sábado, 27 de junho de 2015

"Bem, agora acabou.
Mas, mesmo assim, ainda estou enxergando.
Quando tudo dá errado,
Fica difícil ser tão forte..."
— Over Now (Alice In Chains)



Ele continuou dormindo, eu desci, deixei o café da manhã pronto para quando ele acordasse, tomei um banho e me arrumei.
Escrevi um curto bilhete para ele e então saí de casa.
Eu estava emancipada do meu irmão, mas isso não significava que ele não podia me dar um empurrãozinho inicial, peguei um táxi até o apartamento dele. Estava cedo demais, mas ele não se importaria de ser acordado por uma boa causa. Toquei a campainha insistentemente, até que ele enfim abriu a porta, estava emburrado, mas sorriu ao me ver.

— Ava, tudo bem? — ele perguntou intrigado e me deixou entrar.
— Sim, claro. Eu só preciso da sua ajuda pra uma coisa, nada grave — falei rapidamente quando ele arregalou os olhos preocupado.
— Bem, pode dizer. Enquanto isso tomamos café, vem — ele me chamou e nós seguimos pra cozinha.
— Eu estava pensando e cheguei a conclusão que eu quero ser mais que uma secretária, eu quero crescer profissionalmente, Liam. Eu andei pensando e não quero me acomodar, não quero parar na cafeteria e ficar lá pro resto da vida, eu quero fazer alguma coisa de verdade por mim e pelo meu futuro, eu preciso dos seus conselhos, não sei por onde começar — murmurei, ele parou de colocar pó de café na cafeteira e me encarou fixamente, seus olhos brilhavam e eu percebi que era de orgulho, mas eu não entendi porquê.
— É muito bom saber que você precisa de mim — ele falou, sua voz embargou um pouco e eu percebi que ele estava emocionado.
— Eu preciso, sempre precisei, mas não chore, por favor — pedi me desesperando, ele riu.
— Não vou chorar, fique tranquila — ele garantiu e voltou a fazer o café. — Mas e o Charlie?
— O que tem ele? — perguntei confusa.
— Bom, ele é praticamente seu marido, ele sabe desse seu surto de crescimento?
— Bem, não... Eu não tive tempo pra conversar com ele a respeito — murmurei pensativa, Liam fez uma careta.
— Pois você tem que falar. Sabe, Ava, você decidiu se juntar com ele, você decidiu que estava pronta pra morar com o seu namorado, isso significa que você decidiu que estava pronta não só para dividir o mesmo teto com ele, mas também a sua vida, as suas decisões, tudo. Tudo mesmo! — falou Liam, usando seu tom sábio e sério de quando ele está falando algo importante. — Ele precisa saber de cada passo que você vai dar, de cada decisão que você vai tomar, não importa se é algo insignificante ou tão importante como o que você está querendo fazer agora.
— Eu sei — sussurrei me sentindo estúpida e imatura.
— Quer saber o que eu acho? — ele perguntou, e realmente esperava uma resposta.
— Claro, é pra isso que estou aqui — concordei me sentando em uma cadeira e olhando ansiosa para ele.
— Eu acho que você não está pronta pra dividir sua vida com outra pessoa. Acho que vocês dois se precipitaram. Ele é um cara que sabe o que quer, ele almeja uma vida normal, com uma esposa e filhos, uma casa de campo, talvez, e férias em família uma vez por ano — contou Liam — e você... Bem, você é você. Você decide o quer exatamente na hora em que quer, você não planeja nada, você nem ao menos sabe que quer alguma coisa até essa coisa dar um tapa na sua cara e te fazer enxergá-la.Você é um espírito livre, Ava. Você não pertence a ninguém, nem mesmo a si mesma. Eu, sinceramente, nem sei o que você está fazendo casada com o Charlie, eu pensei que nunca te veria em uma relação séria com ninguém antes dos trinta anos. E eu jurava que o cara que te domaria seria... Bem... Ambos sabemos quem eu achei que te domaria — gaguejou Liam.
— Eu sei — sussurrei novamente, meus sentimentos estavam embaralhados e eu não conseguia reconhecer nenhum deles. — Eu também não sei o que estou fazendo da minha vida. Mas eu amo o Charlie — garanti, pois era a única coisa que eu tinha quase certeza no momento.
— Não tenho dúvidas disso, Ava — disse Liam dando de ombros. — Eu só acho que você ama alguém ainda mais, apesar de não querer amar.
— Eu preciso... preciso... eu... — gaguejei confusa e irritada. — Eu preciso de chá — resmunguei e suspirei, Liam sorriu e assentiu.
— Eu vou fazer chá pra você, minha menina — ele falou docemente e se virou para encher uma caneca com água quente para mim.

Eu puxei minhas pernas para cima da cadeira e as abracei, fiquei encolhida e me sentindo uma criança novamente, uma criança que quer crescer, mas que no fundo tem medo disso.
Liam me entregou uma caneca de chá, então sentou-se ao meu lado, me abraçou e me disse algumas palavras de encorajamento. Eu o amo. Eu amo o meu irmão. Ele sempre foi pra mim o meu melhor amigo e confidente, e agora está me ajudando a me conhecer, ele sabe mais de mim do que eu mesma.

— Talvez você não sinta que quer ter um trabalho melhor do que o de secretária, talvez você só ache que, de alguma forma, a sua liberdade está sendo sugada aos poucos, seja no trabalho ou na sua vida com o Charlie, e você está entrando em pânico — sussurrou Liam, eu balancei minha cabeça concordando.
— Eu acho que é isso — murmurei sentindo vontade de chorar.
— Quero que saiba que você não é obrigada a morar com o Charlie, a qualquer momento você pode voltar atrás, minha casa sempre estará aberta pra você — garantiu Liam, eu fechei meus olhos e respirei fundo, senti um nó na garganta, eu queria vomitar, queria chorar, queria me encolher em forma de bola e sumir da face da terra. Quando foi que minha vida se transformou em um quiz de perguntas importantes e decisivas?
— Eu vou dar um tempo, tem só uma semana que estamos morando juntos. Eu vou segurar as rédias e esperar mais um pouco. A vida com ele é muita boa, eu só não entendo porque estou tão estranha — murmurei confusa, Liam assentiu.
— Você só tem 20 anos, Ava. Você não tem que esquentar sua cabeça com isso agora. É cedo demais. Vai acabar pifando antes dos 30 — ele brincou, eu consegui rir, o que me deixou bem mais leve e despreocupada.
— Tem razão, Payne. Você está certo — murmurei divertida.
— E você só percebeu isso agora? — ele brincou. — Vamos lá, eu vou me arrumar e você vai sair comigo, vamos ver como anda essa festa que eu estou dando com o Irlandês.

Liam foi se arrumar e em questão de minutos nós saímos da casa dele para ir até o salão de festas conferir a organização da Big Party Horayne. E passamos o dia inteiro ajudando a organizadora.
O meu erro foi ter deixado meu celular dentro da bolsa e ter deixado a bolsa no carro do Liam, porque quando ele me deu uma carona até em casa eu percebi que havia muitas ligações perdidas do Charlie, quando eu entrei em casa ele estava sentado no sofá de braços cruzados e muito sério. Ele estava muito aborrecido, não era para menos.

— Ah, resolveu dar as caras? — ele perguntou sarcástico. — Por onde você andou o dia inteiro, Ava? Eu acordei e você já tinha saído, são 7 da noite e você chega como se tivesse ido à esquina?
— Eu estava com o meu irmão — falei normalmente, não ligando pro tom irritado de Charlie.
— Custava me avisar que chegaria tarde? — ele guinchou se levantando.
— Eu deixei um bilhete pra você — murmurei.
— "Tive que sair. Nos vemos depois.", grande bilhete! — debochou Charlie, eu revirei os olhos, perdendo a paciência.
— Charlie, eu não quero discutir. Eu vou subir e me arrumar pra festa do meu irmão. Você vai comigo? Se for, ótimo, se não eu peço pro Liam vir me buscar — falei já dando meia volta e subindo as escadas.
— Você não entendeu um pequeno detalhe sobre nós, Ava. Nós estamos em um relacionamento sério agora, você precisa pensar em nós dois, não só em você. Você me deixou o dia inteiro preocupado, não atendeu o telefone e nem ao menos me mandou uma mensagem para dizer se estava bem. Você tem que crescer, Ava! — ele gritou quando eu continuei subindo as escadas e ignorando ele, mas a última frase me fez estancar no meio da escadaria.
— Eu cresci, Charlie. Eu cresci. Só não acho que você deva saber de cada passo que eu dou. Não somos casados, estamos apenas morando juntos. Eu não me lembro de ter que dar um itinerário do meu dia pro Peter, então não vejo motivo para dar para você — falei alto o suficiente para ele escutar, mas me controlando para não gritar com ele.
— Peter não é o seu namorado, porra! — ele gritou.
— Eu vou à festa, Charlie, com ou sem você — falei e continuei a subir as escadas, mas ele me seguiu.
— Você não vai a lugar algum. Você não vai, Ava! — ele gritou correndo escada acima, eu corri e me tranquei no nosso quarto antes que ele me alcançasse, parecia brincadeira de criança, mas Charlie não estava brincando.

Charlie esmurrou a porta e continuou a gritar, eu joguei minha bolsa em cima da cama e peguei meu celular dentro dela, disquei o número de Liam e segui pro banheiro despreocupada, uma hora Charlie se cansaria e pararia de tentar quebrar a porta.
Fechei a porta do banheiro e tranquei só por precaução, então fechei a tampa do vaso e me sentei em cima quando o Liam atendeu o telefone.

— Maninha, o que houve? — ele perguntou com um ar divertido, ouvi gargalhadas de homens, imaginei que ele estivesse com os garotos.
— AVA!! — gritou Charlie, um grito furioso que deu pra ouvir até na cafeteria, aposto.
— O que aconteceu, Ava? — perguntou Liam, agora sério e preocupado.
— Nada, eu... Liam, pode vir me buscar? Eu preciso de carona pra festa, Charlie está um pouco irritado e não vai comigo — murmurei e tampei o bocal do telefone quando Charlie gritou mais uma vez.
— Um pouco irritado, Avanna? Jura? — Liam falou sarcástico. — Eu vou buscá-la em meia hora, só vou terminar de me arrumar.
— Okay, obrigada, amo você — murmurei, ele repetiu a despedida e desligou.

Eu tomei um banho super rápido, voltei ao quarto para me vestir e me maquiar.
Guardei meu celular e mais algumas bobeirinhas dentro da bolsinha de mão e respirei fundo antes de abrir a porta do quarto e sair, já estava tudo quieto, tanto no andar de cima quanto no debaixo.
Ouvi a campainha tocar, respirei fundo e desci as escadas o mais rápida e silenciosamente possível, quando cheguei no penúltimo degrau eu vi Charlie se aproximar da porta para abri-la, e lá estava Liam, lindo vestindo um terno nada tradicional, com Sophia ao seu lado, ela usava um vestido muito bonito, Liam sorriu, mas parou de sorrir quando viu a cara de Charlie.

— Tudo bem, Charlie? — perguntou Liam, a voz séria em uma ameaça velada a Charlie.
— Claro, Liam. Sinto muito te fazer vir até aqui, mas a Ava não vai mais — disse Charlie, a irritação em sua voz palpável, Liam olhou por cima do ombro dele, me consultando com os olhos.
— Mas é claro que eu vou. Imagina, perder a festa de aniversário do meu irmão e do meu melhor amigo! Que bobagem! — murmurei em falsa doçura e tratei de passar logo por Charlie e ficar ao lado de Liam e Sophia, ela sorriu e passou o braço pelo o meu.
— Ótimo, então vamos de uma vez. Que pena que você não vai, Charlie — disse Liam, Charlie tremia ao olhar pra mim, creio que de raiva.
— Você não vai, Ava — ele urrou baixinho, ignorando Liam, Sophia chegou a pular de susto.
— E por que ela não iria? — perguntou Liam, triplicando de tamanho ao ficar bravo.
— É, Charlie. E por que eu não iria? — murmurei docemente, piscando para Charlie, provocando-o discretamente.
— Porque eu estou mandando você ficar em casa. Você não vai a lugar alguma, não sem mim — falou Charlie rudemente, Liam chegou a rir. — Se você entrar naquele carro você não precisa nem voltar, me entendeu?
— Ah, não se preocupe, Charlie. Amanhã bem cedo eu venho buscar as coisas dela — garantiu Liam, já dando meia volta e puxando Sophia e eu junto.
— Ava! — gritou Charlie quando Liam abriu a porta do carro pra mim.
— Até mais, querido — falei docemente e lhe mandei um beijo no ar. Ele rugiu de raiva e bateu a porta com força ao voltar pra dentro.
— Você não vai voltar, Ava. Agora sou eu quem está dizendo isso — sussurrou Liam severamente, eu apenas o encarei indiferente, então entrei no carro em silêncio.

Liam dirigiu em silêncio, Sophia tentou falar algumas coisas para amenizar o clima tenso, mas não adiantou. No entanto, quando Liam parou o carro em frente ao salão de festas, o nosso humor melhorou um pouco ao ver a quantidade de pessoas entrando para curtir a festa.
Eu segui Liam e Sophia até dentro do salão de festas gigantesco, logo Niall e Louis encontraram o casal e eu tive uma visão dos quatro juntos, eles estavam muito bonitos, apesar do terno do Liam ser um pouco brega.
E eu vi Niall, isso me desestabilizou, porque eu havia acabado de ter uma discussão monstruosa com Charlie e a conversa que eu tive mais cedo com Liam reabriu uma brechinha do sentimento que eu tenho por Niall, e vê-lo todo lindo naquele terno maravilhoso me fez querer chorar.
E Niall me viu, ele abriu um sorriso gigantesco e me abraçou, eu basicamente me derreti em seus braços e ele me apertou fortemente, eu o abracei com força e fechei os olhos, aproveitando o momento. Mas eu o soltei quando abri os olhos e vi Melissa junto a nós, vendo eu abraçar o namorado dela. Niall se afastou meio confuso, então viu Melissa e voltou para o lado dela.

— Olá Melissa, está bonita — murmurei forçando um sorriso, ela sorriu.
— Obrigada, você também está linda — ela disse docemente.
— Obrigada.

Dei uma olhada em volta e vi que o salão estava lotado, havia mesas no canto, mas ninguém estava sentado, todos estavam no meio da pista de dança conversando e cumprimentando outros convidados. Logo Harry veio nos receber também, ele estava lindo, parecendo um príncipe. Junto dele veio ZaynPerrie e duas das companheiras dela do Little Mix, Leigh-Anne Pinnock e Jade Thirwall. Não demorou para que Gemma chegasse com PeterLenna e Ryan.
Todos começaram a conversar e eu fiquei só observando, logo percebi que todos tinham acompanhantes, Liam tinha a Sophia, Zayn tinha a Perrie, Harry tornou-se acompanhante de Jade e Louis de Leigh-Anne — já que ele e Eleanor romperam o namoro alguns meses atrás —, Niall estava com a sua Australiana, Gemma com Peter, Lenna com Ryan, e eu estava ali, pateticamente sozinha. O estranho é que eu não queria Charlie ali comigo, eu estava puta demais com ele para desejá-lo ao meu lado, então eu me afastei de fininho e consegui uma taça de champanhe com um garçom.
Andei pelo meio dos convidados e fui parada algumas vezes por alguns amigos dos rapazes que queriam me cumprimentar, fui simpática com todos e continuei andando sem rumo, apenas andando e bebendo. Até que me cansei e me sentei em uma cadeira próxima a pista, os garçons continuaram me trazendo bebidas e eu agradecia a cada rodada, até que Ashton Irwin parou na minha frente; ele é amigo dos rapazes e faz parte da banda 5 Seconds Of Summer, que eu adoro. Sou fã dele.

— Ei, Ava. Tudo bem? — ele sorriu e puxou uma cadeira para sentar-se ao meu lado.
— Tudo na boa, Ash, e com você? — perguntei lhe oferecendo meu champanhe, ele recusou e riu.
— Tudo legal. Não acha que já bebeu um pouco demais? Você já está meio tonta — ele disse divertido, revirei os olhos e acabei rindo com ele.
— Se você diz, sr. Irwin — brinquei e deixei minha taça em cima da mesa. — O que te trouxe até mim? Liam mandou você ficar de olho em mim? — murmurei divertida, ele arregalou os olhos e riu, se entregando e confirmando minhas suspeitas.
— Talvez... Mas isso não vem ao caso — ele disse. — Vim te fazer companhia.
— Bom, eu preciso de uma companhia pra beber, você aceita beber comigo? — perguntei docemente e voltei a pegar a minha taça.
— Dia difícil? — ele perguntou e chamou um garçom, eu assenti.
— Sim, muito difícil — murmurei, ele pegou duas taças de champanhe com o garçom e eu devolvi a minha, agora vazia.
— Quer falar? — ele perguntou e me entregou uma taça cheia.
— Humm... — resmunguei e bebi um gole, então me virei de frente para ele e desatei a falar.

Expliquei que estava confusa, que havia acabado de me mudar pra casa do meu namorado e que eu não sabia mais se queria isso, eu contei a Ashton um pouco do que o Liam me disse e falei que agora não tenho certeza se eu ainda tenho um namorado, ou uma casa para onde voltar no fim da noite. Ashton escutou atentamente, balançou a cabeça e pareceu interessado, ele debateu o assunto comigo e me aconselhou a ficar calma e conversar com o Charlie quando ambos estivéssemos mais calmos. Ele bebeu comigo, nós conversamos, rimos e, no fim da noite, ele me levou embora. Liam me deu a chave do apartamento dele e decidiu ficar na festa.
Ashton subiu comigo e nós ficamos na sala, espalhamos almofadas pelo chão e nos deitamos, conversamos até de madrugada, ele me fez rir e foi legal. Ele é um bom amigo. E ele ficou comigo até eu dormir.

♫♫♫

De manhã eu ainda estava deitada no chão em cima de várias almofadas, Ashton ainda estava adormecido ao meu lado, mas Liam e Sophia estavam deitados no sofá assistindo a tevê no mudo, eles olharam em minha direção quando eu me mexi e sorriram.

— Bom dia, bela adormecida — sussurrou Sophia.
— Você sabia que podia ter usado o seu quarto, não é? — reclamou Liam.
— Cala a boca, Payne — resmunguei e cobri meu rosto com uma almofada, estava com uma dor de cabeça terrível.
— Está de ressaca, maninha? Bem feito — falou Liam perversamente.
— Liam! — advertiu Sophia, ele apenas riu.

Eu então me levantei, Sophia me emprestou um vestidinho leve e soltinho, muito bonito, eu tomei um banho longo e frio, depois tomei um chá bem forte que Sophia fez para mim e voltei a me deitar nas almofadas ao lado de Ash, que ainda dormia profundamente.
Depois de um tempo percebemos que não importa quanto barulho fizermos, Ashton não acordará a menos que queira. Então nós decidimos conversar um pouco, falamos sobre a festa dos rapazes e, quando o assunto acabou, eu resolvi trazer o assunto mais importante à tona.

— Então Liam, o que eu vou fazer? — perguntei virando-me para encarar os dois. — Sobre Charlie, quero dizer.
— Agora sou eu quem não vai permitir que você volte para àquela casa, Ava — ele disse secamente.
— E o que eu vou fazer? — choraminguei confusa.
— Você está mais preocupada com o que vai fazer sem o seu namorado, ou o que vai fazer sem um lugar para morar? — perguntou Sophia, tentando soar delicadamente.
— Com... Bem... — gaguejei, então parei para pensar. — Eu não sei, eu gosto muito do Charlie, mas acho que não o suficiente para entregar minha vida inteira para ele.
— Então está resolvido. Para aquela casa você não volta — decidiu Liam. — Agora precisamos arrumar sua vida, falo de um novo emprego, e não precisa se preocupar, é claro que você vai voltar para cá — insistiu Liam, Sophia pareceu se iluminar de repente.
— Sabe, eu acho que tenho o emprego perfeito para você — ela disse.
— Jura? Em quê? — perguntei interessada.
— A agência de modelos em que eu trabalho está procurando novas meninas, vamos combinar que você é perfeita para isso, tem o corpo e o carisma essenciais — disse Sophia, eu assenti rapidamente, essa ideia me animou.
— Sim, parece perfeito — concordei imediatamente, Liam sorriu.
— Você precisará fazer uma sessão de fotos para os agentes, mas tenho certeza que isso não será problema, você é super fotogênica — garantiu Sophia, eu fiquei mais ansiosa ainda.
— Então marque, por favor, eu farei quantas sessões de foto eles quiserem — garanti animada, Sophia riu.
— Vou ligar para eles agora mesmo, já volto — disse Sophia, ela se levantou e sumiu pelo corredor, Liam sorriu para mim.
— Ligue para o Peter, peça para ele ir até a casa do irmão dele e arrumar as suas coisas, eu vou buscá-lo lá em uma hora — ordenou Liam, jogando o celular para mim.




Hey girls, recadinho rápido.
Dia 1ª o blog completa 3 anos de existência (e eu 3 anos sendo directioner), então, para comemorar essa data, eu fiz uma surpresinha para vocês.
Eu só postarei agora na quarta-feira (dia 1º), mas eu peço que comente bastante aqui, tudo bem?
Até mais,a mores <3


quinta-feira, 25 de junho de 2015

"Não gosto do jeito como ele está te olhando
Estou começando a achar que você também o quer
Estou louco? Por acaso te perdi?
Mesmo sabendo que você me ama
Não consigo evitar..."
— Jealous (Nick Jonas)



Charlie era meu e eu precisava tentar ser dele do mesmo modo, com a mesma intensidade e paixão. E eu queria, eu realmente queria me entregar completamente a ele, mas eu senti que um pedacinho de mim sempre pertenceria a outra pessoa, não importa o que eu faça.
Por fim eu decidi que pensaria sobre isso em outra ocasião, porque eu realmente queria aproveitar o momento agora, junto a ele. Ao meu Charlie.


♫♫♫

Depois de uma noite dramática, intensa e muito mágica, eu me sentia renovada pela manhã, com uma energia e uma alegria desconhecidas. E eu estava nos braços de Charlie, essa foi a melhor parte de acordar. Definitivamente. A pior foi ter que acordar porque alguém estava batendo na porta.

— Só um minutinho, querida — sussurrou Charlie ao me deixar sozinha na cama para ir ver quem era.

Ele vestiu um roupão branco com o logotipo do hotel e foi ver quem estava batendo, enquanto isso eu me levantei preguiçosamente e procurei o meu vestido, encontrei ele ao lado da minha calcinha, vesti os dois e procurei pelo meu moletom, estava próximo à porta do banheiro todo encolhido em forma de uma bola. Enquanto eu me vestia e tentava arrumar o cabelo eu ouvi a conversa de Charlie.

— Bom dia, Charlie. Desculpa incomodar, mas eu fui acordar a Ava e ela não estava no quarto, sabe onde ela está? — era Lenna e ela parecia envergonhada de ter que recorrer ao Charlie.
— Sim, ela está aqui comigo. Não precisa se preocupar — ele tranquilizou-a.
— Ah, que ótimo. Então eu vou descer para tomar café, se apressem aí porque temos que sair em 2 horas pro aeroporto — alertou Len.
— Tudo bem, desceremos em um minuto — concordou Charlie.

Eles se despediram e Charlie voltou para onde eu estava, mas eu já estava vestida, um pouco menos descabelada e estava calçando meus saltos, ele franziu a testa e resmungou um pouco.

— Mas já está vestida? Poxa vida — ele resmungou docemente, parecia um menininho a quem foi negado um doce.
— Você ouviu a Lenna, temos duas horas para comer e nos despedir dos rapazes, eu o aconselharia a ir se arrumar, eu irei fazer o mesmo — murmurei e lhe dei um beijo casto nos lábios.
— Tudo bem, eu vou me arrumar, passo no seu quarto quando acabar — ele disse e me deu mais dois selinhos estalados.
— Ok, até mais.

Acenei para ele e deixei o quarto, não havia ninguém no corredor, nem mesmo Preston, o que significa que todos os rapazes já estão no restaurante do hotel.
Fechei a porta do quarto ao entrar, então me despi e corri pro banheiro, tomei um banho quente muito relaxante e vesti algo fresco, até porque está sol lá fora, no entanto, terei que trocar de roupa antes de chegar à Londres, mas terei bastante tempo para fazer isso.
Eu estava terminando de me arrumar quando Charlie bateu na porta, corri para encontrá-lo e nós pegamos o elevador juntos, de mãos dadas nós seguimos até o restaurante, Preston estava de guarda junto às portas, ele nos cumprimentou e apontou para a mesa onde todos se reuniram.

— Nossa querida família já foi embora, não puderam esperar para despedirem-se de vocês — foi a primeira coisa que Liam disse quando Charlie e eu nos sentamos nos únicos dois lugares vagos.
— E por que eles não irão conosco? — perguntei confusa.
— Papai vai trabalhar hoje à noite, então eles precisam chegar lá a tempo — explicou Liam, eu assenti.

Após cumprimentarmos todos, Charlie e eu ficamos na nossa própria bolha, conversamos, rimos e raramente falamos com outras pessoas a não ser nós mesmos durante o café, e pra mim isso foi perfeito.
E, como na semana anterior, os rapazes optaram por não nos levar ao aeroporto, porque causaria muito tumulto por nada, já que na próxima quarta-feira eles estarão em Londres e terão algumas semanas de folga.
Preston levou Peter, Gemma, Lenna, Charlie e eu ao aeroporto. Eu o abracei fortemente ao me despedir e ele me mandou tomar juízo, então nós estramos no avião e voltamos para Londres...


♫♫♫

         Melissa, ou como eu gosto de chamá-la: A Australiana, não era apenas uma diversão para Niall. Eu cheguei a essa conclusão depois de longos 7 meses depois que ele me disse isso. Mas depois desse tempo todo eu não me importei mais, porque Charlie e eu estamos mais do que sérios e isso é realmente perfeito.
Eu continuo trabalhando na Starbucks como secretária de Charlie, voltei para a academia de dança junto com Peter — que assumiu o relacionamento com Gemma depois de 4 meses — e a vida continua no mesmo ritmo, trabalho a semana inteira e aos finais de semana viajo para onde quer que a turnê dos meninos esteja passando, Gemma e Lenna sempre me acompanham, mas Peter e Charlie não costumam ir com muita frequência.
A única diferença agora é que eu estou me mudando pra casa do Charlie. Decidimos nos 'amigar', como o meu pai diz. Na verdade foi muito romântico quando o Charlie me pediu para morar com ele...


                                   

O sol brilhava e estava fazendo um dia lindo. Charlie e eu viajamos para passar o fim de semana com os garotos, a turnê estava passando pelo Brasil, o que significa que iríamos à praia, aproveitaríamos o magnífico sol que raramente temos em Londres e minhas expectativas estavam no auge. Mas a quantidade de fãs que acamparam em frente ao hotel desmancharam todos os meus sonhos, e nos restou apenas a piscina do hotel no térreo, o que não era tão mau, já que ainda tínhamos o sol.
Charlie e eu estávamos tomando sol junto a Gemma, Peter, Zayn e Liam. Os outros rapazes estavam aproveitando a piscina junto com Lenna. Eu estava tão relaxada deitada sobre a espreguiçadeira acolchoada que estava quase dormindo, mas o cochicho insistente entre Charlie, Peter e Liam fez minha nuca formigar. Os rapazes se tornaram bem amigos nos últimos meses, o que não foi difícil, já que Peter e Charlie são caras muito legais, mas esse cochicho entre eles e o meu irmão era diferente, eles me olhavam de soslaio o tempo todo e soltavam risinhos, como se tivessem um gigantesco segredo em relação a mim que nem eu mesma conhecia.

—  Tá certo, o que há com vocês hoje? — perguntei divertida, virando-me de lado para poder encará-los, Charlie sorriu largamente e Liam balançou a cabeça, parecendo contrariado, mas estava se divertindo.
— Eu estava aqui pedindo a opinião dos rapazes a respeito de uma coisa... Uma coisa bem importante, sabe — falou Charlie, foi a vez de Peter balançar a cabeça e Liam riu. Okay, isso está ficando estranho.
— E que coisa é essa? — perguntei começando a ficar impaciente.

E, foi quando Charlie se ajoelhou ao lado da minha cadeira, que eu me desesperei, eu me sentei e fiquei estática, séria e com medo de que ele fosse me pedir em casamento, eu não iria aceitar, não porque eu não gostasse dele — eu o amo! —, mas sim porque ainda era muitíssimo cedo, estamos juntos há sete meses e meio, isso é muito pouco tempo.
Então ele me surpreendeu, como sempre faz.

— Eu estava aqui, pedindo a opinião do seu irmão e do meu irmão, querendo saber se havia alguma possibilidade de você aceitar dividir suas trouxas comigo, sabe... Morarmos juntos e tal... — ele falou, sorrindo de forma sapeca e travessa, meu coração se desmanchou, em parte de alívio, mas em parte por causa do seu sorriso.


                                   

E foi como eu aceitei dividir as panelas com o meu namorado. Liam no começo não gostou da ideia, mas ele só estava fazendo o papel de irmão protetor, porque ele estava se divertindo muito com Peter ao fazer piada de Charlie, zoando por ele estar de quatro por mim, entre outras piadinhas machistas.
Então, nesse fim de semana — mais especificamente hoje e amanhã —, ao invés de ir visitar os garotos na Argentina, Charlie e eu iremos fazer a minha mudança pra casa dele.
Não que eu tenha tanta coisa assim, as minhas coisas enchem no máximo três malas grandes, mas ainda precisamos arrumar a casa dele para que fique confortável para nós dois, ele até me permitiu decorar a sala ou qualquer outro cômodo da casa, o que me deixou muito feliz. Por isso, depois de arrumar as minhas coisas no lado vazio do guarda-roupa dele, eu o arrastei até a sala, porque concordamos em pintar as paredes e decorar com algumas coisas que eu havia comprado, ele até pareceu animado com a mudança, o que me deixou mais alegre ainda.
Eu já havia visitado a casa dele diversas vezes antes de decidirmos morar juntos, era uma propriedade perto do apartamento que eu dividia com Peter, também muito parecida — mas uma diferença muito especial era que Charlie não pagava aluguel, a casa era dele mesmo e de Peter, até este último decidir se mudar —, era uma casa de tijolos vermelhos e de dois andares, tinha um jardim fofo decorando a entrada da casa e um quintal grande nos fundos. Peter plantara o jardim quando ainda morava aqui e Charlie cuidara dele desde então. A decoração era muito masculina e também não havia muitas coisas para descontrair o ambiente, por isso que passei a semana inteira comprando bugigangas e enfeites para decorar a casa no fim de semana, e Charlie foi muito atencioso ao dar a própria opinião em tudo.
Como a sala e a cozinha eram os cômodos com decoração mais masculina — a cor das paredes eram marrons, marrons! —, nós passamos a tarde inteira pintando as paredes.
O primeiro andar é constituído pela sala, a cozinha com uma sala de jantar conjunta, um banheiro e uma varanda nos fundos que a usamos como área de lazer com vista para o quintal. O andar de cima tem dois quartos grandes, um deles é uma suíte, tem também uma sala de estar e um banheiro.
Na sala, nós trocamos as paredes marrons por brancas, arrumamos os sofás de forma harmoniosa com algumas almofadas coloridas, enchemos uma estante com os meus livros e os de Charlie, espalhamos abajures, tapetes e quadros pela sala, o que gerou um ambiente muito mais agradável, até Charlie concordou com isso.
Na cozinha nós concordamos que poderíamos deixar um pouco mais feminino, já que eu ficaria mais ali do que Charlie, não que ele não fosse me ajudar a cozinhar, mas é que ele trabalha mais do que eu, eu saio às 5 do trabalho e ele às 7, então eu vou ter mais tempo pra cozinhar do que ele.
No andar de cima não tinha muito o que mexer, apenas espalhei alguns vasos e almofadas decorativas na sala, troquei as cortinas do quarto que dividiria com o Charlie e acrescentei poltronas para combinar, e coloquei alguns quadros no outro quarto. Os banheiros estavam bonitos e neutros, então não mexi em nenhum deles. No final da tarde de domingo a casa já estava completamente pronta e Charlie e eu nos jogamos no sofá da sala para descansar. Ambos estávamos satisfeitos com o resultado, o que é muito bom, já que vamos dividir a casa.

— Bom... Eu devo admitir que gostei de tudo, a casa precisava mesmo de um toque feminino — murmurou Charlie, me abraçando e me puxando para seu colo.
— Que bom que você admite, é um cara esperto afinal — provoquei, ele riu e me beijou.
— É, acho que sou. Agora vamos assistir um pouco, depois vamos dormir, que amanhã temos que trabalhar — ele falou olhando em volta e procurando o controle da tevê.

Me levantei para pegar o controle da tevê que estava em cima da mesinha de centro, joguei-o para ele e fui pra cozinha, a fim de fazer o jantar.
Abri todos os armários da cozinha e, depois de perceber que não havia nada decente para cozinhar, eu consegui ingredientes suficientes para fazer sanduíches de queijo e presunto. Parece que um homem que mora sozinho não precisa de comida decente, já que os armários de Charlie estão completamente vazios, exceto pelas bobagens e lanches rápidos.
Estava terminando de preparar os sanduíches quando Charlie entrou na cozinha, ele colocou as mãos na cintura e me olhou curioso, o que me pareceu bem sexy, já que ele estava sem camisa, usava apenas uma calça de moletom larga e, aposto, não usava nada por baixo.

— O que está aprontando, mulher? — ele perguntou.
— Comida, homem. Amanhã temos que ir ao mercado se você quiser jantar algo decente — resmunguei lhe entregando um prato com dois sanduíches, ele sorriu.
— Oba, vou até sair mais cedo do trabalho. Faz tanto tempo que não como uma comida caseira — ele se iluminou e deu uma gigantesca mordida no sanduíche.
— Espero que faça isso mesmo. Eu quero cozinhar, mas não tem nada aqui — resmunguei apontando para os armários, ele riu.
— É, digamos que eu não sou muito bom em pilotar o fogão, então só compro comida pronta ou lanches rápidos — ele deu de ombros e pegou duas latinhas de coca-cola na geladeira.
— Isso vai mudar, meu amor — murmurei e lhe dei um selinho rápido, ele sorriu largamente.
— Graças a Deus! — ele comemorou, me fazendo rir.

Nós levamos nossos lanches para sala e comemos enquanto assistíamos, depois ele concordou em lavar os pratos que sujamos enquanto eu secava e guardava em seu devido lugar. Quando acabamos nós subimos pro quarto e o Charlie me convenceu a tomarmos um banho juntos, para inaugurar a nossa nova vida juntos.

— O que você acha disso tudo? — perguntei enquanto ele ensaboava minhas costas. — Quero dizer, você acha que pode se acostumar com o fato que sempre terá uma mulher mandando você tirar a toalha molhada de cima da cama? — ele riu.
— Bem, eu espero que não — ele disse divertido e eu me virei para encará-lo, confusa com sua resposta. — Eu não quero me acostumar, eu não quero me acomodar, se não nosso relacionamento vai cair na rotina e eu não vou deixar isso acontecer. Nós aprenderemos a lidar com as manias e as exigências de cada um, assim como vamos conhecer cada detalhe mínimo que ainda não conhecemos e vamos ser felizes. Isso basta pra mim — ele murmurou, seus olhos brilhavam e a água caía em sua cabeça, escorrendo pelo seu rosto.
— Você tem razão. Isso basta pra mim também — sussurrei enamorada, ele sorriu e me beijou.



E nós fizemos amor no banheiro. 
Só hoje, enquanto terminávamos de arrumar a casa, nós batizamos as duas salas, a cozinha, o banheiro da suíte, e agora iremos batizar o nosso quarto. 
E teremos muito tempo para batizar o resto da casa.


          De manhã, o despertador de Charlie tocava insistentemente, ele o desligou e virou-se novamente para mim, não passava de sete da manhã, Charlie me abraçou e resmungou alguma coisa sobre estar com preguiça e eu ri.
Depois de namorarmos um pouquinho eu me levantei, vesti uma camiseta dele e desci até a cozinha enquanto ele tomava banho. Preparei um chá rapidamente com alguns biscoitos e deixei a mesa pronta, então voltei pro quarto, ele já estava terminando de se arrumar, avisei que o café estava pronto e fui pro banheiro me arrumar.
Depois de pronta eu peguei minha bolsa e desci para tomar café com Charlie, ele já estava tomando a segunda xícara de chá e me serviu uma quando eu me sentei ao lado dele à mesa.

— Depois do trabalho nós vamos ao mercado? — perguntou Charlie.
— Você não precisa sair mais cedo, eu vou à academia com Peter depois do trabalho e às 7 vamos ao mercado — murmurei e assoprei meu chá, ele assentiu.
— Combinado então. Pego você na academia de dança, então.
— Tudo bem.

Depois de lavar nossas xícaras, eu peguei minha bolsa, Charlie trancou a casa e nós fomos para o trabalho a pé, já que ficava há duas quadras de distância.
Ao chegar na cafeteria eu cumprimentei a todos, dei um beijo no Peter e subi pro escritório levando dois copos de café para Charlie e eu.
A manhã se passou rapidamente depois que me sentei em frente ao computador para trabalhar, na hora do almoço, quando desci até a cafeteria, encontrei Lenna e Gemma me esperando para levar-me para almoçar. Fiquei muito contente por vê-las e rapidamente me despedi de Peter e Charlie e corri com elas para a lanchonete ao lado, Subway.
Saímos abraçadas da cafeteria, Lenna e Gemma estavam animadas e com muitas novidades; enquanto eu passei o fim de semana me mudando, elas passaram os dois dias se divertindo com os garotos.
Nós fizemos os nossos pedidos e nos sentamos em uma mesa com nossos sanduíches, então elas desataram a falar.

— Nós descobrimos muitas coisas sobre a festa do Liam e do Niall — tagarelou Gemma.
— Será aqui em Londres, na semana que vem, quando eles entrarem de férias — continuou Lenna.
— Os convites começaram a ser enviados ontem e eu já estou com o seu, do Charlie e já entreguei o de Peter — disse Gemma.
— Tudo bem, preciso dos meus convites — falei esticando a mão em direção a elas.

Gemma abriu a bolsa e começou a procurar lá dentro.
Liam e Niall fazem aniversário com pouca diferença de dias entre eles, então decidiram dar uma festa juntos. Vai ser um evento gigantesco com todos os amigos e familiares dos dois, será incrível e será na semana que vem.
Gemma enfim encontrou dois convites dourados dobrados em forma de carta, abri um deles e vi uma linda e delicada caligrafia prata escrevendo: "Você está convidada para a 'Big Party Horayne', no dia 18 se Setembro.", eu tive que rir, os dois são péssimos para planejar qualquer coisa, tanto que juntaram o sobrenome dos dois para nomear a festa.

— Meu Deus, eles deviam contratar alguém para planejar essa festa por eles — murmurei rindo.
— E contrataram, mas cismaram que o nome da grande festa deveria ser Horayne, vai entender — resmungou Lenna. 
— E o Ryan, foi convidado? — perguntei encarando Lenna inquisidora, Gemma riu, Lenna ficou vermelha.
— Sim, eu consegui um convite para ele — sussurrou Lenna envergonhada, Gemma e eu caímos na gargalhada.

Desde que foram apresentados, Lenna e Ryan estão de rolo, no entanto não admitem pra ninguém que se pegam, mas não é por culpa do Ryan, que já implorou milhares de vezes que Lenna assumisse de uma vez a relação deles, porém Lenna sempre dá pra trás. No fundo eu acho que ela têm medo de assumir o namoro com Ryan e, logo depois, Liam terminar com a Sophia.
Lenna ama o Liam, eu já percebi isso há séculos, mas ela nega veemente. Liam também sente algo por ela, notei isso de longe, mas ele não termina com Sophia de birra, porque é teimoso e está com ciúmes de Ryan. Eu já tentei conversar com ambos, mas foi inútil, são dois teimosos que acham que o sentimento deles não é recíproco.
Nós três ficamos meia hora conversando sobre a festa e sobre a minha mudança, e quando meu celular apitou, avisando que era hora de voltar ao trabalho, eu ainda não tinha dado nem três mordidas no meu Subway Melt. Corri para comprar mais sanduíches e então voltei pra cafeteria. Distribuí os lanches para Paige, Chauncey, Leil, Peter e Bob, então subi pro escritório. Charlie ainda estava trabalhando em um relatório para os chefes dele, silenciosamente coloquei o sanduíche dele em um pratinho, servi refrigerante em um copo e coloquei na mesa dele, então sentei atrás da minha mesa com passos de ladrão para não atrapalhá-lo.
E trabalhei a tarde inteira, com intervalos rápidos para pegar café e dar alguns beijinhos no meu chefe, que continuou ocupado com o relatório até depois que eu terminei o meu turno.
Depedi-me de Charlie com um beijo rápido e desci para encontrar Peter na cafeteria, ele já estava pronto para ir embora e estava a minha espera.
Nós paramos na casa dele pra ele pegar uma mochila com sua roupa e então passamos na casa do Charlie, minha casa — meu Deus, preciso me acostumar com isso —, para que eu trocasse de roupa. Vesti uma calça legging e uma camiseta, prendi o cabelo em um rabo-de-cavalo e calcei as sapatilhas enquanto Peter ligava para um táxi. O taxista nos deixou em frente a SaintFor Dance Academy, Ellie, a recepcionista, nos cumprimentou quando entramos e nos indicou a sala em que poderíamos ensaiar.
Peter e eu entramos na aula de aquecimento de balé junto com mais seis pessoas, a professora rapidamente nos instruiu a aquecer as pernas, Peter e eu nos aproximamos da barra e começamos nossa rotina diária. Quando acabamos o aquecimento nós usamos uma sala vazia para ensaiar passos de dança com um professor particular, jazz lírico pode ser muito cansativo.
E essa se tornou a minha rotina, trabalhar durante o dia, ir à academia com Peter à noite, jantar, namorar e dormir com Charlie. Cinco dias na semana era somente isso. De vez em quando Lenna e Gemma me alegravam durante o almoço, mas quando elas não apareciam eu comia no escritório com Charlie.
Os dias começaram a se passar mais rápido depois que me acostumei com a minha nova rotina e, antes que eu piscasse, dia 18 havia chegado, os rapazes chegaram na cidade um dia antes e eu passei cada segundo livre da sexta-feira matando a saudade deles, até deixei de ir à academia. Mas tive de voltar no fim da noite para ficar com Charlie. Porque ele nunca permitiria que eu dormisse no mesmo apartamento que Niall sem antes armar a 3ª guerra mundial. 
Quando foi que eu comecei a deixar um homem mandar na minha vida?
Preciso rever as minhas prioridades, sou jovem demais pra qualquer dessas coisas que estou permitindo acontecer na minha vida, sou jovem demais pra me prender a um homem — por mais que eu o ame —, sou jovem demais pra me prender a um emprego ridiculamente pacato e sou jovem demais pra ir dormir às 10 da noite. Às vezes eu sinto falta da minha antiga vida, eu sinto falta de beber, de farrear com as minhas amigas, de não ter hora para acordar ou dormir, de ser livre...
Tem uma hora que todo mundo é obrigado a crescer e se tornar alguém na vida, mas eu não quero ser só a secretária do meu marido, jamais!
E, enquanto eu estava deitada ao lado de Charlie, vendo o sol aparecer pela janela, eu estava almejando um futuro que eu poderia ter se decidisse fazer uma faculdade, ou procurar algo um pouco mais distante de uma cafeteria na Birdcage Walk.
Eu queria crescer, mas não somente mental e fisicamente, que era pouco. Eu também queria crescer profissionalmente. Eu demorei a perceber que não dependia mais do meu irmão para viver e agora que já estou com um lugar estabelecido e um dinheiro guardado eu posso muito bem procurar um rumo pra mim.
Levantei da cama determinada naquela manhã de sábado, a festa seria só à noite, eu tinha o dia inteiro vago para encontrar o meu caminho, Charlie compreenderia.
Ele continuou dormindo, eu desci, deixei o café da manhã pronto para quando ele acordasse, tomei um banho, me arrumei, escrevi um curto bilhete para ele e então saí de casa.
Eu estava emancipada do meu irmão, mas isso não significava que ele não podia me dar um empurrãozinho inicial, peguei um táxi até o apartamento dele, estava cedo demais, mas ele não se importaria de ser acordado por uma boa causa. Toquei a campainha insistentemente, até que ele enfim abriu a porta, estava emburrado, mas sorriu ao me ver.






Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

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