quarta-feira, 25 de março de 2015

"Então abra os olhos e veja
O modo que os nossos horizontes se encontram
E todas as luzes vão te guiar
Pela noite comigo..."
— All Of The Stars (Ed Sheeran)



— Mas nós... — sussurrou ele. — Nós... Usamos preservativo.
— Também queria saber o que houve — resmunguei escondendo o rosto em minhas mãos.
— Caramba, Mav, meu Deus! — murmurou Harry chocado, então ele largou as coisas e me abraçou; aquilo me pegou de surpresa, mas foi tão reconfortante estar em seus braços.


— Vai dar tudo certo, fique tranquila — murmurou ele acariciando meus cabelos, ele beijou minha testa e respirou fundo. — Vamos ficar bem... Nós três...

Então, de repente, nós ouvimos a voz da minha mãe gritando lá debaixo por nós dois, rapidamente tentamos nos recompor e descemos para almoçar com os outros.
Quando nos sentamos à mesa junto de Mellie, Chase e minha mãe, Harry ainda estava abatido e ligeiramente pálido, mamãe percebeu assim que pôs os olhos nele, mas achou sensato não comentar nada, por sorte.
Mel tentou puxar assunto com mamãe e Chase para que ambos não notassem o quanto Harry e eu estávamos estranhos, eu a agradeci mil vez em pensamento por isso, mas acho que não foi o suficiente, preciso agradecê-la de verdade depois.
Quando Harry acabou de comer, ele olhou de relance em seu relógio de pulso e saltou da cadeira apressado.

— Me desculpem, preciso voltar, tenho só cinco minutos pra chegar no trabalho — falou apressado e se inclinou para me dar um selinho rápido. — Eu venho te buscar e trago o jantar — sussurrou para mim.
— Tudo bem, vá trabalhar — concordei.

Ele acenou para todos e saiu correndo de volta para o restaurante.
Então todos os três par de olhos se voltaram para mim, dois pares eram inquisidores e curiosos, mas Mellie me encarava com compaixão e compreensão, aquilo me deixou desconfortável.

— O que houve, querida? Harry parecia um pouco distraído e preocupado — mamãe foi a primeira a abrir a boca.
— Ele só está com um problema no trabalho, nada com que deva se preocupar, mãe — murmurei tentando soar tranquila, ela sorriu, mas continuou intrigada. — Eu vou subir, acho que vou dormir um pouco — falei, minha mãe assentiu e eu me levantei.

Dei um beijo em Mel e Chase e subi de volta para o meu quarto, joguei-me na cama e tirei meus sapatos, em seguida me cobri com meu cobertor e rapidamente apaguei.

♫♫♫

Meu celular tocava insistentemente, uma música irritante que me acordou de súbito de um sonho agora esquecido, levantei-me devagar e tirei o celular do bolso do short.
Era um sms, ainda sonolenta eu voltei a cair na cama e me cobrir, só então abri o sms de Harry.

"Chego em 10 minutos."

— Okay, hora de levantar — balbuciei preguiçosa.

Fui até o banheiro e lavei o rosto, em seguida prendi o cabelo e procurei um casaco no meu guarda-roupa, peguei minha bolsa e desci até o primeiro andar, Mel e Chase assistiam na sala, minha mãe estava no escritório, trabalhando. Então segui direto para a saleta espaçosa cheia de livros, papéis e tudo o que uma editora que trabalha em casa precisa.

— Vai sair, amor? — perguntou mamãe, levantando o rosto para me ver.
— Vou pra casa do Harry — respondi.
— Ah, vai passar a noite fora de novo? — ela pareceu desapontada.
— Só hoje, mamãe, volto amanhã cedo — murmurei, ela sorriu.
— Tudo bem, ligue se precisar.
— Okay, boa noite, mãe — dei-lhe um beijo na bochecha e voltei para a sala.
— Vai sair? — perguntou Chas.
— Sim, casa do Harry — respondi automaticamente.
— Acho melhor irmos também, maninha — falou Chas à Mellie.
— Não, fiquem um pouco, não quero que minha mãe fique sozinha — pedi docemente, ele sorriu.
— Tudo bem, ficaremos — garantiu Mel.

Poucos minutos depois a porta da frente se abriu e Harry logo chegou à sala, ele cumprimentou Mel e Chas, então pegou minha mão e nós saímos de casa, entrando em seu carro o mais rápido possível, pois a chuva caía fortemente. 
Quando enfim nos acomodamos e Harry ligou o carro, ele olhou rapidamente de relance para mim e voltou a se concentrar na estrada.

— Tudo bem? — perguntou ele.
— Sim, bem... Dormi a tarde inteira — murmurei e puxei as pernas para cima do banco, de modo que pude abraçá-las.
— Nossa, conseguirá dormir a noite também? — perguntou divertido.
— Com toda certeza, ainda estou morrendo de sono — falei e, com a deixa, bocejei inesperadamente, Harry bocejou também.
— O que vamos fazer nesse fim de semana? — Harry costuma folgar todos os fins de semana, o que é ótimo.
— Eu gostaria de ir à ginecologista, sabe... Queria que você fosse comigo — sussurrei, minha voz quase inaudível, Harry ficou calado por algum tempo.
— Precisamos ver isso, não é? É claro que eu vou — falou ele enfim.

Balancei a cabeça e descansei-a no encosto do banco, Harry entrou na garagem subterrânea do prédio e estacionou na vaga número 12, sua vaga habitual.
Harry saiu do carro, demorei mais que o necessário para sair também, pois sei que quando estivermos no apartamento dele nós vamos ter que conversar e não poderemos ignorar esse enorme elefante azul que, querendo ou não, agora faz parte da nossa vida.
Ele estava me esperando ao lado do carro e abraçou meus ombros quando cheguei ao seu lado, passei o braço pela sua cintura e juntos entramos no elevador.
Ao entrar no apartamento, Harry e eu penduramos nossos casacos no cabideiro atrás da porta e ele se sentou no sofá, então abriu os braços e me chamou para junto dele, me sentei em seu colo e me aconcheguei em seus braços, me sentindo desesperadamente assustada.
Ele levantou meu rosto delicadamente e me beijou, seu beijo era terno e apaixonante, senti meu corpo inteiro relaxar em seus braços e eu o apertei entre meus braços.


— Vamos ficar bem — sussurrou ele, seus lábios ainda junto aos meus. — Eu prometo, amor.
— Estou com medo — confessei baixinho e escondi meu rosto em seu pescoço, ele acariciou meus cabelos.
— Não fique, eu estou aqui, vou cuidar de você... E do bebê — acrescentou baixinho.
— Será menino ou menina? — perguntei de repente, sentei-me ao lado de Harry e deitei minha cabeça em seu peito.
— Não é nada ainda, baby — murmurou ele.
— Mas vai ser... — sussurrei melancólica.
— Sim, vai ser...

Harry e eu ficamos em silêncio por um longo, longo tempo. À noite ficava mais densa lá fora e a casa estava escura, Harry respirava lentamente e me apertava entre seus braços.

— O que vamos fazer, Harry? — perguntei quando o silêncio se tornou sufocante.
— Vamos fazer isso, ser uma família e tudo mais — respondeu ele.
— E como vamos fazer isso?
— Eu não sei... Isso será mais um motivo de guerra, talvez Des retorne das profundezas do esquecimento para nos atormentar mais uma vez... Quando souber... — falou Harry.
— Eu não quero toda aquela merda de novo, é estressante demais — resmunguei, Harry assentiu.
— E agora você não pode mais se estressar, se ele aparecer para ficar falando merda eu não vou responder por mim mesmo — a voz de Harry soou fria e ameaçadora, os pelos da minha nuca se eriçaram.

Ficamos novamente em silêncio por um longo tempo, um silêncio perturbador e revoltante, Harry e eu nunca ficamos em silêncio na presença um do outro antes, o que está havendo conosco?

— Vamos jantar, você precisa comer — disse Harry de repente.
— Preciso mesmo? — perguntei manhosa, ele riu e se levantou, puxando-me junto.

Harry tirou da mochila dois sacos do restaurante italiano em que ele trabalha e nós seguimos pra cozinha, peguei pratos e talheres no armário e coloquei na mesa enquanto ele desembalava a comida.
Depois de servir a deliciosa macarronada, que é a especialidade do restaurante, nos pratos, Harry e eu nos sentamos e comemos em silêncio, o que não é nada normal.
Quando eu acabei de lavar a louça, Harry ainda estava na cozinha, sentado à mesa e calado, ele fitava um ponto qualquer e parecia perdido em pensamentos, lentamente me aproximei e ajoelhei-me em sua frente, nivelando nossos olhares, então ele percebeu que eu estava ali.

— Tudo bem, Curly? — perguntei.
— Vamos... Ãh... Aquele quarto de hóspedes... Vamos... Transformá-lo no quarto do bebê — sussurrou ele, sua voz quase inaudível.
— Você quer isso? — murmurei e acariciei seu rosto pálido, ele fechou os olhos e pressionou seu rosto contra minha mão.
— Sim... — isso soou mais como um suspiro.
— É cedo demais, não vamos pensar nisso agora, amor — aconselhei, ele balançou a cabeça assentindo.
— Vamos... Pra cama, eu preciso... — ele parou de falar, fechou os olhos e suspirou fortemente.
— Descansar, você precisa descansar, vamos lá.

Levantei-me e o puxei delicadamente para fazer o mesmo, segurando sua mão eu o guiei até o quarto. 
Harry parecia desolado e perdido, como eu nunca havia visto ele estar antes, fiquei tão triste por ver o que esse bebê está fazendo conosco, está nos assustando a ponto de não sabermos qual é o próximo passo que precisamos dar.
Ajudei Harry a tirar sua jaqueta e os sapatos, então o levei até o banheiro, onde liguei a torneira para encher a banheira e joguei um pouco de sais de banho dentro, o cheiro agradável de flores silvestres imediatamente tomou todo o banheiro, fiz ele se sentar em uma cadeira branca que sempre ficava no canto do banheiro e fiquei de pé em sua frente, tirei sua touca e acariciei seus cabelos ternamente, ele fechou os olhos novamente e abraçou minha cintura, repousando sua cabeça nos meus seios e suspirando novamente, um suspiro triste.

— Estou apavorado, Mavis, eu não sei como vai ser isso, eu não sei o que fazer e eu... Tenho medo de fazer algo errado, eu não quero perdê-la e não quero perder esse bebê — confessou ele, meu coração se comprimiu com suas palavras e eu o abracei mais forte.
— Você não vai nos perder nunca, eu prometo, amor — garanti controlando as lágrimas que subitamente encheram meus olhos. — Vamos, você precisa de um relaxante banho, levante-se — ordenei docemente, ele sorriu.
— Sim, senhora — concordou se levantando sorridente, sim, seu humor está voltando, graças a Deus.

Harry despiu-se com um sorriso lindo nos lábios, ele entrou na banheira e olhou inquisidoramente para mim, ergui uma sobrancelha intrigada e ele perguntou:

— Não vai entrar comigo?
— É, eu acho que não seria ruim — concordei.

Tirei a roupa rapidamente e logo me aconcheguei em seus braços dentro da água morna, Harry beijou meu pescoço e me abraçou forte, me acalentando ternamente dentro da banheira quase cheia.


Passamos um longo tempo na banheira, apenas pensando, deixando que a água morna tirasse todo o estresse, todo o medo, toda a incerteza de nós. E quando a água já estava fria, Harry decidiu que era hora de ir para a cama.
Nos secamos, Harry vestiu uma cueca boxer e eu me contentei com uma camiseta de mangas compridas dele, nos abraçamos sob o cobertor elétrico e Harry acariciou meus cabelos até que, gradativamente, eu perdesse a consciência.

♫♫♫

Enquanto vestia minha jaqueta eu dei uma olhada de relance para Harry, ele estava sentado na cama, amarrando o cadarço da bota e pensando distraidamente. Enrolei o cachecol no pescoço e me sentei ao lado dele para calçar minhas botas. Depois de prontos nós seguimos até a cozinha, onde bebemos o chocolate quente que eu havia preparado.
Só então nós descemos até a garagem subterrânea para pegar o carro de Harry e ir à minha médica, que havia me encaixado em um horário na parte da manhã por muita insistência de Harry.
Ao chegarmos no consultório médico, a mão de Harry já suava, ele apertava a minha com tanta força que parecia ser ele quem iria se consultar, e não eu.
Esperamos alguns minutos na sala de espera até que a secretária da Dra. Sanders nos chamasse, Harry foi o primeiro a se levantar e, ansioso como estava, me puxou até a sala da minha ginecologista.

— Bom dia, Mavis, Sr. Styles — cumprimentou Claire Sanders, a médica.
— Olá, Claire — murmurei e apertei sua mão estendida.
— Me chame de Harry, por favor — pediu Harry ao cumprimentá-la.
— Tudo bem, o que temos para hoje? — perguntou ela a mim, enquanto indicava duas cadeiras em frente sua mesa, Harry e eu nos sentamos.
— Existe uma grande possibilidade de eu poder estar grávida — murmurei, ela sorriu e arregalou ligeiramente os olhos, surpresa.
— Ah, bom, então confirmaremos isso agora. Você já fez algum teste?
— Sim, de sangue e de farmácia — concordei enquanto ela mexia em sua gaveta.
— Ambos deram positivo?
— Sim, ambos... — concordou Harry, sua voz grave e baixa.
— Então teremos de recorrer à ultrassonografia transvaginal, acha que pode estar com mais de 4 semanas? — perguntou Claire, assumindo sua atitude profissional e séria.
— Talvez, acho que no máximo 3 semanas ou 4 — murmurei indecisa, Claire se pôs de pé.
— Você pode usar o banheiro para se trocar — avisou ela, me entregando um vestido fino e branco de hospital.

Peguei o vestido e entrei no banheiro, Harry continuou sentado e imóvel na poltrona de veludo. Depois de despir-me e vestir o vestido, eu voltei à sala e Claire me instruiu a deitar na cama e a deixar as pernas dobradas, como se estivesse em trabalho de parto, aquilo me deixou desconfortável.
Harry logo estava ao meu lado, segurando minha mão e olhando para a Dra. Sanders atento a cada palavra que saia de sua boca.
A Dra. Sanders sentou-se ao lado da maca em que eu estava deitada e ajeitou o monitor de modo que nós três pudéssemos vê-lo, então ela pegou um aparelho estranho, uma sonda transvaginal, ela o vestiu com uma camisinha e Harry arregalou os olhos, percebendo aonde ela iria colocar aquilo, senti vontade de rir, mas me controlei.
A princípio me senti desconfortável quando ela enfiou aquilo em mim, mas relaxei e respirei fundo, Harry apertou minha mão e fixou seu olhar na tela, suspeito que para assim não olhar para o que a Dra. fazia.
A tela estava cheia de chuviscos brancos, a Dra. Sanders olhou atentamente e apontou para um pequeno pontinho no meio da tela, então disse:

— Aqui está, esse é o bebê de vocês. Você está de 4 ou 5 semanas, no máximo — falou em um tom alegre, Harry arfou ao meu lado, olhei para ele e percebi que ele estava chocado e com os olhos marejados.
— Esse é o meu filho — sussurrou ele e cobriu a boca com a mão, tentando controlar a emoção, aquilo enterneceu meu coração.


— Sim, Harry, é o seu filho, ou filha — disse Claire retirando a sonda de mim. — Querem que eu imprima?
— Claro, por favor — concordou Harry imediatamente.
— Okay, mamãe, eu quero que comece a tomar algumas vitaminas pré-natais — falou ela para mim, depois de apertar um botão para imprimir a imagem.
— Tudo bem — concordei.

Ela me entregou um papel toalha para me limpar e em seguida me deixou trocar de roupa enquanto ela e Harry voltaram a se sentar. Quando me juntei a eles novamente ela prescreveu uma grande lista do que eu poderia ou não fazer e do que eu poderia ou não comer, sem falar na lista de vitaminas que eu teria que tomar, Harry escutou tudo muito atento, ainda bem, porque eu estava um pouco distraída olhando a foto do pontinho que futuramente será um bebê.

— Tudo bem, é só isso, cuide-se e nos vemos em 3 semanas — falou a doutora.
— Ah, claro, três semanas — concordei acordando subitamente de meus devaneios.



Hey girls, tudo bem?
Bom, ñ tenho mto a dizer.
Apenas comentem, por favor.
Kisses divas, amo vcs <3


Um comentário:

Sou como uma escritora, lanço o livro para ser comprado;
Vocês são os compradores e os comentários o pagamento u.u
Faço isso de coração e amo, mas preciso do seu comentário <3

Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

Sinopse
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