segunda-feira, 30 de outubro de 2017

"Amor igual ao teu
Eu nunca mais terei
Amor que eu nunca vi igual
Que eu nunca mais verei..."
– Onde Você Mora? (Cidade Negra)



— Olá, querida. Se sente bem?  ela perguntou e me ajudou a ajeitar o bebê nos braços, Zayn se afastou um pouco mas ficou assistindo com os olhos marejados.
— Sim, até que sim — sussurrei, me concentrando nos traços delicados de Oline, a minha garotinha parecia muito com o pai, desde os cabelos negros até os lábios finos. Oline abriu os olhos e eu respirei fundo, não era a cópia perfeita de Zayn afinal, tinha os meus olhos azuis, ainda um pouco escurecidos mas ficariam azuis iguais aos meus.
— Ela tem o seus olhos, querida — disse Suzan e eu sorri. — Na verdade, os dois têm.
— Declan também?  perguntou Zayn sentando-se ao meu lado para ver Oline de perto.
— Sim, ainda é cedo, mas pela tonalidade eu percebo que vão ter os olhos azuis cristalinos — ela sorriu e pegou Declan do outro berço. — Aqui, senhor, pode segurá-lo — ela colocou Declan nos braços de Zayn e nós seguramos os dois lado a lado.

Declan dormia tranquilamente, era lindo, os cabelos ralos eram loiros e ele tinha as bochechas coradas. Oline estava acordada, deslizando os imensos olhos claros ao redor e balançando agitadamente os braços e a cabeça, as perninhas estavam presas pelo casulo feito com a manta.
A enfermeira Suzan me ensinou as técnicas básicas para amamentar e eu treinei com Oline enquanto Declan dormia nos braços de Zayn. Depois de me ajudar ela nos deixou a sós e James e Anne se aproximaram para conhecer os gêmeos.


♂♀♂♀

Passamos três dias no hospital e eu já me sentia muito bem quando sai de lá, parto normal é realmente muito mais fácil de lidar, eu não saberia como cuidaria dos meus dois bebês se estivesse com pontos na minha barriga. Zayn não desgrudou da gente, ele colocou o bar sob total cuidado de Jack, o gerente e amigo dele, e desde então não tira os olhos dos bebês e de mim. Sua família chegou há dois dias e estão hospedados em um hotel perto da nossa casa, já que o quarto vago que havia em nossa casa foi redecorado para os bebês.
Zayn e eu decidimos chegar em casa sozinhos, sem recepções das nossas famílias, para curtir os nossos bebês um pouco antes das visitas começarem a aparecer para conhecer os gêmeos. Zayn estacionou o carro em frente a nossa garagem e nós dois saímos para pegar os bebês nas cadeirinhas no banco traseiro, Declan e Oline dormiam tranquilamente e só acordaram quando já estávamos dentro de casa, seguindo para o quarto deles.
quarto ficou adorável, Zayn e eu terminamos ele faltando apenas uma semana para a chegada dos gêmeos e nós conseguimos deixar o lugar bem aconchegante e bonito. O quarto tem duas janelas que dão para o quintal, onde Hades geralmente fica, e a luz do sol entra por ali e ilumina o quarto durante todo o dia.
Falando em Hades, estou morrendo de saudade daquele filhotinho arteiro, ele está na casa de Liam durante alguns dias até que nos acostumemos com os bebês e possamos trazê-lo de volta para casa, mas não vou demorar para implorar que Zayn vá buscá-lo, pois me parte o coração ficar longe daquele bagunceiro.
Zayn e eu colocamos os dois bebês confortos em cima das poltronas brancas junto à parede, Declan e Oline dormiam profundamente, se assustando ocasionalmente quando ouviam algum barulho mais alto, fui até ao guarda-roupas e peguei dois pares de luvinhas para colocar nos bebês, minha avó costumava dizer que quando as mãozinhas estão cobertas os bebês se assustam menos. Entreguei as luvinhas rosas para Zayn vesti-las em Oline e coloquei as azuis em Declan, que abria os olhinhos vez ou outra por reflexo.
Deixamos os dois dormindo nos berços e fomos para a cozinha preparar algo para comermos, Zayn colocou a babá eletrônica no balcão da cozinha e começou a cozinhar para a gente, enquanto eu me sentei e o admirei cantarolar pela cozinha.
Durante o almoço eu me revesei para amamentar Oline e Declan, depois do almoço Zayn e eu trocamos as fraldas e quando eles voltaram a dormir nós dois nos deitamos em nossa cama e conversamos baixinho, meio cochilando e nos abraçando no momento de calmaria.


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Correndo de um cômodo a outro com a babá eletrônica em meu bolso, eu limpei as estantes, tirei o pó, arrumei as almofadas do sofá e estava enlouquecendo, orando baixinho para que nem Declan e nem Oline acordassem antes que eu conseguisse arrumar a casa. Hoje faz exatamente 5 meses que os gêmeos nasceram e os padrinhos deles, James e Anne, inventaram de fazer uma festinha para comemorar, o que significa que eu tenho que deixar a casa pronta para os amigos mais chegados, enquanto Zayn está no bar, James foi buscar o bolo na confeitaria e Anne está no meu quarto terminando um cartaz decorado com os nomes dos bebês.
Coloquei a última travessa de bolinhas de queijo na mesa e respirei fundo, agora só falta a decoração de Anne, o bolo que James foi buscar e os convidados chegarem, conferi a babá eletrônica de perto e ouvi o maravilhoso silêncio. Eu amo os meus bebês, amo mais do que a mim mesma, mas é tão maravilhoso quando eles estão dormindo.
Os primeiros meses com os gêmeos foi completamente aterrador, Zayn e eu se quer saíamos de casa, tudo se resumia a fraldas, vômitos, mamadeiras e choros. Tivemos péssimas noites de sono nos primeiros três meses e Zayn praticamente entregou o bar de bandeja nas mãos de Jack, ele e eu nos entregamos completamente à tarefa de sermos pais e fizemos um bom trabalho, agora estamos em um momento mais estável e está mais fácil conciliar os afazeres de casa com a tarefa de ser mãe de gêmeos, tanto que Zayn já voltou a trabalhar no bar durante o dia.

— Tudo bem, querida. Já acabou, agora você pode ir tomar um belo banho e se aprontar enquanto eu termino a decoração, depois podemos cuidar de Declan e Oline, vá, vá! — ordenou Anne, me empurrando em direção ao quarto, não resisti, estava mesmo precisando de um banho.

Tive o cuidado de colocar a babá eletrônica no banheiro, ultimamente ela tem sido a minha grande companheira, a carrego para todos os lados. Na metade do banho eu ouvi o chorinho de Oline, sei distinguir bem o choro dos dois, logo a voz de Anne também soou pelo aparelho e eu consegui relaxar e terminar o banho.
Depois de me vestir eu entrei no quarto dos bebês e encontrei Anne brincando com Declan e Oline na cama que Zayn e eu colocamos no quarto. Além dos dois berços nós colocamos uma cama para trocarmos os bebês, já que ter dois trocadores é exagero.

— Escolha! — gritou Anne animadamente, ela se afastou da cama e eu vi os meus bebês pelados, vestindo apenas fraldas e chapéus longos e listrados, estavam muito fofinhos.
— Como assim escolher? — perguntei confusa e ela me mostrou um chapéu de flores e uma gravata.
— Os chapéus gêmeos ou chapéu de flores e gravata?  ela perguntou e então tirou os chapéus listrados para colocar o chapéu de flores na Oline e a gravata em Declan, ficaram adoráveis.



— Os chapéus listrados ficaram mais bonitos — falei já me deitando ao lado dos bebês na cama e beijando os dois e fazendo cócegas, eles começaram a rir mostrando a gengiva banguela.
— Onde estão os meus anjinhos? — ouvimos a voz grossa de Zayn na sala, Oline arregalou os olhinhos e começou a se agitar, ela adora tanto o pai, Declan também, mas Oline é muito apegada a Zayn.
— No quarto, querido — gritei em resposta, Anne pegou Declan no colo e começou a balançá-lo fazendo barulho de avião.
— Que coisa mais fofa — disse Zayn quando viu os dois com os chapéus listrados. — Oi meu garotinho — Zayn beijou Declan e se deitou ao meu lado, o beijei nos lábios e ele sorriu e pegou Oline nos braços, erguendo-a acima da cabeça e fazendo-a rir.
— Já está tudo pronto, só falta você se arrumar e o James chegar — disse Anne a Zayn.
— Ah, sim. Então vou tomar um banho, fica com a mamãe, princesa — ele disse a Oline e então colocou ela deitada de bruços em cima da minha barriga.

Zayn entrou no banheiro e Anne e eu levamos os gêmeos para o quintal, onde a festa já estava organizada, colocamos Declan e Oline nas cadeirinhas de bebês Jolly Jumper e demos a eles alguns brinquedos que fazem barulho para distraí-los.
O tempo estava delicioso, o sol se escondia atrás de algumas nuvens e o vento refrescava o quintal, não havia previsão de chuva e estava um domingo perfeito, a minha família viria e os amigos mais próximos também, Zayn com certeza faria uma chamada de vídeo com a família dele que está no Havaí e então a comemoração ficará completa.
Enquanto os gêmeos pulavam e brincavam Anne e eu pegamos as comidas que estavam na sala e as colocamos na mesa que estava no quintal, ela pendurou o cartaz que fez e nós colocamos algumas bexigas ao redor do cartaz. Zayn se juntou a nós assim que terminamos, estava lindo usando uma calça jeans escura e uma camisa preta do Arctic Monkeys, ele cheirava a sabonete e ao perfume 212 para homens da Carolina Herrera, não resisti e grudei nele, cheirando-o e beijando-o no pescoço, o que o fez rir.
Não demorou para James chegar com o lindo bolo quadrado divido ao meio, de um lado lilás escrito o nome de Oline e do outro lado em verde estava escrito o nome de Declan, o bolo ficou maravilhoso e eu tive que conter o impulso de meter o dedo nele.



A festa estava ótima, os gêmeos estavam passando de colo em colo quando na verdade só queriam ficar pulando para cima e para baixo nas cadeiras e ouvindo os sons que saíam do tapetinho musical deles, mas tamanha atenção os deixaram agitados e até mesmo risonhos, principalmente quando alguém enfiou um pirulito de chocolate em cada mão gorduchinha e rosada. Rezei para Hayley não vê-los comendo chocolate, ela enlouqueceria pois chocolate na maioria das vezes dá cólica em Declan, fiz vista grossa porque ele parecia muito feliz em comer aquilo, mas na minha mente já estava planejando em colocar algumas gotinhas de remédio em sua língua antes que chegasse a madrugada e ele nos enlouquecesse chorando de dor.
Peguei duas latinhas de cerveja no freezer e voltei para o quintal, me juntei à Harry e Liam e entreguei uma latinha para cada. Olhei ao redor e vi Louis grudado em Hayley, ignorei a pontada de ciúme que sentia naturalmente ao vê-la perto de qualquer cara, principalmente os seus exs, e relaxei, afinal ele estava distraindo-a do chocolate que Declan babava vorazmente.

— Ela está maravilhosa — disse Harry e eu voltei minha atenção para ele.
— O que disse? — perguntei, Harry repetiu e Liam assentiu com a cabeça.
— Está incrível — ele concordou.
— Por acaso vocês estão falando da minha mulher? — perguntei seriamente, eles riram.
— De quem mais seria? — debochou Harry.
— Sim, ela está incrível, ela é incrível  rendi-me por fim, afinal era a verdade e Hayley estava realmente impressionante naquele vestido, ou sem ele, de qualquer jeito para ser sincero.
— Vocês estão se saindo muito bem com tudo isso — disse Liam e eu assenti mais uma vez.
— É, está sendo uma experiência fantástica, estou surpreso com tudo, pra falar a verdade, mas estou me acostumando.
— Mais surpresos ainda estamos nós, ninguém imaginava que Hayley ia se quer assumir o relacionamento com alguém, imagine se casar e ter filhos. Isso é meio surreal  murmurou Harry.
— Pois é, ainda mais comigo, eu adoro isso  falei sorrindo, os dois reviraram os olhos e eu me senti mais vitorioso ainda.
— No entanto, apesar de não aceitarmos, ficou muito óbvio que ela ficaria com ele depois do acidente no antigo bar — disse Liam e Harry concordou. Me senti estranho de repente, relembrar os dias sombrios é sempre difícil para mim e para Hayley, por isso evitamos tocar no assunto, mas na verdade foram esses dias que fizeram Hayley enxergar que eu era o cara certo para ela.
— Enfim, apesar de amargurados, estamos muito felizes por vocês, cara — disse Harry e deu tapinhas em meu ombro, sorri e balancei a cabeça.
— Eu sei, obrigado. Só não consigo controlar muito bem o ciúme quando vejo-os tão perto dela, acho que é normal, devido ao nosso histórico — falei indicando Louis e Hayley rindo, eles olharam e concordaram.
— Imagino, também me sentiria assim no seu lugar — disse Liam.

Depois de mais felicitações vindas dos meus dois exs-concorrentes, eu os deixei conversando e dei uma circulada pela festa, cumprimentei amigos, alguns familiares de Hayley, tirei sorrateiramente os pirulitos das mãos dos meus filhos e então posei ao lado da minha esposa. Foi inevitável não me sentir o maior cara do mundo quando ela abriu aquele imenso sorriso e me abraçou, fiquei até envergonhado por sentir ciúmes dela com Louis. Mas ele ficou vermelho quando eu cheguei, provavelmente eu deveria sentir ciúme dele, mas naquele momento eu só queria beijar a minha mulher e deixá-la me cheirar, porque sentir ela enfiando o nariz em meu pescoço é gostoso demais e não há melhor sensação no mundo.
Aproveitando que Louis se afastara para nos dar privacidade, eu aproximei minha boca do ouvido de Hayley e mordi suavemente o lóbulo de sua orelha, ela riu.

— Vamos fugir, rapidinho. Anne pode tomar conta de tudo — sussurrei em seu ouvido, ela fechou os olhos e deitou a cabeça em meu ombro.
— Vamos, por favor!

Pedimos a Anne e James para ficarem de olho na festa e nos gêmeos e então fugimos para dentro de casa, desviamos de algumas pessoas e então nos trancamos no banheiro principal. Podíamos ouvir a agitação do lado de fora e a adrenalina corria por minhas veias, era excitante demais saber que havia umas cinquenta pessoas ali fora e nós dois estávamos nos beijando no banheiro, podendo ser pegos no flagra a qualquer momento.
Peguei Hayley no colo e a sentei na pia de mármore branco, me encaixei entre suas pernas e mordisquei a pele macia e cheirosa de sua clavícula, lentamente corri os dedos por seus braços, tirando o cardigan que ela usava e deixando seus braços livres. 
Eu queria beijá-la em todos os lugares possíveis, mas em um momento mais apropriado poderíamos fazer isso, agora precisávamos ser rápidos. Deslizei minhas mãos por suas coxas e subi o seu vestido lentamente, revelando a pele aveludada por baixo dele, ela mordiscou o meu lábio e sorriu.


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Subi seu vestido até o busto, deixando-a seminua da cintura para baixo, puxei-a para a ponta da pia e pressionei a minha virilha contra a dela, mostrando-lhe o quando eu ansiava por estar dentro dela.

— Vamos, Zayn. Precisamos voltar! — ela sussurrou enquanto arrancava a minha camisa pela cabeça, ri e abri o zíper da minha calça.

Abaixei a minha calça junto com a cueca e Hayley sorriu ao ver meu membro, é sempre muito satisfatório ver sua reação quando estou nu, dá vontade de jogá-la na cama e fingir que não existe mais nada no mundo além de nós dois.
Voltei a beijar o pescoço de Hayley e delicadamente puxei a sua calcinha vermelha para o lado, lentamente encaixei o meu membro em sua vagina e ela arfou quando a penetrei de vagar, Hayley entrelaçou as pernas ao meu redor e inclinou o quadril, me recebendo melhor.
A empolgação do lado de fora do banheiro só me deixou mais animado, apoiei minhas mãos na parede e mexi o quadril com força, Hayley mordia os lábios e tentava se controlar para não gemer alto, enquanto mantinha as duas mãos em minha boca, tentando me calar.
Senti-a se comprimir ao meu redor e gozei bem no momento em que batidas fortes açoitaram a porta, Hayley respirou fundo pausadamente para se recuperar e eu gritei alguma coisa sobre estar ocupado, apoiei meu corpo no dela e fechei os olhos por alguns segundos.

— Isso foi muito gostoso — ela sussurrou em meu ouvido e eu ri.
— Sim, acho que preciso descansar os olhos um pouco, será se Oline não quer tirar um cochilo?  perguntei e ela sorriu.
— Acho que não, entupiram a nossa garotinha de doces, acho que nem ela e nem Declan dormirão por no mínimo três meses!  ela suspirou e eu ergui a cabeça para encontrar os seus lindos olhos azuis, os mesmos que agora embelezavam os rostinhos de nossos filhos. 
— É melhor separar o remédio de cólica, então — brinquei, ela assentiu e me beijou castamente nos lábios.
— Com certeza, querido — ela concordou e ouvimos mais batidas na porta.
— Já vai!! — gritei impaciente.

Hayley e eu nos vestimos novamente e nos ajeitamos para tentar parecermos inocentes, mas os olhares que recebemos de Anne e James nos denunciavam completamente, eles sabiam bem o que estávamos fazendo e o primo de Hayley, que estava quebrando a porta do banheiro, nos olhou da mesma forma quando saímos do vestíbulo.
Trocando sorrisos cúmplices, Hayley e eu pegamos nossos filhos nos braços e os levamos para perto do bolo para cantarmos parabéns e fingir que eles comeriam aquele bolo. 
Por isso eu queria fazer festa apenas com um ano, aí eles poderiam ao menos provar o bolo e não apenas sujar os lábios com um pouquinho de glacê.




sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"Te levo comigo não importa aonde for
E quando eu não viajar
Só vou cuidar de você e do fruto do nosso amor..."
– Sensação (1Kilo)




♂♀♂♀

Dez minutos.
Ouço o gemido doloroso de Hayley e meu corpo inteiro fica gelado, quando ela abre os olhos e respira fundo eu aperto o cronômetro e os números começam a rodar novamente.

— Quanto? — ela pergunta ofegante e eu coloco a alça da gigante bolsa de bebê no ombro. Dentro da bolsa há muitas roupinhas, fraldas e mantas para Declan e Oline, por incrível que pareça a bolsa pesa.
— 10 minutos, acho que devemos ir agora — falei e sequei uma gota de suor que escorria pela minha bochecha. Peguei uma mochila azul que tinha roupas para Hayley e a coloquei no meu outro ombro.
— Droga, droga, droga! — ela soltou um gritinho sofrido e agarrou a minha mão, deixei que ela a esmagasse e não reclamei, pois sabia que a dor que ela estava sentindo era muito mais forte do que a dor que estava me causando. Parei o cronômetro marcando 7 minutos.
— Nós definitivamente precisamos ir agora, ou teremos nossos bebês no carro — falei nervoso e ela assentiu, ainda de olhos fechados e respirando fundo.

Quando acomodei Hayley no banco de passageiro e me sentei atrás do volante eu conectei o telefone no viva-voz do carro e liguei para James, ele já estava saindo de casa junto com Anne.

— Aonde vocês estão? Estamos entrando no carro agora — disse James e ouvi a porta do carro batendo. Dei a ré no carro e saí da garagem.
— Meu Deus, Ley — murmurei quando ela agarrou a minha mão novamente e apertou forte demais para uma mulher tão pequena. — James, estamos quase no hospital! — falei em meio a um ganido de dor.
— Encontramos vocês na entrada, irmão — disse James e desligou em seguida.

James e Anne estavam há semanas a postos para qualquer sinal do nascimento dos bebês, mas os pais de Hayley voltaram para casa há dois dias, eles acharam que não corriam perigo dos bebês nasceram antes do tempo e tiveram o azar de Declan e Oline quererem vir ao mundo duas semanas antes do previsto. Meus pais, por sua vez, não correram o risco, embarcaram hoje à tarde para vir passar uma semana conosco, eles devem chegar pela manhã e, espero, que Declan e Oline já tenham nascido até lá.
Parei o carro na porta de entrada do hospital bem na hora que Hayley se recuperava de mais uma forte contração, James estava parado na porta e correu até o carro quando eu abri a porta e saí.

— Estaciona pra mim? — perguntei aflito, ele assentiu e se sentou no banco que eu acabara de sair.

Abri a porta de trás e peguei as bolsas, em seguida corri até Hayley e a ajudei a sair do carro. Anne e um enfermeiro empurraram uma cadeira de rodas até a gente e eu ajudei Hayley a se sentar, ela gritou mais uma vez e cravou as unhas em meu ombro, me ajoelhei em frente a ela e fechei os olhos para tentar esconder as lágrimas de dor que os encheram.

— Tudo bem, amor. Vai ficar tudo bem — sussurrei sentindo suas unhas grandes cortarem minha pele, Anne e o enfermeiro me olharam com piedade.
— Puta que o pariu — gritou Hayley. — Zayn, nunca mais teremos filhos, só quando homens puderem parir! — ela berrou e eu comecei a rir.
— Não precisamos pensar nisso, temos duas crianças para cuidar pelos próximos 50 anos, amor — murmurei e lhe dei um beijo demorado antes do enfermeiro começar a empurrar a cadeira.

O enfermeiro levou Hayley e me deixou para preencher a ficha dela, Anne escreveu tudo pra mim, pois minhas mãos tremiam demais para segurar a caneta. Logo James se juntou a nós e começou a fazer telefonemas para avisar a todos os principais, inclusive os pais deles, que entraram no carro na mesma hora para voltar para Londres.
Depois de terminar a ficha de Hayley, eu procurei uma enfermeira para me levar até a minha mulher e a encontrei já com a roupa de hospital e um tubo de gás anestésico. Assim que fechei a porta do quarto atrás de mim ela enfiou o tubo na boca e começou a aspirar enquanto fechava os olhos com força e gemia de dor, corri para o seu lado e ofereci a minha mão para que ela apertasse à vontade.
A enfermeira andava pelo quarto e falava conosco, mas nem Hayley e nem eu ouvíamos o que ela dizia, estávamos completamente absortos em nossas dores.
O acontecimento todo se passou como um borrão em minha mente, eu via a doutora Grier e os enfermeiros e eu sabia que eles falavam comigo e com Hayley, mas eu só tinha olhos para Hayley vermelha e suada, gritando de dor e chorando agarrada a mim. Nunca me senti tão incompetente em toda a minha vida, eu queria segurá-la e sentir a dor por ela, queria que ela apenas descansasse e não me olhasse daquele jeito tão sofrido, aquilo partia o meu coração.
Mas quando o primeiro soneto fino de um choro adentrou meu ouvidos, eu saí do transe e olhei ao redor confuso e muito, muito curioso. Hayley também ouvira e isso a fizera parar de gritar, ela agora também procurava de onde vinha o choro baixinho. 

— E seja bem-vindo ao mundo, Declan — disse a doutora Grier com um sorriso gigantesco e levantando o pequeno bebê todo sujo e com um choro baixinho saindo de seus lábios abertos, fiquei hipnotizado olhando-o.
— Declan — sussurrou Hayley, um sorriso maravilhado tomou seus lábios quando a doutora colocou o pequeno bebê do tamanho do meu antebraço em cima da barriga de Hayley e tanto eu quanto ela o seguramos.

Declan parou de chorar, seus olhinhos estavam fechados e ele se mexia com a cabecinha pequena em cima dos seios de Hayley, passei minha mão pelos cabelos ralos dele e senti as lágrimas umedecerem o meu rosto. Era o meu filho. Meu Deus, aquela pessoinha pequena e rosada era o meu filho. Seus cabelos eram loiros, como o de Hayley, e eu percebi na hora que ele era a cópia da minha esposa, desde os cabelos até o formato do nariz e dos lábios, ele era a versão masculina e recém-nascida dela. 
O meu amor por ele, que já era absurdo, aumentou mais ainda.
A enfermeira de antes trouxe uma manta branca e colocou em cima da Declan, então Hayley voltou a sentir contrações, ela gemeu e por reflexo eu tirei Declan de seu colo e o segurei em meus braços. Ele era tão pequeno, tão delicado, o medo de quebrá-lo me tomou e eu o segurei mais firme, com as minhas grandes mãos tomando suas costas inteira e sua bundinha pequena.
A doutora Grier voltou a gritar incentivos para Hayley e a enfermeira veio até mim para pegar Declan, eu não queria largá-lo, não queria dá-lo para ela, mas eu sabia que devia, então eu o fiz. Meus braços ficaram frios quando ela o tirou de mim, mas logo me recompus e ofereci a minha mão para Hayley, que agarrou com força e gritou alto em meio a uma contração aterradora.
Então, três minutos depois que Declan veio ao mundo, Oline nos presenteou com seu choro fino e alto, totalmente o oposto de Declan, que choramingava baixinho.
Novamente a doutora Grier colocou o pequeno bebê no colo de Hayley, que mesmo sem forças abraçou a filha e sorriu, abracei as minhas meninas e beijei a testa de Hayley.

— Foi incrível, você foi perfeita, amor — sussurrei em seu ouvido, coloquei minha mão delicadamente em Oline e Hayley respirou ofegante. — Agora você pode descansar, querida.
— Meus bebês — ela sussurrou e eu vi seus olhos azuis cheios de lágrimas, não me contive, lágrimas de orgulho e amor encheram os meus olhos.
— Eles são perfeitos — tranquilizei-a e ela abaixou a cabeça para beijar a cabecinha suja de placenta e sangue de Oline.

A enfermeira pegou Oline para limpá-la e então trouxe os dois para que Hayley os visse. Eram opostos, Oline tinha os cabelos espessos e negros, o nariz fino e os lábios delineados e cheios como os meus. Declan tinha os cabelos loiros e os traços de Hayley. Ambos já estavam bem enroladinhos nas mantas brancas e dormiam quando a enfermeira colocou os dois nos braços de Hayley, eu a ajudei a segurá-los e ficamos observando os nossos bebês, eram perfeitos, lindos.
Percebi os olhos de Hayley pesarem e a enfermeira achou melhor deixá-la descansar, peguei Oline nos braços e a enfermeira segurou Declan. Dei um selinho demorado nos lábios de Hayley e a pedi para dormir um pouco, muito relutante ela concordou e eu acompanhei a enfermeira para colocar a minha menininha no berço de vidro ao lado do irmão.
Ajeitei os dois lado a lado e arrumei as mantas, saquei o meu celular e tirei a primeira foto dos meus filhos, em seguida a enfermeira os levou para banhá-los e colocar as pulseirinhas com os nomes deles.



Depois de agradecer e me despedir da doutora Grier, eu me sentei ao lado de Hayley na cama e vigiei o seu sono, acariciei seus cabelos presos e sussurrei uma música calma para lhe trazer sonhos bons.
Depois de um tempo a enfermeira voltou com mais um enfermeiro para transferir Hayley para o quarto particular, eu fui dispensado e então fui dar as notícias para James e Anne. Ao chegar na sala de espera encontrei uma multidão. Então abri um gigantesco sorriso e recebi todas as congratulações de Harry, Liam, Louis, Niall, James, Anne, Jack — que me explicou que deixou o bar sob os cuidados de Jerry, um funcionário —, Ashley, Gemma e ainda os pais de James pelo o telefone.
Me sentei em uma das poltronas desconfortáveis e mostrei a foto dos meus filhos para todo mundo, foi uma comoção geral e eu me senti incrivelmente orgulhoso por ter ajudado a trazer esses dois lindos anjinhos ao mundo.



Acordei com barulho de vozes. Eu estava em uma cama um pouco mais confortável e o quarto particular era espaçoso e estava lotado de pessoas, alguém deve ter subornado os enfermeiros para permitirem a entrada de tanta gente.
Zayn estava deitado ao meu lado e seus dedos estavam entrelaçados aos meus, mas ele estava distraído em uma conversa com Harry. Apertei seus dedos e ele olhou imediatamente para mim.

— Amor! — ele falou docemente e se inclinou para me beijar.
— Oi, querido — sussurrei e sorri. — E os nossos bebês?
— Eles chegarão daqui a pouco. Você precisa vê-los, são lindos, Declan é a sua cara e Oline é a minha cópia — ele tagarelou empolgado e eu não contive uma risada.
— Ah, preciso vê-los — choraminguei e ele riu.
— Declan nasceu às 8:45 da noite, com 2,8 quilos e 45 centímetros. Oline nasceu às 8:48, com 2,6 quilos e 44 centímetros. São dois ratinhos, pequenininhos e perfeitos, amor. A Dra. Grier já disse que eles são perfeitamente saudáveis, apesar de pequeninos — contou Zayn e meus olhos marejaram. Ele me mostrou a primeira foto dos dois e mais uma que James tirou deles no berçário, são lindos.



— Ah, Deus. Preciso vê-los — choraminguei novamente e Zayn riu.

Zayn liberou a aproximação e eu então fui cumprimentada e parabenizada por todas as pessoas queridas que estavam ali no quarto. Depois de alguns minutos Zayn e James expulsaram todos, ficando apenas Zayn, James, Anne e eu no quarto. Respirei aliviada e bebi um gole de água que Zayn me deu.
Anne saiu do quarto para procurar a enfermeira que cuida de mim e pedi-la para trazer Declan e Oline para que eu os veja, enquanto isso fiquei admirando as fotos no celular de Zayn.
Não demorou para que Anne entrasse no quarto e mantivesse a porta aberta para que duas enfermeiras empurrassem dois berços de vidro com dois pequeninos bebês dentro, meu coração acelerou e eu não consegui esconder o imenso sorriso.
Zayn me ajudou a sentar na cama e a enfermeira Suzan, que cuidou de mim desde que cheguei ao hospital, se aproximou com um dos bebês nos braços, confesso que eu não sabia qual era, mas o segurei com todo o cuidado do mundo.

— Olá, querida. Se sente bem? — ela perguntou e me ajudou a ajeitar o bebê nos braços, Zayn se afastou um pouco mas ficou assistindo com os olhos marejados.
— Sim, até que sim — sussurrei, me concentrando nos traços delicados de Oline, a minha garotinha parecia muito com o pai, desde os cabelos negros até os lábios finos. Oline abriu os olhos e eu respirei fundo, não era a cópia perfeita de Zayn afinal, tinha os meus olhos azuis, ainda um pouco escurecidos mas ficariam azuis iguais aos meus.




domingo, 8 de outubro de 2017

"Eu, você, dois filhos e um cachorro
Um edredom, um filme bom no frio de agosto
E aí, cê topa?"
– Cê Topa? (Luan Santana)



— Que ótimo, é o que eu mais quero na vida, que sejamos muito felizes juntos, amor - ele disse. — "Take my hand, take my whole life too, for I can't help falling in love with you..." — ele cantou e se levantou me levando junto, começados a dançar lentamente no meio da sala enquanto ele cantava a nossa música de casamento.
— "Like a river flows, surely to the sea. Darling, so it goes. Some things are meant to be..." — cantei junto com ele e nós valsamos lentamente no mesmo lugar, dois passos de cada vez, abraçados e com os rostos colados, seu cheiro era muito bom.

♂♀♂♀

Depois das oito semanas de gravidez a minha barriga começou a querer apostar corrida com o Hades, não sei quem crescia mais rápido, se era o filhotinho de labrador que Zayn me deu de presente de casamento, ou o bebê em minha barriga.
Então, quando eu já estava com 16 semanas e uma barriga gigante, Zayn e eu fomos ao consultório médico da Dra. Grier com o desejo de saber o sexo do bebê. Quando eu digo gigante, é porque todo mundo me diz que a minha barriga está grande demais para estar só de 4 meses e isso está começando a me assustar, já conversei com a doutora mas ela me garantiu que isso vai de mulher para mulher.
Enfim, faremos o ultrassom para descobri o sexo do bebê hoje mas só saberemos o resultado daqui a dois dias, no chá de bebê que Anne e James estão planejando para revelar o sexo do bebê. Zayn está empolgadíssimo, já convidou todos os amigos que frequentam o bar novo dele, que a propósito é um sucesso, e ele já planejou uma equipe de filmagem para gravar o chá de bebê para mandar para sua família no Havaí, ele está levando a sério o lance de ser pai e eu estou adorando cada maravilhoso minuto, exceto quando estou com a cara no vaso sanitário.
Chegando ao consultório nós dois cumprimentados a Dra. Grier e ela me instruiu a levantar a blusa e me deitar na maca na qual já estive antes, fiz o que ela mandou e Zayn se posicionou ao meu lado.

— Então, querida, como tem passado? — ela perguntou e sorriu para mim, eu a adoro, ela é muito simpática.
— Muito bem, na verdade, melhor do que eu pensei que estaria a essa altura — digo e ela ri.
— É, eu adoro os diversos efeitos que a gestação causa nas mulheres, algumas querem acabar com o mundo, outras parecem que carregam flores no útero, você está no segundo grupo, é a minha melhor paciente!

Dra. Grier passou o gel gelado em minha barriga e eu senti o movimento lá dentro que ultimamente tem me deslumbrado, o bebê começara a se mexer há pouco tempo e isso extasiou todo mundo, às vezes eu fico quietinha apenas sentindo-o se mexer e Zayn acha que estou tramando alguma coisa, mas na verdade só estou curtindo a sensação gostosa.
Ela mexeu bastante até encontrar o que desejava, mas ela estava mais séria que o normal e isso começou a me preocupar, Zayn também notou, ele se aproximou mais e entrelaçou os dedos nos meus. 
De repente começamos a ouvir o coraçãozinho batendo e meus olhos se encheram de lágrimas, eu sempre choro quando ouço o coração do bebê.

— Hayley, lembra-se quando eu lhe disse desde o princípio que o coração do bebê estava descompassado? — perguntou Dra. Grier.
— Sim, lembro. Por quê? Há algum problema? — perguntei alarmada, ela meneou a cabeça para me tranquilizar mas continuou séria.
— Não, problema algum, querida. Só há uma coisinha inesperada que eu estou encontrando nesse ultrassom — ela disse olhando atentamente para o monitor escuro que eu não conseguia enxergar nada.
— Coisinha inesperada? — perguntou Zayn preocupado.
— Sim. Eu acho que isso irá assustar vocês, mas vocês estão esperando gêmeos — disse a Dra. Grier e eu fiquei chocada, de olhos arregalados, sem conseguir pronunciar nenhuma palavra, Zayn tomou a dianteira.
— Gêmeos? Tipo, dois bebês? Gêmeos? — ele gaguejou debilmente e eu senti vontade de rir, mas não conseguia, estava surpresa demais.
— Isso mesmo, Sr. Malik. Digamos que essa outra pessoinha estava muito bem escondida. Nunca foi um coração descompassado, mas sim dois corações batendo ao mesmo tempo — ela explicou calmamente e eu comecei a respirar fundo e contar. — Vocês, definitivamente, estão esperando dois bebês! — ela disse e abriu um grande sorriso.
— Ai, meu Deus!  sussurrei assustada e Zayn se sentou em um poltrona no canto da sala. Ele estava levemente pálido e acho que também estava contando ao respirar.
— Sim, querida. Gêmeos — repetiu a doutora e eu senti vontade de mandá-la parar de repetir aquela palavra. — Eu já tenho o resultado dos sexos dos bebês e, como vocês pediram, eu vou lacrar o envelope e enviar à Anne Berry ainda hoje. Vocês precisam de um copo d'água? — ela perguntou ao notar as expressões assustadas que Zayn e eu esboçávamos.
— Não, obrigado Dra. Grier, só estamos surpresos — murmurou Zayn se levantando e voltando ao meu lado.
— Tudo bem, eu vou cuidar do envelope, vocês podem ficar à vontade, eu voltou em dois minutos — ela disse e me entregou alguns papéis para limpar o gel da minha barriga.

Me concentrei totalmente na tarefa de limpar delicadamente a minha barriga enquanto Zayn me observava, aos poucos a cor foi retornando ao seu rosto e quando eu terminei o processo de limpeza e ele repousou sua grande mão sobre a minha barriga.

— Usaremos Declan e Oline, afinal — ele disse e sorriu, me fazendo lacrimejar novamente.
— Precisamos pensar em mais dois nomes, caso seja dois meninos ou duas meninas — falei baixinho, ele assentiu.
— Travis e Ellie, você gosta de Travis e eu acho Ellie fofo — ele disse e eu sorri.
— Travis e Ellie — concordei.

Zayn me ajudou a sair da cama e nós ficamos abraçados enquanto esperávamos a doutora, nossas mãos repousadas em cima da minha grande barriga que abrigava dois seres humanos, não apenas um. Que loucura!
Depois de nos despedirmos e sermos felicitados e dispensados pela Dra. Grier, nós seguimos direto para a casa de James, que antes era o meu apartamento. Ainda estamos nos acostumando com a notícia quando somos recebidos por Anne e convidados a entrar.

— James, traz o chá. Sua irmã está pálida — grita Anne em direção à cozinha e eu quase ri quando Zayn e eu nos sentamos no sofá, no meu ex sofá. Tenho tantas lembranças boas nesse lindo sofá. Acariciei o estofado e percebi que Zayn sorria maliciosamente para mim, humm, ele está pensando o mesmo que eu e logo nós dois começamos a rir. — Vocês estão loucos? Estavam com caras de susto há dois segundos — resmungou Anne sentando-se ao nosso lado.
— Ignore, Anne — aconselhou Jay e trouxe quatro canecas de chá para a gente.
— O que aconteceu? Como foi a consulta? — perguntou Anne e bebericou seu chá.
— Estamos esperando gêmeos  soltou Zayn e James se engasgou com o chá, esperamos Anne dar tapinhas em suas costas.
— Vocês o quê? — ele guinchou ainda vermelho.
— Gêmeos, dois bebês, dentro do ventre da minha esposa  disse Zayn lentamente e colocou a mão em minha barriga, assim que sua mão me tocou eu senti um chute bem forte, ele abriu um gigantesco sorriso pra mim, pois também sentiu. — Jura? Eles chutaram? Foi isso mesmo?  ele perguntou todo bobo e eu ri.
— Sim, amor. Eles ficam agitados quando você está perto — lembrei-lhe e ele sorriu mais ainda, Zayn ainda não se acostumou com isso e sempre parece encantado quando eu lhe digo a mesma coisa.
— Ah, que bonitinho  gemeu Anne, piscando os olhos adoravelmente. Meu Deus, ela parece tanto com uma boneca.
— Sim, fofo. Agora podem nos explicar o que é isso tudo? — perguntou James, balançando os braços atordoado.
— Você será titio de dois bebês, querido — disse Anne, acariciando as costas dele novamente, Zayn e eu rimos.
— Ai, Jesus! — ele suspirou e fechou os olhos por alguns segundos, então os abriu e me encarou preocupado. — É por isso que você está uma bola!
 James! — gritou Anne, brigando com ele, eu apenas ri, era verdade afinal.
— Enfim, dois? Caramba, vocês não estavam brincando mesmo quando decidiram ter filhos — ele brincou e Zayn e eu rimos.
— Primeiro: Não decidimos, apenas aconteceu; Segundo: Estamos fodidos, mas felizes com isso — disse Zayn e eu concordei com um aceno de cabeça.
— Bem, vocês podem nos dar um, se não aguentarem a pressão — James disse e ganhou mais um tapa de Anne, mas desta vez todos rimos.
— Se quiser um bebê, trate de fazê-lo por sua própria conta — revidou Zayn.


♂♀♂♀

Nunca vi Anne tão determinada e animada como nos últimos dois dias. Ela recebeu a carta com o resultado da ultrassom e a cada vez que chegava perto de mim parecia se conter para não me contar o segredo, que somente ela e James sabiam. Até mesmo James parecia se controlar melhor que Anne, por isso evitei ao máximo ficar sozinha com ela, porque fiquei com medo dela acabar deixando escapar os sexos dos bebês.
Como combinado, Zayn e eu chegamos ao restaurante no horário combinado, às 4 da tarde.
Havia uma parte reservada do salão que estava decorado com bexigas cor-de-rosa e azul, a mesa estava repleta de docinhos das mesmas cores e um lindo bolo de três camadas. Zayn e eu nos aproximamos para enxergar o desenho das três velinhas em cima do bolo , nelas havia o desenho de duas meninas e o nome que escolhemos para as meninas, na outra havia dois meninos e o nome que escolhemos para os meninos e na última velinha havia o desenho de uma menina e um menino e os nomes principais que escolhemos. Anne se aproximou para explicar como nos dariam a revelação. Eles irão retirar duas velas e deixarão apenas uma, que seria o resultado e o sexo dos nossos bebês.
Depois de apreciar a decoração, Zayn e eu fomos cumprimentar os convidados. Os meus pais estavam ali, Harry, Liam, Louis e Niall também; Gemma e Ashley também vieram e mais alguns amigos de Zayn que eu ainda não conhecia, mas fui apresentada a todos.
Fomos servidos de doces, salgadinhos, bebidas sem álcool para mim e com álcool para os outros sortudos, ouvimos músicas, conversamos e rimos, fizemos especulações sobre o sexo dos bebês e às 6 da tarde Anne nos chamou para anunciar os sexos dos bebês.
Zayn e eu ficamos atrás do bolo e todos se reuniram de frente para nós, Anne estava quicando de empolgação com James ao lado dela, igualmente animado. Os convidados começaram a contagem regressiva e eu prendi a respiração, não contendo um sorriso.

— E... — James fez um suspense ao erguer a mão sobre as velinhas em cima do bolo. — Vocês terão gêmeos, mas... Não serão dois meninos — ele disse e tirou a velinha do meio do bolo, deixando as duas meninas e o casal.

Zayn me abraçou mais forte quando a contagem regressiva recomeçou, eu sentia toda a energia boa emanando dele e aquilo me deixou mais ansiosa ainda. Os bebês mexiam sem parar e eu acariciei a barriga para acalmá-los.

— Vocês terão... - gritou Anne, pulando de um pé para o outro e então arrancando mais uma velinha.  Um casal!!!
— Que venham Declan e Oline!! — comemorou James e todos gritaram ao nosso redor.

Zayn me puxou para me beijar e eu não conseguia parar de sorrir. Teremos um casal, isso é surreal demais!
Então vieram os cumprimentos, Zayn e eu agradecemos a cada um que vinha até nós nos felicitar e eu não conseguia largar ele e muito menos parar de sorrir.

— Ah, querida. Dois netos! — falou meu pai abrindo um sorriso gigante e me abraçando. — Você está nos dando os netos que James não nos deu! — eu ri e James revirou os olhos, reclamando baixinho.
— Eu vou mimá-los tanto, não acredito que logo teremos um casal de gêmeozinhos para paparicar. Ah, meu amor — tagarelou minha mãe com uma voz melosa. Ela me abraçou e eu comecei a rir. Se tem alguém que vai estragar essas crianças, esse alguém sou eu!

Zayn e eu nos sentamos com os convidados e jantamos enquanto conversávamos animados, Zayn não me largou a noite inteira e a cada minuto ele acariciava a minha barriga ternamente. Eu nunca me senti tão feliz e esperançosa na vida.


♂♀♂♀

Me sentei no sofá da sala e liguei a tv, não demorou para que Hades chegasse todo faceiro abanando o rabinho e pedindo para que eu o colocasse no sofá, o peguei no colo e o acomodei entre minhas pernas no sofá.
Hades começou a se empolgar e distribuir lambidas em minha enorme barriga de 28 semanas, senti a movimentação lá dentro e comecei a sorrir, os bebês adoram quando Hades se aproxima.
A porta se abriu de repente e Zayn entrou, já se passava de 3 da manhã e ele deve ter fechado o bar há pouco, ele abriu um gigantesco sorriso ao me ver no sofá com Hades. Apesar de parecer exausto ele se aproximou e se ajoelhou no chão um pouco distante de mim, ele sacou o celular e virou a câmera em nossa direção, olhei para Hades que apoiava duas patas em minha barriga e sorri quando Zayn bateu a foto.



— Lindos, amores da minha vida — ele sussurrou e engatinhou até mim. Ele se acomodou no chão ao meu lado e deitou a cabeça em minha barriga, Hades aproveitou a aproximação dele e lambeu seu rosto. — Uh, Hades, não! Babão! — ele resmungou e eu ri.
— Você parece cansado, meu bem — murmurei e me inclinei para beijar seus cabelos, ele suspirou e fechou os olhos.
— Estou exausto, só quero um banho e uma cama enorme com vocês três nela — ele sussurrou e beijou demoradamente a minha barriga.

Depois que Zayn tomou um banho e comeu alguma coisa, nós colocamos Hades para dormir na sua caminha e seguimos para o quarto, me acomodei na nossa cama e Zayn deitou-se atrás de mim e repousou sua mão em minha barriga, acariciando carinhosamente. Tem se tornado rotina dormimos de conchinha, ultimamente tem sido a única posição que consigo dormir e sentir Zayn acariciando a minha barriga me acalma.

— Nem acredito que falta dois meses para conhecermos Declan e Oline — ele sussurrou em meu ouvido e eu sorri.
— Estou tão ansiosa.
— Eu também, eles serão lindos, os nossos bebês.

Zayn me abraçou mais forte e sussurrou a letra de nossa música em meu ouvido, a do Elvis Presley, e eu adormeci facilmente em seus braços.




segunda-feira, 2 de outubro de 2017

"Pegue minha mão
Tome minha vida inteira também
Porque eu não consigo evitar
Me apaixonar por você..."
– Can't Help Falling In Love (Elvis Presley)



— Meu pai está muito bravo, eu sei só pelo tom de voz. Acho melhor você ir pra sua casa e voltar outra hora, talvez eu até vá com você — falei ponderando a ótima ideia, Zayn negou com a cabeça e ameaçou abrir a porta, o parei imediatamente. — Não, quer saber? Vamos voltar pro Havaí! Podemos arranjar uma casinha lá, você abrirá um bar muito maravilhoso em Honolulu e nós criamos o nosso bebê lá, vai ser maravilhosos! — tagarelei esperançosa, ele apenas riu e me beijou.
— Querida, ele pode estar até armado, eu não vou fugir. É a minha responsabilidade e eu vou arcar com ela junto com você. Não importa se ele for o Rambo ou o maldito Hulk, eu viro pedacinhos por você sem pestanejar! — ele disse e eu me derreti um pouquinho, mas ainda estava com medo de encarar o meu pai, principalmente depois de ouvi-lo ameaçar o maldito que engravidou a filha dele, por sorte Zayn não o ouviu.

Com o medo aterrorizando os meus pensamentos e a mão de Zayn entrelaçada na minha, eu respirei fundo e abri a porta. James pulou do sofá e veio em nossa direção, ele suava e tinha os dois olhos arregalados, como se estivesse nos pedindo socorro. Bem, ele merece sofrer, quem manda ser fofoqueiro!

— Maninha, graças a Deus você chegou. Meus parabéns, eu te amo, mas vou para a casa de Anne — ele disse ao me dar um abraço rápido.
— Parabéns, Zayn. Boa sorte! — ele apertou a mão de Zayn e então sumiu e bateu a porta ao sair.

Covarde!
Respirei fundo e, com Zayn ainda segurando forte em minha mão, eu me virei para o casal de pé em minha sala me encarando furiosos.
Olhei de relance para Zayn e o vi sorrir, era um sorriso tão lindo. Pobrezinho, daqui a pouco não estará mais sorrindo.

— Hayley! — urrou meu pai e eu tremi dos pés até o último fio de cabelo.
— Papai — murmurei como uma menininha para tentar amenizar a sua raiva.
— Hayley! — guinchou minha mãe, correndo em minha direção e me abraçando, mas logo ela se recompôs e me agarrou pelos ombros, senti-a me sacudir e logo meus cabelos estavam voando ao meu redor de tão forte ela me sacudia. — O que você aprontou dessa vez, sua menina burra?
— Ei, ei! Cuidado aí! — reclamou Zayn, me puxando para longe do alcance das mãos de minha mãe.
— E quem é você? — perguntou minha mãe, sua voz destilava arrogância e raiva.
— Zayn Malik, muito prazer, Sra. Catter! — ele ergueu a mão para cumprimentá-la, minha mãe olhou para a mão dele e deliberadamente virou o rosto em direção ao meu pai. Eu coloquei a minha mão na de Zayn e a segurei firme para amenizar a ignorância da minha mãe.
— Eu acho que você então é o cara! — falou meu pai, sua voz é alta e grossa, o que sempre o faz parecer gritar e brigar.
— Sim, eu sou o cara, Sr. Catter — Zayn disse, ele engrossou a voz também, não como uma afronta, mas para manter o mesmo nível que meu pai. Senti vontade de rir, mas me controlei.
— Hayley, como você pôde? — choramingou minha mãe, voltando a segurar os meus ombros e me olhando com os olhos cheios de lágrimas. — Jogar o nome da nossa família na lama dessa forma? O que os vizinhos vão comentar quando souberem? E os seus avós? A família do seu pai? Deus do céu, preciso de um copo cheio de whisky — ela me largou para abanar a si mesma e procurou algum lugar para se sentar, como se estivesse passando mal.
— Isso nunca aconteceu antes em nossa família, Hayley! Não acredito que logo você nos fará passar por uma vergonha dessa — berrou meu pai indo até a minha mãe e amparando-a.
Zayn saiu do meu lado e foi até a estante, ele encheu três copos com o whisky que ele me deu de presente no último aniversário e entregou para o meu pai, minha mãe e bebeu do próprio copo todo o conteúdo em uma golada só. É, eu também precisava de uma coragem líquida agora, mas infelizmente não posso.
— Se me permite dizer, Sr. Catter, Hayley não está fazendo nada de errado — arriscou Zayn e eu cobri os olhos, chorando internamente.
— Como ousa? Em toda a linhagem da família Catter, não há uma só mãe solteira, agora a minha única filha decide acabar com o renome da família e você ousa me dizer que ela não está fazendo nada de errado? — gritou meu pai, o odeio quando banca o chefe de família tradicional e recatado. Dá licença, a prima Becky estava grávida antes de se casar no verão passado!
— Como eu ouso? Bem, eu ouso porque eu sei que Hayley e eu estamos noivos, se o senhor tivesse esperado um minuto para conversar com ela antes de atacá-la também saberia disso e teria evitado todo esse maldito drama — esbravejou Zayn e eu me encolhi, ele veio até o meu lado e me abraçou, tentei me esconder em seus braços mas os olhos fulminantes dos meus pais ainda me achavam.
— Noiva? — perguntou a minha mãe, com a vozinha irritantemente chorosa, senti vontade de sacudi-la e mandar virar mulher, porra, não choramingue por um motivo tão besta!
— Exatamente, Sra. Catter. Agora, eu adoraria que vocês se desculpassem com ela. Apesar de ser sua filha ainda é uma mulher adulta e grávida e ninguém merece ser tratado da forma com que vocês a receberam! — disse Zayn e eu realmente senti vontade de chorar. O que diabos ele está fazendo? Meu Deus, ele não conhece a minha família.
— Ouviu o que ele disse, Joy? — perguntou meu pai a minha mãe, em seguida gargalhou alto.
— Tom, por favor — sibilou minha mãe e beliscou-o.
— Ai, ei! — ele reclamou e eu não contive uma risada, era ótimo vê-los brigando amigavelmente como nos velhos tempo. O som da minha risada chamou a atenção dos dois e eu mais uma vez me encolhi.
— Ah querida, eu sinto muito, não queríamos gritar com você — disse meu pai afavelmente, ele abriu os braços me chamando para abraçá-lo e eu não resisti, ainda sou a garotinha dele.
Engraçado, agora eles parecem tão mais calmos ao saberem que vou me casar, esperem até saber que não há previsão de quando e muito menos se será antes do nascimento do bebê.
— Docinho, sabe que te amamos, não é? Só ficamos preocupados com toda essa história — falou minha mãe com uma voz aveludada e doce, olhei de relance para Zayn e o vi revirar os olhos, contive mais uma risada.
— Que ótimo que agora aceitaram essa história — falei me afastando deles e voltando para perto de Zayn. — Porque nós não temos uma data para nos casar e nem pretendemos fazer isso às pressas.
— Está louca, querida? — guinchou minha mãe, o desespero voltando a reverberar em sua voz. — Já deveria estar pensando na lista de convidados, decoração, buffet, no vestido!! Temos que fazer tudo isso antes de sua barriga começar a aparecer! 
— Sua mãe está certa, Hayley — concordou meu pai e terminou de beber o seu whisky.
— Não está, não! — rebati impaciente, minha mãe ficou pálida e meu pai semicerrou os olhos para mim.
— O que quer dizer com isso, Hayley?  ele falou ameaçadoramente e Zayn abraçou mais forte a minha cintura.
— Quero dizer, papai, que eu não vou me matar para organizar um casamento em menos de um mês para que vocês possam ficar tranquilos. Eu estou passando por uma fase na minha vida que eu quero paz e tranquilidade para curtir a minha gravidez, não me matar de tanto estresse preparando dois eventos ao mesmo tempo! Já basta ter que me preocupar com o bebê que está crescendo dentro de mim, agora vocês querem que eu dê conta de uma festa de casamento? Estão loucos! — desatei a falar, deixando-os boquiabertos e mudos.
— Não, querida. Você não precisará se preocupar com isso, eu cuido de tudo, você só precisará aparecer no dia vestida de branco! — apelou minha mãe e eu revirei os olhos.
— Hayley não quer, então não vamos insistir, por favor — disse Zayn, mesmo querendo se casar antes do beber nascer ele decidiu me apoiar e isso me fez amá-lo mais ainda.
— Pense bem, amorzinho, não precisa decidir nada agora. A mamãe está aqui justamente para isso, eu posso cuidar de tudo pra você, será fabuloso! — disse minha mãe, se aproximando e acariciando o meu rosto como fazia quando eu era criança e ela queria me convencer a fazer alguma coisa.
— Mãe! — reclamei me afastando de suas mãos, ela fez um biquinho decepcionado e olhou para o meu pai pedindo ajuda.
— Querida, você não precisará se preocupar com nada, sua mãe e eu cuidamos de tudo e em menos de duas semanas vocês estarão casados! — disse meu pai, também adoçando a voz tentando me driblar.
— Papai... — suspirei exausta e olhei para Zayn, seus olhos diziam sim, mas sua postura ainda estava ereta, pronto para dizer que não se assim eu quisesse.

Eu estava cansada, tinha acabado de fazer uma viagem de 18 horas e tive uma discussão monstra com os meus pais, não estava em condições de decidir algo daquele porte. Além do mais, eu não queria me casar as pressas com Zayn. Eu queria sim me casar com ele algum dia, mas casar as pressas é como casar forçado e eu não estou pronta para aceitar alguma coisa assim. Há duas semanas eu não queria nem namorar, agora já estou sendo obrigada a casar, mas que dia!

— Mãe, pai, eu estou exausta, acabei de voar em uma poltrona minúscula por 18 horas, preciso de uma banho e uma cama. Não vou aceitar qualquer proposta que me façam antes de tomar uma boa xícara de chá, então eu vou dormir na casa do Zayn e vocês podem ficar aqui pelo tempo que quiserem — falei calmamente, eles continuavam me encarando como se eu fosse cuspir um pote de ouro nas mãos deles.
— Um mês, fazemos tudo em um mês, não precisamos correr tanto, querida — gritou a minha mãe se aproximando de mim e soando desesperada. — Quer dizer, não há tanta pressa, você é tão magrinha, vai demorar pra barriga aparecer — ela tocou a minha barriga e as minhas costas, tentando mostrar o quão magra eu era e a ausência de barriga.  E eu só fui criar barriga depois dos três meses, tanto de James quanto de você. A única coisa que mudará serão seus seios, meu Deus, os meus seios pareciam que iam explodir pra fora do sutiã quando engravidei  devaneou minha mãe e vi Zayn desviar o olhar sutilmente para o meu busto, um sorrisinho sacana apareceu em seus lábios e eu o belisquei antes que alguém mais visse.
— Mãe... — suspirei e revirei os olhos. Droga, agora o meu pai está olhando para os peitos da minha mãe como se estivesse lembrando do tamanho dos peitos dela durante a gestação. Agora ele está sorrindo estranhamente, que nojo pai!
— Vamos, querida. Por favor, eu faço qualquer coisa, qualquer coisa. Se você quiser terá um bolo de cinco andares e a gente guarda três andares para você comer sozinha! — ela apelou e eu comecei a sorrir, droga, ela me conhece, está conseguindo me driblar direitinho.
— Terá pizza de todos os sabores para o buffet, se assim você quiser. Apesar de ser muito cafona — resmungou meu pai e eu comecei a gostar mais ainda da ideia.
— E deixaremos para escolher o vestido na última semana, para que precise de poucos ajustes para o grande dia — complementou a minha mãe, Zayn estava ao meu lado tentando desesperadamente não abrir um gigantesco sorriso ao notar que eu ia me render.
— Só se tiver no máximo cinquenta convidados, quero só os familiares e amigos mais próximos!  pedi impaciente, a expressão da minha mãe murchou.
— Mas, querida, cinquenta convidados não é nem um terço da nossa família!  ela fez biquinho novamente.  Cento e cinquenta convidados, pode ser?
— Cem convidados e não se fala mais nisso!  falei rudemente, ela sorriu docemente e assentiu.  Cem convidados para dividir entre a nossa família, a de Zayn e os nossos amigos mais próximos. Não quero amigos de vocês na festa, eu não conheço nenhum deles!  acrescentei e minha mãe novamente murchou.
— Mas, Hayley...
— Não, nenhum! — bati o pé e meu pai balançou a cabeça, concordando.
— Parece justo para mim — ele disse e minha mãe o olhou feio.
— Então está fechado, nos casaremos no mês que vem  disse Zayn e bateu palmas, ele abraçou os meus ombros e me deu um beijo na bochecha. — Preciso que vocês me digam a data para que eu possa avisar a minha família.
— Claro, claro. Deixaremos vocês cientes de todos os detalhes e precisamos da lista de convidados de vocês para que possamos enviar os convites ainda essa semana — disse minha mãe, o lado organizadora de eventos aflorando nela.
— Sim, ok, mãe. Cuidaremos disso, agora nós precisamos ir, estamos realmente cansados — falei em meio a um suspiro e já empurrando Zayn em direção a porta. — Vocês podem ficar a vontade, tem comida na geladeira, água nas torneiras e podem usar o meu quarto, só não vendam nada enquanto eu estiver fora!
— Tchau querida, até amanhã — despediu-se minha mãe.
— Amamos você — acrescentou meu pai.

Zayn empurrou nossas malas até o elevador e nós entramos em um táxi rindo.
Ao chegar na casa de Zayn nós tomamos um banho juntos e eu vesti uma camisa dele que chegava até as minhas coxas, calcei as pantufas dele da casa da Grifinória, de Harry Potter, e me joguei na cama dele, o esperando para conversarmos sobre os últimos fatos ocorridos.
Zayn parecia nas nuvens com esse casamento, já eu? Bem, eu estava com sono demais para esboçar qualquer reação, ainda estava tentando descobrir o que eu sentia. Então eu me aninhei no peito dele e deixei que o meu cérebro tivesse o descanso merecido.

♂♀♂♀

Como minha mãe previra, a única coisa que denuncia que estou grávida de sete semanas são os meus seios, que começaram a crescer bastante — Zayn está nas nuvens com isso —, e os enjoos que acabam comigo.
Até agora tem sido muito tranquilo estar grávida, a minha barriga ainda não dá sinal de vida, mas eu sei que há algo lá dentro pois na última vez que fui ao consultório da minha obstetra, Zayn e eu ouvimos as batidas super rápidas e descompassadas do bebê. Zayn chorou e eu, como não consigo ver ninguém chorar, acabei me debulhando em lágrimas também.
Meu irmão morto, vulgo Jameson Frederick Catter, agora está enterrado no cemitério de indigentes, pois além de me dedurar para os meus pais — causando o grande motivo de eu estar inteiramente vestida de branco agora — ele também me dedurou para Liam, Louis, Harry e Niall, causando a maior confusão do planeta.
Os rapazes chegaram para mim individualmente me prometendo mundos e fundos, dizendo que seriam os melhores pais do mundo e que eu não precisaria me preocupar com nada, imagine a dor que eu tive ao contar a eles que nenhum deles eram responsáveis pelo ser em meu ventre que me fazia vomitar a cada dois minutos. Fiquei seriamente devastada ao ver a cara dos quatro, ficaram super tristes, mas eu prometi a eles que seriam ótimos tios. Se olhares matassem, eu teria morrido naquele exato momento.
Enfim, minha mãe realmente conseguiu organizar um casamento em cinco semanas e todos os parentes e amigos mais próximos nos prestigiaram na igreja, e nem mesmo suspeitaram que eu estava grávida, para o deleite dos meus pais. Eu também fiz a minha parte, quase enlouqueci a minha mãe ao escolher um vestido vintage branco champanhe com o cumprimento longo e um detalhe preto nas alças largas, ele era inteiramente de cetim e tinha um caimento muito gostoso, sem falar que era lindo.
E eu não me lembro de ter visto Zayn mais feliz e mais bem vestido na vida. Ele estava simplesmente fabuloso me esperando no altar e fez questão de mostrar aos padrinhos que era ele e não eles em seu lugar. Agora, eu me lembro de várias vezes em que os padrinhos ficaram mais felizes. Harry, Liam, Niall e Louis só aceitaram ser os padrinhos porque eu os coagi. Já James, vulgo meu irmão indigente jaz morto, ficou muito contente ao ser convidado por Zayn para ser o padrinho de honra, junto de Anne, a minha dama de honra. As minhas madrinhas foram as duas irmãs mais velhas de Zayn, Doniya e Whaliyha, a minha ex-colega de trabalho, Ashley, e a irmã de Harry, Gemma, que superou a pequena birra que tinha comigo ao descobrir que eu ia me casar e ia deixar o irmão dela em paz.
Mas tanto a cerimônia quanto a festa foram tudo para os meus pais ficarem felizes. Zayn estava feliz e eu também, mas foi tudo na correria e nós não queríamos as coisas assim, Ficamos contentes em finalmente nos unirmos em matrimônio para embelezar o nome do nosso bebê, adoramos o fato de agora pertencermos um ao outro na saúda e na doença, na riqueza e na pobreza, mas ainda era com se faltasse alguma coisa.
Decidimos que depois que o bebê nascer nós vamos fazer tudo direito, iremos noivar e iremos planejar uma renovação de votos do jeitinho que nós queremos, sem os meus pais interromperem, e aí sim nós ficaremos contentes de verdade.
Enquanto a minha mãe se virara nos trinta com a organização do casamento, Zayn começou a construção de seu novo bar. Ele vendeu o terreno onde agora era as ruínas do antigo Beer's Bar e comprou um novo local para levantar o novo bar, em Oxford Street, o que significa que o negócio vai crescer e a renda vai aumentar depois que o bar abrir. Até agora as obras estão bem adiantadas e o lugar está ficando lindo, é um bar mais refinado que o antigo e terá empregados para ajudar Zayn, não será mais somente ele e Jack. Zayn decidiu que cuidará apenas da parte administrativa do bar para que tenha mais tempo para a família e eu apoiei a ideia, pois queria muito ele por perto e não toda noite enfiado em um bar com várias mulheres dando em cima dele. Jack será o gerente e eu fiquei muito emocionada ao encontrá-lo novamente depois do incêndio.
Na verdade, eu tenho ficado emocionada muito facilmente, acho que tem haver com os hormônios. A doutora Grier, minha obstetra, disse que não acontecem apenas mudanças corporais, mas também alterações hormonais que me fazem ficar mais sensível durante a gestação. O que significa que a qualquer levante de voz que Zayn dirige a mim, eu já estou em lágrimas e ele fica todo arrependido e me mima com doces que eu adoro.
Ficar grávida tem suas vantagens, afinal.
Mas voltando ao casamento. Como tudo aconteceu as pressas e, obviamente, Zayn e eu já fomos aos finalmente, nós não teremos lua-de-mel, até porque ele está focado na construção do bar e eu estou focada em me empanturrar de comida e dormir. Então depois da festa nós apenas seguiremos para a casa de Zayn, que passou a ser nossa depois que eu doei o meu apartamento para Jay, o indigente jaz morto, e nós curtiremos um ao outro na privacidade de nosso lar.
Mas recompensaremos tudo quando fizermos a renovação de votos, talvez daqui a um ano ou dois, quando já estivermos estabilizados.
Acordei do meu devaneio quando Zayn me puxou para a pista de dança, a nossa música tocava e Zayn estava irresistível depois de tirar o paletó e desamarrar a gravata e deixá-la pendendo em seu pescoço. Elvis Presley cantava lindamente a música Can't Help Falling In Love e Zayn e eu dançávamos abraçadinhos no meio da pista de dança.
A festa estava quase no final, a música do Elvis já tinha tocado no começo pois Zayn e eu a escolhemos como a nossa música de casamento, mas agora Zayn pediu para tocá-la de novo para que pudéssemos dançá-la mais uma vez.
Durante a noite eu já tinha comido, bebido bebidas sem álcool, claro, dançado com todos os rapazes, com o meu pai, com o meu sogro, com o meu amado marido, encenado uma coreografia de hula com as irmãs e primas de Zayn, ensinado hula para Ashley e Anne, bebido mais, comido mais, dançado mais, tinha ouvido vários discursos que me fizeram chorar como um bebê, tinha feito um discurso que me fez chorar como um bebê e, melhor ainda, tinha beijado Zayn a noite inteira, pois ele estava absolutamente delicioso naquele terno branco.
Enfim, a festa foi uma beleza, deixamos os meus pais felizes e, como bônus, deixamos a família de Zayn feliz. Pois apesar de não terem dito nada, eles queriam nos ver casados antes do bebê nascer, pois eles também são muito tradicionais no estilo havaiano.
Quando a nossa música acabou, a minha mãe nos tirou da pista de dança para que nos despedíssemos dos convidadas para que eles pudessem ir embora, mas na verdade Zayn e eu nos despedimos de todos e fomos embora às pressas curtir a nossa noite de núpcias em nossa cama King Size novinha em folha, que eu fiz questão de comprar, pois sabia de todas as periguetes que já haviam passado pela cama antiga de Zayn.
A casa de Zayn é maravilhosa, ela é espaçosa, bonita, tem quintal grande nos fundos e um jardim bonito na frente, a melhor parte é que ela é dele, não precisamos pagar aluguel. Quando me mudei pra cá não precisei mexer muito na decoração, pois a casa já era de um bom gosto excepcional, sempre foi. Mas precisaremos mexer juntos na decoração do segundo quarto, que será o quarto do bebê, atualmente o quarto guarda coisas que Zayn nunca usa, mas em breve será decorado conforme descobrirmos o sexo do bebê e eu estou muito ansiosa para isso.

— Então, senhora Malik, como se sente? — perguntou Zayn quando nós dois caímos no sofá da sala, ele me puxou para seus braços e afundou o nariz em meus cabelos.
— Muito feliz, senhor Malik, muito feliz! — sussurrei enamorada e o abracei.
— Que ótimo, é o que eu mais quero na vida, que sejamos muito felizes juntos, amor — ele disse. — "Take my hand, take my whole life too, for I can't help falling in love with you..." — ele cantou e se levantou me levando junto, começados a dançar lentamente no meio da sala enquanto ele cantava a nossa música de casamento.
"Like a river flows, surely to the sea. Darling, so it goes. Some things are meant to be..." — cantei junto com ele e nós valsamos lentamente no mesmo lugar, dois passos de cada vez, abraçados e com os rostos colados, seu cheiro era muito bom.


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Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

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