domingo, 19 de novembro de 2017

"Desde que você me olhe nos olhos
Eu irei onde você for, eu te seguirei..."
– Rear View (ZAYN)




Por incrível que pareça, Zayn e eu formamos um casal muito fértil com altas probabilidades de ter gêmeos. Talvez seja por isso que, seis anos depois de Declan e Oline nascerem, eu descobri que mais uma vez estava grávida de gêmeos.
Pense no choque.
Pense no pânico que sentimos ao lembrar do que foi cuidar de dois bebês ao mesmo tempo.
Pense no pavor que sentimos ao perceber que teríamos que cuidar de dois bebês e mais duas crianças no auge de sua energia sapeca, tudo ao mesmo tempo.
Pensou em tudo isso ao mesmo tempo?
Foi o que Zayn e eu pensamos quando descobrimos dos gêmeos.
Parecíamos ter voltado no tempo, dois bebês, tudo em dobro, sem contar com os gêmeos maiores, agora era tudo em quadruplo, pois nossos filhos tinham somente seis anos, ainda precisavam de todos os nossos cuidados.
A primeira coisa que Zayn decidiu fazer quando descobrimos sobre os novos gêmeos, foi comprar uma casa maior. Na verdade já estávamos pensando em fazer isso porque Declan e Oline precisavam de mais espaço para bagunçar, agora tínhamos que fazer isso, aonde mais iríamos colocar mais dois bebês em uma casa com somente dois quartos?
O próximo passo foi comunicar as nossas famílias e os amigos. Escolhemos os padrinhos dos bebês — Harry e sua namorada, Cam, que é uma das minhas grandes amigas —, e brincamos com os padrinhos de Declan e Oline — Annie e James, que se juntaram há pouco tempo e estão tentando ter o primeiro filho — que se quisessem comprar um bebê, nós venderíamos um de bom grado, fiquei assustada quando o meu irmão me ofereceu 100 dólares por um dos gêmeos.
E agora que estou em uma casa gigante de dois andares, quatro quartos, quintal na frente e atrás enormes, cozinha, sala, biblioteca e até mesmo uma sala só para as crianças brincarem, me sinto minúscula e tenho até medo de me perder dentro dela enquanto corro para socorrer um dos gêmeos que choram em um dos quartos.
Tento manter a calma sempre que percebo que voltei no tempo, mas sempre com um dose dupla a mais de responsabilidade. Zayn tem feito o possível para me ajudar com os dois casais de gêmeos, mas agora, com as duas filiais a mais além do bar original, ele anda bem ocupado tentando pagar as contas. Eu tenho até mesmo uma babá para me ajudar, então digamos que estou menos atarefada do que estava seis anos atrás.
Dois casais de gêmeos, sim, você leu certo.
Declan e Oline, os mais velhos.
Kaleo e Eileen, os mais novos.
Kaleo e Eileen são muito parecidos com Declan e Oline, até mesmo o nascimento é parecido. Kaleo nasceu primeiro e em seguida veio Eileen, eles vieram ao mundo com as medidas parecidas aos dos irmãos. Até mesmo as aparências eram parecidas com as dos irmãos mais velhos.
Kaleo é a cara de Declan quando nasceu, os cabelos loiros, os meus traços, a facilidade de sono e a forma calma com que lida com tudo, até mesmo o chorinho baixo.
Já Eileen é a cópia de Oline, os cabelos castanhos, os traços de Zayn, agitada e impossível de colocar para dormir a menos que você seja o Zayn, somente ele consegue fazer Eileen dormir, assim como Oline, que também só dorme quando o pai lhe coloca na cama.
Essas quatro crianças são o meu mundo. Depois que Declan e Oline nasceram eu não pensei que pudesse sentir amor maior em mim, mas ao dar a luz a Eileen e Kaleo, eu percebi que meu coração era grande o suficiente para amar tantas crianças. Sem falar em Zayn, que tinha uma porcentagem muito maior do meu amor.
Para os nomes dos bebês mais novos, Zayn e eu usamos o mesmo critério dos mais velhos. Um nome Havaiano, a descendência de Zayn, e um nome Irlandês, a minha descendência.
Eileen é um nome irlandês e significa "a reluzente". Kaleo é um nome havaiano e significa "o escolhido". Assim como Declan é um nome irlandês, que significa "bondoso". E Oline é havaiano e significa "alegre".
Então os nossos filhos se chamam: Declan Christoff Malik, Oline Claire Malik, Kaleo Yaser Malik (Yaser em homenagem ao pai de Zayn) e Eileen Judith Malik (Judith em homenagem a minha avó).
A nossa família está tão grande que acho que podemos montar uma banda quando as crianças crescerem, The Malik's Sound. Zayn que inventou o nome e eu acho hilário.
Apesar de estarmos lotados de responsabilidade, é muito incrível a sensação de contentamento e de felicidade que sinto. É como se eu tivesse tudo o que eu sempre sonhei, apesar de nunca saber que era isso o que eu queria, é uma gostosa surpresa que me faz levantar todos os dias com um imenso sorriso no rosto, mesmo dormindo menos que três horas.
Eu percebo que sou muito abençoada quando consigo ter dois filhos de uma vez só sem ao menos tentar, quando há tantas pessoas no mundo que passam anos e anos tentando ter ao menos um bebê e não conseguem, como no caso de James e Anne, que estão tentando há meses e até agora nada. Eu queria poder dar um dos meus bebês a eles, mas eu não poderia, morreria de tristeza por ter que me afastar de um dos meus filhos, alguns podem até achar egoísmos, mas eu chamo de amor materno. O amor materno é algo tão grande que um mero mortal não poderia compreender.
E eu sou infinitamente grata a Zayn por me fazer mãe, foi graças a ele que agora sou a mulher mais feliz do mundo, um pouco mais gorda, um pouco mais cansada, um pouco mais preocupada, mas imensamente feliz, apaixonada e realizada.
A minha família é tudo o que eu tenho, tudo o que eu preciso, e eu faria tudo por eles. As minhas crianças e o meu marido são a fonte de vida que há em mim, são o sopro de ar fresco que eu preciso depois de um dia péssimo no trabalho, são as minhas maiores conquistas, as minhas metas de vida que se tornaram realidade.
E Zayn é o homem da minha vida. Todos os dias que acordo ao lado dele eu me sinto feliz por ter escolhido-o, ele me faz sentir amada apesar dos quilinhos a mais que ganhei depois de duas gestações de gêmeos, ele me faz sentir bonita e me ama de um jeito tão puro e real.
Nós temos algo que ninguém mais tem, o vínculo que criamos é algo impenetrável, a confiança que temos um no outro é algo inquebrável, a amizade que desenvolvemos é linda assim como o amor que sentimos um pelo o outro. Somos amigos, amantes, pais e, além de tudo, somos um casal que se ama e que se amará até o último suspiro de ambos. Não tenho certeza disso, mas tenho fé e é essa fé que nos levará até o fim juntos.




 





quinta-feira, 9 de novembro de 2017

"Se eu não tivesse você não haveria nada sobrando
Só o casco de um homem que não pôde ser seu melhor
Se eu não tivesse você, eu nunca veria o sol
Você me ensinou a ser alguém, yeah..."
– Drag Me Down (One Direction)



♂♀♂♀

Depois de uma semana agitada em casa e com a clientela do bar crescendo, eu tive que passar a ficar uma noite por semana no turno da noite. Teria que contratar mais funcionários para trabalhar no bar, mas também não poderia abandonar o meu negócio nas mãos de Jack, ele é muito competente e confio muito nele, mas também preciso estar presente.
Enquanto ajudo David a servir bebidas no bar, troco mensagens com Hayley. Estamos procurando babás para tomarem conta dos gêmeos, Hayley voltará ao trabalho em algumas semanas e precisamos de alguém que seja de confiança para tomar conta dos nossos filhos, que completaram seis meses há uma semana.
A empresa que Hayley trabalhava têm sido muito compreensiva graças a Harry, que é um ótimo advogado e têm cuidado do caso de Hayley. Apesar de ter colocado atestado médico e ter engravidado logo em seguida, a empresa quer que Hayley volte a trabalhar lá, isso é sinal de sua grande competência profissional e ela está animada para voltar ao trabalho.
Respondi à mensagem em que ela dizia que Declan já estava se acostumando a mamadeira ao invés do peito e guardei o telefone para servir um cliente antigo que sempre frequenta o bar.

— Duff, que bom te ver, amigo. Como vai? Chegou cedo hoje — falei alegremente colocando uma caneca de cerveja em frente ao homem gordo com cara de poucos amigos sentado no banco de madeira em frente ao balcão.
— Pois é, bati a porra do carro, acredita? Vou ter que pagar o maldito conserto de um Astra, acredita? Estou fodido, com todas as letras — ele resmungou e bebeu um grande gole.
— Caramba, sinto muito por isso. Nada de seguro? — perguntei me inclinando sobre o balcão para ouvi-lo melhor.
— Nada, cara, estou completamente ferrado. Um Astra do ano, puta merda! — ele se lamentou com as mãos na cabeça. — Minha mulher vai me matar!
— Poxa, que furada. Mas se você precisar de um emprego extra, estamos precisando de um barman, queria alguém com experiência, mas se você estiver interessado abro uma exceção para você.
— Isso é muito legal, obrigado Zayn, mas primeiro preciso ver na empresa se eles vão me ajudar, caso contrário falo com você. Mas mudando de assunto, como vai sua linda esposa? E os bebês? Faz tempo que não me mostra fotos deles — ele falou abrindo um sorriso simpático, saquei o telefone e mostrei as duas fotos mais recentes que tirei dos gêmeos.



— Estão muito sapecas, adoráveis, você não tem ideia! — falei todo babão, era inevitável, era só tocar no assunto que eu ficava derretido feito manteiga na frigideira.
— Eles são muito lindos, puxaram a sua esposa!  brincou Duff e eu ri.
— Sim, puxaram a ela em quase tudo, mas Oline tem os meus cabelos e Declan tem o meu nariz, vê? Não é muito, mas já é algo! — nós rimos e eu guardei o telefone novamente.

De repente um tumulto começou a se formar no fundo do bar, troquei um olhar de alerta com Jack e David e nós três subimos no balcão para conseguirmos enxergar o meio do tumulto. Uma garota alta e esguia, de cabelos longos e castanhos, pele clara e expressão brava estava acotovelando os bêbados que se aglomeravam ao seu redor, ela parecia irritada e demorei a perceber que ela estava tentando impedir que os bêbados chegassem até o cara que a olhava com fúria.

— Jack, chama o Tony — gritei descendo do balcão e me enfiando no meio do tumulto.
— Calem-se, idiotas! — gritou David de cima do balcão.
— Ei, dá pra parar, caralho! — gritei empurrando alguns grandalhões bêbados. — Ou vocês param ou eu fecho o bar e vocês vão ficar sem bebida por um mês! — gritei novamente, a ameaçou surtiu efeito em alguns, que se afastaram e voltaram a se sentar — O que tá acontecendo, porra?
 Ele tentou bater na garota!  gritou um careca com cara de matador de aluguel.
— Não! Não! Parem, droga, ele não tentou me bater! — esgoelou a garota, o rapaz a encarava como se ela fosse a total responsável pela baderna, ele parecia bem bravo com ela.
— Saiam, seus idiotas! — urrou Tony, o segurança do bar.

Tony agarrou o rapaz pelo braço e o tirou do meio da muvuca, eu segurei a garota e a puxei para tirá-la de lá, Tony levou o rapaz para o escritório e eu o segui, levando a menina junto. Ela parecia nervosa e seus lábios pintados de vermelho estavam comprimidos em uma linha fina de apreensão.
Quando colocamos os dois no escritório e eu fechei a porta, foi então que pude respirar e prestar atenção nos dois. O cara era branco e tinha os cabelos loiros, continuava com muita raiva e ainda olhava torto para a garota, que era muito bonita e não parecia ter mais que vinte anos.

— Então, o que tá acontecendo?  perguntei e cruzei os braços, pra parecer mais ameaçador, Tony estava parado ao lado do rapaz, como se esperasse que ele pulasse em cima da garota.
— Nada, eles entenderam errado, não esta acontecendo nada! — esbravejou a garota e afundou a cabeça nas mãos, evitando olhar para o rapaz.
— Podemos ir embora? Não fizemos nada de errado, só precisamos conversar em um lugar menos público  disse o cara.
— Pra você deixá-la com um olho roxo? Não, obrigado, amigo. Você pode ir, ela vai ficar e ligar para alguém vir buscá-la. A propósito, quantos anos você tem? — perguntei para a garota.
— 17  ela sussurrou baixinho e eu senti toda a merda que aquela história poderia dar.
— Você tem 17 anos e está no meu bar? Que porra é essa? E você, tem quantos anos? — perguntei ao rapaz, ele revirou os olhos e se levantou. 
 25, eu posso ir?  ele perguntou impaciente.
— Saí fora, seu babaca. Trás uma menor de idade para o meu bar e ainda tenta agredi-la? Ficou maluco? Fora daqui! — esbravejei e abri a porta para ele passar. - Tony, bota esse idiota no quadro, não quero mais vê-lo aqui!
— Me desculpa, eu não queria causar problemas — disse a garota quando eu fechei a porta e respirei fundo para me acalmar, meu celular vibrava no bolso, provavelmente são mensagens de Hayley.
— Qual o seu nome? — perguntei mais calmo, caminhei até a minha mesa e puxei o telefone fixo para mais perto da garota.
— Cam. Cam Brine — ela disse baixinho e eu senti pena dela, porque diabos uma garota tão bonita e doce estava fazendo com um babaca daqueles?
— Ótimo, Cam Brine, aqui está o telefone, você só vai sair daqui acompanhada de um adulto responsável, de preferência parente.

Me sentei em minha poltrona e aguardei pacientemente enquanto a garota discava números, esperava resposta e então discava outros números quando o último não atendia. Aproveitando a calmaria saquei o telefone do bolso e vi as mensagens que Hayley me deixara. 
Declan estava com febre e ela estava louca de preocupação em casa, Anne estava ajudando-a e tomando conta de Oline enquanto Hayley tentava se comunicar com o pediatra e fazer alguma coisa para abaixar a febre. As mensagens me deixaram tenso e decidi que só cuidaria do problema da garota e então iria correndo para casa. Avisei a Hayley o que faria e então li as outras mensagens que recebi, uma de Harry avisando que estava no bar e estava me esperando, e outra de um primo que está na cidade para ver os gêmeos.
Por fim, Cam conseguiu falar com o irmão mais velho e ele concordou em vir buscá-la, deixei que ela aguardasse no bar enquanto eu fazia uma ligação e pedi para Tony ficar de olho nela.
Liguei para Hayley e consegui me tranquilizar ao saber que a febre de Declan já estava passando e que eu estaria morto se saísse do trabalho para ir ficar em casa sem fazer nada, a ameaça veio diretamente de Hayley, então concordei que fecharia o bar e encontraria com ela lá pelas tantas da madrugada.
Ao sair do escritório, a primeira coisa que notei foi que Harry já estava ocupando uma mesa junto de Niall e mais dois amigos que eu não conheço, até aí tudo bem, só que a garota estava sentada ao lado dele, a Cam Brine, eles estavam conversando e Harry sorria com aquele olhar predador que eu já o vira usar no bar em algumas ocasiões. Droga, ela é chave de cadeia, a garota é menor de idade, Styles!!!
Andei até eles e quando cheguei dei tapas fortes no ombro de Harry, que me olhou como se eu fosse um verme que não fora chamado na conversa, a garota ergueu seus grandes olhos castanhos claros e me encarou chorosa, provavelmente pensando em se desculpar novamente.

— Então, e o seu irmão, Cam?  perguntei forçando um sorriso, vi Harry revirar os olhos e bufar, provavelmente irritado por eu estar me metendo na sua conversa com a bela garota.
— Ele está vindo, tenho certeza que já deve estar chegando! — ela disse rapidamente, ainda com aquele olhar de cachorrinho culpado.
— Harry, está pegando cerveja pra ela? — perguntei irritado quando vi o copo em frente a Cam, ele me olhou como se eu tivesse cometido a maior grosseria de todos os tempos.
— Sim, Zayn. Qual o problema? Nossa, você está insuportável hoje — ele resmungou e bebeu um gole de seu copo.
— Acontece, meu amigo, que essa jovenzinha aqui é menor de idade e não poderia se quer ter entrado no bar. Então, se me dá licença, ela vai esperar pelo responsável dela lá no balcão! — falei e puxei o braço da garota, fazendo-a se levantar, Harry olhou assustado para ela, finalmente se tocando.
— Você tem quantos anos? — ele perguntou empalidecendo.
— 17 — sussurrou Cam e eu quase ri da cara de Harry.
— Vejo você no balcão em alguns minutos! — ele falou quando eu comecei a arrastar a menina.

Harry grudou na menina por todo o tempo em que ela ficou no bar aguardando a chegada do irmão. Quando Alexander Brine chegou eu tive que brigar um pouco com ele e pedi que cuidasse melhor de sua irmã e das companhias com quem ela anda, ele ouviu a tudo muito calmo e lançando olhares ameaçadores para a irmã.

— Desculpe pelo transtorno, Zayn. Não voltará a se repetir  falou Alex e apertou a minha mão.
— Tudo bem, só tome cuidado, o cara que a acompanhava não me parecia ser legal — falei humildemente e olhei para Cam, ela parecia constrangida e encarava os próprios pés.

Pelo resto da noite eu servi bebidas e bebi algumas coisas junto a Harry e seus amigos, então fechei o bar e corri para casa. Me sentia exausto e com muita saudade da minha família.
Ao abrir a porta eu dei de cara com Hayley no sofá da sala, ela se balançava de um lado para o outro com Oline em seus braços. Ley parecia exausta, mas Oline estava com os dois grandes olhos azuis arregalados, sem a menor vontade de dormir, e olha que passava das duas da madrugada.

— Oi, meu amor  murmurei indo ao seu socorro. Ley me deu um beijo demorado nos lábios e me deixou pegar Oline.
— Ela está daquele jeito, pensei que você nunca chegaria — ela sussurrou e soltou um suspiro sôfrego que me fez rir.
— Olá minha bonequinha  murmurei para Oline, ela sorriu e piscou. Às vezes Oline inventa de enlouquecer a mãe e só dorme quando eu chego e a nino.  Vamos descansar um pouquinho? Amanhã a gente brinca  falei em um tom doce e animado, ela sorriu novamente.

Hayley se deitou no sofá e ficou me assistindo maravilhada enquanto eu cantava baixinho e balançava Oline, vi seus olhinhos pesarem e logo ela adormeceu. Eu me sentei ao lado de Ley no sofá e coloquei Oline deitada de bruços em meu peitoral, assisti a um filme com a minha linda esposa e depois nós colocamos a nossa filha para dormir no quarto com o irmão, então tomamos um banho juntos e nos abraçamos em nossa cama enorme.
A rotina que desenvolvemos juntos me enche de alegria, me faz sentir vontade de pular da cama todas as manhãs mesmo que for para limpar bundas de bebês ou alimentá-los, saber que estaria com a minha esposa e com os meus filhos me fazia incrivelmente feliz.
Ainda é difícil acreditar que Hayley me escolheu, havia mais quatro caras além de mim, todos eles competentes e que a amavam quase tanto quanto eu a amo, mas nós dois temos uma sintonia que ninguém mais tem, nós temos história juntos, eu fui o primeiro e agora sou o último.
Meu amor por ela é inenarrável, me sinto completamente entregue a ela a cada vez que a vejo sorrir, ou revirar os olhos, ou respirar. E sei que ela também é minha, para todo o sempre.
Nós nos pertencemos, mas não é um sentimento de posse, nós só não queremos estar com mais ninguém. Construímos a nossa família, o nosso ninho, e tenho fé que seremos felizes até que a morte nos separe.




segunda-feira, 30 de outubro de 2017

"Amor igual ao teu
Eu nunca mais terei
Amor que eu nunca vi igual
Que eu nunca mais verei..."
– Onde Você Mora? (Cidade Negra)



— Olá, querida. Se sente bem?  ela perguntou e me ajudou a ajeitar o bebê nos braços, Zayn se afastou um pouco mas ficou assistindo com os olhos marejados.
— Sim, até que sim — sussurrei, me concentrando nos traços delicados de Oline, a minha garotinha parecia muito com o pai, desde os cabelos negros até os lábios finos. Oline abriu os olhos e eu respirei fundo, não era a cópia perfeita de Zayn afinal, tinha os meus olhos azuis, ainda um pouco escurecidos mas ficariam azuis iguais aos meus.
— Ela tem o seus olhos, querida — disse Suzan e eu sorri. — Na verdade, os dois têm.
— Declan também?  perguntou Zayn sentando-se ao meu lado para ver Oline de perto.
— Sim, ainda é cedo, mas pela tonalidade eu percebo que vão ter os olhos azuis cristalinos — ela sorriu e pegou Declan do outro berço. — Aqui, senhor, pode segurá-lo — ela colocou Declan nos braços de Zayn e nós seguramos os dois lado a lado.

Declan dormia tranquilamente, era lindo, os cabelos ralos eram loiros e ele tinha as bochechas coradas. Oline estava acordada, deslizando os imensos olhos claros ao redor e balançando agitadamente os braços e a cabeça, as perninhas estavam presas pelo casulo feito com a manta.
A enfermeira Suzan me ensinou as técnicas básicas para amamentar e eu treinei com Oline enquanto Declan dormia nos braços de Zayn. Depois de me ajudar ela nos deixou a sós e James e Anne se aproximaram para conhecer os gêmeos.


♂♀♂♀

Passamos três dias no hospital e eu já me sentia muito bem quando sai de lá, parto normal é realmente muito mais fácil de lidar, eu não saberia como cuidaria dos meus dois bebês se estivesse com pontos na minha barriga. Zayn não desgrudou da gente, ele colocou o bar sob total cuidado de Jack, o gerente e amigo dele, e desde então não tira os olhos dos bebês e de mim. Sua família chegou há dois dias e estão hospedados em um hotel perto da nossa casa, já que o quarto vago que havia em nossa casa foi redecorado para os bebês.
Zayn e eu decidimos chegar em casa sozinhos, sem recepções das nossas famílias, para curtir os nossos bebês um pouco antes das visitas começarem a aparecer para conhecer os gêmeos. Zayn estacionou o carro em frente a nossa garagem e nós dois saímos para pegar os bebês nas cadeirinhas no banco traseiro, Declan e Oline dormiam tranquilamente e só acordaram quando já estávamos dentro de casa, seguindo para o quarto deles.
quarto ficou adorável, Zayn e eu terminamos ele faltando apenas uma semana para a chegada dos gêmeos e nós conseguimos deixar o lugar bem aconchegante e bonito. O quarto tem duas janelas que dão para o quintal, onde Hades geralmente fica, e a luz do sol entra por ali e ilumina o quarto durante todo o dia.
Falando em Hades, estou morrendo de saudade daquele filhotinho arteiro, ele está na casa de Liam durante alguns dias até que nos acostumemos com os bebês e possamos trazê-lo de volta para casa, mas não vou demorar para implorar que Zayn vá buscá-lo, pois me parte o coração ficar longe daquele bagunceiro.
Zayn e eu colocamos os dois bebês confortos em cima das poltronas brancas junto à parede, Declan e Oline dormiam profundamente, se assustando ocasionalmente quando ouviam algum barulho mais alto, fui até ao guarda-roupas e peguei dois pares de luvinhas para colocar nos bebês, minha avó costumava dizer que quando as mãozinhas estão cobertas os bebês se assustam menos. Entreguei as luvinhas rosas para Zayn vesti-las em Oline e coloquei as azuis em Declan, que abria os olhinhos vez ou outra por reflexo.
Deixamos os dois dormindo nos berços e fomos para a cozinha preparar algo para comermos, Zayn colocou a babá eletrônica no balcão da cozinha e começou a cozinhar para a gente, enquanto eu me sentei e o admirei cantarolar pela cozinha.
Durante o almoço eu me revesei para amamentar Oline e Declan, depois do almoço Zayn e eu trocamos as fraldas e quando eles voltaram a dormir nós dois nos deitamos em nossa cama e conversamos baixinho, meio cochilando e nos abraçando no momento de calmaria.


♂♀♂♀

Correndo de um cômodo a outro com a babá eletrônica em meu bolso, eu limpei as estantes, tirei o pó, arrumei as almofadas do sofá e estava enlouquecendo, orando baixinho para que nem Declan e nem Oline acordassem antes que eu conseguisse arrumar a casa. Hoje faz exatamente 5 meses que os gêmeos nasceram e os padrinhos deles, James e Anne, inventaram de fazer uma festinha para comemorar, o que significa que eu tenho que deixar a casa pronta para os amigos mais chegados, enquanto Zayn está no bar, James foi buscar o bolo na confeitaria e Anne está no meu quarto terminando um cartaz decorado com os nomes dos bebês.
Coloquei a última travessa de bolinhas de queijo na mesa e respirei fundo, agora só falta a decoração de Anne, o bolo que James foi buscar e os convidados chegarem, conferi a babá eletrônica de perto e ouvi o maravilhoso silêncio. Eu amo os meus bebês, amo mais do que a mim mesma, mas é tão maravilhoso quando eles estão dormindo.
Os primeiros meses com os gêmeos foi completamente aterrador, Zayn e eu se quer saíamos de casa, tudo se resumia a fraldas, vômitos, mamadeiras e choros. Tivemos péssimas noites de sono nos primeiros três meses e Zayn praticamente entregou o bar de bandeja nas mãos de Jack, ele e eu nos entregamos completamente à tarefa de sermos pais e fizemos um bom trabalho, agora estamos em um momento mais estável e está mais fácil conciliar os afazeres de casa com a tarefa de ser mãe de gêmeos, tanto que Zayn já voltou a trabalhar no bar durante o dia.

— Tudo bem, querida. Já acabou, agora você pode ir tomar um belo banho e se aprontar enquanto eu termino a decoração, depois podemos cuidar de Declan e Oline, vá, vá! — ordenou Anne, me empurrando em direção ao quarto, não resisti, estava mesmo precisando de um banho.

Tive o cuidado de colocar a babá eletrônica no banheiro, ultimamente ela tem sido a minha grande companheira, a carrego para todos os lados. Na metade do banho eu ouvi o chorinho de Oline, sei distinguir bem o choro dos dois, logo a voz de Anne também soou pelo aparelho e eu consegui relaxar e terminar o banho.
Depois de me vestir eu entrei no quarto dos bebês e encontrei Anne brincando com Declan e Oline na cama que Zayn e eu colocamos no quarto. Além dos dois berços nós colocamos uma cama para trocarmos os bebês, já que ter dois trocadores é exagero.

— Escolha! — gritou Anne animadamente, ela se afastou da cama e eu vi os meus bebês pelados, vestindo apenas fraldas e chapéus longos e listrados, estavam muito fofinhos.
— Como assim escolher? — perguntei confusa e ela me mostrou um chapéu de flores e uma gravata.
— Os chapéus gêmeos ou chapéu de flores e gravata?  ela perguntou e então tirou os chapéus listrados para colocar o chapéu de flores na Oline e a gravata em Declan, ficaram adoráveis.



— Os chapéus listrados ficaram mais bonitos — falei já me deitando ao lado dos bebês na cama e beijando os dois e fazendo cócegas, eles começaram a rir mostrando a gengiva banguela.
— Onde estão os meus anjinhos? — ouvimos a voz grossa de Zayn na sala, Oline arregalou os olhinhos e começou a se agitar, ela adora tanto o pai, Declan também, mas Oline é muito apegada a Zayn.
— No quarto, querido — gritei em resposta, Anne pegou Declan no colo e começou a balançá-lo fazendo barulho de avião.
— Que coisa mais fofa — disse Zayn quando viu os dois com os chapéus listrados. — Oi meu garotinho — Zayn beijou Declan e se deitou ao meu lado, o beijei nos lábios e ele sorriu e pegou Oline nos braços, erguendo-a acima da cabeça e fazendo-a rir.
— Já está tudo pronto, só falta você se arrumar e o James chegar — disse Anne a Zayn.
— Ah, sim. Então vou tomar um banho, fica com a mamãe, princesa — ele disse a Oline e então colocou ela deitada de bruços em cima da minha barriga.

Zayn entrou no banheiro e Anne e eu levamos os gêmeos para o quintal, onde a festa já estava organizada, colocamos Declan e Oline nas cadeirinhas de bebês Jolly Jumper e demos a eles alguns brinquedos que fazem barulho para distraí-los.
O tempo estava delicioso, o sol se escondia atrás de algumas nuvens e o vento refrescava o quintal, não havia previsão de chuva e estava um domingo perfeito, a minha família viria e os amigos mais próximos também, Zayn com certeza faria uma chamada de vídeo com a família dele que está no Havaí e então a comemoração ficará completa.
Enquanto os gêmeos pulavam e brincavam Anne e eu pegamos as comidas que estavam na sala e as colocamos na mesa que estava no quintal, ela pendurou o cartaz que fez e nós colocamos algumas bexigas ao redor do cartaz. Zayn se juntou a nós assim que terminamos, estava lindo usando uma calça jeans escura e uma camisa preta do Arctic Monkeys, ele cheirava a sabonete e ao perfume 212 para homens da Carolina Herrera, não resisti e grudei nele, cheirando-o e beijando-o no pescoço, o que o fez rir.
Não demorou para James chegar com o lindo bolo quadrado divido ao meio, de um lado lilás escrito o nome de Oline e do outro lado em verde estava escrito o nome de Declan, o bolo ficou maravilhoso e eu tive que conter o impulso de meter o dedo nele.



A festa estava ótima, os gêmeos estavam passando de colo em colo quando na verdade só queriam ficar pulando para cima e para baixo nas cadeiras e ouvindo os sons que saíam do tapetinho musical deles, mas tamanha atenção os deixaram agitados e até mesmo risonhos, principalmente quando alguém enfiou um pirulito de chocolate em cada mão gorduchinha e rosada. Rezei para Hayley não vê-los comendo chocolate, ela enlouqueceria pois chocolate na maioria das vezes dá cólica em Declan, fiz vista grossa porque ele parecia muito feliz em comer aquilo, mas na minha mente já estava planejando em colocar algumas gotinhas de remédio em sua língua antes que chegasse a madrugada e ele nos enlouquecesse chorando de dor.
Peguei duas latinhas de cerveja no freezer e voltei para o quintal, me juntei à Harry e Liam e entreguei uma latinha para cada. Olhei ao redor e vi Louis grudado em Hayley, ignorei a pontada de ciúme que sentia naturalmente ao vê-la perto de qualquer cara, principalmente os seus exs, e relaxei, afinal ele estava distraindo-a do chocolate que Declan babava vorazmente.

— Ela está maravilhosa — disse Harry e eu voltei minha atenção para ele.
— O que disse? — perguntei, Harry repetiu e Liam assentiu com a cabeça.
— Está incrível — ele concordou.
— Por acaso vocês estão falando da minha mulher? — perguntei seriamente, eles riram.
— De quem mais seria? — debochou Harry.
— Sim, ela está incrível, ela é incrível  rendi-me por fim, afinal era a verdade e Hayley estava realmente impressionante naquele vestido, ou sem ele, de qualquer jeito para ser sincero.
— Vocês estão se saindo muito bem com tudo isso — disse Liam e eu assenti mais uma vez.
— É, está sendo uma experiência fantástica, estou surpreso com tudo, pra falar a verdade, mas estou me acostumando.
— Mais surpresos ainda estamos nós, ninguém imaginava que Hayley ia se quer assumir o relacionamento com alguém, imagine se casar e ter filhos. Isso é meio surreal  murmurou Harry.
— Pois é, ainda mais comigo, eu adoro isso  falei sorrindo, os dois reviraram os olhos e eu me senti mais vitorioso ainda.
— No entanto, apesar de não aceitarmos, ficou muito óbvio que ela ficaria com ele depois do acidente no antigo bar — disse Liam e Harry concordou. Me senti estranho de repente, relembrar os dias sombrios é sempre difícil para mim e para Hayley, por isso evitamos tocar no assunto, mas na verdade foram esses dias que fizeram Hayley enxergar que eu era o cara certo para ela.
— Enfim, apesar de amargurados, estamos muito felizes por vocês, cara — disse Harry e deu tapinhas em meu ombro, sorri e balancei a cabeça.
— Eu sei, obrigado. Só não consigo controlar muito bem o ciúme quando vejo-os tão perto dela, acho que é normal, devido ao nosso histórico — falei indicando Louis e Hayley rindo, eles olharam e concordaram.
— Imagino, também me sentiria assim no seu lugar — disse Liam.

Depois de mais felicitações vindas dos meus dois exs-concorrentes, eu os deixei conversando e dei uma circulada pela festa, cumprimentei amigos, alguns familiares de Hayley, tirei sorrateiramente os pirulitos das mãos dos meus filhos e então posei ao lado da minha esposa. Foi inevitável não me sentir o maior cara do mundo quando ela abriu aquele imenso sorriso e me abraçou, fiquei até envergonhado por sentir ciúmes dela com Louis. Mas ele ficou vermelho quando eu cheguei, provavelmente eu deveria sentir ciúme dele, mas naquele momento eu só queria beijar a minha mulher e deixá-la me cheirar, porque sentir ela enfiando o nariz em meu pescoço é gostoso demais e não há melhor sensação no mundo.
Aproveitando que Louis se afastara para nos dar privacidade, eu aproximei minha boca do ouvido de Hayley e mordi suavemente o lóbulo de sua orelha, ela riu.

— Vamos fugir, rapidinho. Anne pode tomar conta de tudo — sussurrei em seu ouvido, ela fechou os olhos e deitou a cabeça em meu ombro.
— Vamos, por favor!

Pedimos a Anne e James para ficarem de olho na festa e nos gêmeos e então fugimos para dentro de casa, desviamos de algumas pessoas e então nos trancamos no banheiro principal. Podíamos ouvir a agitação do lado de fora e a adrenalina corria por minhas veias, era excitante demais saber que havia umas cinquenta pessoas ali fora e nós dois estávamos nos beijando no banheiro, podendo ser pegos no flagra a qualquer momento.
Peguei Hayley no colo e a sentei na pia de mármore branco, me encaixei entre suas pernas e mordisquei a pele macia e cheirosa de sua clavícula, lentamente corri os dedos por seus braços, tirando o cardigan que ela usava e deixando seus braços livres. 
Eu queria beijá-la em todos os lugares possíveis, mas em um momento mais apropriado poderíamos fazer isso, agora precisávamos ser rápidos. Deslizei minhas mãos por suas coxas e subi o seu vestido lentamente, revelando a pele aveludada por baixo dele, ela mordiscou o meu lábio e sorriu.


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Subi seu vestido até o busto, deixando-a seminua da cintura para baixo, puxei-a para a ponta da pia e pressionei a minha virilha contra a dela, mostrando-lhe o quando eu ansiava por estar dentro dela.

— Vamos, Zayn. Precisamos voltar! — ela sussurrou enquanto arrancava a minha camisa pela cabeça, ri e abri o zíper da minha calça.

Abaixei a minha calça junto com a cueca e Hayley sorriu ao ver meu membro, é sempre muito satisfatório ver sua reação quando estou nu, dá vontade de jogá-la na cama e fingir que não existe mais nada no mundo além de nós dois.
Voltei a beijar o pescoço de Hayley e delicadamente puxei a sua calcinha vermelha para o lado, lentamente encaixei o meu membro em sua vagina e ela arfou quando a penetrei de vagar, Hayley entrelaçou as pernas ao meu redor e inclinou o quadril, me recebendo melhor.
A empolgação do lado de fora do banheiro só me deixou mais animado, apoiei minhas mãos na parede e mexi o quadril com força, Hayley mordia os lábios e tentava se controlar para não gemer alto, enquanto mantinha as duas mãos em minha boca, tentando me calar.
Senti-a se comprimir ao meu redor e gozei bem no momento em que batidas fortes açoitaram a porta, Hayley respirou fundo pausadamente para se recuperar e eu gritei alguma coisa sobre estar ocupado, apoiei meu corpo no dela e fechei os olhos por alguns segundos.

— Isso foi muito gostoso — ela sussurrou em meu ouvido e eu ri.
— Sim, acho que preciso descansar os olhos um pouco, será se Oline não quer tirar um cochilo?  perguntei e ela sorriu.
— Acho que não, entupiram a nossa garotinha de doces, acho que nem ela e nem Declan dormirão por no mínimo três meses!  ela suspirou e eu ergui a cabeça para encontrar os seus lindos olhos azuis, os mesmos que agora embelezavam os rostinhos de nossos filhos. 
— É melhor separar o remédio de cólica, então — brinquei, ela assentiu e me beijou castamente nos lábios.
— Com certeza, querido — ela concordou e ouvimos mais batidas na porta.
— Já vai!! — gritei impaciente.

Hayley e eu nos vestimos novamente e nos ajeitamos para tentar parecermos inocentes, mas os olhares que recebemos de Anne e James nos denunciavam completamente, eles sabiam bem o que estávamos fazendo e o primo de Hayley, que estava quebrando a porta do banheiro, nos olhou da mesma forma quando saímos do vestíbulo.
Trocando sorrisos cúmplices, Hayley e eu pegamos nossos filhos nos braços e os levamos para perto do bolo para cantarmos parabéns e fingir que eles comeriam aquele bolo. 
Por isso eu queria fazer festa apenas com um ano, aí eles poderiam ao menos provar o bolo e não apenas sujar os lábios com um pouquinho de glacê.




sexta-feira, 20 de outubro de 2017

"Te levo comigo não importa aonde for
E quando eu não viajar
Só vou cuidar de você e do fruto do nosso amor..."
– Sensação (1Kilo)




♂♀♂♀

Dez minutos.
Ouço o gemido doloroso de Hayley e meu corpo inteiro fica gelado, quando ela abre os olhos e respira fundo eu aperto o cronômetro e os números começam a rodar novamente.

— Quanto? — ela pergunta ofegante e eu coloco a alça da gigante bolsa de bebê no ombro. Dentro da bolsa há muitas roupinhas, fraldas e mantas para Declan e Oline, por incrível que pareça a bolsa pesa.
— 10 minutos, acho que devemos ir agora — falei e sequei uma gota de suor que escorria pela minha bochecha. Peguei uma mochila azul que tinha roupas para Hayley e a coloquei no meu outro ombro.
— Droga, droga, droga! — ela soltou um gritinho sofrido e agarrou a minha mão, deixei que ela a esmagasse e não reclamei, pois sabia que a dor que ela estava sentindo era muito mais forte do que a dor que estava me causando. Parei o cronômetro marcando 7 minutos.
— Nós definitivamente precisamos ir agora, ou teremos nossos bebês no carro — falei nervoso e ela assentiu, ainda de olhos fechados e respirando fundo.

Quando acomodei Hayley no banco de passageiro e me sentei atrás do volante eu conectei o telefone no viva-voz do carro e liguei para James, ele já estava saindo de casa junto com Anne.

— Aonde vocês estão? Estamos entrando no carro agora — disse James e ouvi a porta do carro batendo. Dei a ré no carro e saí da garagem.
— Meu Deus, Ley — murmurei quando ela agarrou a minha mão novamente e apertou forte demais para uma mulher tão pequena. — James, estamos quase no hospital! — falei em meio a um ganido de dor.
— Encontramos vocês na entrada, irmão — disse James e desligou em seguida.

James e Anne estavam há semanas a postos para qualquer sinal do nascimento dos bebês, mas os pais de Hayley voltaram para casa há dois dias, eles acharam que não corriam perigo dos bebês nasceram antes do tempo e tiveram o azar de Declan e Oline quererem vir ao mundo duas semanas antes do previsto. Meus pais, por sua vez, não correram o risco, embarcaram hoje à tarde para vir passar uma semana conosco, eles devem chegar pela manhã e, espero, que Declan e Oline já tenham nascido até lá.
Parei o carro na porta de entrada do hospital bem na hora que Hayley se recuperava de mais uma forte contração, James estava parado na porta e correu até o carro quando eu abri a porta e saí.

— Estaciona pra mim? — perguntei aflito, ele assentiu e se sentou no banco que eu acabara de sair.

Abri a porta de trás e peguei as bolsas, em seguida corri até Hayley e a ajudei a sair do carro. Anne e um enfermeiro empurraram uma cadeira de rodas até a gente e eu ajudei Hayley a se sentar, ela gritou mais uma vez e cravou as unhas em meu ombro, me ajoelhei em frente a ela e fechei os olhos para tentar esconder as lágrimas de dor que os encheram.

— Tudo bem, amor. Vai ficar tudo bem — sussurrei sentindo suas unhas grandes cortarem minha pele, Anne e o enfermeiro me olharam com piedade.
— Puta que o pariu — gritou Hayley. — Zayn, nunca mais teremos filhos, só quando homens puderem parir! — ela berrou e eu comecei a rir.
— Não precisamos pensar nisso, temos duas crianças para cuidar pelos próximos 50 anos, amor — murmurei e lhe dei um beijo demorado antes do enfermeiro começar a empurrar a cadeira.

O enfermeiro levou Hayley e me deixou para preencher a ficha dela, Anne escreveu tudo pra mim, pois minhas mãos tremiam demais para segurar a caneta. Logo James se juntou a nós e começou a fazer telefonemas para avisar a todos os principais, inclusive os pais deles, que entraram no carro na mesma hora para voltar para Londres.
Depois de terminar a ficha de Hayley, eu procurei uma enfermeira para me levar até a minha mulher e a encontrei já com a roupa de hospital e um tubo de gás anestésico. Assim que fechei a porta do quarto atrás de mim ela enfiou o tubo na boca e começou a aspirar enquanto fechava os olhos com força e gemia de dor, corri para o seu lado e ofereci a minha mão para que ela apertasse à vontade.
A enfermeira andava pelo quarto e falava conosco, mas nem Hayley e nem eu ouvíamos o que ela dizia, estávamos completamente absortos em nossas dores.
O acontecimento todo se passou como um borrão em minha mente, eu via a doutora Grier e os enfermeiros e eu sabia que eles falavam comigo e com Hayley, mas eu só tinha olhos para Hayley vermelha e suada, gritando de dor e chorando agarrada a mim. Nunca me senti tão incompetente em toda a minha vida, eu queria segurá-la e sentir a dor por ela, queria que ela apenas descansasse e não me olhasse daquele jeito tão sofrido, aquilo partia o meu coração.
Mas quando o primeiro soneto fino de um choro adentrou meu ouvidos, eu saí do transe e olhei ao redor confuso e muito, muito curioso. Hayley também ouvira e isso a fizera parar de gritar, ela agora também procurava de onde vinha o choro baixinho. 

— E seja bem-vindo ao mundo, Declan — disse a doutora Grier com um sorriso gigantesco e levantando o pequeno bebê todo sujo e com um choro baixinho saindo de seus lábios abertos, fiquei hipnotizado olhando-o.
— Declan — sussurrou Hayley, um sorriso maravilhado tomou seus lábios quando a doutora colocou o pequeno bebê do tamanho do meu antebraço em cima da barriga de Hayley e tanto eu quanto ela o seguramos.

Declan parou de chorar, seus olhinhos estavam fechados e ele se mexia com a cabecinha pequena em cima dos seios de Hayley, passei minha mão pelos cabelos ralos dele e senti as lágrimas umedecerem o meu rosto. Era o meu filho. Meu Deus, aquela pessoinha pequena e rosada era o meu filho. Seus cabelos eram loiros, como o de Hayley, e eu percebi na hora que ele era a cópia da minha esposa, desde os cabelos até o formato do nariz e dos lábios, ele era a versão masculina e recém-nascida dela. 
O meu amor por ele, que já era absurdo, aumentou mais ainda.
A enfermeira de antes trouxe uma manta branca e colocou em cima da Declan, então Hayley voltou a sentir contrações, ela gemeu e por reflexo eu tirei Declan de seu colo e o segurei em meus braços. Ele era tão pequeno, tão delicado, o medo de quebrá-lo me tomou e eu o segurei mais firme, com as minhas grandes mãos tomando suas costas inteira e sua bundinha pequena.
A doutora Grier voltou a gritar incentivos para Hayley e a enfermeira veio até mim para pegar Declan, eu não queria largá-lo, não queria dá-lo para ela, mas eu sabia que devia, então eu o fiz. Meus braços ficaram frios quando ela o tirou de mim, mas logo me recompus e ofereci a minha mão para Hayley, que agarrou com força e gritou alto em meio a uma contração aterradora.
Então, três minutos depois que Declan veio ao mundo, Oline nos presenteou com seu choro fino e alto, totalmente o oposto de Declan, que choramingava baixinho.
Novamente a doutora Grier colocou o pequeno bebê no colo de Hayley, que mesmo sem forças abraçou a filha e sorriu, abracei as minhas meninas e beijei a testa de Hayley.

— Foi incrível, você foi perfeita, amor — sussurrei em seu ouvido, coloquei minha mão delicadamente em Oline e Hayley respirou ofegante. — Agora você pode descansar, querida.
— Meus bebês — ela sussurrou e eu vi seus olhos azuis cheios de lágrimas, não me contive, lágrimas de orgulho e amor encheram os meus olhos.
— Eles são perfeitos — tranquilizei-a e ela abaixou a cabeça para beijar a cabecinha suja de placenta e sangue de Oline.

A enfermeira pegou Oline para limpá-la e então trouxe os dois para que Hayley os visse. Eram opostos, Oline tinha os cabelos espessos e negros, o nariz fino e os lábios delineados e cheios como os meus. Declan tinha os cabelos loiros e os traços de Hayley. Ambos já estavam bem enroladinhos nas mantas brancas e dormiam quando a enfermeira colocou os dois nos braços de Hayley, eu a ajudei a segurá-los e ficamos observando os nossos bebês, eram perfeitos, lindos.
Percebi os olhos de Hayley pesarem e a enfermeira achou melhor deixá-la descansar, peguei Oline nos braços e a enfermeira segurou Declan. Dei um selinho demorado nos lábios de Hayley e a pedi para dormir um pouco, muito relutante ela concordou e eu acompanhei a enfermeira para colocar a minha menininha no berço de vidro ao lado do irmão.
Ajeitei os dois lado a lado e arrumei as mantas, saquei o meu celular e tirei a primeira foto dos meus filhos, em seguida a enfermeira os levou para banhá-los e colocar as pulseirinhas com os nomes deles.



Depois de agradecer e me despedir da doutora Grier, eu me sentei ao lado de Hayley na cama e vigiei o seu sono, acariciei seus cabelos presos e sussurrei uma música calma para lhe trazer sonhos bons.
Depois de um tempo a enfermeira voltou com mais um enfermeiro para transferir Hayley para o quarto particular, eu fui dispensado e então fui dar as notícias para James e Anne. Ao chegar na sala de espera encontrei uma multidão. Então abri um gigantesco sorriso e recebi todas as congratulações de Harry, Liam, Louis, Niall, James, Anne, Jack — que me explicou que deixou o bar sob os cuidados de Jerry, um funcionário —, Ashley, Gemma e ainda os pais de James pelo o telefone.
Me sentei em uma das poltronas desconfortáveis e mostrei a foto dos meus filhos para todo mundo, foi uma comoção geral e eu me senti incrivelmente orgulhoso por ter ajudado a trazer esses dois lindos anjinhos ao mundo.



Acordei com barulho de vozes. Eu estava em uma cama um pouco mais confortável e o quarto particular era espaçoso e estava lotado de pessoas, alguém deve ter subornado os enfermeiros para permitirem a entrada de tanta gente.
Zayn estava deitado ao meu lado e seus dedos estavam entrelaçados aos meus, mas ele estava distraído em uma conversa com Harry. Apertei seus dedos e ele olhou imediatamente para mim.

— Amor! — ele falou docemente e se inclinou para me beijar.
— Oi, querido — sussurrei e sorri. — E os nossos bebês?
— Eles chegarão daqui a pouco. Você precisa vê-los, são lindos, Declan é a sua cara e Oline é a minha cópia — ele tagarelou empolgado e eu não contive uma risada.
— Ah, preciso vê-los — choraminguei e ele riu.
— Declan nasceu às 8:45 da noite, com 2,8 quilos e 45 centímetros. Oline nasceu às 8:48, com 2,6 quilos e 44 centímetros. São dois ratinhos, pequenininhos e perfeitos, amor. A Dra. Grier já disse que eles são perfeitamente saudáveis, apesar de pequeninos — contou Zayn e meus olhos marejaram. Ele me mostrou a primeira foto dos dois e mais uma que James tirou deles no berçário, são lindos.



— Ah, Deus. Preciso vê-los — choraminguei novamente e Zayn riu.

Zayn liberou a aproximação e eu então fui cumprimentada e parabenizada por todas as pessoas queridas que estavam ali no quarto. Depois de alguns minutos Zayn e James expulsaram todos, ficando apenas Zayn, James, Anne e eu no quarto. Respirei aliviada e bebi um gole de água que Zayn me deu.
Anne saiu do quarto para procurar a enfermeira que cuida de mim e pedi-la para trazer Declan e Oline para que eu os veja, enquanto isso fiquei admirando as fotos no celular de Zayn.
Não demorou para que Anne entrasse no quarto e mantivesse a porta aberta para que duas enfermeiras empurrassem dois berços de vidro com dois pequeninos bebês dentro, meu coração acelerou e eu não consegui esconder o imenso sorriso.
Zayn me ajudou a sentar na cama e a enfermeira Suzan, que cuidou de mim desde que cheguei ao hospital, se aproximou com um dos bebês nos braços, confesso que eu não sabia qual era, mas o segurei com todo o cuidado do mundo.

— Olá, querida. Se sente bem? — ela perguntou e me ajudou a ajeitar o bebê nos braços, Zayn se afastou um pouco mas ficou assistindo com os olhos marejados.
— Sim, até que sim — sussurrei, me concentrando nos traços delicados de Oline, a minha garotinha parecia muito com o pai, desde os cabelos negros até os lábios finos. Oline abriu os olhos e eu respirei fundo, não era a cópia perfeita de Zayn afinal, tinha os meus olhos azuis, ainda um pouco escurecidos mas ficariam azuis iguais aos meus.




Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

Sinopse
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