu tropeçando atrás dele e virando a cabeça repetidas vezes para sorrir para mim.
Eu só conseguia pensar: Eu quase a beijei! Puta merda!
Eu a vi ir embora, e o máximo que eu tinha feito era ficar petrificado igual a um babaca, não fui atrás dela e não a beijei quando tive a chance, eu fui um completo tolo.
Mas o que mais atormenta minha mente desde então é que ela não se lembra de nada, no dia seguinte ela me olhou de forma normal e sem sentimento algum, não parecia a mesma garota que brincara comigo na noite anterior, era apenas a Ava, minha amiga, irmã do meu irmão.





Hey girls, tudo bem? Estão vivas?
Porque eu não recebi NENHUM comentário nas duas últimas postagens.
Espero que nessa seja diferente, porque se não eu vou cortar essa fic logo de cara, odeio não ter nenhum reação de vocês e eu já estou bem desanimada para continuar com o blog...
Bom, de qualquer jeito, obrigada por lerem.
Kisses...


terça-feira, 28 de abril de 2015



Ava, a garota toda-poderosa — Girl Almighty, como Niall a chama —, não precisa de regras.
Não precisa de ordens. Não precisa de babá.
Mas Liam gosta de manter a irmã na linha, o que deixa Ava furiosa.
Acostumada a sair, beber e farrear, Ava tem um difícil realidade a encarar. Liam se cansa da ousadia da irmã, então a obriga a trabalhar, expulsa-a de casa e proíbe os pais e amigos que a ajudem.
Ava não tem a quem recorrer, todos foram alertados para não ajudá-la.
A única alternativa de Ava é acordar para a realidade e... Trabalhar...


Nome da Fic: Girl Almighty (Garota Toda-Poderosa)
Autora: Mia Malik (Mia Melo)
Genero: One Direction, Drama, Romance.
Classificação: +14
Iniciada: 28/04/2015
Terminada: 17/07/2015

"Let's have another toast to the Girl Almighty
Let's pray we stay young, stay made of lightning..."


Ava Payne (Miranda Kerr)

Avanna, 20 anos, mais conhecida como Ava, é louca, com certeza louca! Essa é a palavra que melhor a define.
Ava adora aprontar e deixar seu irmão, Liam Payne, furioso. Por ser o responsável de Ava, Liam tenta manter a irmã nos trilhos, mas Ava não suporta a intromissão do irmão, então faz de tudo para irritá-lo.
Acompanhada de Lenna e Gemma, Ava derruba o mundo em apenas segundos, apenas para deixar o irmão maluco.


Lenna Stronn (Charli XCX)

Lenna, aos 20 anos, é a fiel amiga, quase irmã, de Ava.
Juntas há 5 anos, as duas aprontam todas e levam Liam, irmão de Ava, à loucura.
Lenna, apesar da imagem de moça rebelde, é muito responsável e sensata, muitas vezes se passa por 'consciência de Ava', repreendendo-a e até mesmo aconselhando-a em suas maiores loucuras.
A boa — e rebelde — moça, nutre uma paixão platônica pelo irmão mais velho de Ava, mas Liam não sabe, e se depender de Lenna, continuará sem saber, até porque o cara tem namorada.




Gemma Styles

Gemma, 23 anos, é a mais velha do grupo, mas isso não a torna menos louca.
Irmã de Harry Styles e melhor amiga de Lenna e Ava, Gem gosta de sair e se divertir quase tanto quanto as amigas.
Conheceu as meninas através do irmão, que é amigo e colega de banda do irmão de Ava.
Gem gosta de ser livre e adora a liberdade que Harry lhe dá, até porque ela é mais velha que o irmão, então não lhe deve 'explicações'.
Solteira e feliz, Gem gosta do espaço vazio que um namorado poderia preencher, mas se surpreende ao perceber o quão divertido pode ser ter um.

domingo, 26 de abril de 2015

"Os céus estão chorando, estou assistindo
Pegando as lágrimas com as minhas mãos
Somente o silêncio em seu fim
Como se nunca tivéssemos tido uma chance
Você tem que me fazer sentir como se
Não restasse nada de mim?"
— Skyscraper (Demi Lovato)



— Aquela moça está louca por você, querido — ela disse.
— Eu não quero nada com ela, Mare, não quero nada com ninguém. Eu estou bem sozinho com a minha filha — resmunguei ligando o carro, ela sorriu.
— Uma hora você irá seguir em frente, Harry.
— Não, nunca! — falei veemente, ela riu, mas não disse mais nada.


        Naquela tarde Chase e eu levamos Megan ao parque, Stella estava lá de novo e dessa vez eu deixei que ela conversasse um pouco mais comigo, Chase estava ao meu lado e também entrara na conversa, então eu fiquei mais tranquilo.

Stella não deu em cima de mim, como na última vez, ela foi mais discreta e decidiu agir como uma amiga, o que foi legal, eu gostei um pouco mais dela.


♫♫♫

Megan corria pelos corredores, guinchando e rindo, eu via Mavis atrás dela, cuidando para que nossa garotinha peralta não se machucasse. Aos 3 anos, Megan é a garotinha mais sapeca que eu já vi na vida.
Animada com a ideia de conhecer alguém da sua idade, Meggie estava eufórica e animada, Ben, meu primo, e sua esposa, Tiffany, chegam para nos visitar hoje, eles estão trazendo o primogênito deles, Tommy tem 2 anos e dez meses e é mais novo que Megan apenas por alguns meses.
Chase e Louis estavam relaxados no sofá da sala, tentando distrair Meggie e fazê-la se sentar para assistir algum desenho, mas a expectativa era tanta que ela só conseguia correr pela casa, soltando gritinhos e risadinhas à medida que a mãe corria atrás dela.
Desde seu primeiro ano de idade que eu suspeito que Megan possa ver Mavis, assim como eu, talvez ela pense que a mãe é um anjo, eu tenho certeza que é. Mavis é o nosso anjo da guarda e está mais presente desde que Meggie aprendeu a andar.
Megan entrou correndo na cozinha e, quando ela se abaixou para passar por entre minhas pernas, eu a agarrei e a segurei firme no colo, ela gargalhou alto e se remexeu toda, tentando se soltar dos meus braços, eu a fiz cócegas e foquei minha visão no vão da porta, aonde Mavis observava-nos sorridente e brilhante.

— Vamos lá, garotinha, trate de se controlar. Ou Tommy ficará assustado com toda a sua energia — brinquei beijando o pescoço fino e pequeno de Meggie, ela riu mais ainda.
— Papai, papai... Tom... Papai — gritou Meggie.
— Sim, Meggie, Tom já está chegando, vá sentar-se na sala com seus tios para assistir tevê, assim, quando o Tommy chegar, você já estará mais calma, vá lá — ordenei e a coloquei no chão, ela correu de volta para a sala e eu ouvi as molas do sofá rangerem quando ela pulou no mesmo.
— Que garotinha elétrica, puxa vida! — comentou Louis ao entrar na cozinha. — Parece que ela tomou umas doze latinhas de energético e acrescentou algumas doses de coca-cola —brincou divertido.
— Sim, ela está muito animada com a vinda do primo — falei ocupando-me em terminar o almoço, Louis se aproximou e me ajudou a terminar de picar os legumes.
— Ela já o viu alguma vez antes? — perguntou ele e olhou-me por um segundo, a faca que ele manuseava passou de raspão pelo seu polegar e ele guinchou assustado, eu ri.
— Sim, umas duas vezes antes, mas ambos são novos demais para se lembrar — murmurei ainda rindo.

Escutamos a porta da sala ranger ao ser aberta e logo a voz de Stella ecoou pelo apartamento enquanto ela mimava Meggie.
Pouco depois ela chegou à cozinha com dois sacos de papel pardo e colocou as compras em cima da mesa, se aproximou de nós dois e nos deu beijos nas bochechas.

— Não tinha abobrinha, querido — ela falou para mim e começou a desembalar as compras.
— Tudo bem, eu encontrei uma perdida na geladeira — falei distraído.
— Tiff ligou, ela disse que em meia hora eles estarão aqui — falou Stella, Louis olhou-me divertido, em seguida olhou para a bunda de Stella disfarçadamente e sorriu malicioso, eu dei-lhe uma cotovelada nas costelas.
— Em meia hora o almoço estará pronto, então — comentei tentando não rir da cara do Louis.

Stella tem me ajudado muito desde que nos conhecemos, não que eu precisasse, já que tenho muitos amigos e as avós de Meggie para ajudar, mas foi bom ter uma amiga pediatra, ela me socorreu sempre que eu tive medo que Meggie se adoentasse ou algo assim.
Stella veio morar comigo quando decidimos que a nossa relação não passaria de algo físico, pois ela sabe o quanto sou apaixonado por Mavis, e ela não é apta a se apaixonar por alguém, então é fácil manter a nossa amizade mesmo depois de passarmos uma noite juntos.
Minha mãe e Mare gostam dela, então não tive problemas quando decidi que Stella iria morar comigo e com Megan, elas até gostaram da ideia, acharam que eu estava seguindo com a minha vida, mas eu não estava, apenas precisava da companhia de Stella. Meggie gosta dela e as duas se dão muito bem, sem falar que Stella é à única que não me acha louco por ver Mavis.

— Eu acho que ficaria muito bom se você colocasse um pouco de orégano — opinou Stella, ao experimentar um pouco do molho que eu estava preparando.
— Sim, eu vou colocar — concordei jogando algumas verduras na panela.


             Meggie estava de banho tomado e roupa trocada, ela vestia um lindo vestidinho florido e estava pulando no sofá, quase não se aguentando de tanta ansiedade.
Chase estava ao lado dela, pronto para segurá-la se ela caísse, eu terminei de arrumar a mesa e me sentei no sofá ao lado deles para esperar Ben, Tiff e Tommy.
Quando Stella abriu a porta e meu primo e sua família entraram em meu apartamento, eu vi minha filha ficar imóvel pela primeira vez desde que acordara hoje de manhã, Megan ficou estática no colo de Chase, encarando Tommy.
E nesse momento eu me lembrei da primeira vez em que eu vi Mavis, eu fiquei tão estático e abismado quanto Megan; minha filha, de apenas 3 anos de idade, acabou de sentir o mesmo que eu senti quando vi sua mãe pela primeira vez, e o pior de tudo é que foi com o primo dela.

O que há com essa família, afinal?


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quarta-feira, 22 de abril de 2015

"Mas, tão certo quanto o erro de ser barco a motor 
E insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá, porque não vemos..."
— Daniel Na Cova Dos Leões (Legião Urbana)



Ao fechar a porta atrás de mim e encontrar Chase no sofá, jogando vídeo-game, eu me virei para Niall e quase o matei somente com o olhar.

— Que porra você fez? — rosnei irritado, Mellie sumiu pelo corredor com Meggie nos braços.
— Dei o seu número pra àquela gata, ué — falou Niall indiferente, jogando-se no sofá ao lado de Chase.
— Vou fazer você me comprar outro chip, seu irlandês de merda — reclamei dando um tapa na cabeça dele e seguindo para a cozinha.
— Mais respeito com a minha nacionalidade, seu britânico de merda — gritou ele em resposta.
— Foda-se sua nacionalidade — resmunguei para mim mesmo, enquanto servia-me de suco de manga, o que Mavis adorava.

De repente, enquanto bebericava meu copo de suco, eu tive um vislumbre de Mavis correndo pela cozinha, rindo descaradamente e fugindo de mim, como quando eu corria atrás dela, fazendo-lhe cócegas. 
Um sorriso largo estampou meu rosto e Chase apareceu do nada, encarando-me assustado.

— Cara, você tá bem? — perguntou intrigado.
— Sim, eu... Só me lembrei de uma piada, nada demais — resmunguei rapidamente, vendo Mavis passar ao lado de Chase e correr pelo corredor, rindo alto. Como ele pode não notar?
— Tem certeza que está bem? — insistiu Chase, olhando na mesma direção que eu, mas mesmo assim sem notar a minha garota risonha.
— Melhor impossível — murmurei largando meu corpo na pia e seguindo pelo corredor, seguindo Mavis até o meu quarto.

Fechei a porta atrás de mim e o quarto ficou completamente escuro, as janelas ainda estavam fechadas e não havia nenhuma fonte de luz no quarto, somente a que emanava de Mavis, a minha Mavis.
Com passos lentos eu me aproximei dela, que ainda sorria largamente e mantinha seus olhos claros fixos em mim, assim como os meus estavam fixos nela.
Ergui a mão para tocar seu rosto, seus lindos traços perfeitos, ainda intocados pelo tempo, seus olhos brilhantes, seus lábios esticados em um belo sorriso, seu nariz fino e delicado, suas orelhas pequenas, seu pescoço. Meu Deus, eu queria beijá-la.



Mas no momento em que as pontas dos meus dedos tocaram sua bochecha corada, o meu celular começou a vibrar no bolso da calça, então, em um piscar de olhos, Mavis desapareceu, me deixando sozinho no escuro.

— Mas que porra — reclamei buscando o aparelho no bolso. — Que é? — rosnei ao atender sem ver quem era.
— Ãh... Desculpe, sei que é cedo, mas decidi te ligar mesmo assim — falou a voz doce e sensual de Stella, meus nervos se despedaçaram de tão irritado que eu fiquei.
— Tudo bem — falei secamente, ainda tentando me controlar para não gritar com ela.
— Então, vou direto ao ponto, topa sair comigo amanhã? — perguntou ela, direta e obstinada. Revirei os olhos exasperado.
— Desculpa... Eu... Não vai dar, tenho que levar Meggie ao pediatra e ainda preciso encontrar um, já que a pediatra dela se mudou — resmunguei mais irritado ainda.
— Sabe de uma coisa? Eu tenho uma pediatra ótima para te indicar, o que acha? — perguntou ela, soltei um suspiro e enfim baixei a guarda.
— Seria ótimo, obrigado.

Stella me passou o número e eu tive de acender a luz para encontrar papel e caneta, quando anotei ela se despediu e desligou, como se nem ao menos lembrasse que me chamara para sair instantes atrás, eu fiquei aliviado por isso.
Guardei o celular no bolso e segui para a sala com o papel da pediatra nas mãos, Mellie estava com os rapazes no sofá e em cima da mesinha de centro estava a babá eletrônica, então Megan já dormiu.

— O que é isso? — perguntou Niall.
— O telefone de uma pediatra, marca uma hora amanhã cedo? — pedi entregando o papel à Mellie, ela assentiu e levantou-se para pegar o telefone.
— Quem te deu? — perguntou Chase.
— A garota do parque — resmunguei caindo no sofá ao lado dele.
— Para quem o Niall deu seu número? — falou Chase surpreso.
— Ela mesma.
— Amanhã às 8 da manhã, Hazza — falou Mellie, guardando o papel com o número dentro da agenda telefônica.
— Obrigado Mel, acho que vou chamar a Mare para ir conosco — murmurei me espreguiçando.
— E sua mãe? — perguntou Niall.
— Ele voltou para Cheshire essa semana, parece que a Gemma está planejando se mudar para cá também e minha mãe quer ajudá-la — expliquei olhando para a tevê.
— Ótimo, família Styles toda em Liverpool — falou Chase rindo.
— Você vai adorar a Gem, ela é linda — falou Niall todo empolgado, mas ele logo se recompôs, pois recebeu um olhar assassino de Mellie. — Que foi, amor? Eu não disse nada — sussurrou acanhado, Mel não resistiu e sorriu.

Foi bom ver os dois juntos e apaixonados, foi bom ter uma dose de lembrança dos sentimentos bons que eu sentia quando Mav estava ao meu lado, mas, por outro lado, foi doloroso, muito doloroso.
Então eu me levantei, despedi-me do pessoal e segui pesaroso até o meu quarto, a escuridão estava de volta, mas Mavis não estava nela, no entanto eu sentia seu cheiro no ar, seu doce perfume.
Joguei-me na cama e, com muita relutância — e uma garrafa pequena de vodka —, meu cérebro conseguiu se desligar por uma noite.


♫♫♫

Eu não conseguia dizer se lá fora já amanhecera ou não, a cortina ainda estava fechada e o quarto inteiro estava afogado na escuridão, depois de muito contestar eu consegui esticar o braço e pegar meu celular na cômoda. Se passava das 7 da manhã, então eu teria pouco tempo para arrumar a Megan e partir pra pediatra.
Levantei-me em um salto. Corri para o banheiro e bati meu recorde de banho, em apenas 5 minutos eu já estava arrumado e já seguia para o quarto de Megan, Mare estava lá com ela, o que me deu um grande alívio, pois ela já estava pronta.

— Olá querido — cumprimentou-me Mare.
— Olá Mare, que bom que está aqui — murmurei dando-lhe um beijo na bochecha, ela sorriu.
— Mel me pediu para vir, como cheguei cedo decidi arrumar a Megan, não é querida? — falou mimando Meggie.
— Obrigado Mare — agradeci comovido ao vê-las juntas, Mare olhava para Megan com uma paixão tão grande que meu coração se comprimiu.
— Vamos? Caso contrário perderemos a hora — alertou Mare, ela deitou Meggie no bebê conforto e prendeu o cinto nela.

Abri a porta para Mare sair, segurei o bebê conforto pela alça e carreguei Meggie até o subsolo, aonde estava o estacionamento. Depois de prender bem o bebê conforto ao banco de trás do meu carro, nós enfim seguimos para o consultório da Dra. Parker.
O escritório da doutora Parker era inteiramente branco e impecavelmente arrumado. A secretária era muito eficiente e simpática, assim que chegamos ela nos acomodou na sala de espera — rodeada de brinquedos de todos os tipos — e nos serviu café e água.
Por sermos a primeira consultada desta manhã, a Dra. Parker ainda estava se preparando, então tivemos que esperar cerca de cinco minutos até a jovem secretária nos avisar que "Dra. Parker irá recebê-los".
Como deixamos o bebê conforto no carro, foi muito mais fácil seguir para dentro da sala da médica pediatra com Megan nos braços. Mare carregava a bolsa grande de Megan e foi a primeira a entrar na sala, ela cumprimentou a Dra. Parker e, perplexo, eu segui seu exemplo, ainda sem acreditar em quem era a Dra. Parker.

— Harry — cumprimentou-me Stella, ela sorria orgulhosamente.
— Stella, oi... Eu não sabia — murmurei me sentando em uma poltrona e colocando Megan sentada em minhas pernas, ela se distraia com a gola da minha camisa.
— É, desculpe, acho que isso é culpa minha, eu deveria tê-lo informado quem era a médica — ela riu discretamente e voltou sua atenção para os papéis em cima da mesa, Mare olhou curiosa para mim, eu apenas dei de ombros.

Stella leu a ficha de Megan e, quando enfim terminou, ela pediu para que eu deitasse Megan em uma maca no canto da sala, assim fiz e me afastei, para que ela pudesse trabalhar.
Mare e eu assistimos toda a consulta à distância, Stella era simpática e, aparentemente, acalmava Megan, então não foi muito difícil fazer com que ela ficasse quietinha. E, no fim, ela ainda ganhou um pirulito cor-de-rosa por se comportar, ela ficou toda contente e suja.

— Bom, devo dizer que Megan é uma menininha muito esperta para ter somente 3 meses, ela é adorável — disse Stella, quando voltou a se sentar atrás de sua mesa. — Ela está muito bem, não há nada de errado, ela é saudável e está com todas as vacinas em dia, então não tem com que se preocupar — comentou Stella, anotando algo na ficha de Meggie.
— Então está tudo certo, não é? — perguntou Mare.
— Sim, claro. Está tudo perfeitamente certo — concordou Stella, sorrindo largamente para minha sogra.
— Ótimo, ótimo — Mare sorriu contente e tirou Meggie dos meus braços, para limpá-la do grude cor-de-rosa.
— Então nos vemos mês que vem, vou marcar com a sua secretária — falei já me pondo de pé.
— Claro, ligue se precisar de algo, qualquer coisa — Stella se pôs de pé rapidamente e estendeu a mão para mim, eu a apertei formalmente e peguei a bolsa de Meggie.
— Até mais, docinho — falou Stella, beijando a testa de Megan.
— Até logo, Dra. Parker — despediu-se Mare.

Acenamos e saímos do consultório de Stella Parker, só então eu pude respirar profundamente e me recompor.
Dentro do carro, Mare olhou para mim e sorriu com compaixão.

— Aquela moça está louca por você, querido — ela disse.
— Eu não quero nada com ela, Mare, não quero nada com ninguém. Eu estou bem sozinho com a minha filha — resmunguei ligando o carro, ela sorriu.
— Uma hora você irá seguir em frente, Harry.
— Não, nunca! — falei veemente, ela riu, mas não disse mais nada.




Hey girls,
bom, não tenho nada nada a declarar kkk
Apenas obrigada pelos comentários anteriores e, por favor por favor
comentem mais pra mim =(
kisses divas, amo vc <3


domingo, 19 de abril de 2015

"Como posso olhar nos seus olhos
E lhe contar tamanhas mentiras?
O melhor que posso fazer é tentar mostrar-lhe
Como amar sem medo
Minha menininha..."
— My Little Girl (Jack Johnson)



Des se levantou e se afastou de mim, dando um tempo para que eu respirasse fundo e tentasse controlar a vontade de gritar com ele. Eu não poderia me descontrolar na frente da Megan e assustá-la, ela é apenas um bebê, não merece ser perturbada tão cedo com uma briga repetitiva como essa.

— Eu sinto tanto, Harry. Você não sabe o quanto eu estou acabado desde que Mavis se foi. Me arrependo todos os dias por não estar ao lado de vocês, por não ter-lhe dado um último beijo. Eu sinto muito, Harry — falou Des, a voz embargada e os olhos lacrimejados. Minha mãe apareceu na porta da cozinha para ver o que acontecia.
— Leve-a pro quarto, por favor mãe — pedi e minha mãe rapidamente tirou Megan do sofá e a levou pro quarto dela. — Sabe essas lágrimas que você despejou e ainda despeja tão facilmente? Eu quero, realmente quero, que você se afogue nelas, que sofra lenta e duradouramente. Você foi e é desprezível, Desmond. Você me ensinou a não chorar na frente dos outros, mas olha você agora — falei em tom de desdém, apontando para ele de forma rude, ele fechou os olhos e suspirou dolorosamente.
— Você não perdeu uma filha com quem estava brigado, Harry, você não en...
— EU NÃO ENTENDO? — gritei enfurecido, o interrompendo. — EU PERDI MINHA IRMÃ, MINHA MELHOR AMIGA. EU PERDI A MULHER QUE EU AMAVA, QUE EU AMO MAIS DO QUE A MIM MESMO. VOCÊ TEM CORAGEM DE ME DIZER QUE EU NÃO O ENTENDO? — Des balançou a cabeça, arrependido de suas palavras.
— Eu sinto muito, Harry. Eu não queria dizer isso, é só que... É diferente...
— É diferente como? É diferente a culpa que eu não sinto por ter renegado ela? Tem razão, é diferente, eu não sinto culpa alguma, eu não tenho arrependimento algum. Eu fiz ela feliz, assim como ela me fez feliz, e agora eu vou fazer a Megan feliz, como eu prometi a mim mesmo que faria quando eu perdi a Mavis — esbravejei, cuspindo as palavras na cara dele, ele fez uma careta dolorosa, como se doesse ouvir a verdade.
— Eu sei que eu errei, eu sei que eu fui um canalha com vocês dois e eu sei que você me odeia. Mas eu me arrependo de tudo aquilo, Harry. Você não sabe como eu me arrependo, ela se foi sem que eu pudesse dizer isso a ela, então por favor, me deixe acertar as coisas com você. Eu quero participar da vida da minha neta, eu quero me reconciliar com o meu filho, antes que seja tarde demais — falou Des, fechei a cara e cruzei os braços, virando as costas para ele. Preciso pensar, não vou ceder tão facilmente. — Eu vou deixá-lo pensando nisso, vou estar em Liverpool o máximo que eu puder. Me ligue quando achar que é a hora.

Eu não o respondi, então ele saiu lentamente da minha casa. Só então eu respirei profundamente e corri pelo corredor até o quarto de Megan, ela estava dormindo no berço e minha mãe estava agarrada à babá eletrônica, escutando toda a conversa que acontecia na sala.

— Que dona mais fofoqueira — brinquei tranquilamente, minha mãe sorriu culpada e deixou a babá em cima da cômoda, ao lado do berço.
— Eu acho que você deveria perdoá-lo, querido, vai ser melhor tanto para você quanto para Meggie — aconselhou minha mãe.
— Vou pensar nisso — sussurrei acariciando ternamente a face pequena e corada da minha filha, ela ressonava baixinho enquanto dormia e de vez em quando sorria. — Eu preciso ir trabalhar, qualquer coisa me ligue — falei e dei um beijo nos cabelos de Meggie.
— Tudo bem, vamos ficar bem, não se preocupe, querido — garantiu minha mãe.

Peguei minha jaqueta no meu quarto e saí de casa, ainda estava preocupado quando atravessei a rua e segui em direção ao restaurante italiano em que trabalho, mas confio que minha mãe cuidará bem de Meggie, além do mais, Mare irá fazer companhia a elas daqui a pouco.
Abri a pesada porta de vidro e entrei no salão do restaurante, havia poucos clientes ali, fazendo reuniões ou apenas conversando enquanto a hora do almoço não chegava, rapidamente caminhei para os fundos do restaurante e vesti meu avental preto.
Josh veio me receber assim que me viu passar feito um foguete por ele.

— Ei cara, pensei que ficaria dois meses fora — falou ele apertando minha mão e me dando um abraço desajeitado.
— Tá brincando? Não posso ficar dois meses encostado, preciso de dinheiro — falei vestindo a touca, também preta.
— Como está a Meggie? Pensei em ir lá essa semana, mas trabalhei na minha folga — resmungou Josh.
— Ela está ótima, apareça lá quando puder, cara.

Josh me acompanhou de volta ao salão, fui até a cozinha cumprimentar os meus colegas de trabalho, em seguida peguei minhas luvas e comecei a ajudar o chefe a preparar os pedidos que já haviam sido feitos.

♫♫♫ 

O resto do dia havia sido tranquilo, saí do trabalho por volta das seis da tarde e, quando cheguei em casa, encontrei Mare, minha mãe e Chase, todos estavam na sala assistindo a um filme, enquanto Meggie dormia profundamente no bebê conforto.
Joguei minha jaqueta no sofá e tirei Meggie do bebê conforto, ela acordou e choramingou, mas eu a ninei e a abracei rapidamente, fazendo-a parar de chorar.

— Olá querida — sussurrei suavemente para ela.
— Como foi no trabalho, filho? — perguntou Anne.
— Foi legal, mãe — respondi me sentando em uma poltrona vaga. — Como ela passou a tarde? — perguntei me referindo à Megan.
— Ela estava enjoadinha até a Mare chegar — contou minha mãe.
— Então comeu e dormiu até agora — completou America.
— Ótimo. Eu trouxe o jantar — anunciei e apontei para minha mochila em cima do sofá.
— Macarronada de novo? — perguntou Chase, ele pegou minha mochila e abriu-a, olhando o interior e tirando de lá três sacos de papel com a comida.
— Tortellini e pannacotta — respondi rapidamente, ainda com os olhos grudados em Megan.
— Mavis adorava pannacotta — sussurrou Chas, mas ninguém, além de mim, o ouviu dizer isso.
— Sim, é verdade! — concordei baixinho, ele me olhou, surpreso por eu tê-lo escutado.

Levei Megan até seu quarto e a coloquei no trocador, peguei uma fralda na gaveta e enchi a banheira dela com água morna.
Enquanto a banheira enchia, eu tirei a roupinha de Megan e peguei seu sabonete com cheiro de bebê, eu adoro esse sabonete, comprei um pra ela e um para mim.
Quando a banheira estava cheia o bastante para cobrir o fundo de água eu a coloquei no suporte do trocador e peguei Meggie, coloquei-a lentamente dentro da banheira e ela arregalou os olhos ao sentir a água morna.

— Ei filha, a água está ótima, não é? — murmurei docemente para acalmá-la.

Dei banho nela o mais rápido que consegui, pois o tempo estava frio e a água também estava esfriando. Quando acabei de banhá-la eu a enrolei em sua toalhinha rosa e a deitei no trocador novamente. Procurei uma roupinha quente em seu guarda-roupa e voltei até ela rapidamente, sequei Megan e coloquei a fralda nela, então vesti um macacão de pezinho fofo que Mare deu à ela.
Peguei uma manta de tricô branca e rosa e a enrolei nela, então peguei meu celular e tirei uma foto de Megan, que já dormia em cima do trocador.

"She sleeps too much..."¹ — foi a legenda que coloquei ao postar a foto no Instagram.

Em seguida coloquei-a no berço e liguei a babá eletrônica, então voltei até o trocador para esvaziar a banheira e limpar tudo.
Quando cheguei na sala eu já estava sem camisa — pois havia molhado a minha enquanto banhava Megan — e estava faminto, America havia colocado quatro pratos na mesinha de centro e havia distribuído o tortellini nos pratos, eles estavam apenas me esperando, então me sentei no chão em frente a mesinha e peguei o meu prato.

♫♫♫

Conforme minha filha ia crescendo as fotos do meu celular foram aumentando com ela, às vezes eu chegava a tirar 20 ou 30 fotos por dia, fora as que os rapazes tiravam dela. A questão é: Eu a vi crescer tão rápido em apenas três meses que, certa manhã eu acordei, e me surpreendi por ver minha menininha sentada no berço, chorando alto para chamar minha atenção.
Ela estava sentada, sentadinha mesmo, e seus olhos lacrimejavam tanto que as lágrimas escorriam pelo seu rostinho rechonchudo e pálido. Pelo que eu andei pesquisando na internet, e pelo que minha mãe e Mare falaram, ela só devia se sentar após os quatro meses e, quando eu a encontrei, ela tinha acabado de completar três.
Desde então eu venho colocando-a sentada várias vezes por dia, para que ela aprenda a se sentar sozinha, o que já é um passo grande para começar a engatinhar, então andar, e crescer, e... Meu Deus, chega de treinar!
Estiquei um tapete de borracha no meio da sala e coloquei Megan sentada nele, então peguei algumas almofadas do sofá e coloquei em volta dela para lhe dar apoio, me virei para pegar seus brinquedos e a porta da frente se abriu, colocando a cabeça para dentro do apartamento Chase deu olhada em volta e sorriu largamente ao nos ver no chão.

— Então, chegamos — cantarolou ele, Mellie e Niall o seguiram para dentro do apartamento e rapidamente se ajoelharam ao redor de Megan beijando-a e fazendo-a rir com cócegas, a risada dela é deliciosa.
— Meu Deus, pare de crescer, Meggie, desse jeito você ficará maior que o Théo em poucos meses — falou Niall em um tom de voz divertido, Meggie sorriu largamente e agitou a mão na frente do rosto dele, tentando pegar seu nariz e agarrando seu lábio.
— Fiquem com ela aí, eu vou fazer o almoço — avisei levantando-me, Mellie se sentou aonde eu estava para brincar com a Meggie.

Chase me seguiu até a cozinha e sentou-se em uma cadeira enquanto eu andava pela cozinha, buscando ingredientes para o almoço.
Olhei de relance para o corredor e vi Mavis em pé, observando-nos atentamente, desviei o olhar de volta para a tábua de cortar e piquei alguns legumes. Se tornou algo constante vê-la me observar enquanto eu ando pela casa, é algo diário vê-la no quarto da Meggie, ninando-a e vigiando-a enquanto eu cuido da casa. Eu já me acostumei e me sinto seguro quando eu a vejo pelos corredores. Mas de vez em quando fico melancólico e triste, sinto falta dela.
Meus olhos começaram a arder e eu percebi que aquela não era uma boa hora para me deixar levar pela saudade, pois eu tinha companhia e, pelo que percebi, Chase estava com os olhos pregados em mim.

— Então, Harry. Você está bem? — perguntou ele, levantando-se e vindo para o meu lado, sequei os olhos rapidamente.
— Claro, são só as cebolas, odeio cebolas — resmunguei ainda picando alguns legumes.
— Você me entendeu — falou ele, em um tom de bronca.
— Cara... — murmurei parando de cortar os legumes e olhando para ele, Chase estava sério e parecia realmente se importar.
— Como se sente, Harry? — perguntou Chase, como em tantas outras vezes, tentando me fazer falar.

Eu pensei um pouco, já faz três meses, talvez seja hora de botar pra fora tudo o que está me matando aos poucos por dentro.

— Eu a vejo em todo lugar no meu apartamento; eu ouço ela bater as panelas na cozinha enquanto cozinha pra mim, eu a vejo deitada na minha cama e a vejo no espelho do banheiro, eu a vejo com as pernas estiradas no sofá da sala e eu a vejo até no quarto da bebê, ao lado do berço. Eu juro que estou enlouquecendo, sinto tanta a falta dela que chega a ser um sentimento aterrador, cobrindo-me, enforcando-me lentamente, me maltratando aos poucos, me matando a cada segundo. Eu não consigo mais, nunca imaginei sobreviver sem ela e, agora que estou tendo que fazer isso, sinto como se fosse desmoronar a cada segundo de mais um maldito dia sem ela. Eu não posso mais, não consigo — sussurrei deixando que todo o maldito sentimento me tomasse e as lágrimas saltassem dos meus olhos livremente.

Chase ficou sem palavras enquanto eu deixava a bendita represa se partir, peguei um pano de prato e sequei o rosto irritado, então ele colocou uma mão em meu ombro, reconfortando-me.

— Eu entendo, Harry. Eu sei que sente falta dela. Mas acho que se você não está conseguindo lidar com isso tudo nesse apartamento, então talvez seja hora de se mudar — murmurou ele, olhando em volta e pousando seu olhar preocupado em mim.
— Não! Meu Deus, nem pensar. Aqui é o único lugar aonde eu tenho resquícios dela, memórias boas e ruins, foi aqui aonde planejamos criar a Megan, não vou sair daqui jamais — falei em um tom veemente demais, Chase sorriu.
— Você gosta de sofrer...
— Não, eu gosto dela e, nesse exato momento, eu ainda me alegro com cada bendito vislumbre que eu tenho dela nessa casa — falei voltando a pegar a faca e a fatiar os legumes.
— Bom, você sabe que se precisar estamos todos aqui, não é? Só tente não enlouquecer antes que sua filha complete um ano — provocou ele, mais relaxado e divertido.

Chase me fez companhia até eu terminar o almoço, então arrumamos à mesa e chamamos Niall e Mellie para almoçar. Sentei Meggie em um cadeirão ao meu lado e coloquei um pratinho de papinha de frutas em sua frente, ela bateu as mãozinhas na mesinha do cadeirão e fez barulhos com a boca, agora que ela aprendeu a fazer som de carro, não para mais.

— Posso dar para ela? — perguntou Mellie, olhando enquanto eu enchia a colherzinha pequena e cor de rosa de bananas amassadas.
— Sim, claro. Mas não dê muito, a pediatra disse que é melhor não exagerar, ainda é um pouco cedo para comidas sólidas — expliquei entregando o prato para Mel.
— Tudo bem, vamos lá querida — brincou beijando a ponta do nariz de Megan, ela sorriu largamente.


Mais tarde, quando o sol já se punha e o tempo não estava tão abafado como o resto do dia, Niall e Mellie me acompanharam até o Sefton Park para que Megan pudesse ver um pouco de gente, minha mãe sempre disse, desde o começo, que é sempre bom passear com Megan, para que ela se desenvolva mais rápido, então adquirimos esse habito de passear pelo parque no fim da tarde, geralmente fazemos isso quando eu chego do trabalho, mas por ser final de semana eu não fui trabalhar.
Niall e Mellie desaparecem em uma trilha qualquer, enquanto eu empurrava o carrinho de Meggie, que sorria ao bater a mãozinha no chocalho que decorava o carrinho e a distraía.
Parei o carrinho em frente a fonte de água e Meggie deixou o chocalho para prestar atenção na água que caía à sua frente, enquanto isso eu dei uma olhada em volta.
Vi de relance uma bolinha de pelos amarelos passar correndo próximo à fonte, vi uma garota correndo e gritando atrás da bolinha de pelos amarelos. 



Então dei dois passos largos e agarrei a bolinha quando ela passou ao meu lado, se tratava se um cachorrinho, um filhotinho de Golden Retriever amarelo.
A dona se aproximou ofegante e riu quando me viu com a bolinha amarela nos braços, a essa altura eu já voltara para perto do carrinho de Megan, que agora revesava sua atenção para o chocalho e à água da fonte.

— Meu Deus, obrigada. Sell é uma fujona — ofegou a garota.
— Sem problemas, aqui está a sua fujona — falei sorrindo e entregando-lhe a cadelinha.
— Obrigada, de novo — ela suspirou e sorriu, fixando seus olhos claros em mim, fiquei tenso.


— Ãh, não foi nada. — gaguejei sem graça e olhei para Megan, para conferir se ela estava bem, a garota também olhou para o carrinho.
— Nossa, mas que linda, é a sua irmã? Que amorzinho — falou ela, sua voz caindo algumas oitavas para falar igual uma criança, como eu faço para acalmar Meggie.
— Não, Megan é a minha filha — corrigi vendo-a brincar com Megan, que sorriu para a estranha.
— Megan? Que nome lindo, perfeito para uma garotinha linda — falou tocando no nariz de Megan, fazendo-a sorrir, ela adora isso. — E o seu? — perguntou levantando-se e fixando novamente seus olhos claros em mim.



— Eu? Me chamo Harry — respondi entregando um mordedor rosa para Meggie se distrair, pois a fonte e o chocalho perderam a graça.
— Muito prazer, Harry, eu sou a Stella — apresentou-se ela, abaixando-se e prendendo a guia em sua cadelinha levada.
— Stella e Sell, é, acho que posso me lembrar disso — murmurei olhando para a cadelinha, ouvi a doce e sensual risada de Stella, ela me enerva, é uma predadora sexual e está me dando mole.
— E a mãe da Megan? Está por aqui também? — perguntou olhando em volta, levemente dramática.
— Bom... Esse é um assunto delicado... Ãh, nós precisamos ir agora — murmurei desconfortável, já tirando a trava do carrinho de Megan e preparando-me para me afastar.
— Não, espera, fica mais um pouco, Harry — pediu Stella, segurando meu braço.
— É sério, nós precisamos ir agora — falei um pouco seco, ela se afastou, visivelmente surpresa com meu tom de voz.
— Ah, tudo bem. Ao menos me dá seu telefone? Eu... Adorei a Megan, gostaria de vê-la mais vezes — falou apontando para minha filha, buscando uma desculpa.
— Desculpa... — preparava-me para dispensá-la, mas Niall rapidamente se aproximou de nós e começou a tagarelar.
— O número dele? Anota aí: 488-8675 — falou Niall, Mellie se aproximou e tirou Megan do carrinho, segurando-a nos braços e distraindo-a com o mordedor.
— Anotei, mas... Você é a mãe da Megan? — perguntou Stella à Mellie.
— Não, querida, sou madrinha dela — respondeu Mel, sorrindo de forma forçada.

Eles três conversaram mais uns dois minutos, até eu perder a paciência e despedir-me de Stella, então Niall e Mellie — ainda com Megan nos braços — me seguiram pela trilha de volta até em casa.
Ao fechar a porta atrás de mim e encontrar Chase no sofá, jogando vídeo-game, eu me virei para Niall e quase o matei somente com o olhar.

— Que porra você fez? — rosnei irritado, Mellie sumiu pelo corredor com Meggie nos braços.


                                                  

¹- "She sleeps too much..." = "Ela dorme demais...".


Olá girls, tudo bem?
Cadê os coments.? Ta tão ruim assim?
Espero que não, porque eu já estou na metade da próx. fic com o Niall e
ficaria decepcionada se tivesse que parar de escrever '-'
Mas vamos lá, querem que eu continue?
Comentem pra mim então!
Kisses divas, amo vocês <3



Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

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