quinta-feira, 9 de novembro de 2017

"Se eu não tivesse você não haveria nada sobrando
Só o casco de um homem que não pôde ser seu melhor
Se eu não tivesse você, eu nunca veria o sol
Você me ensinou a ser alguém, yeah..."
– Drag Me Down (One Direction)



♂♀♂♀

Depois de uma semana agitada em casa e com a clientela do bar crescendo, eu tive que passar a ficar uma noite por semana no turno da noite. Teria que contratar mais funcionários para trabalhar no bar, mas também não poderia abandonar o meu negócio nas mãos de Jack, ele é muito competente e confio muito nele, mas também preciso estar presente.
Enquanto ajudo David a servir bebidas no bar, troco mensagens com Hayley. Estamos procurando babás para tomarem conta dos gêmeos, Hayley voltará ao trabalho em algumas semanas e precisamos de alguém que seja de confiança para tomar conta dos nossos filhos, que completaram seis meses há uma semana.
A empresa que Hayley trabalhava têm sido muito compreensiva graças a Harry, que é um ótimo advogado e têm cuidado do caso de Hayley. Apesar de ter colocado atestado médico e ter engravidado logo em seguida, a empresa quer que Hayley volte a trabalhar lá, isso é sinal de sua grande competência profissional e ela está animada para voltar ao trabalho.
Respondi à mensagem em que ela dizia que Declan já estava se acostumando a mamadeira ao invés do peito e guardei o telefone para servir um cliente antigo que sempre frequenta o bar.

— Duff, que bom te ver, amigo. Como vai? Chegou cedo hoje — falei alegremente colocando uma caneca de cerveja em frente ao homem gordo com cara de poucos amigos sentado no banco de madeira em frente ao balcão.
— Pois é, bati a porra do carro, acredita? Vou ter que pagar o maldito conserto de um Astra, acredita? Estou fodido, com todas as letras — ele resmungou e bebeu um grande gole.
— Caramba, sinto muito por isso. Nada de seguro? — perguntei me inclinando sobre o balcão para ouvi-lo melhor.
— Nada, cara, estou completamente ferrado. Um Astra do ano, puta merda! — ele se lamentou com as mãos na cabeça. — Minha mulher vai me matar!
— Poxa, que furada. Mas se você precisar de um emprego extra, estamos precisando de um barman, queria alguém com experiência, mas se você estiver interessado abro uma exceção para você.
— Isso é muito legal, obrigado Zayn, mas primeiro preciso ver na empresa se eles vão me ajudar, caso contrário falo com você. Mas mudando de assunto, como vai sua linda esposa? E os bebês? Faz tempo que não me mostra fotos deles — ele falou abrindo um sorriso simpático, saquei o telefone e mostrei as duas fotos mais recentes que tirei dos gêmeos.



— Estão muito sapecas, adoráveis, você não tem ideia! — falei todo babão, era inevitável, era só tocar no assunto que eu ficava derretido feito manteiga na frigideira.
— Eles são muito lindos, puxaram a sua esposa!  brincou Duff e eu ri.
— Sim, puxaram a ela em quase tudo, mas Oline tem os meus cabelos e Declan tem o meu nariz, vê? Não é muito, mas já é algo! — nós rimos e eu guardei o telefone novamente.

De repente um tumulto começou a se formar no fundo do bar, troquei um olhar de alerta com Jack e David e nós três subimos no balcão para conseguirmos enxergar o meio do tumulto. Uma garota alta e esguia, de cabelos longos e castanhos, pele clara e expressão brava estava acotovelando os bêbados que se aglomeravam ao seu redor, ela parecia irritada e demorei a perceber que ela estava tentando impedir que os bêbados chegassem até o cara que a olhava com fúria.

— Jack, chama o Tony — gritei descendo do balcão e me enfiando no meio do tumulto.
— Calem-se, idiotas! — gritou David de cima do balcão.
— Ei, dá pra parar, caralho! — gritei empurrando alguns grandalhões bêbados. — Ou vocês param ou eu fecho o bar e vocês vão ficar sem bebida por um mês! — gritei novamente, a ameaçou surtiu efeito em alguns, que se afastaram e voltaram a se sentar — O que tá acontecendo, porra?
 Ele tentou bater na garota!  gritou um careca com cara de matador de aluguel.
— Não! Não! Parem, droga, ele não tentou me bater! — esgoelou a garota, o rapaz a encarava como se ela fosse a total responsável pela baderna, ele parecia bem bravo com ela.
— Saiam, seus idiotas! — urrou Tony, o segurança do bar.

Tony agarrou o rapaz pelo braço e o tirou do meio da muvuca, eu segurei a garota e a puxei para tirá-la de lá, Tony levou o rapaz para o escritório e eu o segui, levando a menina junto. Ela parecia nervosa e seus lábios pintados de vermelho estavam comprimidos em uma linha fina de apreensão.
Quando colocamos os dois no escritório e eu fechei a porta, foi então que pude respirar e prestar atenção nos dois. O cara era branco e tinha os cabelos loiros, continuava com muita raiva e ainda olhava torto para a garota, que era muito bonita e não parecia ter mais que vinte anos.

— Então, o que tá acontecendo?  perguntei e cruzei os braços, pra parecer mais ameaçador, Tony estava parado ao lado do rapaz, como se esperasse que ele pulasse em cima da garota.
— Nada, eles entenderam errado, não esta acontecendo nada! — esbravejou a garota e afundou a cabeça nas mãos, evitando olhar para o rapaz.
— Podemos ir embora? Não fizemos nada de errado, só precisamos conversar em um lugar menos público  disse o cara.
— Pra você deixá-la com um olho roxo? Não, obrigado, amigo. Você pode ir, ela vai ficar e ligar para alguém vir buscá-la. A propósito, quantos anos você tem? — perguntei para a garota.
— 17  ela sussurrou baixinho e eu senti toda a merda que aquela história poderia dar.
— Você tem 17 anos e está no meu bar? Que porra é essa? E você, tem quantos anos? — perguntei ao rapaz, ele revirou os olhos e se levantou. 
 25, eu posso ir?  ele perguntou impaciente.
— Saí fora, seu babaca. Trás uma menor de idade para o meu bar e ainda tenta agredi-la? Ficou maluco? Fora daqui! — esbravejei e abri a porta para ele passar. - Tony, bota esse idiota no quadro, não quero mais vê-lo aqui!
— Me desculpa, eu não queria causar problemas — disse a garota quando eu fechei a porta e respirei fundo para me acalmar, meu celular vibrava no bolso, provavelmente são mensagens de Hayley.
— Qual o seu nome? — perguntei mais calmo, caminhei até a minha mesa e puxei o telefone fixo para mais perto da garota.
— Cam. Cam Brine — ela disse baixinho e eu senti pena dela, porque diabos uma garota tão bonita e doce estava fazendo com um babaca daqueles?
— Ótimo, Cam Brine, aqui está o telefone, você só vai sair daqui acompanhada de um adulto responsável, de preferência parente.

Me sentei em minha poltrona e aguardei pacientemente enquanto a garota discava números, esperava resposta e então discava outros números quando o último não atendia. Aproveitando a calmaria saquei o telefone do bolso e vi as mensagens que Hayley me deixara. 
Declan estava com febre e ela estava louca de preocupação em casa, Anne estava ajudando-a e tomando conta de Oline enquanto Hayley tentava se comunicar com o pediatra e fazer alguma coisa para abaixar a febre. As mensagens me deixaram tenso e decidi que só cuidaria do problema da garota e então iria correndo para casa. Avisei a Hayley o que faria e então li as outras mensagens que recebi, uma de Harry avisando que estava no bar e estava me esperando, e outra de um primo que está na cidade para ver os gêmeos.
Por fim, Cam conseguiu falar com o irmão mais velho e ele concordou em vir buscá-la, deixei que ela aguardasse no bar enquanto eu fazia uma ligação e pedi para Tony ficar de olho nela.
Liguei para Hayley e consegui me tranquilizar ao saber que a febre de Declan já estava passando e que eu estaria morto se saísse do trabalho para ir ficar em casa sem fazer nada, a ameaça veio diretamente de Hayley, então concordei que fecharia o bar e encontraria com ela lá pelas tantas da madrugada.
Ao sair do escritório, a primeira coisa que notei foi que Harry já estava ocupando uma mesa junto de Niall e mais dois amigos que eu não conheço, até aí tudo bem, só que a garota estava sentada ao lado dele, a Cam Brine, eles estavam conversando e Harry sorria com aquele olhar predador que eu já o vira usar no bar em algumas ocasiões. Droga, ela é chave de cadeia, a garota é menor de idade, Styles!!!
Andei até eles e quando cheguei dei tapas fortes no ombro de Harry, que me olhou como se eu fosse um verme que não fora chamado na conversa, a garota ergueu seus grandes olhos castanhos claros e me encarou chorosa, provavelmente pensando em se desculpar novamente.

— Então, e o seu irmão, Cam?  perguntei forçando um sorriso, vi Harry revirar os olhos e bufar, provavelmente irritado por eu estar me metendo na sua conversa com a bela garota.
— Ele está vindo, tenho certeza que já deve estar chegando! — ela disse rapidamente, ainda com aquele olhar de cachorrinho culpado.
— Harry, está pegando cerveja pra ela? — perguntei irritado quando vi o copo em frente a Cam, ele me olhou como se eu tivesse cometido a maior grosseria de todos os tempos.
— Sim, Zayn. Qual o problema? Nossa, você está insuportável hoje — ele resmungou e bebeu um gole de seu copo.
— Acontece, meu amigo, que essa jovenzinha aqui é menor de idade e não poderia se quer ter entrado no bar. Então, se me dá licença, ela vai esperar pelo responsável dela lá no balcão! — falei e puxei o braço da garota, fazendo-a se levantar, Harry olhou assustado para ela, finalmente se tocando.
— Você tem quantos anos? — ele perguntou empalidecendo.
— 17 — sussurrou Cam e eu quase ri da cara de Harry.
— Vejo você no balcão em alguns minutos! — ele falou quando eu comecei a arrastar a menina.

Harry grudou na menina por todo o tempo em que ela ficou no bar aguardando a chegada do irmão. Quando Alexander Brine chegou eu tive que brigar um pouco com ele e pedi que cuidasse melhor de sua irmã e das companhias com quem ela anda, ele ouviu a tudo muito calmo e lançando olhares ameaçadores para a irmã.

— Desculpe pelo transtorno, Zayn. Não voltará a se repetir  falou Alex e apertou a minha mão.
— Tudo bem, só tome cuidado, o cara que a acompanhava não me parecia ser legal — falei humildemente e olhei para Cam, ela parecia constrangida e encarava os próprios pés.

Pelo resto da noite eu servi bebidas e bebi algumas coisas junto a Harry e seus amigos, então fechei o bar e corri para casa. Me sentia exausto e com muita saudade da minha família.
Ao abrir a porta eu dei de cara com Hayley no sofá da sala, ela se balançava de um lado para o outro com Oline em seus braços. Ley parecia exausta, mas Oline estava com os dois grandes olhos azuis arregalados, sem a menor vontade de dormir, e olha que passava das duas da madrugada.

— Oi, meu amor  murmurei indo ao seu socorro. Ley me deu um beijo demorado nos lábios e me deixou pegar Oline.
— Ela está daquele jeito, pensei que você nunca chegaria — ela sussurrou e soltou um suspiro sôfrego que me fez rir.
— Olá minha bonequinha  murmurei para Oline, ela sorriu e piscou. Às vezes Oline inventa de enlouquecer a mãe e só dorme quando eu chego e a nino.  Vamos descansar um pouquinho? Amanhã a gente brinca  falei em um tom doce e animado, ela sorriu novamente.

Hayley se deitou no sofá e ficou me assistindo maravilhada enquanto eu cantava baixinho e balançava Oline, vi seus olhinhos pesarem e logo ela adormeceu. Eu me sentei ao lado de Ley no sofá e coloquei Oline deitada de bruços em meu peitoral, assisti a um filme com a minha linda esposa e depois nós colocamos a nossa filha para dormir no quarto com o irmão, então tomamos um banho juntos e nos abraçamos em nossa cama enorme.
A rotina que desenvolvemos juntos me enche de alegria, me faz sentir vontade de pular da cama todas as manhãs mesmo que for para limpar bundas de bebês ou alimentá-los, saber que estaria com a minha esposa e com os meus filhos me fazia incrivelmente feliz.
Ainda é difícil acreditar que Hayley me escolheu, havia mais quatro caras além de mim, todos eles competentes e que a amavam quase tanto quanto eu a amo, mas nós dois temos uma sintonia que ninguém mais tem, nós temos história juntos, eu fui o primeiro e agora sou o último.
Meu amor por ela é inenarrável, me sinto completamente entregue a ela a cada vez que a vejo sorrir, ou revirar os olhos, ou respirar. E sei que ela também é minha, para todo o sempre.
Nós nos pertencemos, mas não é um sentimento de posse, nós só não queremos estar com mais ninguém. Construímos a nossa família, o nosso ninho, e tenho fé que seremos felizes até que a morte nos separe.




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Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

Sinopse
"https://one-direction-picture.blogspot.com/2024/04/um-amor-real-prologo.html">Prólogo

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