domingo, 5 de outubro de 2014

"Estou sentindo algo lá no fundo
Mais quente que um jato queimando pelo céu
Tenho um sentimento lá no fundo
E está levando, está levando tudo o que tenho
Sim, está levando, levando tudo o que tenho..."

- Fireproof (One Direction)


Niall estava feliz e estava cantando junto do rádio, eu estava ocupada demais admirando-o para me preocupar com o que acontecia ao nosso redor, então houve a explosão, vi diversos rostos, pedaços do carro voarem e tudo ficou preto...
Não sei bem quanto tempo levou, mas quando acordei eu vi diversas pessoas de branco, no começo pensei ser paramédicos, mas os destroços do carro não estavam por perto, tudo o que eu vi foi um sala toda branca.

— Querida? — escutei a doce voz e me virei rapidamente em sua direção, minha mãe, é a minha mãe.
— Mamãe? — sussurrei assustada.

Olhei para minhas roupas perfeitamente limpas e ajustadas ao meu corpo, mas não era as roupas que eu usava durante o acidente, estas eram brancas e impecáveis. Em seguida olhei para ela, estava impecavelmente arrumada, seu vestido de linho branco chegava a brilhar, seus cabelos louros bem penteados e presos perfeitamente, ela é linda, tão linda.

— Como se sente? — perguntou doce e passiva, sua voz me fez flutuar, figuradamente.
— Normal, o que houve? — perguntei, finalmente me lembrando do carro, do Niall. Ah, meu Deus, o Niall. — O Niall? Cadê ele? — minha voz soou desesperada e eu me peguei olhando em volta à procura dele.
— Acalme-se, por favor, está tudo bem...
— Tudo bem? — a interrompi. — Não está tudo bem, a última coisa de que me lembro é de pedaços da merda do carro voando ao meu redor, como pode estar tudo bem? Eu quero vê-lo, saber que está realmente tudo bem — gritei histérica.
— Querida, acalme-se, por favor, espere um pouco antes de pensar em qualquer coisa.
— O que está acontecendo? — implorei me ajoelhando no chão, em seguida me sentei de pernas cruzadas, feito um indiozinho.
— Vocês sofreram um acidente de carro — explicou calmamente.
— Isso é evidente — sussurrei petulante, cobrindo o rosto com minhas mãos, tentando conter minhas lágrimas de frustração.
— No momento você está desacordada no meio da rodovia, aguardando os paramédicos chegarem, pessoas estão ao seu redor, tentando ver o que aconteceu, eu vou deixá-la voltar para lá, mas primeiro preciso que me escute — falou rápida e destemida.
— Estou ouvindo — garanti, tirando as mãos do rosto e encarando-a.
— Preciso que seja forte, eu estou com você, sempre estive, já mandei ajuda e tudo vai ficar bem, apenas confie em mim.
— Você mandou o Ansel? — perguntei tristemente e ela assentiu.
— Sim, ele está a caminho.
— O que vai acontecer?
— Você vai ficar bem, eu prometo — insistiu.
— E o Niall?
— Confie em mim.

Foi tudo o que ela disse, então um brilho muito forte incendiou toda a sala, tive que cobrir meus olhos para não ficar cega, quando voltei a abri-los eu vi Ansel, ajoelhado sobre mim, chegando meus sinais vitais.

— Ah, graças a Deus — murmurou aliviado.
— O que... Niall — falei, novamente desesperada, e me sentei.
— Calma, fique parada, os médicos estão chegando.

Ignorei seu pedido, afinal eu acabara de ver o corpo de Niall próximo a mim, estava estirado no chão frio, a garoa fina caia sobre nós e as pessoas receavam se aproximar, mas tinha um rapaz, que eu não conhecia, ajoelhado ao lado dele, checando seus sinais vitais.
Engatinhei até ele rapidamente e me ajoelhei ao seu lado, acariciei seus cabelos e seu rosto pálido, uma dor crescente me pegou de súbito, vindo de dentro para fora, me fazendo querer gritar, mas eu sabia que não era a dor de meus ferimentos externos, era meu coração implorando para que tudo permitisse que ele estivesse bem.

— Vee, acalme-se, por favor — pediu Ansel, me abraçando e querendo me afastar de Niall, mas me soltei dele agressivamente.
— Não, Ansel, não, faça alguma coisa, ele não pode... Por favor — implorei aos prantos. — Por favor, faça alguma coisa, por favor.
— Eu não... — gaguejou Ansel. 

O rapaz que checava os sinais vitais de Niall se afastou, ele fora até a ambulância, que acabara de estacionar, para falar com os paramédicos, me abaixei até Niall e o abracei, beijei sua bochecha gélida repetidas vezes, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, molhando a mim e a ele.
Ansel repousou sua mão em minhas costas, delicadamente, me oferecendo apoio, mas eu apenas consegui chorar, orando silenciosamente para que Niall ficasse bem.
Os paramédicos se aproximaram com uma maca, o rapaz desconhecido os guiando, aproximei minha boca de Niall e pedi baixinho:

— Fique bem, por favor, fique bem, por favor, meu amor, fique bem.
— Senhorita, vamos, vou cuidar de você — convidou um dos paramédicos, esticando a mão para mim, Ansel tentou me erguer, mas continuei ali, abraçando o Niall.
— Eu te amo, por favor, fique bem, por favor — pedi novamente.

Delicadamente Ansel me ergueu, me colocando em pé, o abracei, chorando mais ainda, molhando sua camiseta lentamente, e ele me guiou em direção a ambulância.
Deixei que o paramédico cuidasse de meus ferimentos, aparentemente artificiais, ou não, já que senti uma dor esmagadora quando ele pressionou minhas costelas.
Por fim, ele envolveu meu pulso em bastante gaze, imobilizando-o, acho que o fraturei, mas não sinto nada, apenas a enorme dor e o medo de perder o Niall.

— Fratura no pulso, duas costelas fraturadas, mas ela se movimenta como se não sentisse nada, precisamos levá-la ao hospital — murmurou o paramédico para Ansel, que aguardava ansioso ao lado da ambulância.
— Ela está arrasada, está com medo, deve ser por isso que não sente nada, e ele? — perguntou e percebi que falava de Niall.
— Ele já está a caminho do hospital. Quer acompanhá-la? 
— Sim, por favor.

Ansel entrou na ambulância e se sentou ao lado da maca onde eu estava imobilizada, tentei olhá-lo, mas tinha um negócio estranho em meu pescoço, impedindo que eu me movesse.
Ele me lançou um sorriso tranquilizador e senti uma pontada nas costelas.

— Niall? — perguntei e ele balançou a cabeça.
— Eu não sei de nada, vamos para o hospital agora, fique calma — pediu e acariciou minha bochecha.

Tentei ficar imóvel. 
Todo o medo e a desolação está sumindo aos poucos, me fazendo sentir toda a dor que antes eu não sentia, é como se tudo houvesse agido como morfina e me imobilizasse da dor, mas agora tudo está sumindo, sinto meus olhos pesarem e eu quero dormir, mas preciso saber do Niall primeiro.

— Dormir um pouco ajudaria você — murmurou o paramédico ao meu lado, tentando se balançar o mínimo possível com o movimento da ambulância correndo em direção ao hospital.
— Não, quero ter certeza, primeiro — murmurei fracamente.
— Eu sei, não se preocupe, o garoto vai ficar bem — garantiu ele, checando o soro que estava ao meu lado, poderia ter uma agulha em meu braço, mas eu não estava sentindo-a.
— Como pode ter certeza? — perguntei e ele sorriu timidamente.
— Ele é forte — falou simplesmente e mais lágrimas ameaçaram fugir de meus olhos, sim, ele é forte.

|☼|☼|☼|

Minha cabeça zumbiu um pouco, meus olhos estavam pesados, eu não os consigo abrir de forma alguma, mas posso ouvir, vozes conhecidas, se não me engano são as vozes de Liam, Ansel, Zayn; e Harry acabara de chegar.
Fiquei quietinha, para poder escutá-los, não que eu tivesse muita escolha, já que não conseguia me mover.

— Que bom que chegou — murmurou Liam, sua voz estava tensa.
— Como eles estão? — perguntou Harry, preocupado.
— Relativamente bem — murmurou Zayn, mal-humorado.
— Vee já acordou? — perguntou Harry, esperançoso.
— Ela está dormindo, ela estava desesperada querendo saber sobre o Niall, o médico achou melhor sedá-la, para descansar um pouco — explicou Ansel.
— E o Niall? — perguntou Harry novamente, escutei as molas do sofá ranger, ele deve ter se sentado.
— Ainda desacordado, joelho fraturado, uma costela quebrada, contusão cerebral, mas já está se estabilizando, com bastante descanso e alguns medicamentos vai ficar tudo bem, mas sem previsão de quanto tempo ele vai ficar fora do ar — falou Liam, tristemente.
— Pontos? — perguntou Harry, distraído.
— Cinco pontos na parte de trás da cabeça, seu cérebro estava um pouco inchado, mas já deram alguns medicamentos e está desinchando aos poucos, o médico está mantendo-o com sedativos, caso ele acorde antes do previsto — respondeu Zayn, muito irritado, compreendo ele, é horrível não saber quando Niall vai acordar, mas pelo menos ele está "bem".
— Por que não contaram a Vee sobre o estado dele? — perguntou Harry.
— Porque ela precisa descansar, ainda estava em choque, não conseguia dormir, ela estava muito nervosa, pensando nele a todo instante, foi decisão do médico, quando ela acordar vai saber de tudo — respondeu Ansel.
— Quem está vindo para cá? — Harry soou mais distraído ainda, distante e preocupado.
— Bob, Maura, Louis e Lea — respondeu Liam. — Na verdade eles já estão no quarto do Niall, fazendo companhia a ele.
— Vou ligar para os meus pais — avisou Harry e as molas rangeram novamente.

Tentei abrir meus olhos novamente, quero acompanhar o Harry, quero falar com meu pai, com a Anne, quero ver a Gemma e quero estar ao lado do Niall, mas essas benditas drogas não me deixam acordar.
Tentei mais algumas vezes acordar, mas em vão, por fim acabei perdendo a consciência de novo...

|☼|☼|☼|

Pisquei lentamente, a luz forte em meu rosto fez meus olhos arderem, pisquei mais algumas vezes até me acostumar com a luz.
Gemma estava ao meu lado, ela sorriu e apertou minha mão.

— Como se sente? — perguntou docemente.
— Como se tivesse sido esmagada pelo Harry, onde está aquele obeso? — brinquei, Gemma riu e ouvi um resmungo, levantei a cabeça e vi o Harry deitado em um sofá no canto do quarto.
— Dorme de novo, menina, você já acorda sendo chata — resmungou, mas se levantou e se deitou ao meu lado, tomando cuidado para não me machucar, mas foi em vão, seu cotovelo encostou nas minhas costelas e soltei um uivo de dor. — Ah, droga, perdão maninha, desculpe mesmo.
— Ai, tudo bem, está tudo bem — tranquilizei-o, suspirei fortemente e olhei para Gem. — Quantas costelas?
— Duas fraturadas, mas você vai ficar boa logo — falou ela.
— E o Niall? — perguntei, sentindo uma dor aguda na região da cintura.
— Ele está bem, pode acordar a qualquer momento, os pais e o irmão estão com ele, os rapazes foram para casa descansar — falou Harry.
— Dormi por quanto tempo?
— Dois dias — sussurrou Gemma.
— O quê? — guinchei incrédula.
— Você não perdeu muita coisa, acredite — tranquilizou-me Harry, com um sorriso travesso nos lábios.
— Papai e mamãe vieram te ver, mas tiveram de voltar hoje pela manhã — falou Gem, ela deu de ombros, como se estivesse se desculpando.
— Tudo bem, ligo para eles depois — murmurei.

Fiquei um minuto em silêncio, pensando em uma maneira de convencê-los a me levar até o quarto do Niall, quero estar lá quando ele acordar, quero estar com ele e ponto.
Olhei de Gem para Harry com um olhar pidão, Harry gargalhou alto, Gem revirou os olhos, mas sorriu.

— Quer vê-lo? — perguntou ela.
— Quero sim, por favor — implorei.
— Acho que posso conseguir uma cadeira de rodas, já volto — disse ela e foi em direção à porta.
— Que acha de se sentar? — perguntou Hazza, depois que Gemma saiu.
— É uma boa ideia, o que aconteceu comigo?
— Bom, vejamos... — murmurou Harry, levantando da cama e dando a volta para ficar ao meu lado. — Você fraturou o pulso e duas costelas, teve vários cortes artificiais e bateu a cabeça, mas está tudo bem. Graças a Deus — contou ele, enquanto me ajudava a sentar, fiz algumas caretas por causa da dor e ele riu.
— Dói tudo — murmurei baixinho.
— Eu sei — sussurrou Harry, sua voz soou melancólica e pesarosa, não sei se eu sinto pena dele por ele sentir pena de mim, ou se eu rio e acho a sua preocupação fofa.
— Me abraça? — pedi e ele sorriu melancólico.

Todo sem jeito Harry abriu os braços e me apertou bem de leve, com receio de me machucar — e ele me machucou —, mas é tão bom o conforto de seus braços que eu simplesmente ignorei a dor.

— Eu pensei que tinha perdido você, fiquei com tanto medo — sussurrou ele em meu ouvido, senti meus olhos arderem e as lágrimas tentarem escapar.
— Você não vai se livrar de mim tão facilmente — brinquei e ele riu.
— Graças a Deus por isso.

Ele me soltou e segurou minha cabeça com as duas mãos, então beijou minha testa demoradamente, fechei meus olhos para sentir seu beijo.



Gemma entrou no quarto empurrando uma cadeira de rodas e Harry se afastou para olhar bem a cadeira.
Uma enfermeira entrou logo atrás de Gem, ela checou minha pressão, retirou a agulha ligada à bolsa de soro e me liberou para fazer uma visita ao meu bebê.
Harry, todo delicado, me pegou no colo e me sentou na cadeira de rodas, Gemma colocou um cobertor em meus ombros e me senti agradecida por cobrir aquele vestido horroroso de hospital.
Harry se postou atrás da cadeira de rodas e Gem abriu a porta, a enfermeira ficou no quarto, arrumando a cama, e nós três seguimos pelo longo e silencioso corredor branco.
Gemma abriu outra porta e deu espaço para entrarmos, no quarto estavam Michael, Luke, Ashton e Calum, amigos dos rapazes, então não me surpreendi ao vê-los ali; junto deles também estava Greg, irmão do Niall, Liam e Zayn.
Todos vieram me cumprimentar, sorri delicadamente e falei com eles, mas logo Harry parou a cadeira ao lado da cama do Niall, meus olhos imediatamente se encheram de lágrimas quando o vi tão pálido e sereno.
Segurei sua mão e acariciei seus dedos gélidos, rapidamente tirei a coberta de meus ombros e me estiquei um pouco, ignorando a dor relutante em minha coluna e pulso, e o cobri, seu lençol era tão fino, mas junto com o meu esquentaria-o mais.
Segurei sua mão novamente e me perdi em diversos pensamentes enquanto acariciava seus dedos longos e finos, a única coisa que me despertou foram seus dedos devolvendo o aperto dos meus, encarei nossas mãos, assustada, ele acordou!



— Niall? — chamei ansiosa e ele abriu um dos olhos azuis, me fazendo sorrir. — Você acordou — murmurei extasiada e tentei me levantar, mas o meu corpo inteiro protestou, me fazendo sentar novamente.
— Ei, vai com calma, mocinha — disse Harry, me ajudando a sentar novamente. — Bem vindo de volta, irmão — falou e bagunçou os cabelos do Niall.
— Obrigado — sussurrou Niall, sua voz fraca e falha. — Como está? — perguntou a mim.
— Melhor agora — suspirei e ele sorriu.

Suavemente toquei sua bochecha, acariciando-o, um pequeno sorriso brotou em seus lábios, fazendo meu coração se derreter.
Ele ergueu o braço e segurou minha mão que estava em sua bochecha, ele fechou os olhos e pressionou o rosto contra minha mão, sentindo meu toque, resisti ao impulso de abraçá-lo ou beijá-lo, já que ambos não estamos em condições de nos mexer muito.
Ele abriu os olhos lentamente e sorriu de um jeito bobo, creio eu que espelhando o meu próprio sorriso.

— Oi — murmurou doce e sereno.
— Oi — repeti preguiçosamente.
— Deita comigo? — pediu carinhosamente, me fazendo derreter novamente.




Hey girls, como estão?
N~]ao posso falar muito, pois tá tendo encontro da família aqui em casa, então já sabem kkkk
Mas espero que gostem do cap.
Comentem, pleaseeee.
Amo vcs divas <33


5 comentários:

  1. Aaaaaaaaaaaaaaaaaa meu deussssss que FOFO continuaaaaa logo pleaseee ta de MAIS bjssss

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  2. Omg que perfeito ... Continua por favor esta muito maravilhoso esse cap.
    ~liv

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  3. Continua essa perfeição

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  4. Continuaaaaaa, ahh quase chorei junto com a vee haha ameei <3

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  5. Posta logo ta muito bom !

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Sou como uma escritora, lanço o livro para ser comprado;
Vocês são os compradores e os comentários o pagamento u.u
Faço isso de coração e amo, mas preciso do seu comentário <3

Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

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