quarta-feira, 13 de maio de 2015
"Você é o meu suporte, você é minha base
Você é a minha muleta, quando minhas pernas não se movem
Você é meu ponto de partida, você é meu coração duro
Você é o pulso que eu sempre precisei..."
— Gone, Gone, Gone (Phillip Phillips)
Ao sair do banheiro eu dei de cara com um Peter sonolento, usando apenas uma cueca boxer listrada e o cabelo todo bagunçado, ele estava uma tentação, gostoso e parecendo um menininho que caiu da cama; ele sorriu de forma embriagada e se apoiou na parede enquanto me olhava dos pés à cabeça.
— Uau, que gata! — ele disse, fiquei vermelha imediatamente.
— Obrigada, dormiu bem? — perguntei, tentando mudar de assunto.
— Sim e você?
— Claro, maravilhosamente bem.
— Ótimo, eu vou me arrumar rapidinho e a gente vai atrás de um emprego, tudo bem? — perguntou ele.
— Claro, enquanto isso eu faço um café pra gente — concordei, ele sorriu largamente.
— Tudo bem, ótima ideia.
Deixei que ele entrasse no banheiro e eu segui para a cozinha, demorei um pouco para conseguir encontrar os ingredientes e tudo o mais, mas quando Peter saiu do banheiro — usando apenas uma toalha branca envolta da cintura — a mesa já estava cheia com biscoitos, café, leite, nescau e panquecas.
Ele encarou a mesa e, meio divertido e meio surpreso, jogou um biscoito na boca e foi colocar uma roupa, enquanto eu me sentei e beberiquei minha xícara de chá preto.
Quando Peter sentou-se à minha frente eu lhe passei uma xícara de café preto, ele murmurou um agradecimento de boca cheia e jogou a camiseta preta no ombro, em seus ombros e peitoral ainda havia algumas gotículas de água.
Quando ambos terminamos de comer Peter me obrigou a continuar sentada e lavou a louça em questão de poucos minutos, só então ele foi terminar de se arrumar e em 5 minutos já estávamos saindo do apartamento.
Peter desceu as escadas à minha frente e eu o segui paciente e empolgada, é a primeira vez que eu saio à procura de um emprego e a expectativa corre solta em minhas veias. Segurei a alça da minha bolsa com força e respirei fundo pela enésima vez, então senti meu celular vibrando e tocando a música Act My Age, da banda do meu irmão — e de mais quatro amigos (Louis, Harry, Niall e Zayn), que se chama One Direction —, rapidamente procurei o celular dentro da bolsa, enquanto passava pelo portão que Peter, gentilmente, abrira para mim, sorri em agradecimento para ele e levei o celular à orelha sem nem conferir quem ligava.
— Alô. — Murmurei seguindo Peter pela calçada, ele olhava para trás algumas vezes, para garantir que eu o seguia.
— Ei, Ava, então você está viva! Que alívio... — falou a voz conhecida de Niall, cheguei a sorrir ao ouvi-lo.
— Oi Nialler, como vai? Estou com saudades — falei docemente, lembrando que não o vejo há uma semana.
— Minha Girl Almighty¹ me abandonou, fora isso estou bem. E é bom saber que sente minha falta — dramatizou ele, fingindo estar magoado.
— Por aqui, querida — disse Peter, segurando minha mão e me puxando para entrar em uma rua arborizada e cheia de lojas, escutei Niall gaguejar no telefone.
— Quem está com você? — Ele perguntou depois de um segundo em silêncio.
— Peter, o meu companheiro de apartamento. Você vai adorar conhecê-lo — falei animada, mas Niall não se deixou contagiar por minha empolgação.
— Ah, o seu namorado? — Perguntou secamente, seu tom de voz soou indiferente e minha animação se esvaiu instantaneamente.
— Ele não é o meu namorado, Nialler, de onde você tirou essa ideia? — Resmunguei fechando os olhos momentaneamente e massageando minha têmpora esquerda, a mão de Peter apertou meu braço novamente e me guiou para o outro lado da rua.
— Bem que eu poderia ser, não é? — Brincou Peter, esboçando um sorriso encantador, sorri automaticamente, então me lembrei de Nialler e voltei a ficar séria.
— É, bem que ele poderia ser — imitou Niall, fazendo uma voz fina para imitar a de Peter, não que a voz dele fosse fina, mas Niall está obviamente irritado e eu não vou discutir por isso.
— Está com ciúmes, Niall? — Provoquei divertida, ele tossiu falsamente e riu desdenhoso.
— Ciúmes? Eu? Por favor, Ava... — balbuciou ele, então mudou de assunto sem me responder. — Conhece ele a quanto tempo?
— O bastante — murmurei docemente, Niall riu.
— Dois dias? Uma semana? — Divertiu-se ele.
— Hum... Dois dias... Mas ele é um cara legal — confessei, Peter passou o braço pelos meus ombros e me abraçou orgulhoso.
— Hum... Sei! — Murmurou ele, então ouvi mais alguém conversando com ele, ele dispensou a pessoa e voltou a falar comigo. — Ava, sei que o Liam vai me matar por isso, mas eu separei sua entrada para o show de abertura da turnê On The Road Again, posso contar com você lá?
— É claro que pode, amor. Pode me arranjar mais uma entrada?
— Vai levar esse cara? — Perguntou Niall, pelo tom de voz eu pude imaginar a sua cara de repulsa e acabei rindo.
— Sim, eu gostaria, se não tiver problema, claro — falei docemente, Niall suspirou resignado.
— Vou mandar duas entradas pelo correio, me passe seu endereço por mensagem depois.
— Obrigada Nialler, você é o melhor — falei animada, pude sentir ele sorrir.
— Vai ser na Austrália, vou ter que reservar passagem pra ele também? — perguntou Niall, sua voz voltou a ficar gélida.
— Seria muita gentileza da sua parte, querido — falei agradecida, ele tossiu, limpando a garganta.
— Vocês vão um dia depois da gente, junto com a minha família, a Gemma e a Lenna.
— Tudo bem, Nialler, dia 7 estaremos lá para prestigiá-los, já sabe que eu vou estar bem na frente do palco, não é? — Quase gritei, de tão empolgada, Peter me encarou intrigado, mas sorridente.
— Já até separei um crachá com o seu nome, para você poder ficar até em cima do palco, se quiser. Mas só você! — Avisou Niall, me fazendo rir. — O esquema será o mesmo.
— Tudo bem, meu querido irlandês, lá eu me viro para levar o Peter comigo — provoquei, ouvi Niall bufar.
— Se continuar com a gracinha eu pego de volta a entrada dele e ainda coloco uma foto dele na lista negra, para ele nunca entrar se quer em uma cidade em que nós faremos show — esbravejou Niall, eu tentei me segurar, mas logo comecei a gargalhar e Niall não resistiu, riu junto comigo.
— Tudo bem, Sr. Horan. Parei! Mas agora eu preciso desligar, preciso arrumar um emprego.
— Boa sorte, Ava! Amo você, tchau — despediu-se ele.
— Amo você também, Nialler — murmurei docemente e lhe mandei um beijo, então desliguei e guardei o celular na bolsa.
Peter me encarou por dois segundos, então sorriu e nós entramos em uma cafeteria do Starbucks, ele não disse palavra alguma, apenas me guiou até uma mesa vazia e nós nos sentamos de frente um para o outro. Só então ele abriu a boca e me dirigiu a primeira palavra desde que atendi o telefonema de Niall.
— Então, um amigo? — Perguntou ele, descansando os braços em cima da mesa e abrindo um sorrisinho singelo.
— Sim, um grande amigo — murmurei enquanto brincava com um pacotinho de açúcar.
— Você planejava ir a um show e me levar junto? Pelo menos foi o que eu entendi — ele riu e arrancou o pacotinho da minha mão, fazendo com que eu o encarasse.
— Sim, você está intimado, não convidado — alertei seriamente, ele riu —, a ir em um show de abertura de uma nova turnê. Eu estou o intimando a ir comigo nesse show — ele balançou a cabeça lentamente, me encarando, mas parecia divertido com a ideia.
— Tudo bem, uma ordem dada é uma ordem cumprida. Mas que show é esse? De que banda?
— On The Road Again Tour, da banda One Direction. Meu irmão é o Liam Payne e os outros integrantes são grandes amigos meus — expliquei rapidamente, os olhos dele se arregalaram.
— Sério? Vamos ao show da One Direction? Que legal! Eu vou com você, vai ser um prazer! — Concordou ele, impressionado.
— Ótimo, vai ser em Sydney, Austrália. No próximo sábado, dia 7, temos que pegar um avião até lá, para chegarmos a tempo do show à noite.
Então começamos a conversar sobre o show e sobre meu irmão, a banda, a minha vida e tudo o mais que ele ainda não sabia sobre mim. Passamos tanto tempo distraídos em conversas particulares que eu até havia esquecido o motivo de estarmos ali. Até um funcionário da cafeteria se aproximar e chamar Peter pelo nome, o que eu estranhei, primeiro: porque funcionário de nenhum Starbucks costuma atender as mesas, segundo: porque os britânicos não chamam ninguém pelo primeiro nome, a menos que seja um conhecido.
Peter levantou-se sorridente e abraçou o rapaz que o chamara, ele aparentava ser uns três ou quatro anos mais velho que Pete e se parecia um pouco com ele, como o branco dos olhos, talvez. Me levantei quando Peter trouxe o rapaz para mais perto da nossa mesa.
— Ava, esse é o meu irmão Charlie Bernardini. Charlie, esta é Ava... — apresentou-nos Peter, mas Charlie o interrompeu antes que ele continuasse.
— Sua namorada...? — Charlie perguntou mais do que afirmou e, com um sorriso galanteador, ele levou minha mão até a boca e a beijou. Percebi na hora que se tratava de um galã.
Lenna, Gemma e eu costumamos conhecer muitos homens quando saímos, portanto nós decidimos dividi-los em dois grupos: Galãs e Homens. Os galãs são o tipo de caras que são bonitos e adoráveis, mas que foram feitos para um lance de uma noite só, no máximo duas. Já os homens são o tipo de cara que podemos dar o número de celular e, com sorte, deixar até se tornar um possível namorado, esses são os mais raros.
E Charlie era um definitivo Galã. Já Peter... Ainda estava me decidindo se ele merecia ser o Homem, ou apenas um amigo.
— Não... Eu sou colega de apartamento dele, somos amigos — expliquei rapidamente, ao perceber que Peter não o faria.
— Ah, amiga... — falou Charlie, ele encarou Peter com um olhar zombeteiro e divertido, como se provocasse o irmão somente com o olhar. Eu sei bem como é isso, faço muito com o Liam.
— É, sim. Ava, Charlie é o gerente dessa filial — Peter fez um gesto indicando a Starbucks —, eu fiquei de vir falar com ele, pois ele conseguiu um emprego pra mim na semana passada, então eu achei que ele também poderia arranjar um pra você — explicou Peter e olhou em expectativa pro irmão, que sorriu largamente.
— Ah, mas é claro que sim. Nesse exato momento eu estou precisando de uma assistente. Acho que você vai se encaixar perfeitamente nesse papel, querida — falou Charlie, olhando diretamente para mim, com um sorriso lascivo nos lábios, percebi que Peter se empertigou e resmungou algo inaudível.
— Eu gostaria de saber mais a respeito — falei da forma mais profissional que consegui.
— Claro, claro. Me acompanhem até a minha sala e eu explicarei tudo.
Peter olhou de relance para mim e acenou com a cabeça sutilmente ao perceber que eu o encarava de forme indecisa, ele então seguiu o irmão e esticou a mão para mim, eu a segurei com força e acompanhei os dois.
Eu estava um pouco insegura em relação a Charlie, eu não gostaria de trabalhar com um galã, principalmente se antes mesmo de me contratar ele já está me olhando de forma diferente. Mas eu segui Peter obedientemente e nós entramos em uma sala de tamanho mediano, Charlie se sentou atrás de uma mesa de madeira muito bem organizada, Peter sentou-se em uma poltrona em frente à mesa e eu me sentei na poltrona ao lado dele, sem largar sua mão.
— Bom, pra começar, se não são namorados, por que todo o grude? — Perguntou Charlie, olhando diretamente para nossas mãos juntas, Peter apertou com mais força seus dedos nos meus.
— Não é da sua conta, agora vamos aos negócios — falou Peter, curto e grosso.
— Tudo bem. Ava, eu trabalho de segunda à sexta, das 9 da manhã às 5 da tarde, preciso de você nesses dias e nesse horário, tudo bem? — Charlie dirigiu seu olhar penetrante para mim, senti um calafrio percorrer minha espinha.
— Tudo bem, claro. Perfeito para mim. — Concordei imediatamente, feliz por ter o final de semana de folga.
— Ótimo, o salário nós podemos acertar em 800 libras por mês? — propôs Charlie e eu percebi que ele é bem profissional, então relaxei um pouco, o bastante para soltar a mão de Peter.
— Pete? O que acha? — perguntei virando-me para olhá-lo.
— 400 libras cobrem a sua parte no aluguel do apartamento, mais 100 das despesas mensais e tudo certo — falou Peter, demorando um pouco ao fazer as contas mentalmente.
— Que ótimo, ainda sobram 300 libras pra mim. Perfeito, sr. Bernardini — concordei olhando de volta para o irmão de Peter.
— Então fechado, você começa na próxima segunda, dia 9 de fevereiro, já que hoje é quinta — falou formalmente o meu novo chefe. — Mas você pode esquecer o senhor e me chamar de Charlie.
— Ótimo, vamos embora agora — decidiu Peter, já pondo-se de pé.
— Na segunda você traz os seus documentos e nós acertamos tudo — disse Charlie, eu assenti e me levantei também.
— Claro, chefinho — concordei contente, Charlie levantou-se e esticou a mão para mim, eu a apertei formalmente, Peter pegou minha mão e me arrastou para fora da sala sem ao menos se despedir do irmão.
Quando nós saímos da cafeteria e começamos a andar pela calçada eu puxei a mão de Peter e o fiz parar de andar e olhar para mim, ele sorriu.
— O que foi isso? — perguntei divertida.
— Ele me dá nos nervos, sempre que estou com uma garota ela automaticamente se torna um alvo para ele. Não quero que você seja o próximo alvo dele — ele explicou dando de ombros.
— Ah... — murmurei divertida, ele me encarou cético, mas logo começou a sorrir também. — Preciso encontrar minhas amigas, podemos ir ao Hyde Park? — perguntei quando ambos paramos de sorrir feito idiotas.
— Claro, vamos lá.
Enquanto fazíamos o longo trajeto até o Hyde Park eu mandei algumas mensagens para Lenna e Gemma, e Peter me guiava pelos caminhos, para que eu não fosse atropelada ou esbarrasse em algo ou alguém enquanto digitava no celular.
Quando enfim no sentamos em um banco de madeira, aonde eu havia marcado com as garotas, Peter tomou o celular da minha mão e olhou para a tela, lendo minha conversa enquanto eu agitava os braços tentando pegar meu celular de volta.
— Quieta, fique quietinha, moça — ordenou Pete, enquanto segurava meus pulsos com apenas uma mão e com a outra arrastava o dedo pela tela do meu celular, lendo toda a minha conversa com as garotas.
— Não tem nada demais aí — resmunguei enfim cedendo.
— "Esse tal Peter... Como ele é? Está te tratando bem?" — ele leu em voz alta, eu fechei meus olhos e escondi meu rosto em seu braço, ele riu. — Sim, creio eu que estou te tratando muito bem.
— É, eu também creio! — Concordei divertida e envergonhada pela preocupação de Lenna.
— Suas amigas não têm com que se preocupar, eu adoro você e não vou deixar nada de ruim te acontecer — ele falou docemente e largou meus pulsos para me abraçar, eu ri e o abracei também. É incrível como uma pessoa que eu conheci há um dia já pode ser tão importante pra mim.
— Obrigada Pete, você é demais — sussurrei comovida, ele beijou minha testa em resposta.
Esperamos cinco minutos até eu avistar as meninas correndo em nossa direção, literalmente, Gemma foi a primeira a chegar e estava tão ofegante que me senti cansada só de olhá-la. Mas a primeira a conseguir falar algo foi a Lenna.
— Liam está vindo — ela avisou quando recuperou fôlego suficiente.
— Como é que é? — gritei já me pondo de pé, Peter me imitou e levantou imediatamente, olhando para todos os lados.
— Com o Harry e o Niall, ele está furioso. Harry viu nossa conversa e mostrou pro Liam, então ele tá puto da vida por você estar morando com o namorado — explicou Gemma, ainda respirando com dificuldade. — Eu sinto muito, Ava, foi sem querer. Harry é muito enxerido.
— Tudo bem, Gem, não foi sua culpa — tranquilizei-a e revirei os olhos.
— Eles vão chegar a qualquer momento — alertou Lenna. — E se te virem com o Peter vai ser pior.
— Peter não tem nada haver com isso, ele me ajudou e graças a ele eu tenho um lugar para ficar — murmurei irritada, Peter se empertigou ao meu lado e fez uma careta contrariado.
— Dá licença, eu sou o suposto namorado, então eu tenho tudo haver com isso! — ele disse, Lenna balançou a cabeça, concordando com ele.
— Girl Almighty, que saudade de você — gritou uma voz conhecida, todos nós nos viramos na direção em que Niall vinha correndo, com Liam e Harry o seguindo de perto.
E, ao ver Niall, um gigantesco sorriso se espalhou pelo meu rosto. Depois de tanto tempo sem vê-lo, ter a visão dele correndo em minha direção foi extasiante, senti vontade de me jogar em seus braços e não soltá-lo tão cedo, e foi o que eu fiz.
Depois de me colocar no chão e beijar-me no rosto diversas vezes, Niall se afastou o suficiente para que eu visse Liam nos encarando, mas ele continuou com um braço protetor ao redor dos meus ombros.
— Então, esse é o cara? O seu namorado? — Liam perguntou apontando com a cabeça em direção a Peter, que continuava no mesmo lugar, sério e impassivo.
— Peter não é o meu namorado, ele é meu amigo e me ajudou quando todo mundo me virou as costas, porque ele não é um dos seus subordinados, Liam — esbravejei irritada, Niall ficou tenso ao meu lado e Harry abaixou a cabeça, tendo uma repentina vontade de admirar suas botas velhas.
— Eu queria que você crescesse, que parasse de ser tão irresponsável quanto a si mesma, quanto a sua própria vida. Você não entende? Estava acabando consigo mesmo, Ava. Você estava destruindo seu corpo, sua mente e todos ao seu redor — gritou Liam, aproximando-se um passo de mim, eu recuei um passo para longe dele e Niall se afastou, deixando que eu fugisse dele e de Liam.
— Não, eu estava vivendo, Liam, eu estava aproveitando a minha juventude e me divertido, qual o problema nisso? — revidei mais irritada ainda, ele esboçou um sorriso sínico.
— Você quase morreu duas vezes por não saber o seu limite, quando você bebe não sabe quando parar e acaba se prejudicando. Por mim tudo bem você sair pra dançar, pra se divertir com as suas amigas, mas beber a ponto de ficar internada em coma alcoólico, a ponto de morrer? Eu não queria perder você, Ava, e a única opção que eu tinha era te fazer crescer, mesmo à força — contou Liam, aproximando-se mais de mim, eu o deixei se aproximar dessa vez, pois minha raiva borbulhava e eu estava quase transbordando.
— Você não queria me perder? — gritei cética e irritada. — Pois, que pena, Payne. Você já me perdeu — gritei chegando mais perto dele e cutucando seu peito de forma acusadora. — Você. Já. Me. Perdeu.
— Você me perdeu no instante em que me colocou na rua e no instante em que colocou meus pais e meus amigos contra mim. Você me perdeu e eu não tenho o menor sentimento por você, a não ser o de ódio, me entendeu? Agora me deixa em paz, você não tem mais o direito de se preocupar comigo! — gritei e o empurrei para longe de mim, Harry e Niall o agarraram antes que ele caísse no chão, eu continuei o encarando furiosa.
— Ava, por favor... — apelou Liam, olhando-me tristemente e esticando as mãos em minha direção, eu me afastei.
— Não me toque, não! Eu não quero mais olhar na sua cara, você me deixou na rua, Liam, eu fiquei sem saber o que fazer, eu fiquei sem rumo. Poderia ter acontecido todos os tipos de atrocidades comigo e você não se importou, apenas virou as costas e fechou a porta na minha cara, como se eu fosse um animal de rua.
— Vocês já brigaram por coisa pior, vamos lá, não é pra tanto, Ava — murmurou Harry, Niall esticou a mão, indicando para que ele parasse de falar, mas ele o ignorou. — Fala sério, vocês já puxaram faca um para o outro e agora estão de frescura?
— Cala a boca, Harry, não se mete. Isso não é problema seu! — gritei em direção a ele, mas sem desviar os olhos de Liam.
— Quieto, Harry — falou Gemma, em um tom de aviso, ele revirou as olhos e sabiamente fechou a boca.
— Conversa comigo? Podemos resolver isso, não é? Eu fiquei irritado pra cacete por ter que ir ao hospital de novo por sua causa e também fiquei com medo, com muito medo que daquela vez eu poderia sair de lá sem você. Então eu fiz a primeira coisa que me passou pela cabeça, mas eu planejava te ligar, te trazer de volta ontem mesmo, até eu saber que você estava na casa desse cara — explicou Liam em um tom de súplica, ele se aproximou lentamente e eu permiti.
— Eu não vou voltar pra casa, eu fiquei muito magoada com você, você sabe que eu não gosto de ser expulsa de nenhum lugar, muito menos da minha própria casa — falei, um pouco menos irritada, ele assentiu.
— Eu sei, eu sei, me desculpe, Ava.
¹- Girl Almighty significa Garota Toda-Poderosa, mas eu achei muito gay o Niall chamar a Ava assim, então usarei o nome em inglês, que tanto pode significar isso quanto Garota Onipotente, que quer dizer a mesma coisa.
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Continua florzinha por favor
ResponderExcluircomtinua amoree s2
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