sexta-feira, 5 de junho de 2015
"É tão engraçado tentar explicar
Como eu estou me sentindo, a culpa é do meu orgulho
Porque eu sei que eu não entendo,
Como o seu amor pode fazer o que ninguém mais pode..."
Como eu estou me sentindo, a culpa é do meu orgulho
Porque eu sei que eu não entendo,
Como o seu amor pode fazer o que ninguém mais pode..."
— Crazy In Love (Beyoncé)
Pela manhã o barulho do meu telefone foi o que me fez despertar, Charlie mexeu-se sonolento ao meu lado e virou para o outro lado, ainda adormecido. Eu peguei meu celular e vi que tratava-se de um ligação do Liam, às 7 da manhã.
— Liam? — sussurrei sonolenta.
— Quem é o cara? — ele perguntou irritado, mas logo percebi que a voz não era dele, então sentei-me na cama imediatamente.
— Niall? — guinchei surpresa. — O que está fazendo com o telefone do Liam?
— Você não me deu escolha, não respondeu minhas mensagens e nem atendeu aos meus telefonemas, então eu vi as fotos de você saindo da Maddox com aquele cara. Quem é aquele cara? — ele gritou enfurecido.
— Não é da sua conta, passa pro Liam — ordenei impaciente, ele bufou de raiva.
— Quem é o babaca? — insistiu ele.
— Eu vou desligar agora se você não passar para o Liam — ameacei baixinho, temendo acordar Charlie.
— Arrr — gritou Niall. — Ava, isso não acaba aqui, a gente conversa no fim de semana — ele vociferou antes de entregar o telefone pro meu irmão.
— Liam, o que está acontecendo? — resmunguei me sentindo exausta.
— Ele roubou o meu celular, o filho da mãe — desculpou-se Liam.
— Do que ele estava falando?
— Vazaram algumas fotos da sua noite na Maddox Club, na saída os paparazzi conseguiram belas fotos de vocês, principalmente de você com aquele cara lá, que, a propósito, eu não conheço — falou Liam.
— Ele é o irmão do Peter e também o meu chefe — expliquei impaciente.
— Você está pegando o seu chefe? Isso não é assédio sexual ou algo do tipo? — murmurou Liam, divertido.
— Não que eu saiba — resmunguei sonolenta.
— Tudo bem, no sábado nós conversamos melhor, você vai poder retirar sua passagem no aeroporto, já está tudo reservado, seu voo saí sexta à noite — explicou Liam.
— Ok, obrigada Lee. Agora eu vou me arrumar para trabalhar. Amo você.
— Também amo você, maninha. E cuidado com o seu chefe — ambos rimos.
— Pode deixar.
Mas, ao desligar, eu não fui me arrumar, eu me enrosquei ao lado de Charlie — que rapidamente me abraçou — e cochilei por mais um hora, até meu despertador tocar.
Charlie resmungou muito antes de acordar completamente, então logo se pôs de pé e decidiu ir para casa se arrumar, concordei e o levei até a porta.
— Até daqui a pouco, Ava — despediu-se ele, sorri timidamente, sem saber como agir com ele. — Você não precisa ficar constrangida, somos adultos e sentimos afinidade um pelo o outro, não é porque trabalhamos juntos que temos que ficar nesse clima tenso — ele falou ao perceber que eu estava quieta demais.
— Eu sei, desculpe. Nos vemos daqui a pouco — concordei, ele riu e se aproximou para me beijar.
Dessa vez não estávamos bêbados, meu sangue não estava quente e eu não estava dançando junto a ele. Mas seu beijo pareceu tão bom quanto fora ontem à noite, um simples selinho se transformou em um beijo caloroso e sexy, Charlie me encostou contra a porta e sua boca devorou a minha em um apelo sensual e carnal, o desejo falava mais alto e só não voltamos para o quarto porque Lenna se mexeu e nos assustou, fazendo com que nos separássemos imediatamente.
— Tchau, linda — ele disse antes de me dar um último selinho e descer as escadas para ir embora.
Quando fechei a porta da sala, a primeira coisa que fiz foi correr pro banheiro, tomei um banho gelado — que quase me petrificou — para ver se esquecia um pouco de Charlie, e quando retornei ao meu quarto eu me arrumei rapidamente, pois já estava atrasada. Por sorte Peter estava terminando de se arrumar quando eu saí do meu quarto.
— Gemma ainda está dormindo? — perguntei quando saímos de casa, ele riu.
— Sim, ainda está. Lenna também, pelo o que vi ao passar pela sala, mas Charlie... Bom, esse desapareceu, não é? — perguntou Peter em um tom malicioso.
— Ele acordou e foi se arrumar em casa, se é o que quer saber — brinquei cutucando-o nas costelas, ele riu.
— É, acho que hoje aquele escritório vai ferver com vocês dois sozinhos lá dentro — provocou Peter.
— Não seja bobo, estaremos trabalhando, apenas isso, além do mais ele passará o dia em reuniões — murmurei constrangida, Peter me abraçou enquanto ria divertido.
— Estou brincando, relaxe. O meu irmão é um idiota, mas saber agir como um profissional
Nossa conversa se encerrou ao chegarmos à loja, dessa vez quem estava abrindo-a era Paige, que sorriu ao nos dar bom dia e nos deixou entrar. Dei um rápido olá para Chauncey, que estava ligando as máquinas de café, e subi as escadas para o segundo andar. Charlie já estava atrás de sua mesa quando cheguei, ele sorriu discretamente e me desejou bom dia, retribuí o cumprimento ao me sentar atrás da mesa que ele providenciara para mim.
— Então, o que temos para hoje? — ele perguntou ao ver que eu já tinha aberto minha agenda e organizado a minha mesa.
— Você tem uma reunião com os chefões às 10, eu sugiro que saia logo, porque o trânsito está de matar, como sempre — murmurei consultando a agenda, ele assentiu.
— Enquanto eu estiver fora você desce e ajuda o pessoal na loja, porque a Leil não poderá vir hoje. Mas não precisa se preocupar, Peter pode te ajudar a pegar o ritmo. Espero que não se importe — ele disse ao parar ao meu lado e consultar a agenda por cima do meu ombro.
— Não, eu não me importo. Vou descer junto com você então — virei meu rosto para vê-lo ao mesmo tempo em que ele também pretendia me olhar, nossos rostos ficaram tão próximos que foi quase impossível evitar um beijo longo e muito intenso.
Charlie fez-me levantar e sentou-me em minha mesa, enquanto suas mãos trilhavam minhas coxas, cintura e pescoço, segurei seus fios loiros e retribuí seu beijo na mesma intensidade, sentindo meu sangue ferver nas veias.
— Eu acho melhor sairmos desse escritório, antes que eu faça uma coisa muito antiética — sussurrou Charlie, enquanto distribuía beijos ao longo do meu pescoço, suspirei em resposta.
— Sim, claro — concordei enfim conseguindo achar a minha voz, ele sorriu e mordeu o meu lábio, em seguida depositou um selinho casto em minha boca.
— Podemos nos ver hoje à noite? — ele perguntou.
— Sim, podemos. Mas devo alertá-lo que eu costumo seguir uma espécie de regra quando começo qualquer tipo de relacionamento — murmurei docemente, ele riu.
— E que regra é essa? — ele perguntou, inclinando a cabeça para o lado e arqueando uma sobrancelha, ele ficou muito fofo.
— Regra dos 5 encontros — contei, ele riu.
— Ah, conheço essa. Teremos que ter 5 encontros antes de chegarmos aos finalmente? Bom, acho que ontem não conta como um encontro, não é? — ele perguntou divertido.
— Não, acho que não conta — respondi suavemente e dei-lhe um beijo no pescoço, ele se arrepiou inteiro e apertou minha coxa.
— Eu acho que não chegaremos nem ao 3º encontro antes de eu jogá-la em minha cama — ele sussurrou ferozmente enquanto agarrava o lóbulo da minha orelha com os dentes, eu ri.
— Eu não sei. Meu autocontrole é muito bom. E vale lembrar que é somente um encontro por semana — murmurei fechando os olhos e sentindo seus lábios em minha pele, mas ele parou e arregalou os olhos ao me olhar.
— Vou ter que esperar 5 semanas? Jura? Meu Deus! — murmurou surpreso, me fazendo rir novamente.
— Vai dizer que eu não valho à pena? — perguntei divertida, ele assentiu lentamente, seus olhos faiscavam de desejo.
— É claro que vale. Mas saiba que eu vou ficar louco, principalmente se toda vez que nos tocarmos você me provocar desse jeito.
— Ah, senhor Bernardini, terei que chamar um psiquiatra então. Mas agora você realmente precisa ir, ou irá se atrasar — adverti-o em um tom doce e afável, ele riu.
— Tudo bem, linda. Vamos descer.
Charlie deu-me um último selinho demorado, então voltou à sua mesa para recolher suas coisas, eu arrumei minha roupa e o segui até a porta, que ele fez a gentileza de abrir e me deixar passar.
Nós descemos as escadas juntos, mas nos separamos quando tive que ir em direção ao balcão e ele em direção a porta.
— Seu gloss está todo borrado — foi à primeira coisa que Peter me disse quando eu cheguei ao balcão de pedidos.
— O quê? — perguntei distraída enquanto olhava Charlie sair da loja e acenar uma última vez para mim.
— Seu gloss, todo borrado — ele repetiu lentamente e apontou os próprios lábios com o indicador.
— Ah, meu Deus! — guinchei surpresa e rapidamente peguei uma espátula de alumínio para enxergar meu reflexo. — Bom, eu acho que preciso de um avental — murmurei ao terminar de arrumar meu gloss.
— Parece que você fisgou o chefe, garota esperta! — brincou Chauncey ao me entregar um avental preto com o símbolo verde da Starbucks.
— Ei! Nossa vida particular não tem nada haver com a profissional — reclamei, Peter riu.
— Bom, disso não tenho muita certeza, afinal, vocês estavam se pegando no escritório, que eu sei — falou Peter, arregalei meus olhos e senti minhas bochechas corarem.
— Peter! — repreendi-o, ele deu de ombros e apenas riu.
— Não estou mentindo, estou? Todos já sacaram assim que vocês desceram abraçados — defendeu-se Peter, olhei para meus colegas e todos assentiram, fiquei mais envergonhada ainda.
— Não descemos abraçados — murmurei quase me escondendo dentro de uma máquina de café.
— Se você diz — ironizou Pete, lhe mandei língua e peguei alguns copos para encher de café. — Muito maduro da sua parte, Srta. Payne — ele brincou.
— E quem te disse que algum dia eu amadureci? — falei divertida, ele cutucou minhas costelas em resposta.
A semana passou voando, talvez trabalhar todos os dias e passar todas as noites com Charlie, Peter e as garotas contribuiu para que eu nem percebesse, até que a sexta-feira chegasse.
Eu havia acabado de chegar em casa do trabalho, Peter correu para a cozinha a fim de fazer chocolate quente enquanto eu arrumava as minhas coisas para viajar. Joguei um monte de roupas dentro da minha mochila preferida e corri para o banheiro, tomei um banho quente muito merecido e corri de volta ao quarto para me arrumar, quando já havia me vestido Peter chegou trazendo duas canecas de chocolate fumegante, ele me entregou uma e sentou-se na minha cama para me observar enquanto eu terminava de me arrumar.
Por um segundo olhei de relance para ele e seus olhos brilharam, fazendo-me lembrar de Charlie, talvez passar tanto tempo com ele esteja começando a me afetar.
Nos últimos três dias nós não nos separamos de forma alguma, ele tem se mostrado um cara interessante, romântico e muito carinhoso, e eu estou gostando disso. Ele não permite que eu me lembre de Niall, e isso já é motivo suficiente para que eu me apaixone um pouquinho mais por ele.
Na quarta à noite, depois do trabalho, ele veio até o apartamento para ver filme com Peter, Gemma e eu, ele trouxe pizza de chocolate e cervejas, e nós conversamos e namoramos muito. Na quinta ele fez a mesma coisa. Não ficávamos juntos somente à noite, mas também o dia inteiro no trabalho, nós sempre tirávamos alguns longos minutos para namorar e conversar, estamos nos conhecendo aos poucos e é divertido conhecê-lo melhor.
Na quinta, durante uma conversinha rápida que tivemos no trabalho, eu acabei lhe contando sobre Niall e ele imediatamente não simpatizara com ele, principalmente porque ele via as repetidas ligações que eu recebia e ignorava dele ao longo do dia, e acho que eu ter confessado a ele que amava o Niall, no meu primeiro dia de trabalho, não ajudou muito. Por isso, quando eu lhe falei que seria a dama de companhia do Niall no jantar beneficente de amanhã à noite, Charlie praticamente tivera uma crise de ciúmes, mas soube disfarçar muito bem.
— Você vai acompanhá-lo? — dissera Charlie incrédulo, quando eu lhe contei. — Não pode acompanhar seu irmão ou outra pessoa?
— Não, Lenna irá acompanhar o meu irmão e os outros rapazes também já têm acompanhantes, e eu prometi ao Niall — falei enquanto brincava distraída com a gola de sua camisa de botões branca, ele ficava muito bem de camisa social.
— Mas... Ai, meu Deus! Então só diga a ele que pare de ligar pra você, não aguento mais te ver revirar os olhos para o telefone — ele murmurou irritado.
— Pode deixar, essa será a primeira coisa que gritarei para ele — garanti.
— E volte, por favor! Eu gosto de ter você aqui... Comigo — ele confessou e fez uma careta em seguida, como se doesse admitir isso.
— Pode deixar, eu vou voltar — concordei não conseguindo esconder um sorriso.
— Mas e se... Eu não sei... — ele pareceu confuso e preocupado, e eu sabia muito bem o que o estava atormentando.
— Eu não vou ficar com ele, se é o que está pensando. Não ficamos quando tivemos oportunidade e não vamos ficar agora, que estamos saindo com outras pessoas, entendeu? Pode ficar tranquilo — falei veemente, ele assentiu e seus olhos brilharam, retomando o brilho animado e satisfeito de antes.
— Tudo bem. Mas eu irei te ligar o tempo inteiro, só para garantir que você não vai ficar sozinha com aquele cara — ele disse, sua voz soando um pouco rancorosa.
— Se isso irá deixá-lo mais tranquilo, então tudo bem — concordei e dei-lhe vários selinhos castos em seus lábios até que ele sorrisse.
Quando dei por mim eu estava parada no meio do quarto com um sorriso ridículo no rosto, Peter me encarava como se eu fosse a mais louca que ele já vira, rapidamente balancei a cabeça e continuei a andar até a minha penteadeira.
— Charlie vai levá-la ao aeroporto? — ele perguntou depois de um tempo em silêncio.
— Sim. Ele nos levará, Gemma, Lenna, você e eu — corrigi-o.
— Ah tá. Então tudo bem. As meninas já devem estar chegando. Eu vou tomar um banho — ele disse e saiu do quarto rapidamente.
Quando terminei de passar o lápis de olho a campainha tocou, corri até a porta para atender, eram as garotas, ordenei que entrassem então voltei correndo para o quarto e terminei de pentear meus cabelos, Lenna e Gemma logo entraram no quarto.
— Você vai dormir ou vai viajar? — questionou Lenna ao ver minha roupa.
— Você sabe que eu gosto de viajar bem confortável, além do mais, iremos dormir no avião, então... — dei de ombros e ri.
— Você tem que aprender a se organizar com antecedência — reclamou Gemma ao ver o estado bagunçado da minha mochila.
— Querida, eu trabalho o dia inteiro, não tenho tempo pra isso — resmunguei enquanto sentava-me na cama para calçar as botas.
— E a noite? — divertiu-se Lenna.
— Ela fica com Charlie, por isso não tem tempo — respondeu Gemma, as duas riram, eu me limitei a revirar os olhos para elas.
Quando eu finalmente estava pronta, Peter já estava terminando de se arrumar e Charlie tocara a campainha, corri para atendê-lo e, antes mesmo de deixá-lo entrar, lancei-me em seus braços, ele riu e me abraçou forte, já beijando meu pescoço e meu queixo, a caminho da minha boca.
— Meu Deus, se fiquei com saudade por ficarmos 2 horas longe um do outro, que dirá 2 dias — ele resmungou contra minha boca, me fazendo rir. — Por que os óculos escuros? — ele perguntou olhando para os óculos pendurados na gola da minha camisa.
— Com o tempo você vai aprender que, não importa se é de dia ou de noite, por ser irmã de famoso, até mesmo as meninas e eu precisamos ter um desses à mão. Falando nisso, foi graças aos paparazzis que o meu irmão e Niall descobriram sobre você — murmurei docemente, ele fez uma careta.
— E aí está esse cara de novo, pairando sobre nós. Não gosto dele.
— Ei, não fique tão azedo, ele é um cara legal — diverti-me, ele apenas revirou os olhos em descrença.
— Estão prontas? Vamos logo ou vão se atrasar — disse Peter, aparecendo de repente na sala, Charlie não se incomodou e continuou me abraçando, apenas virou a cabeça para olhar pro irmão. — Ah, oi mano. Vamos?
— Claro, vamos! — concordou Charlie.
Corri até o meu quarto para pegar minha mochila e chamar as garotas, então saímos de casa e entramos no carro de Charlie, eu fui na frente com ele, o que não irritou Peter, pois ele foi entre as garotas e se considerou sortudo por isso.
Levamos cerca de 30 minutos até chegar ao aeroporto, como não tínhamos bagagem para despachar nós apenas fomos até o balcão para retirar nossas passagens. Faltando 10 minutos para o voo ser anunciado nós paramos na praça de alimentação e tomamos um café antes de seguirmos pro portão de embarque.
Os rapazes de repente ficaram murchos e não pareciam contentes, Gemma também percebeu.
— Tá legal, o que houve, rapazes? — ela perguntou de repente, os dois a encararam confusos
— Nada, apenas sentiremos falta de vocês, esse fim de semana vai ser chato — Peter respondeu pelos dois, Charlie apenas assentiu e apertou minha mão, que estava segurando por baixo da mesa.
— Que nada, vocês vão sair e beber e eu sei que não vão nem se lembrar da gente — falei divertida.
— Até parece — resmungou Charlie irônico.
E eles continuaram cabisbaixos até a hora em que o avião foi anunciado, eles nos acompanharam até o portão de embarque e Lenna logo se despediu deles e correu para dentro, a fim de não ver a despedida dos casais.
— Ei, é só dois dias e você prometeu me ligar toda hora — murmurei para Charlie, ele forçou um sorrisinho.
— Eu sei, divirta-se lá, mas fique longe daquele cara — ele disse, me fazendo rir.
Me aproximei dele e o beijei, um beijo de despedida muitas vezes pode mudar o seu conceito, porque é nesse momento que você percebe que vai se afastar, que vai deixar alguém que você gosta e, por mais que seja por poucos dias, é um tempo que faz realmente falta quando você já está acostumado com a pessoa e gosta da companhia dela.
Charlie roubou minha afeição de forma tão repentina que, certa manhã ao acordar ao lado dele, eu pensei: "Caramba, o que eu estou sentindo?", o que eu sentia era um carinho imenso pelo cara que me abraçava e que dormia profundamente, eu sentia estar começando a me apaixonar pela pessoa incrível que ele é e, melhor ainda, eu sentia estar esquecendo cada vez mais o cara que me decepcionara anteriormente.
Então eu entrei no avião determinada a me livrar de uma vez por todas do sentimento que eu sentia por Niall, porque eu não aguentava mais guardar para mim um sentimento que, apesar de ir sumindo gradativamente, ainda me maltratava por dentro.
Mas que tola eu fui ao imaginar que algum dia eu deixaria de amá-lo...
Quando fechei a porta da sala, a primeira coisa que fiz foi correr pro banheiro, tomei um banho gelado — que quase me petrificou — para ver se esquecia um pouco de Charlie, e quando retornei ao meu quarto eu me arrumei rapidamente, pois já estava atrasada. Por sorte Peter estava terminando de se arrumar quando eu saí do meu quarto.
— Gemma ainda está dormindo? — perguntei quando saímos de casa, ele riu.
— Sim, ainda está. Lenna também, pelo o que vi ao passar pela sala, mas Charlie... Bom, esse desapareceu, não é? — perguntou Peter em um tom malicioso.
— Ele acordou e foi se arrumar em casa, se é o que quer saber — brinquei cutucando-o nas costelas, ele riu.
— É, acho que hoje aquele escritório vai ferver com vocês dois sozinhos lá dentro — provocou Peter.
— Não seja bobo, estaremos trabalhando, apenas isso, além do mais ele passará o dia em reuniões — murmurei constrangida, Peter me abraçou enquanto ria divertido.
— Estou brincando, relaxe. O meu irmão é um idiota, mas saber agir como um profissional
Nossa conversa se encerrou ao chegarmos à loja, dessa vez quem estava abrindo-a era Paige, que sorriu ao nos dar bom dia e nos deixou entrar. Dei um rápido olá para Chauncey, que estava ligando as máquinas de café, e subi as escadas para o segundo andar. Charlie já estava atrás de sua mesa quando cheguei, ele sorriu discretamente e me desejou bom dia, retribuí o cumprimento ao me sentar atrás da mesa que ele providenciara para mim.
— Então, o que temos para hoje? — ele perguntou ao ver que eu já tinha aberto minha agenda e organizado a minha mesa.
— Você tem uma reunião com os chefões às 10, eu sugiro que saia logo, porque o trânsito está de matar, como sempre — murmurei consultando a agenda, ele assentiu.
— Enquanto eu estiver fora você desce e ajuda o pessoal na loja, porque a Leil não poderá vir hoje. Mas não precisa se preocupar, Peter pode te ajudar a pegar o ritmo. Espero que não se importe — ele disse ao parar ao meu lado e consultar a agenda por cima do meu ombro.
— Não, eu não me importo. Vou descer junto com você então — virei meu rosto para vê-lo ao mesmo tempo em que ele também pretendia me olhar, nossos rostos ficaram tão próximos que foi quase impossível evitar um beijo longo e muito intenso.
Charlie fez-me levantar e sentou-me em minha mesa, enquanto suas mãos trilhavam minhas coxas, cintura e pescoço, segurei seus fios loiros e retribuí seu beijo na mesma intensidade, sentindo meu sangue ferver nas veias.
— Eu acho melhor sairmos desse escritório, antes que eu faça uma coisa muito antiética — sussurrou Charlie, enquanto distribuía beijos ao longo do meu pescoço, suspirei em resposta.
— Sim, claro — concordei enfim conseguindo achar a minha voz, ele sorriu e mordeu o meu lábio, em seguida depositou um selinho casto em minha boca.
— Podemos nos ver hoje à noite? — ele perguntou.
— Sim, podemos. Mas devo alertá-lo que eu costumo seguir uma espécie de regra quando começo qualquer tipo de relacionamento — murmurei docemente, ele riu.
— E que regra é essa? — ele perguntou, inclinando a cabeça para o lado e arqueando uma sobrancelha, ele ficou muito fofo.
— Regra dos 5 encontros — contei, ele riu.
— Ah, conheço essa. Teremos que ter 5 encontros antes de chegarmos aos finalmente? Bom, acho que ontem não conta como um encontro, não é? — ele perguntou divertido.
— Não, acho que não conta — respondi suavemente e dei-lhe um beijo no pescoço, ele se arrepiou inteiro e apertou minha coxa.
— Eu acho que não chegaremos nem ao 3º encontro antes de eu jogá-la em minha cama — ele sussurrou ferozmente enquanto agarrava o lóbulo da minha orelha com os dentes, eu ri.
— Eu não sei. Meu autocontrole é muito bom. E vale lembrar que é somente um encontro por semana — murmurei fechando os olhos e sentindo seus lábios em minha pele, mas ele parou e arregalou os olhos ao me olhar.
— Vou ter que esperar 5 semanas? Jura? Meu Deus! — murmurou surpreso, me fazendo rir novamente.
— Vai dizer que eu não valho à pena? — perguntei divertida, ele assentiu lentamente, seus olhos faiscavam de desejo.
— É claro que vale. Mas saiba que eu vou ficar louco, principalmente se toda vez que nos tocarmos você me provocar desse jeito.
— Ah, senhor Bernardini, terei que chamar um psiquiatra então. Mas agora você realmente precisa ir, ou irá se atrasar — adverti-o em um tom doce e afável, ele riu.
— Tudo bem, linda. Vamos descer.
Charlie deu-me um último selinho demorado, então voltou à sua mesa para recolher suas coisas, eu arrumei minha roupa e o segui até a porta, que ele fez a gentileza de abrir e me deixar passar.
Nós descemos as escadas juntos, mas nos separamos quando tive que ir em direção ao balcão e ele em direção a porta.
— Seu gloss está todo borrado — foi à primeira coisa que Peter me disse quando eu cheguei ao balcão de pedidos.
— O quê? — perguntei distraída enquanto olhava Charlie sair da loja e acenar uma última vez para mim.
— Seu gloss, todo borrado — ele repetiu lentamente e apontou os próprios lábios com o indicador.
— Ah, meu Deus! — guinchei surpresa e rapidamente peguei uma espátula de alumínio para enxergar meu reflexo. — Bom, eu acho que preciso de um avental — murmurei ao terminar de arrumar meu gloss.
— Parece que você fisgou o chefe, garota esperta! — brincou Chauncey ao me entregar um avental preto com o símbolo verde da Starbucks.
— Ei! Nossa vida particular não tem nada haver com a profissional — reclamei, Peter riu.
— Bom, disso não tenho muita certeza, afinal, vocês estavam se pegando no escritório, que eu sei — falou Peter, arregalei meus olhos e senti minhas bochechas corarem.
— Peter! — repreendi-o, ele deu de ombros e apenas riu.
— Não estou mentindo, estou? Todos já sacaram assim que vocês desceram abraçados — defendeu-se Peter, olhei para meus colegas e todos assentiram, fiquei mais envergonhada ainda.
— Não descemos abraçados — murmurei quase me escondendo dentro de uma máquina de café.
— Se você diz — ironizou Pete, lhe mandei língua e peguei alguns copos para encher de café. — Muito maduro da sua parte, Srta. Payne — ele brincou.
— E quem te disse que algum dia eu amadureci? — falei divertida, ele cutucou minhas costelas em resposta.
♫♫♫
A semana passou voando, talvez trabalhar todos os dias e passar todas as noites com Charlie, Peter e as garotas contribuiu para que eu nem percebesse, até que a sexta-feira chegasse.
Eu havia acabado de chegar em casa do trabalho, Peter correu para a cozinha a fim de fazer chocolate quente enquanto eu arrumava as minhas coisas para viajar. Joguei um monte de roupas dentro da minha mochila preferida e corri para o banheiro, tomei um banho quente muito merecido e corri de volta ao quarto para me arrumar, quando já havia me vestido Peter chegou trazendo duas canecas de chocolate fumegante, ele me entregou uma e sentou-se na minha cama para me observar enquanto eu terminava de me arrumar.
Por um segundo olhei de relance para ele e seus olhos brilharam, fazendo-me lembrar de Charlie, talvez passar tanto tempo com ele esteja começando a me afetar.
Nos últimos três dias nós não nos separamos de forma alguma, ele tem se mostrado um cara interessante, romântico e muito carinhoso, e eu estou gostando disso. Ele não permite que eu me lembre de Niall, e isso já é motivo suficiente para que eu me apaixone um pouquinho mais por ele.
Na quarta à noite, depois do trabalho, ele veio até o apartamento para ver filme com Peter, Gemma e eu, ele trouxe pizza de chocolate e cervejas, e nós conversamos e namoramos muito. Na quinta ele fez a mesma coisa. Não ficávamos juntos somente à noite, mas também o dia inteiro no trabalho, nós sempre tirávamos alguns longos minutos para namorar e conversar, estamos nos conhecendo aos poucos e é divertido conhecê-lo melhor.
Na quinta, durante uma conversinha rápida que tivemos no trabalho, eu acabei lhe contando sobre Niall e ele imediatamente não simpatizara com ele, principalmente porque ele via as repetidas ligações que eu recebia e ignorava dele ao longo do dia, e acho que eu ter confessado a ele que amava o Niall, no meu primeiro dia de trabalho, não ajudou muito. Por isso, quando eu lhe falei que seria a dama de companhia do Niall no jantar beneficente de amanhã à noite, Charlie praticamente tivera uma crise de ciúmes, mas soube disfarçar muito bem.
— Você vai acompanhá-lo? — dissera Charlie incrédulo, quando eu lhe contei. — Não pode acompanhar seu irmão ou outra pessoa?
— Não, Lenna irá acompanhar o meu irmão e os outros rapazes também já têm acompanhantes, e eu prometi ao Niall — falei enquanto brincava distraída com a gola de sua camisa de botões branca, ele ficava muito bem de camisa social.
— Mas... Ai, meu Deus! Então só diga a ele que pare de ligar pra você, não aguento mais te ver revirar os olhos para o telefone — ele murmurou irritado.
— Pode deixar, essa será a primeira coisa que gritarei para ele — garanti.
— E volte, por favor! Eu gosto de ter você aqui... Comigo — ele confessou e fez uma careta em seguida, como se doesse admitir isso.
— Pode deixar, eu vou voltar — concordei não conseguindo esconder um sorriso.
— Mas e se... Eu não sei... — ele pareceu confuso e preocupado, e eu sabia muito bem o que o estava atormentando.
— Eu não vou ficar com ele, se é o que está pensando. Não ficamos quando tivemos oportunidade e não vamos ficar agora, que estamos saindo com outras pessoas, entendeu? Pode ficar tranquilo — falei veemente, ele assentiu e seus olhos brilharam, retomando o brilho animado e satisfeito de antes.
— Tudo bem. Mas eu irei te ligar o tempo inteiro, só para garantir que você não vai ficar sozinha com aquele cara — ele disse, sua voz soando um pouco rancorosa.
— Se isso irá deixá-lo mais tranquilo, então tudo bem — concordei e dei-lhe vários selinhos castos em seus lábios até que ele sorrisse.
Quando dei por mim eu estava parada no meio do quarto com um sorriso ridículo no rosto, Peter me encarava como se eu fosse a mais louca que ele já vira, rapidamente balancei a cabeça e continuei a andar até a minha penteadeira.
— Charlie vai levá-la ao aeroporto? — ele perguntou depois de um tempo em silêncio.
— Sim. Ele nos levará, Gemma, Lenna, você e eu — corrigi-o.
— Ah tá. Então tudo bem. As meninas já devem estar chegando. Eu vou tomar um banho — ele disse e saiu do quarto rapidamente.
Quando terminei de passar o lápis de olho a campainha tocou, corri até a porta para atender, eram as garotas, ordenei que entrassem então voltei correndo para o quarto e terminei de pentear meus cabelos, Lenna e Gemma logo entraram no quarto.
— Você vai dormir ou vai viajar? — questionou Lenna ao ver minha roupa.
— Você sabe que eu gosto de viajar bem confortável, além do mais, iremos dormir no avião, então... — dei de ombros e ri.
— Você tem que aprender a se organizar com antecedência — reclamou Gemma ao ver o estado bagunçado da minha mochila.
— Querida, eu trabalho o dia inteiro, não tenho tempo pra isso — resmunguei enquanto sentava-me na cama para calçar as botas.
— E a noite? — divertiu-se Lenna.
— Ela fica com Charlie, por isso não tem tempo — respondeu Gemma, as duas riram, eu me limitei a revirar os olhos para elas.
Quando eu finalmente estava pronta, Peter já estava terminando de se arrumar e Charlie tocara a campainha, corri para atendê-lo e, antes mesmo de deixá-lo entrar, lancei-me em seus braços, ele riu e me abraçou forte, já beijando meu pescoço e meu queixo, a caminho da minha boca.
— Meu Deus, se fiquei com saudade por ficarmos 2 horas longe um do outro, que dirá 2 dias — ele resmungou contra minha boca, me fazendo rir. — Por que os óculos escuros? — ele perguntou olhando para os óculos pendurados na gola da minha camisa.
— Com o tempo você vai aprender que, não importa se é de dia ou de noite, por ser irmã de famoso, até mesmo as meninas e eu precisamos ter um desses à mão. Falando nisso, foi graças aos paparazzis que o meu irmão e Niall descobriram sobre você — murmurei docemente, ele fez uma careta.
— E aí está esse cara de novo, pairando sobre nós. Não gosto dele.
— Ei, não fique tão azedo, ele é um cara legal — diverti-me, ele apenas revirou os olhos em descrença.
— Estão prontas? Vamos logo ou vão se atrasar — disse Peter, aparecendo de repente na sala, Charlie não se incomodou e continuou me abraçando, apenas virou a cabeça para olhar pro irmão. — Ah, oi mano. Vamos?
— Claro, vamos! — concordou Charlie.
Corri até o meu quarto para pegar minha mochila e chamar as garotas, então saímos de casa e entramos no carro de Charlie, eu fui na frente com ele, o que não irritou Peter, pois ele foi entre as garotas e se considerou sortudo por isso.
Levamos cerca de 30 minutos até chegar ao aeroporto, como não tínhamos bagagem para despachar nós apenas fomos até o balcão para retirar nossas passagens. Faltando 10 minutos para o voo ser anunciado nós paramos na praça de alimentação e tomamos um café antes de seguirmos pro portão de embarque.
Os rapazes de repente ficaram murchos e não pareciam contentes, Gemma também percebeu.
— Tá legal, o que houve, rapazes? — ela perguntou de repente, os dois a encararam confusos
— Nada, apenas sentiremos falta de vocês, esse fim de semana vai ser chato — Peter respondeu pelos dois, Charlie apenas assentiu e apertou minha mão, que estava segurando por baixo da mesa.
— Que nada, vocês vão sair e beber e eu sei que não vão nem se lembrar da gente — falei divertida.
— Até parece — resmungou Charlie irônico.
E eles continuaram cabisbaixos até a hora em que o avião foi anunciado, eles nos acompanharam até o portão de embarque e Lenna logo se despediu deles e correu para dentro, a fim de não ver a despedida dos casais.
— Ei, é só dois dias e você prometeu me ligar toda hora — murmurei para Charlie, ele forçou um sorrisinho.
— Eu sei, divirta-se lá, mas fique longe daquele cara — ele disse, me fazendo rir.
Me aproximei dele e o beijei, um beijo de despedida muitas vezes pode mudar o seu conceito, porque é nesse momento que você percebe que vai se afastar, que vai deixar alguém que você gosta e, por mais que seja por poucos dias, é um tempo que faz realmente falta quando você já está acostumado com a pessoa e gosta da companhia dela.
Charlie roubou minha afeição de forma tão repentina que, certa manhã ao acordar ao lado dele, eu pensei: "Caramba, o que eu estou sentindo?", o que eu sentia era um carinho imenso pelo cara que me abraçava e que dormia profundamente, eu sentia estar começando a me apaixonar pela pessoa incrível que ele é e, melhor ainda, eu sentia estar esquecendo cada vez mais o cara que me decepcionara anteriormente.
Então eu entrei no avião determinada a me livrar de uma vez por todas do sentimento que eu sentia por Niall, porque eu não aguentava mais guardar para mim um sentimento que, apesar de ir sumindo gradativamente, ainda me maltratava por dentro.
Mas que tola eu fui ao imaginar que algum dia eu deixaria de amá-lo...
Assinar:
Postar comentários
(Atom)
Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.
Um Amor Real
Sinopse
"https://one-direction-picture.blogspot.com/2024/04/um-amor-real-prologo.html">Prólogo
A Cada dia fica mais perfeito xxx
ResponderExcluircontinuaaa !!!
#Rafa
Continuaaaaaa
ResponderExcluirMDS ta de mais florzinha continua to amando essa fic beijokas
ResponderExcluir-Nathy
continuaaaaaa esta perfeitooo
ResponderExcluirAaaaaa continuaaaaaa pleaseeeeee
ResponderExcluir