domingo, 17 de maio de 2015

"Um passo em sua direção e eu já estou afundando nos seus olhos
Somente para ver a verdade escondida atrás dos seus olhos diabólicos
Nenhum luz poderia me conduzir para o seu caminho
É só eu ou estou sozinho? É tudo um mistério..."
— Wanted Is Love (Phillip Phillips)



— Eu não vou voltar pra casa, eu fiquei muito magoada com você, você sabe que eu não gosto de ser expulsa de nenhum lugar, muito menos da minha própria casa! — falei um pouco menos irritada, ele assentiu.
— Eu sei, eu sei, me desculpe, Ava — disse Liam.
— E, mesmo assim, você me jogou na rua, me deixou sem nada e ninguém — gritei empurrando seu peito, batendo nele, que continuou parado, recebendo a minha ira. E lágrimas brotaram nos meus olhos, porque a raiva e a mágoa do dia anterior me voltaram à mente.



— Me desculpa, fiz sem pensar, fiquei com medo de te perder de vez — sussurrou ele, de repente ele segurou meus pulsos e me puxou para seu peito e eu permiti que ele me abraçasse, porque eu estava chorando e estava envergonhada por fazer isso em público, então eu escondi meu rosto em seu peitoral.

Deixei que Liam me abraçasse por dois minutos, então sequei meu rosto sutilmente e me afastei, dei um beijo na bochecha de Niall e voltei para o lado de Peter, ele continuava em alerta, todo tenso e de punhos cerrados, as garotas estavam ao lado dele, igualmente atentas.

— O que vai fazer, Ava? — perguntou Liam.
— Eu vou pra minha casa, vamos Pete? — olhei para Peter e ele assentiu.
— Não é a sua casa, é a casa dele, por que você não volta comigo? — insistiu Liam.
— Porque a minha casa agora é aonde o Peter está — falei severa, só então percebi o duplo sentido da frase.
— Eu acho que isso não dura uma semana — desdenhou Harry, Peter enviou-lhe um olhar mortal, ele rapidamente se calou.
— Vamos, Pete — falei segurando em seu braço e o puxando em direção à trilha de volta.
— Depois eu passo para deixar as entradas, Ava — gritou Niall quando as garotas, Peter e eu nos afastávamos.
— Tudo bem, Nialler, estarei esperando — gritei em resposta e acenei para ele. – Irá me encontrar antes das nove da manhã e depois das cinco da tarde!

Peter segurou minha mão e me guiou pela trilha até acharmos a calçada de novo, mas olhou para trás diversas vezes, acho que para garantir que os rapazes não nos seguiam. Lenna e Gemma iam na frente, conversando como se nada tivesse acontecido.

— Eu não gostei daquele tal Harry — falou Peter quando fizemos o caminho de volta para o nosso apartamento, Gemma fez uma careta de desgosto.
— Ele é muito fiel aos amigos, então é óbvio que estava ao lado do Liam, às vezes ele é um babaca, mas é um cara legal — Gem o defendeu.
— Sim, ele é. Mas é muito esquentadinho, eu garanto que vão se dar bem... Algum dia — murmurei dando de ombros, Lenna riu.
— Eu não entendi muito bem a conversa, mas afinal, vocês estão ou não juntos? — perguntou Lenna.
— Não — respondemos Peter e eu juntos. — Eu já cansei de falar, somos apenas amigos, ele me ajudou quando eu precisei e... — continuei, mas Peter me interrompeu.
— Ela também me ajudou quando eu precisei, graças a isso estamos amarrados — falou Peter, Gemma riu.
— Vocês formam um casal bonito — murmurou Lenna, mordendo o lábio de tanta emoção, eu revirei meus olhos e Gemma riu, já Peter ficou todo vermelho.
— Mas eu acho que um certo loirinho não tem a mesma opinião a respeito — sussurrou Gemma, encarei-a confusa e ela balançou a mão, indicando que eu esquecesse.

As garotas tagarelaram um pouco mais enquanto Peter me guiava pela mão até um restaurante próximo à nossa casa. As garotas nos seguiam bem de pertinho, em parte para podermos ouvi-las falar e em parte para não correrem o risco de se perder de nós no meio dos pedestres a nossa volta.

— Nós vamos almoçar? — perguntei quando paramos em frente as portas de vidro do restaurante.
— É claro, já passa de meio dia — resmungou Gemma, já abrindo as portas e entrando.
— Eu não fazia ideia — murmurei e sorri quando Peter segurou a porta aberta para mim. — Obrigada, Pete.

Escolhemos uma mesa vaga no canto do salão, um garçom logo veio nos receber e entregar os cardápios, levamos cinco minutos para escolher nossos pedidos.
Quando o garçom se retirou novamente Gemma encarou fixamente Peter e esboçou um sorrisinho maquiavélico, Lenna riu e Peter ficou vermelho de vergonha.

— O que foi, Gem? — perguntei divertida.
— Não, nada. É só que... Meu Deus, ele é muito bonito — sussurrou Gem, encarando Peter sonhadoramente, Lenna gargalhou alto e algumas pessoas nos encararam raivosas.
— Não, eu não... Bem, talvez um pouquinho — Peter sorriu constrangido e olhou para baixo.
— Muito bem parem de constranger o Pete, por favor. Vamos falar sobre o show de sábado? — mudei de assunto ao perceber que ele estava realmente sem graça.
— Falei com o Harry e consegui convencê-lo a nos deixar ir na sexta, para dar tempo de conhecermos a cidade antes do show — falou Gem, Lenna balançou a cabeça, aprovando a ideia.
— Então nós vamos amanhã? E voltamos quando? — perguntou Peter, olhando de mim para Gemma e de Gemma para Lenna.
— No domingo, não se preocupe, na segunda estaremos bem descansados para trabalhar — murmurei e lhe dei um beijo na bochecha, ele abriu um sorrisinho fofo.
— Ai, estou vomitando arco-íris com vocês dois — murmurou Len, a voz apenas um gemido de alegria.
— Ah, cala a boca, Lenna — resmunguei impaciente, ela riu.


♫♫♫

O aeroporto estava lotado na sexta de manhã, Peter me guiava por entre a multidão e apertava minha mão com força, acho que com medo de me perder. As garotas marcaram de nos encontrar na sala de embarque, junto com os pais de Niall — Bob e Maura Horan —, o irmão e a família dele — Greg, Denise e Theo.
Todos que vão trabalhar no show, ou ajudar os rapazes, já estão na Austrália, então só restou os parentes e amigos para embarcar na primeira classe do próximo avião das 10 da manhã para a Austrália, eu já até me acostumei com a correria que é ir atrás dos rapazes durante as turnês, mas Peter estava apreensivo e preocupado.
Eu já o havia alertado que seria um voo cansativo, 22 horas de viajem não é uma coisa que deixe qualquer um pulando de alegria, então nós nos preparamos psicologicamente antes de sair de casa, dormimos bastante e separamos algumas coisas para levar durante a viagem.
Sairemos de Londres às 10 da manhã e chegaremos em Sydney às 8 da manhã de sábado — fuso-horário de Londres — o que significa que na Austrália vai ser 7 da noite, nós teremos apenas uma hora para nos arrumar e partir para o Allianz Estádio.
No fim das contas nós nem iremos conhecer a cidade antes do show, como as meninas tanto desejavam, no domingo de manhã é que iremos passear por Sydney, talvez até na companhia dos garotos, se tivermos sorte.
Como Peter e eu levávamos uma mochila nas costas cada um, não tivemos que demorar na fila do chek-in, então logo já estávamos sentados na sala de embarque da primeira classe, ninguém que conhecêssemos havia chegado, então nos sentamos lado a lado em um imenso sofá estofado macio e relaxamos enquanto algumas moças nos enchiam de champanhe, eu sempre adorei a primeira classe por causa do excesso de mimo, mas sempre odiei que isso fosse as custas dos garotos.
Greg e sua esposa foram os primeiros a chegar na sala de embarque faltando 40 minutos para o nosso voo, Theo estava elétrico e muito brincalhão e eu logo o tomei em meus braços e começamos a brincar com Peter, que, para minha surpresa, adorava crianças. Maura e Bob chegaram apressadíssimos, com medo de perder o voo, sendo que ainda faltava 15 minutos para nos chamarem, depois de cumprimentar todos, eles sentaram-se e respiraram aliviados, mas eu já estava apreensiva, com medo das garotas perderem a hora.
Mas, para o meu alívio, elas chegaram segundos antes da aeromoça nos chamar para entrar no avião, essa é uma das vantagens da primeira classe, somos os primeiros a entrar no avião e os primeiros a sair.
As  poltronas não eram separadas em grupo de três, como na classe econômica, mas sim de duas em duas e com divisórias entre elas, eram poltronas que viravam mini camas super confortáveis; também haviam monitores pequenos em frente às poltronas e bandejas para as refeições.
O avião possuía uma primeira classe com 14 lugares, então mais cinco pessoas desconhecidas nos acompanharam para o luxuoso espaço — até o Theo ganhou uma poltrona só para ele.
Peter e eu nos acomodamos em nossas cadeiras, que ficavam atrás das de Lenna e Gemma, e na frente das de Greg e Theo, Denise sentara-se atrás deles junto com uma moça loira muito bonita, Maura e Bob estavam acomodados em frente às meninas.
Quando todas as 14 pessoas se sentaram, duas aeromoças começaram a circular pela cabine entregando a todos um pacote grande, dentro havia um cobertor macio de 400 fios de algodão egípcio — o que me surpreendeu —, travesseiro de penas de ganso e fones de ouvido para conectar à televisão pequenina, sem citar as outras bugigangas caras que acompanhavam o kit. 
Peter esticou-se e colocou o cinto de segurança, então sorriu para mim, ele já parecia mais relaxado. Também prendi meu cinto de segurança e tentei prestar atenção na aeromoça, que fazia demonstrações de ações em caso de urgência. Em um dos lados da cabine havia um mini bar muito bonito e chique, fiquei tentada a ir pedir um whiske, mas me contive, pois já havia bebido muito champanhe na sala de espera, e ainda não passava das 10 e meia da manhã.
O capitão fez o anuncio pelos auto-falantes que estávamos decolando com destino à Sydney, Austrália, e meu estômago flutuou quando o avião se lançou nos ares, a janela ao meu lado estava aberta e Peter e eu ficamos vendo a cidade sumir ao longe.
Quando tomamos altitude suficiente as eficientes aeromoças começaram a trabalhar no café da manhã, na verdade era apenas o lanche da manhã, mas pela quantidade de coisa parecia mesmo um típico desjejum britânico. Para Peter e eu, a bela aeromoça ofereceu de tudo, desde pães, café, leite, iogurtes e smothies, à frutas, cereais, sucos de frutas e chá. Mas nós aceitamos apenas o chá preto e uma fruta cada, pois havíamos tomado café da manhã em casa.

— Sabe, primeira classe é o máximo, estou impressionado — murmurou Peter quando a aeromoça foi embora.
— Sim, é. Na maioria das vezes eu prefiro viajar na econômica, mas quando são os rapazes que compram as passagens eu acabo ficando na primeira classe — falei enquanto bebericava meu chá.
— Jura? Prefere viajar em uma lata de sardinha? — Ironizou ele divertido, eu ri e balancei a cabeça.
— Não, prefiro a primeira classe, claro. Mas não gosto de abusar deles, sabe... É complicado — expliquei.
— Eu sei, entendi — falou ele compreensivo e eu deitei minha cabeça em seu ombro.

Nós decidimos assistir a um filme e optamos por Vestida Para Casar, uma comédia romântica com Katherine Heigl e James Marsden.
Quando o filme chegou ao fim as aeromoças estavam distribuindo cardápios para os passageiros, o que significa que já estava na hora do almoço.
Depois de fazerem os pedidos, Lenna e Gemma se ajoelharam nas próprias poltronas e nos encararam divertidas.

— Eu aconselho a costeleta de cordeiro ao molho de hortelã — disse Len.
— Acho que vou ficar com o cordeiro, então — disse Peter, lendo de novo o cardápio.
— O molho de hortelã me chamou a atenção — murmurei pensativa.
— Eles vão querer as costeletas — disse Gemma à aeromoça. — Regada a vinho, por favor — acrescentou e a aeromoça assentiu sorridente.
— O vinho dá um gostinho mais saboroso — Len murmurou.
— Bebidas? — perguntou a aeromoça.
— Duas taças de vinho? — Peter perguntou arqueando uma sobrancelha para mim, eu assenti.
— Então, Maura está jurando de pé junto que Peter é o seu novo namorado — disse Gemma casualmente quando a aeromoça foi embora.
— E está bem decepcionada por Niall ter ficado para escanteio — acrescentou Lenna, toda sorridente.
— Meu Deus, não viajem. Niall nunca ficará para escanteio! — murmurei impaciente.
— Não é no quesito 'amizade' que estamos falando — cantarolou Gemma, me provocando ao máximo ao fazer aspas com os dedos.
— Tem certeza que você e esse Niall não têm nada? — perguntou Peter, encarando-me atento. — Porque eu vi a forma como ele te olhou lá no parque ontem.
— Todo mundo vê a forma como ele olha para ela! — Lenna quase gritou. — Ela é a única cega.
— Não sou cega, apenas sei que entre Niall e eu só rola amizade, parem de ficar procurando chifre na cabeça de piolho — resmunguei brincando com meu cardigan, sem conseguir encarar nenhum deles.
— Lá vem ela com esses provérbios estranhos — reclamou Gemma, Lenna gargalhou alto e um dos passageiros idosos nos enviou um olhar carrancudo.
— Piolho tem chifre? — Peter perguntou confuso.
— Não, e é exatamente por isso. Parem de procurar coisa onde não tem — falei exasperada, todos assentiram de forma pensativa, como se finalmente tivessem entendido o sentido da minha frase.
— Eu só acho que você deveria dar uma chance a ele, ou pelo menos abrir um pouquinho os seus olhos, uma hora ele vai cansar de te olhar de forma tão apaixonada... — aconselhou Lenna, com um ar sábio. — E vai encontrar outra que retribua esse olhar.
— Cala a boca, Lenna. Você não é filosofa e nem é cientista que estuda a vida humana, cala a boca — resmunguei irritada, ela mordeu o lábio para não rir.
— É só a minha humilde opinião — murmurou ela e, para o meu alívio, as aeromoças trouxeram o almoço das meninas e elas voltaram a sentar-se.
— Então, não quer mais falar sobre isso? — Peter perguntou cauteloso.
— Não, por favor.
— Mas eu gostaria de ouvir sobre você e esse cara — murmurou Peter com uma vozinha doce e muito fofa, olhei para ele e acabei não resistindo, ele estava fazendo um biquinho super fofo.
— Tudo bem, mas é uma longa história — murmurei, ele assentiu.

A aeromoça nos serviu antes que eu pudesse começar a contar a história, então eu dei um longo gole em minha taça de vinho e remexi no meu cordeiro enquanto começava a falar.

— Liam, o meu irmão, entrou pela segunda vez para o X-Factor 4 anos atrás, depois de ser recusado como cantor solo ele foi escalado para formar uma boyband com mais 4 caras: Zayn, Niall, Harry e Louis. Conheci a Gemma através dos rapazes, ela é irmã do Harry — contei, ele sorriu e assentiu. 
— Ah, legal! Mas e o Niall? Conta como se conheceram — pediu Peter.
— Essa é uma história muito boa — gritou Gemma, da poltrona da frente, eu ri e continuei a história.
— Conheci Niall no camarim dos rapazes, todos ficavam amontoados em uma sala enorme e, quando fui procurar Liam, eu o encontrei por acaso. Ele era o único rapaz do meio de outros 25 que estava cantando ao invés de se arrumando, ele cantava com tanta paixão que suas bochechas ficavam rosadas, quase vermelhas — murmurei lembrando-me da cena e sentindo um sentimento bom me invadir, ouvi Lenna suspirar lá na frente.
— Depois diz que não está apaixonada por ele — sussurrou Len para Gemma, revirei meus olhos e ignorei o comentário.
— E ele dedilhava o violão como ninguém, os rapazes dançavam enquanto ele cantava e pareciam não se importar por ter alguma coisa para distraí-los do nervosismo, eu também não me importei, nem um pouco, tanto que fiquei parada no meio da sala olhando e ouvindo-o cantar, era uma música linda do Michael Bublé, chama-se Everything — murmurei lembrando dos acordes e da doce voz dele em minha mente.
— E até hoje ele canta essa música para ela — acrescentou Gemma.
— É tão fofo — murmurou Lenna.
— Continue — instigou Peter.
— E eu fiquei lá, feito uma boba, olhando para o rapaz que cantava a plenos pulmões, até que Liam me encontrou e parou na minha frente, tampando minha visão do rapaz. Eu fiquei furiosa, tentei tirá-lo da frente, mas ele me agarrou e começou a me provocar, acho que ele pensava que eu estava brincando. — Suspirei exasperada e Peter riu. — Ele logo percebeu que eu não estava prestando a mínima atenção nele e sim olhando em volta freneticamente, a procura do cantor, então ele decidiu me apresentar aos colegas de banda. E foi como eu conheci os quatro, incluindo Niall, acho que fiquei encarando ele por uns cinco minutos, até me dar conta que Liam estava me chamando a atenção.
— Você tem que ouvir a versão do Niall, é mais fofa ainda — disse Gemma.
— É, ele diz que viu Ava entrar na sala e ficou encantado, ele diz que começou a cantar Everything para ela, você precisa ver o quanto os olhos dele brilham quando ele relata essa história — falou Lenna.
— Encham a boca de comida, suas cachorras — resmunguei impaciente, elas riram, até mesmo Peter riu.
— E foi isso, depois desse dia nós nunca mais nos separamos, somos grandes amigos — murmurei para finalizar a história, Peter arqueou uma sobrancelha, duvidando.
— Só grandes amigos? Pelo que me contou eu percebi que você é apaixonada por ele, e ele por você — falou Peter, eu bebi um longo gole de vinho e esvaziei minha taça.






4 comentários:

  1. :o :o :o , to apaixonadaaaa
    Continuaa

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  2. Ooii sou leitora nova aki só vim dizer q sua fic é per - fect vc tem um dom,, um dom hein!!!

    Qual é o seu favorito da 1D??...

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Vocês são os compradores e os comentários o pagamento u.u
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Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

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