terça-feira, 27 de janeiro de 2015

"Só você pode acender meu coração
Sim, vou te deixar determinar o ritmo
Porque não estou pensando direito
Minha cabeça está girando, não consigo mais ver com clareza
O que você está esperando?"
— Love Me Like You Do (Ellie Goulding)




— Olá, Mav, vamos? — perguntou Liam ansioso, ele olhou para Harry e ficou mais nervoso ainda ao ver sua expressão assassina.
— Não vá, Mav, por favor — implorou Harry.
— Adeus, queridos, amo vocês — despedi-me segurando no braço de Liam e o puxando para fora, pude ouvir minha mãe rir.

Quando já estávamos na segurança de seu carro, Liam suspirou aliviado e sorriu.
Encarei-o divertida e segurei sua mão, tentando tranquilizá-lo, ele sorriu e apertou a minha mão.

— Pensei que ele ia me matar somente com o olhar, afinal, quem era? — perguntou ele.
— Ele é o Harry, meu meio-irmão mais velho — respondi divertida.
— Ah, uau! Então não tenho com o que me preocupar, tenho? — ele parecia achar graça, ainda bem.
— Ah... — murmurei pensativa, essa é uma boa pergunta. — Não, não tem.
— Ótimo, vamos então.

Liam ligou o carro e o rádio ligou automaticamente, levamos mais ou menos dez minutos conversando e rindo até que Liam parasse o carro em frente a um restaurante, Chin Bler, não consegui distinguir que tipo de comida eles serviam ali, mas logo Liam esclareceu minhas dúvidas.

— Você gosta de comida japonesa? — perguntou desconfortável, ele jogou as chaves para o manobrista e esticou a mão para mim.
— Bom... — murmurei fazendo uma careta, segurei sua mão e ele nos guiou em direção à entrada do restaurante.
— É, eu também não — confessou ele.
— Então por que estamos aqui? — perguntei rindo.
— Porque esse restaurante é dos meus pais — respondeu ele fazendo uma careta de tédio, ambos rimos e entramos no refinado estabelecimento.
— Sr. Payne, bem-vindo. Senhorita. — cumprimentou-nos a recepcionista.
— Olá, Fleur, nossa mesa está pronta? — perguntou Liam, assumindo uma postura eficiente.
— Claro, senhor, me acompanhem, por favor — murmurou a jovem.

Seguimos a recepcionista até uma mesa para dois, junto à vidraça enorme que dava vista para a rua, Liam foi um cavalheiro ao puxar a cadeira para mim, depois que agradeci, ele se sentou à minha frente e sorriu para mim; Fleur nos entregou os cardápios e se retirou discretamente.
Quando o garçom veio retirar nossos pedidos eu passei a palavra para Liam, que prometeu pedir algo que não fosse cru, ou peixe, o que me fez rir em descrença.

— De entrada vamos querer Harumaki, por favor, e de prato principal queremos Yaikitori, obrigado — falou Liam, o garçom assentiu e anotou em um aparelho que parecia um celular.
— Claro, senhor, com licença.

Ele se retirou e encarei Liam cética, ele riu e segurou minha mão por cima da mesa.

— O que você pediu? — perguntei, ele riu novamente.
— Rolinhos primavera e frango grelhado, acho que isso serve como aperitivo, depois vou te levar para comer o melhor cachorro-quente do mundo, bem longe daqui — murmurou animado.
— Isso parece tentador — concordei comovida com sua animação.
— Acredite, é... — ele deixou sua frase suspensa ao ver uma elegante mulher se aproximar de nossa mesa, ela sorriu friamente enquanto me observava e voltou sua atenção para Liam.
— Querido, você veio — falou ela, a voz esganiçada e alta.
— Sim, mamãe, eu disse que viria — respondeu Liam, se levantando e dando dois beijos no rosto dela, levantei-me junto com ele por educação. — Esta é Mavis, e Mav, esta é minha mãe, Karen.
— Muito prazer, senhora Payne, o seu restaurante é absolutamente majestoso — falei docemente, o sorriso dela se tornou um pouco menos frio.
— Ah, igualmente, e obrigada, querida.
— Não vamos demorar muito, mamãe — murmurou Liam, voltando a se sentar e indicando que eu fizesse o mesmo.
— Fiquem à vontade, não precisam ter pressa — falou Karen. — Eu tenho que ir agora, coloquem o jantar de vocês na minha conta, okay? Até mais.

Karen deu um beijo na bochecha do filho, acenou discretamente para mim e logo desapareceu entre diversas mesas. Liam fechou os olhos com força e balançou a cabeça, tive que rir da sua expressão sofredora.

— Sua mãe parece ser uma pessoa bem agradável — falei sorridente, ele riu.
— Ah, claro, em comparação ao Godzilla, claro — disse sarcástico, me fazendo rir.
— Sarcasmo é a forma mais baixa de humor, Liam — alertei em tom brincalhão.
— Eu não tenho uma resposta para isso, Mavis — divertiu-se ele.

Os pedidos que Liam fez não eram ruins, pelo menos não eram peixes ou frutos do mar crus, quando terminamos de comer, mais que rapidamente ele se pôs de pé e me convidou a comer o melhor cachorro-quente do mundo, não exitei, coloquei minha mão sobre a dele e seguimos para a rua.
Não pegamos o carro, Liam me guiou rua abaixo, viramos a esquina e eu pude ver uma barraquinha sobre rodas, a placa em neon dizia "Hot-Dog", Liam parecia animado em dividir comigo essa sua adoração por cachorro-quente.

— Olá, Frank — cumprimentou Liam, ao chegarmos na barraquinha e um grandalhão moreno e bonito sorrir para nós. — Dois no capricho, por favor.
— Pode deixar, meu chapa — concordou o simpático rapaz.

Ele se virou para preparar nosso lanche e Liam, ainda segurando minha mão, conduziu-me até uma mesa pequena com duas cadeiras acompanhando-a, ele puxou a cadeira para mim e, quando me viu acomodada, sentou-se à minha frente.
Olhei-o por algum tempo, estudando seus olhos castanhos intensos, admirando seu lindo sorriso tímido e memorizando cada pequeno traço bem delineado de seu rosto, ele é tão lindo.
Por sua vez, Liam também olhou-me atentamente, sempre esboçando um lindo sorriso, então, quando se viu farto de me olhar, ele esticou a mão e acariciou minha bochecha ternamente, nesse minuto eu pensei que ele se inclinaria e me beijaria, não precisaria de muito para que isso acontecesse, mas ele não o fez.
Liam voltou sua mão para a minha e entrelaçou nossos dedos, olhando-os vagamente e notando o quanto os seus dedos eram maiores que o meu.

— Meus amigos estavam morrendo de inveja por eu conseguir te fazer aceitar o meu convite — sussurrou de repente, ainda olhando nossos dedos, então, lentamente, ele desviou seu olhar de encontro ao meu. — Mas, por um lado, eu não me achei tão sortudo assim, porque eu sabia que seu irmão estava na cidade, e todo o tempo imaginei estar caminhando até a minha sentença de morte, pois sei o quanto Harry Styles tem ciúmes de sua irmã — confessou e sorriu timidamente.
— Não é para tanto, meu irmão é legal, ele apenas não gosta que eu saia com qualquer um, ele diz que tenho que encontrar o cara certo — murmurei tentando descontraí-lo.
— Ele está certo — concordou Liam. — Mas eu não acho que você saia com qualquer um, só sei de um cara com quem você já saiu alguma vez, mas não sei se ele conta, pois é se amigo, Niall Horan — falou ele.
— Sim, eu saio muito com o Niall, ele é um bom amigo e atura o Harry e seu ciúme excessivo — brinquei e ri da piada pessoal que Niall e eu usamos para irritar o Harry.

O rapaz alto e moreno, Frank, se aproximou para nos entregar nossos pedidos, agradecemos e ele voltou para o trailer.
Encarei a caixinha com um grande hot-dog dentro e meu estômago roncou, olhei de relance para Liam e ele estava olhando-me sorridente, me induzindo com o olhar a provar o cachorro quente.
Peguei um guardanapo e com um cuidado excessivo peguei o cachorro-quente, a primeira mordida não foi nada demais, mas quando comecei a mastigar foi como ir ao céu e voltar, ele tinha razão, aquele ele era o melhor cachorro-quente do mundo.
Arregalei os olhos para ele e o mesmo riu largamente, contente consigo mesmo por ter me mostrado algo tão — realmente — bom.

— E então? — perguntou ele, depois que mordeu um grande pedaço de seu cachorro-quente.
— Isso é maravilhoso, caramba! Você tem razão — murmurei impressionada, ele riu e mostrou dois dedos para o Frank, ele logo nos trouxe duas garrafas de cerveja.
— Você poderia ser preso por isso — murmurei divertida enquanto assistia Liam abrir as cervejas.
— Eu poderia? Por quê? — perguntou esboçando um lindo sorriso sarcástico.
— Dando bebida alcoólica para uma menor de idade, isso não é uma coisa sensata a se fazer, sr. Payne — murmurei pegando uma das garrafas e virando-a, bebendo três goles seguidos, Liam riu enquanto me olhava.
— Parece que essa menor de idade tem muita prática em beber, manteremos isso em segredo, tudo bem? — propôs ele.
— Um segredinho nosso, tudo bem! — concordei.

Conversamos enquanto comíamos e bebíamos, Liam era divertido e carismático, sem falar em o quão fofo ele era. Faz tanto tempo que não saio com alguém que até me surpreendi por ser algo tão legal de se fazer, Liam cuidou para que tudo desse certo e fosse legal.
Na volta para pegarmos o carro no restaurante ele segurou minha mão e a beijou castamente enquanto andávamos tranquilamente pela rua.
Às 10 em ponto ele me deixou em frente de casa, saímos do carro e nos encostamos no mesmo, ambos quietos, mas sorridentes, vi a cortina da sala se mexer e percebi que alguém estava nos vendo, vi os cabelos ruivos da minha mãe e me tranquilizei.
Despedi-me rapidamente de Liam e, com agilidade ele me roubou um beijo, antes de me deixar partir. Acenei uma última vez ao entrar em casa e vi minha mãe na sala, ela sorriu e voltou a se sentar no sofá, como se nada tivesse acontecido.

— Querida? — chamou mamãe de repente, quando eu já estava subindo às escadas.
— Sim mãe?
— Quantos anos tem esse rapaz?
— Vinte e três, mãe. — Murmurei insegura.
— Ele é velho, querida, você ainda nem tem dezenove.
— Eu sei, mas ele é um cara legal — suspirei exasperada.
— Espero que sim — falou ela.

Esperei alguns segundos, então subi as escadas de fininho, entrei no meu quarto e me assustei ao ver Harry sentado na ponta da cama, ele estava sério e rabugento, como quando eu saí.

— Olá, meu amor — cumprimentei animada.
— Oi, Mav — respondeu secamente.

Tirei os sapatos e os joguei perto da poltrona junto com meu casaco e minha bolsa, virei-me de costas para Harry e ele abriu o zíper do meu vestido, peguei meu roupão de seda preto e o vesti antes de tirar o vestido. Arrumei minhas coisas e enfim parei em frente ao Harry, cruzei os braços e lancei-lhe um olhar glacial.

— Você não pode ficar feliz por mim nem ao menos uma vez? Minha noite foi incrível e eu gostaria que, quando chegasse em casa, o meu irmão pudesse dizer algo do tipo: "Ei, legal ter encontrado um cara bacana, estou feliz por você." — resmunguei imitando a voz grossa de Harry, ele achou graça, mas não sorriu.
— Ele não é um cara legal, é um babaca velho demais pra você — reclamou ele.
— Como sabe a idade dele? — perguntei intrigada.
— Ouvi você dizendo para sua mãe — falou indiferente.
— Sim, ele é velho, mas não é um vovô ou tem idade para ser meu pai, pelo amor de Deus, são só uns quatro anos e meio, não é nada demais — murmurei exasperada e me joguei na cama ao lado dele.
— Não acho que ele seja o cara certo — falou Harry, fixando seu olhar em mim.
— Não sei se algum dia encontrarei alguém que parece ser certo pra você — sussurrei, ele fechou os olhos com força e sorriu friamente.
— Você sempre diz isso, mas talvez devesse procurar um pouquinho mais, ao invés de ficar me dizendo que é impossível encontrar alguém que eu aprove — falou ele.
— Mas é impossível! — insisti.
— Não é, acredite, você já encontrou. Só não sei se isso é certo — falou de repente, os olhos dele brilharam tão intensamente que me causou um arrepio por todo o corpo.
— Não sei de quem você está falando — sussurrei confusa.
— Vamos dormir, vamos...

Ele rapidamente puxou as cobertas e se enfiou embaixo delas, virou-se de costas para mim e então a conversa acabou, ele novamente me deixou confusa e muito intrigada.
Resmunguei exasperada e apaguei a luz do abajur, caminhei até meu guarda-roupas e peguei a camisola curta de seda que acompanha o meu robe, desamarrei esse último e o deixei cair no chão enquanto eu vestia a camisola, em seguida recolhi o robe e o pendurei no cabide, voltei para a cama e me escondi embaixo da coberta, virei-me de lado e olhei a nuca de Harry, seus cabelos longos e castanhos, sua respiração rápida e ritmada, tive de me controlar para não tocá-lo, ou abraçá-lo.

♫♫♫

Acordei pela manhã com Harry se mexendo na cama, abri os olhos lentamente e vi ele sentado de costas para mim, a cabeça baixa e as mãos esfregando o rosto, chamei-o baixinho para que voltasse para a cama, mas ele me ignorou e seguiu para o banheiro.
Me sentei alarmada e encarei a porta que acabara de se fechar, ele está bravo mesmo? 
Bem... Ele não me respondeu, isso raramente acontece.
Puxei minhas pernas para cima e as abracei, repousei minha cabeça nos joelhos e continuei olhando a porta pela qual Harry acabara de passar, ele está magoado, mesmo sem nenhum motivo específico, sinto como se a culpada por isso fosse eu.
Ele enfim saiu do banheiro, já havia vestido uma camiseta e continuava com uma calça de moletom cinza, estava sério e não olhou-me nem por um segundo, respirei fundo, tentando controlar a vontade iminente de chorar.

— O que há, Curly? — Murmurei desolada, ele continuou andando pelo quarto, arrumando suas coisas. — Você não vai embora, vai?
— Vou — respondeu secamente, me sentei ereta na cama e o encarei com os olhos cheios de lágrimas.
— Não vá! — pedi chorosa, ele continuou enfiando coisas dentro da mochila. — Por que está assim comigo, o que eu fiz?
— Nada, você não fez nada — ironizou ele. — Você não saiu com um babaca, não o beijou, não deixou que ele segurasse sua mão, nem te abraçasse, você me escutou e entendeu o quanto essa merda me magoa, por isso você não saiu com ele, não é Mavis? — gritou irritado, o sarcasmo palpável em sua voz, assim como a irritação e a mágoa.
— Não pensei que você fosse ficar tão irritado se eu saísse com ele, caramba, você é meu irmão, sei que deve me proteger, mas não acha que está paranoico demais? — murmurei assustada, ele fechou os olhos com força, como se tentasse se controlar.
— Seu irmão, porra, eu sou seu irmão! — gritou ele, mas não sei se para si mesmo ou para mim.
— Harry, o que está acontecendo? Por que está tão bravo? Fala comigo, por favor — implorei desolada.
— Eu não vou falar merda nenhuma, preciso ir embora — falou estressado.
— Não, Hazza, por favor — implorei pulando da cama e segurando seu braço antes que ele voltasse ao banheiro. — Te proíbo de ir embora sem antes me explicar que merda tá ac...

Fui interrompida por algo surreal, algo que eu imaginei nunca acontecer, Harry virou-se de repente e, com uma pegada forte e sedenta, ele imprensou-me contra a parede e me beijou.
Tentei manter seu ritmo, seus lábios macios reivindicavam os meus com uma voracidade nunca antes dita ou compartilhada, senti seu desejo forte e pulsante assim como o meu e acariciei seus cabelos, abracei seu pescoço, o puxando para mais perto de mim.


Quando Harry se afastou eu tive de manter a calma e tentar recuperar o fôlego, ele se inclinou para frente e se apoiou nos joelhos, como se houvesse acabado de correr uma maratona e parasse para tomar ar.

— Porra, você é a pessoa mais cega que eu já conheci na minha vida toda — falou ele, depois de longos cinco minutos.



Hey girls,
tudo bem? Espero que sim.
Não tenho o que falar hoje rsrs
Apenas obrigada pelos comentários e
comentem mais pra mim, por favor!
Amo vocês divas <3



2 comentários:

Sou como uma escritora, lanço o livro para ser comprado;
Vocês são os compradores e os comentários o pagamento u.u
Faço isso de coração e amo, mas preciso do seu comentário <3

Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

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