sábado, 9 de maio de 2015
"Eu vou apostar amanhã
Que o céu é azul
Eu acho que estou pronto
Eu espero que eu esteja pronto
Para algo novo..."
— Something New (McFly)
— Eu achei uma injustiça, Mason não dançou tão bem quanto a gente — resmungou Peter, depois de um tempo.
— Pete, quando um cara faz piruetas como as que Mason fez, não há duzentas mulheres que possam vencê-lo. Um homem que sabe dançar como ele, com toda certeza do mundo, merece ganhar o primeiro lugar — murmurei divertida, ele encarou-me por alguns segundos e então sorriu, enfim concordando com o meu ponto de vista.
— O que vai fazer com o seu prêmio? — perguntou Peter mais aliviado.
— Procurar um apartamento e pagar por ele — resmunguei e me deitei no chão encerado de madeira, Peter se deitou ao meu lado.
— Como assim?
— Meu irmão me expulsou de casa, então estou na rua, pelo menos agora eu posso pagar por um lugar onde morar — contei indiferente, Peter virou-se de lado para me olhar, eu virei apenas a cabeça para vê-lo.
— Eu aluguei um apartamento enorme há uma semana, não posso pagar por ele sozinho, por isso me inscrevi nesse concurso. Que acha de dividi-lo comigo? Assim poderemos equilibrar a mensalidade e nós não sairemos perdendo — falou ele, um meio sorriso encantador dançando em seus lábios.
— Isso parece uma boa ideia, Pete.
Peter sorriu largamente e voltou a virar-se de costas para encarar o teto, eu fechei meus olhos por um segundo e percebi que estava cansada e com sono, muito sono.
De repente Peter se levantou e esticou a mão para me ajudar, eu aceitei a sua mão e ele me puxou para ficar de pé, então saímos da sala e seguimos pelo corredor em direção à saída.
Antes de chegarmos à recepção eu puxei Peter para dentro do almoxarifado aonde eu havia escondido minha mala, ele pareceu confuso por um momento, mas sua expressão se suavizou ao notar que eu tirava minha mala do esconderijo, ele então sorriu e me ajudou com ela.
Ao passar pela recepção Ellie acenou para nós, enquanto nós saíamos para o ar frio de Londres.
Peter assobiou alto o suficiente para fazer um táxi que passava ali perto frear bruscamente, corremos para pegá-lo e o motorista saiu do carro para guardar minha mala no bagageiro, enquanto Pete e eu nos acomodávamos no banco de trás do táxi.
Quando o taxista voltou para dentro do carro, Peter deu-lhe o endereço e então voltou-se para mim, ele me olhou atentamente por dois segundos, até eu ficar vermelha e desviar meu olhar para a janela.
— Acho que você vai gostar do apartamento, é um lugar bacana — falou ele, quando o silêncio se tornou incômodo.
— E aonde fica? — perguntei voltando a olhá-lo, tentei sustentar seu olhar cálido, mas logo voltei a ficar tímida e encarei meus dedos entrelaçados no colo.
— Fica em Westminster — falou ele indiferente.
— Como é? — perguntei chocada.
— Westminster — repetiu ele, divertido com minha reação.
— Mas esse é... Tipo... Deve ser... — gaguejei surpresa, ele se divertiu mais ainda. — Os apartamentos lá são absurdamente caros.
— Ah, nem tanto assim, pode ficar tranquila, faremos um acordo razoável — ele sorriu largamente e deu uma piscadela para mim. — Você vai adorar a vista do St. James Park — falou em um tom conspiratório, fiquei novamente boquiaberta.
— Meu Deus, já até sei que vai custar um absurdo — choraminguei, Peter riu. — E eu ainda tenho que arrumar um emprego — sibilei nervosa, Pete esticou o braço sobre o banco e abraçou meus ombros.
— Não se preocupe, já tenho uma ideia de onde você pode arrumar um emprego rapidinho — tranquilizou-me ele. — Além do mais, Birdcage Walk é uma rua e tanto, você pode arrumar emprego em qualquer esquina.
— Birdcage Walk? — fiquei pateticamente surpresa pela terceira vez em cinco minutos, Peter riu. — Ah, meu Deus!
— Não se preocupe, é uma casa bonita, ela têm três andares e nós dividimos um andar por pessoa, eu moro no terceiro andar, você vai curtir — explicou ele.
Eu tentei ficar quieta pelos próximos cinco minutos, que foi o tempo que levamos para chegar à Birdcage Walk. O parque estava escuro, iluminado apenas por alguns postes de luz, algumas pessoas se aventuravam por ali, casais de namorados principalmente.
Enquanto Peter conversava com o motorista do táxi e pegava minha mala, eu me virei de frente para uma linda casa de três andares, ela era toda de tijolos vermelhos e tinha um lindo jardim à frente, era uma típica casa britânica, com toda a sua singela beleza rústica.
Peter parou ao meu lado, ele puxava a minha mala de rodinhas e sorria de forma orgulhosa enquanto encarava a casa.
— Então, vamos entrar? Você vai adorá-la, é linda por dentro, tanto quanto por fora — ele disse.
Concordei com um aceno de cabeça e tentei pegar minha mala, mas ele recuou e se prontificou a levar, não recusei, apenas o segui para dentro da casa. Ao passar pelo jardim eu notei lindos jasmins-dos-poetas brancos, são minhas flores preferidas, depois de rosas, é claro.
Nós subimos três lances de escadas até o terceiro andar, Peter destrancou a porta e deixou a mala do lado de dentro ao entrar, ele esperou que eu passasse por ele e então me encarou em expectativa enquanto eu tinha como vista a sala de estar.
A sala era simples, mas de muito bom gosto, não era luxuosa e sim aconchegante, me senti em casa no mesmo instante. Era uma espaço mediano, tinha um grande sofá de couro, inclusive uma poltrona/cama, e a tevê estava presa à parede, havia uma cortina branca tampando a janela — que só depois descobri que era uma linda vidraça enorme, com vista para o parque St. James.
— Então? Gostou?Acho que boa parte da decoração teve um dedo da minha mãe — contou Peter e ficou levemente corado, eu sorri.
— É lindo, Pete, já estou apaixonada — murmurei encantada, ele riu e me puxou por um corredor estreito.
Até mesmo o corredor era devidamente decorado, tinha um carpete colorido e algumas prateleiras na parede, apoiando alguns quadros de pinturas abstratas e alguns livros, no fim do corredor havia a entrada para a cozinha e três portas, que supus ser os quartos e o banheiro.
Peter me levou até a cozinha que, assim como a sala, era de uma simplicidade confortante. Achei até um pouco feminina a decoração, então me lembrei do toque que a mãe de Peter deve ter dado ali.
Os móveis e tudo o mais tinham um tom de azul-bebê e branco, havia uma mesa com quatro cadeiras no canto da parede e uma porta envidraçada que dava para uma varanda encantadora, também com vista para o parque St. James, havia também algumas plantas ali.
— O que há com as plantas? — perguntei intrigada, Peter ficou muito vermelho, mas sorriu.
— Meus amigos me disseram que mulheres gostam de plantas, no começo eu só as coloquei aqui com esse pensamento, mas depois gostei de cuidar delas, acho que virou um hobbie — ele explicou calmamente.
— Você plantou os jasmins-dos-poetas e os lírios lá embaixo? — perguntei curiosa, os olhos dele cintilaram.
— Sim, eu gosto especialmente dos lírios, tentei plantar rosas também, mas ainda não tive tempo, só estou aqui há uma semana — contou Peter, sorrindo timidamente.
— Ah — murmurei encantada, ele sorriu mais ainda.
— Vamos lá, vou lhe mostrar o resto da casa.
Puxando-me pela mão, Peter me guiou até uma das portas no corredor, ele abriu uma delas e entramos em um quarto com uma decoração masculina, era evidente que aquele era o quarto do Peter.
O quarto era relativamente espaçoso, havia uma cama de casal no centro, as paredes eram de um cinza escuro e havia uma estante bonita para livros pendurada na parede. Também havia uma poltrona de couro no quarto e uma mesinha com um notebook em cima. O quarto era muito bonito.
— Bom, este é o meu quarto — disse Peter enquanto eu olhava em volta.
— É lindo e escuro — murmurei, ele sorriu e assentiu.
— Sim, no outro quarto, que será o seu, tem uma janela com vista para o parque, mas eu não consegui ficar lá por causa da claridade pela manhã e eu não sou de acordar junto com o sol — explicou Peter.
— Bom, então vamos lá vê-lo, não consigo acreditar que você trocou uma vista linda por paredes escuras — brinquei, ele riu e me guiou até o quarto de frente para o dele.
O quarto era inteiramente branco, mas bonito, tinha uma cama enorme com uma colcha linda e uma janela também branca, havia também uma penteadeira de madeira de frente para a cama. Era um quarto simples, ainda por ser decorado, o que ficaria por minha conta.
— A decoração é com você, sinta-se à vontade para transformá-lo como quiser — disse Peter quando eu me sentei na ponta da cama e acariciei a colcha macia.
— Obrigada, nem sei como te agradecer. Primeiro me ajuda a ganhar dinheiro o suficiente para arranjar um lugar para ficar, em seguida me arranja um lugar para ficar. Você é um anjo — murmurei comovida, ele riu e se sentou ao meu lado, em seguida deitou-se na cama, colocando os braços dobrados atrás da cabeça e mantendo contato visual comigo.
— Não há de quê. Apenas aproveite, amanhã conversaremos sobre as despesas, não se preocupe, tome um banho e descanse — aconselhou ele, eu assenti. — O banheiro é a terceira porta na qual não entramos, vou trazer sua mala e pegar uma toalha pra você, pode ir lá.
— Obrigada, Pete — agradeci e lhe dei um beijo na bochecha, ele sorriu e balançou a cabeça.
Fiz o que ele mandou e fui para o banheiro, que era um pouco apertado, mas decorado com bom gosto, assim como o resto da casa. O vidro do box era transparente, mas os azulejos eram de uma cor escura e muito bonita, havia um espelho tomando metade da parede acima da pia e do vaso sanitário.
O chuveiro tinha uma pressão magnífica, a água quente me fez relaxar imediatamente e eu demorei cerca de dez minutos embaixo da água, quando desliguei o chuveiro eu ouvi duas batidas na porta.
— Pete? — perguntei cobrindo as partes importantes do meu corpo por reflexo.
— Trouxe uma toalha — ele disse, e abriu uma frestinha na porta, o suficiente para colocar a mão segurando a toalha para dentro, rapidamente agarrei a toalha e me cobri.
— Obrigada.
— Já está coberta?
— Sim, estou, pode entrar — murmurei prendendo bem a toalha sobre meu busto, ele colocou a cabeça para dentro do banheiro e sorriu.
— Sua mala já está no quarto, se precisar de algo eu estarei na sala assistindo tevê.
— Tá bom, muito obrigada, Pete — agradeci novamente, ele fez uma careta e riu em seguida.
— Pare de me agradecer, por favor, ou jogarei você pela janela — brincou me fazendo rir, em seguida saiu.
Ao voltar pro quarto eu tirei da minha mala uma calça de moletom cinza e uma regata branca, esse seria meu pijama. Vesti-me rapidamente e, antes de sair do quarto, peguei um par de meias fofinhas e o meu celular, em seguida fui atrás de Pete.
Peter estava esparramado na poltrona/cama e vagueava pelos canais da tevê distraidamente, me sentei ao lado dele no sofá e vesti as minhas meias, ele riu, mas voltou a procurar algum filme. Até que enfim ele parou em um filme — Voando para o amor —, o meu celular tocou, olhei a tela e me surpreendi ao ver uma chamada de vídeo do Skype, era do grupo em que Gemma e Lenna me colocaram.
— Pete, pode ficar quietinho um minutinho? Se elas te verem vão surtar — murmurei rapidamente, ele olhou para o meu celular e assentiu divertido.
— Claro, não darei um piu — ele riu e colocou a tevê no mudo.
Apertei o botão verde e duas janelinhas se espremeram na tela do meu celular uma contendo Gemma e a outra Lenna, ambas gritaram meu nome quando me viram e eu tentei sorrir para elas.
— O que aconteceu?
— Aonde você está?
— Com quem?
— Tentamos te ligar o dia inteiro.
— Eu vou matar o Payne!
Dispararam elas, eu tentei conter o riso e percebi que Peter também estava com dificuldade para não rir, ele enfiou a cara em uma almofada e riu baixinho.
— Meninas, relaxem, estou bem — falei tentando apaziguá-las. — Mas peço logo, não contem ao Liam nada do que falaremos aqui, quero que ele fique curioso, que se arrependa de me mandar embora e não ter notícias se eu ao menos estou viva, entenderam?
— Claro, não falaremos — garantiu Lenna.
— Prometemos — reforçou Gemma, beijando duas vezes os dedos cruzados.
— Agora, aonde você está e com quem? — Lenna quase gritou.
— Eu estou bem, ganhei um quantia que vai me manter bem pelo menos por dois meses, e já consegui um lugar para morar. Amanhã eu vou atrás de um emprego — contei a elas, que ficaram boquiabertas.
— Emprego? — repetiu Gemma, embasbacada.
— É, eu preciso me sustentar de alguma forma — respondi irritada.
— Aonde você conseguiu essa grana pra te manter por dois meses? — perguntou Lenna.
— Você não foi à uma boate de strippers, foi? Ava, não acredito que você tirou a roupa para um bando de marmanjos bêbados — falou Gemma, mais divertida do que horrorizada, eu tive que rir.
— Não, meu Deus, não! Eu ganhei um concurso lá na academia de dança, segundo lugar, 1000 libras — expliquei divertida, Lenna suspirou aliviada.
— Ótimo, precisa de ajuda? Podemos te encontrar amanhã e te ajudar a procurar um emprego — ofereceu Lenna.
— Ah... Bom, não precisa — murmurei olhando de relance para Peter, que sorria discretamente. — Eu já tenho companhia, mas vocês podem me encontrar à tarde no starbucks, podemos tomar um café e conversar — falei, Peter assentiu com a cabeça e sorriu mais ainda.
— Pode ser. Mas, quem está aí com você? — perguntou Lenna.
— Ninguém, por que a pergunta? — disfarcei, fingindo estar intrigada.
— Porque você olhou para o lado. Quem está ao seu lado, Avanna? — perguntou Lenna, em seu típico tom autoritário, Gemma riu.
De repente Peter se ajeitou e colocou a cabeça no meu ombro, ele sorriu largamente — quase me fazendo ter um ataque cardíaco — e acenou para as garotas, que ficaram boquiabertas com a beleza do Peter-Deus-Grego-Bernardini.
— Olá garotas, eu sou o Peter — falou Peter, sua voz grossa bem próxima ao meu ouvido, os pelos da minha nuca se eriçaram e Peter percebeu.
— Meu Deus, quem é você? Caramba, tem namorada? — guinchou Gemma, Lenna revirou os olhos.
— Nos conhecemos na academia de dança, por acaso ele tinha acabado de alugar um apartamento e estava procurando alguém para dividi-lo, nós ganhamos o concurso juntos e agora estamos dividindo o apartamento — resumi rapidamente.
— Nossa, que sorte a sua, pelo menos já tem um lugar para ficar, agora só tem que convencer seu irmão de que consegue mudar se quiser — falou Lenna, eu fiz uma careta.
— Não quero que ele tenha notícias minhas, nem ele e nem os meus pais, por favor, respeitem isso — pedi impaciente, as duas assentiram.
— Você quem manda — disse Gemma.
— Ótimo, agora eu vou dormir, tchau garotas, nos vemos em breve — despedi-me rapidamente.
— Até mais, baby — disseram as duas em coro, acenando, Peter acenou também e voltou a se recostar contra as almofadas do sofá.
Desliguei o celular e joguei-o ao meu lado, respirei fundo e Peter tirou a tevê do mudo, o filme estava no comecinho ainda.
Conversamos durante todo o filme, quando finalmente chegou ao fim, eu decidir ir para a cama. Despedi-me de Peter e segui para o meu quarto, abri a janela e deixei a brisa fresca entrar, então me joguei na cama e me enrolei na coberta, devaneei um pouco até enfim conseguir adormecer.
Peter sorriu largamente e voltou a virar-se de costas para encarar o teto, eu fechei meus olhos por um segundo e percebi que estava cansada e com sono, muito sono.
De repente Peter se levantou e esticou a mão para me ajudar, eu aceitei a sua mão e ele me puxou para ficar de pé, então saímos da sala e seguimos pelo corredor em direção à saída.
Antes de chegarmos à recepção eu puxei Peter para dentro do almoxarifado aonde eu havia escondido minha mala, ele pareceu confuso por um momento, mas sua expressão se suavizou ao notar que eu tirava minha mala do esconderijo, ele então sorriu e me ajudou com ela.
Ao passar pela recepção Ellie acenou para nós, enquanto nós saíamos para o ar frio de Londres.
Peter assobiou alto o suficiente para fazer um táxi que passava ali perto frear bruscamente, corremos para pegá-lo e o motorista saiu do carro para guardar minha mala no bagageiro, enquanto Pete e eu nos acomodávamos no banco de trás do táxi.
Quando o taxista voltou para dentro do carro, Peter deu-lhe o endereço e então voltou-se para mim, ele me olhou atentamente por dois segundos, até eu ficar vermelha e desviar meu olhar para a janela.
— Acho que você vai gostar do apartamento, é um lugar bacana — falou ele, quando o silêncio se tornou incômodo.
— E aonde fica? — perguntei voltando a olhá-lo, tentei sustentar seu olhar cálido, mas logo voltei a ficar tímida e encarei meus dedos entrelaçados no colo.
— Fica em Westminster — falou ele indiferente.
— Como é? — perguntei chocada.
— Westminster — repetiu ele, divertido com minha reação.
— Mas esse é... Tipo... Deve ser... — gaguejei surpresa, ele se divertiu mais ainda. — Os apartamentos lá são absurdamente caros.
— Ah, nem tanto assim, pode ficar tranquila, faremos um acordo razoável — ele sorriu largamente e deu uma piscadela para mim. — Você vai adorar a vista do St. James Park — falou em um tom conspiratório, fiquei novamente boquiaberta.
— Meu Deus, já até sei que vai custar um absurdo — choraminguei, Peter riu. — E eu ainda tenho que arrumar um emprego — sibilei nervosa, Pete esticou o braço sobre o banco e abraçou meus ombros.
— Não se preocupe, já tenho uma ideia de onde você pode arrumar um emprego rapidinho — tranquilizou-me ele. — Além do mais, Birdcage Walk é uma rua e tanto, você pode arrumar emprego em qualquer esquina.
— Birdcage Walk? — fiquei pateticamente surpresa pela terceira vez em cinco minutos, Peter riu. — Ah, meu Deus!
— Não se preocupe, é uma casa bonita, ela têm três andares e nós dividimos um andar por pessoa, eu moro no terceiro andar, você vai curtir — explicou ele.
Eu tentei ficar quieta pelos próximos cinco minutos, que foi o tempo que levamos para chegar à Birdcage Walk. O parque estava escuro, iluminado apenas por alguns postes de luz, algumas pessoas se aventuravam por ali, casais de namorados principalmente.
Enquanto Peter conversava com o motorista do táxi e pegava minha mala, eu me virei de frente para uma linda casa de três andares, ela era toda de tijolos vermelhos e tinha um lindo jardim à frente, era uma típica casa britânica, com toda a sua singela beleza rústica.
Peter parou ao meu lado, ele puxava a minha mala de rodinhas e sorria de forma orgulhosa enquanto encarava a casa.
— Então, vamos entrar? Você vai adorá-la, é linda por dentro, tanto quanto por fora — ele disse.
Concordei com um aceno de cabeça e tentei pegar minha mala, mas ele recuou e se prontificou a levar, não recusei, apenas o segui para dentro da casa. Ao passar pelo jardim eu notei lindos jasmins-dos-poetas brancos, são minhas flores preferidas, depois de rosas, é claro.
Nós subimos três lances de escadas até o terceiro andar, Peter destrancou a porta e deixou a mala do lado de dentro ao entrar, ele esperou que eu passasse por ele e então me encarou em expectativa enquanto eu tinha como vista a sala de estar.
A sala era simples, mas de muito bom gosto, não era luxuosa e sim aconchegante, me senti em casa no mesmo instante. Era uma espaço mediano, tinha um grande sofá de couro, inclusive uma poltrona/cama, e a tevê estava presa à parede, havia uma cortina branca tampando a janela — que só depois descobri que era uma linda vidraça enorme, com vista para o parque St. James.
— Então? Gostou?Acho que boa parte da decoração teve um dedo da minha mãe — contou Peter e ficou levemente corado, eu sorri.
— É lindo, Pete, já estou apaixonada — murmurei encantada, ele riu e me puxou por um corredor estreito.
Até mesmo o corredor era devidamente decorado, tinha um carpete colorido e algumas prateleiras na parede, apoiando alguns quadros de pinturas abstratas e alguns livros, no fim do corredor havia a entrada para a cozinha e três portas, que supus ser os quartos e o banheiro.
Peter me levou até a cozinha que, assim como a sala, era de uma simplicidade confortante. Achei até um pouco feminina a decoração, então me lembrei do toque que a mãe de Peter deve ter dado ali.
Os móveis e tudo o mais tinham um tom de azul-bebê e branco, havia uma mesa com quatro cadeiras no canto da parede e uma porta envidraçada que dava para uma varanda encantadora, também com vista para o parque St. James, havia também algumas plantas ali.
— O que há com as plantas? — perguntei intrigada, Peter ficou muito vermelho, mas sorriu.
— Meus amigos me disseram que mulheres gostam de plantas, no começo eu só as coloquei aqui com esse pensamento, mas depois gostei de cuidar delas, acho que virou um hobbie — ele explicou calmamente.
— Você plantou os jasmins-dos-poetas e os lírios lá embaixo? — perguntei curiosa, os olhos dele cintilaram.
— Sim, eu gosto especialmente dos lírios, tentei plantar rosas também, mas ainda não tive tempo, só estou aqui há uma semana — contou Peter, sorrindo timidamente.
— Ah — murmurei encantada, ele sorriu mais ainda.
— Vamos lá, vou lhe mostrar o resto da casa.
Puxando-me pela mão, Peter me guiou até uma das portas no corredor, ele abriu uma delas e entramos em um quarto com uma decoração masculina, era evidente que aquele era o quarto do Peter.
O quarto era relativamente espaçoso, havia uma cama de casal no centro, as paredes eram de um cinza escuro e havia uma estante bonita para livros pendurada na parede. Também havia uma poltrona de couro no quarto e uma mesinha com um notebook em cima. O quarto era muito bonito.
— Bom, este é o meu quarto — disse Peter enquanto eu olhava em volta.
— É lindo e escuro — murmurei, ele sorriu e assentiu.
— Sim, no outro quarto, que será o seu, tem uma janela com vista para o parque, mas eu não consegui ficar lá por causa da claridade pela manhã e eu não sou de acordar junto com o sol — explicou Peter.
— Bom, então vamos lá vê-lo, não consigo acreditar que você trocou uma vista linda por paredes escuras — brinquei, ele riu e me guiou até o quarto de frente para o dele.
O quarto era inteiramente branco, mas bonito, tinha uma cama enorme com uma colcha linda e uma janela também branca, havia também uma penteadeira de madeira de frente para a cama. Era um quarto simples, ainda por ser decorado, o que ficaria por minha conta.
— A decoração é com você, sinta-se à vontade para transformá-lo como quiser — disse Peter quando eu me sentei na ponta da cama e acariciei a colcha macia.
— Obrigada, nem sei como te agradecer. Primeiro me ajuda a ganhar dinheiro o suficiente para arranjar um lugar para ficar, em seguida me arranja um lugar para ficar. Você é um anjo — murmurei comovida, ele riu e se sentou ao meu lado, em seguida deitou-se na cama, colocando os braços dobrados atrás da cabeça e mantendo contato visual comigo.
— Não há de quê. Apenas aproveite, amanhã conversaremos sobre as despesas, não se preocupe, tome um banho e descanse — aconselhou ele, eu assenti. — O banheiro é a terceira porta na qual não entramos, vou trazer sua mala e pegar uma toalha pra você, pode ir lá.
— Obrigada, Pete — agradeci e lhe dei um beijo na bochecha, ele sorriu e balançou a cabeça.
Fiz o que ele mandou e fui para o banheiro, que era um pouco apertado, mas decorado com bom gosto, assim como o resto da casa. O vidro do box era transparente, mas os azulejos eram de uma cor escura e muito bonita, havia um espelho tomando metade da parede acima da pia e do vaso sanitário.
O chuveiro tinha uma pressão magnífica, a água quente me fez relaxar imediatamente e eu demorei cerca de dez minutos embaixo da água, quando desliguei o chuveiro eu ouvi duas batidas na porta.
— Pete? — perguntei cobrindo as partes importantes do meu corpo por reflexo.
— Trouxe uma toalha — ele disse, e abriu uma frestinha na porta, o suficiente para colocar a mão segurando a toalha para dentro, rapidamente agarrei a toalha e me cobri.
— Obrigada.
— Já está coberta?
— Sim, estou, pode entrar — murmurei prendendo bem a toalha sobre meu busto, ele colocou a cabeça para dentro do banheiro e sorriu.
— Sua mala já está no quarto, se precisar de algo eu estarei na sala assistindo tevê.
— Tá bom, muito obrigada, Pete — agradeci novamente, ele fez uma careta e riu em seguida.
— Pare de me agradecer, por favor, ou jogarei você pela janela — brincou me fazendo rir, em seguida saiu.
Ao voltar pro quarto eu tirei da minha mala uma calça de moletom cinza e uma regata branca, esse seria meu pijama. Vesti-me rapidamente e, antes de sair do quarto, peguei um par de meias fofinhas e o meu celular, em seguida fui atrás de Pete.
Peter estava esparramado na poltrona/cama e vagueava pelos canais da tevê distraidamente, me sentei ao lado dele no sofá e vesti as minhas meias, ele riu, mas voltou a procurar algum filme. Até que enfim ele parou em um filme — Voando para o amor —, o meu celular tocou, olhei a tela e me surpreendi ao ver uma chamada de vídeo do Skype, era do grupo em que Gemma e Lenna me colocaram.
— Pete, pode ficar quietinho um minutinho? Se elas te verem vão surtar — murmurei rapidamente, ele olhou para o meu celular e assentiu divertido.
— Claro, não darei um piu — ele riu e colocou a tevê no mudo.
Apertei o botão verde e duas janelinhas se espremeram na tela do meu celular uma contendo Gemma e a outra Lenna, ambas gritaram meu nome quando me viram e eu tentei sorrir para elas.
— O que aconteceu?
— Aonde você está?
— Com quem?
— Tentamos te ligar o dia inteiro.
— Eu vou matar o Payne!
Dispararam elas, eu tentei conter o riso e percebi que Peter também estava com dificuldade para não rir, ele enfiou a cara em uma almofada e riu baixinho.
— Meninas, relaxem, estou bem — falei tentando apaziguá-las. — Mas peço logo, não contem ao Liam nada do que falaremos aqui, quero que ele fique curioso, que se arrependa de me mandar embora e não ter notícias se eu ao menos estou viva, entenderam?
— Claro, não falaremos — garantiu Lenna.
— Prometemos — reforçou Gemma, beijando duas vezes os dedos cruzados.
— Agora, aonde você está e com quem? — Lenna quase gritou.
— Eu estou bem, ganhei um quantia que vai me manter bem pelo menos por dois meses, e já consegui um lugar para morar. Amanhã eu vou atrás de um emprego — contei a elas, que ficaram boquiabertas.
— Emprego? — repetiu Gemma, embasbacada.
— É, eu preciso me sustentar de alguma forma — respondi irritada.
— Aonde você conseguiu essa grana pra te manter por dois meses? — perguntou Lenna.
— Você não foi à uma boate de strippers, foi? Ava, não acredito que você tirou a roupa para um bando de marmanjos bêbados — falou Gemma, mais divertida do que horrorizada, eu tive que rir.
— Não, meu Deus, não! Eu ganhei um concurso lá na academia de dança, segundo lugar, 1000 libras — expliquei divertida, Lenna suspirou aliviada.
— Ótimo, precisa de ajuda? Podemos te encontrar amanhã e te ajudar a procurar um emprego — ofereceu Lenna.
— Ah... Bom, não precisa — murmurei olhando de relance para Peter, que sorria discretamente. — Eu já tenho companhia, mas vocês podem me encontrar à tarde no starbucks, podemos tomar um café e conversar — falei, Peter assentiu com a cabeça e sorriu mais ainda.
— Pode ser. Mas, quem está aí com você? — perguntou Lenna.
— Ninguém, por que a pergunta? — disfarcei, fingindo estar intrigada.
— Porque você olhou para o lado. Quem está ao seu lado, Avanna? — perguntou Lenna, em seu típico tom autoritário, Gemma riu.
De repente Peter se ajeitou e colocou a cabeça no meu ombro, ele sorriu largamente — quase me fazendo ter um ataque cardíaco — e acenou para as garotas, que ficaram boquiabertas com a beleza do Peter-Deus-Grego-Bernardini.
— Olá garotas, eu sou o Peter — falou Peter, sua voz grossa bem próxima ao meu ouvido, os pelos da minha nuca se eriçaram e Peter percebeu.
— Meu Deus, quem é você? Caramba, tem namorada? — guinchou Gemma, Lenna revirou os olhos.
— Nos conhecemos na academia de dança, por acaso ele tinha acabado de alugar um apartamento e estava procurando alguém para dividi-lo, nós ganhamos o concurso juntos e agora estamos dividindo o apartamento — resumi rapidamente.
— Nossa, que sorte a sua, pelo menos já tem um lugar para ficar, agora só tem que convencer seu irmão de que consegue mudar se quiser — falou Lenna, eu fiz uma careta.
— Não quero que ele tenha notícias minhas, nem ele e nem os meus pais, por favor, respeitem isso — pedi impaciente, as duas assentiram.
— Você quem manda — disse Gemma.
— Ótimo, agora eu vou dormir, tchau garotas, nos vemos em breve — despedi-me rapidamente.
— Até mais, baby — disseram as duas em coro, acenando, Peter acenou também e voltou a se recostar contra as almofadas do sofá.
Desliguei o celular e joguei-o ao meu lado, respirei fundo e Peter tirou a tevê do mudo, o filme estava no comecinho ainda.
Conversamos durante todo o filme, quando finalmente chegou ao fim, eu decidir ir para a cama. Despedi-me de Peter e segui para o meu quarto, abri a janela e deixei a brisa fresca entrar, então me joguei na cama e me enrolei na coberta, devaneei um pouco até enfim conseguir adormecer.
♫♫♫
O que me acordou pela manhã não foi o sol intenso que iluminava todo o quarto, mas sim o barulho irritante do meu celular apitando e vibrando sem parar, resmunguei um pouco antes de conseguir achá-lo por entre as cobertas, e quando consegui vi que tinha umas 5 chamadas perdidas e 13 mensagens, quase me engasguei com minha própria saliva.
As cinco chamadas perdidas eram de Zayn, meu amigo. 6 das mensagens eram de Gemma, me questionando sobre o Peter. 1 era de Lenna, perguntando-me se eu já havia ido atrás de um emprego. As outras 6 eram de Niall, meu outro amigo.
"Espero que esteja tudo bem. Liam me contou agora. Sei que ele me proibiu, mas se precisar de ajuda, eu estou aqui para isso." — Foi a primeira mensagem que Niall me mandou, às 5:45 da manhã.
"Falei com Lenna. Quem é Peter?" — Ele mandou uma hora depois.
"É o seu namorado? Bom, eu não sabia que você estava namorando..." — Ele insistiu e se corrigiu minutos depois: "Desculpe, não é da minha conta. Mas achei estranho você se mudar pra casa de um cara tão rápido assim."
Como eu não respondi, ele continuou: "É... Me ligue quando acordar... Se precisar... Sei lá...", e por fim: "É sério, se precisar estou aqui. Me ligue."
Deixei o celular em cima da cadeira decorada, que servia como mesa de cabeceira, e me sentei na ponta da cama, esfreguei o rosto e tentei acordar. Só quando reuni disposição o suficiente foi que abri a minha mala e peguei roupas, escova de dentes e de cabelo, toalha e maquiagem. Abri a porta do quarto vagarosamente e olhei para os lados, nenhum sinal de Peter, nem barulho algum vinha da cozinha ou sala, então segui na ponta dos pés até o banheiro.
Depois de um banho longo eu me vesti e me arrumei rapidamente, com receio de que Peter acorda-se e precisasse usar o banheiro, então fui o mais rápido que pude.
Ao sair do banheiro eu dei de cara com um Peter sonolento, usando apenas uma cueca boxer listrada e o cabelo todo bagunçado, ele estava uma tentação, gostoso e parecendo um menininho que caiu da cama; ele sorriu de forma embriagada e se apoiou na parede enquanto me olhava dos pés a cabeça.
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Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.
Um Amor Real
Sinopse
"https://one-direction-picture.blogspot.com/2024/04/um-amor-real-prologo.html">Prólogo
ta demais continuuua s2 s2 s2 s2
ResponderExcluir*o* in lovee
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