sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
"E o teu medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão.
Teu corpo é meu espelho e em ti navego
E eu sei que a tua correnteza não tem direção..."
- Daniel na cova dos leões (Legião Urbana)
— Uau, está com um cheiro incrível — elogiou ele.
— Sim, está mesmo. Quanto deu o termômetro?
— 40º — respondeu e pegou uma das canecas.
— Meu Deus, isso tudo? — perguntei assustada.
— Eu vou ficar bom — garantiu ele.
— Eu sei que vai — concordei. — Eu trouxe remédio, umas pílulas para resfriado.
— Obrigado — agradeceu ao pegar a cartela de comprimidos.
Liguei a televisão e entreguei o controle para ele, depois de procurar bastante ele deixou no filme Vivendo na Eternidade e bebericou seu chocolate quente.
Peguei a minha caneca e juntos dividimos os biscoitos e assistimos ao filme, sendo interrompidos apenas por alguns espirros aleatórios que Louis soltava.
Quando o filme acabou Louis estava dormindo, me desvencilhei de seus braços cuidadosamente e chequei sua temperatura — que já havia abaixado consideravelmente — antes de sair da cama.
Juntei nossa bagunça e saí do quarto silenciosamente, na cozinha lavei a louça e limpei a mesa, então voltei para a sala, Zayn e Harry estavam no sofá assistindo algum programa.
— Tudo bem? — perguntou Harry.
— Sim, baby, apenas o Boo que está doente — murmurei e me sentei no braço do sofá, ao lado dele.
— Resfriado? — perguntou Zayn.
— Exatamente — concordei, Harry passou o braço em volta da minha cintura, me abraçando.
— Dê dois dias e logo ele ficará bem — murmurou Zayn, distraído com o celular.
— Dois dias? Isso é muito tempo, precisamos voltar amanhã pra Londres — falou Harry.
— Por quê? Tem algo para fazer? — perguntei interessada.
— Sim, tenho uma reunião com o departamento de R.H. da empresa do Justin às 3 da tarde — explicou Harry.
— Podemos sair daqui às 10 da manhã, vai dar tempo de você chegar lá, não é? — murmurei, brincando com seus cachinhos.
— É, vai dar tempo — concordou.
— Ainda acho que vocês poderiam ficar mais tempo — murmurou Zayn.
— Talvez outro dia, quem sabe no próximo fim de semana — falou Harry.
— Sim, podem vir quando quiser, é ótimo ter companhia por aqui.
|♥|♥|♥|
Dane Deehan parecia ser um rapaz muito legal, com seus cabelos claros e rostinho angelical ele parecia mais um jovem adolescente do que um adulto de 23 anos.
Dane foi um amor ao me apresentar toda a cafeteria, ele irá trabalhar comigo no turno da manhã e se encarregará de me ensinar tudo o que eu preciso saber para trabalhar aqui.
A semana se passou voando desde que voltei da casa dos Harper, ainda não tive coragem o suficiente para ir pegar as minhas coisas na casa do Justin, então estou sobrevivendo com a minha mala pequena desde então. Estou morando com Lia e Sara no apartamento delas e já faz exatamente uma semana desde que cancelei meu noivado com o Justin, nem posso acreditar que domingo passado eu estava dizendo a ele que não estava pronta para me casar com ele, Louis gostou disso, mas Justin não.
Louis ainda está de cama, o resfriado o pegou de jeito e ele já está há mais de 5 dias de cama, os rapazes estão cuidando dele, mas ele ainda não tem previsão de quando virá até Londres, então estamos nos falando por telefone e e-mail desde quarta-feira.
Justin vem me ligando diariamente, cobrando minha ida até à casa dele, mas estou dando desculpas e mais desculpas, não estou pronta para ir até lá.
Estava conversando com Dane sobre o horário do meu turno, meus afazeres e tal, quando meu celular começou a tocar, olhei para o visor e li 'Justin chamando' suspirei exasperada e Dane riu, olhei para ele e forcei um sorriso.
— Me dá licença apenas por um minutinho? — pedi docemente. — É o meu ex — expliquei.
— Claro, à vontade.
Deixei Dane cuidando de uma máquina de café expresso e me afastei para atender o celular, quando Jus cumprimentou-me eu pude imaginar seu sorriso do outro lado da linha.
— Olá, Jus, tudo bem?
— Oi, Anna, sim e você?
— Bem, na verdade estou vendo um emprego neste exato instante — murmurei.
— Ah, desculpe, só queria saber se aceitaria almoçar comigo hoje, convidei suas amigas e Niall e Liam Harper, eles aceitaram, só falta você.
— Sim, claro, vai ser ótimo. Que horas e aonde eu devo estar? — perguntei apressada.
— Às uma, no Scalini, pode estar lá?
— Em meia hora? É pouco tempo, mas eu me viro — concordei.
— Tudo bem, até mais então.
— Tchau, Jus.
Guardei o celular no bolso da calça jeans e voltei até o balcão, Dane estava preparando dois cafés expressos do outro lado.
Ele sorriu para mim e me entregou um deles.
— Um ex que não se conforma com o fim? — perguntou divertido.
— Mais ou menos, estávamos noivos — revelei indiferente, ele se engasgou com o café.
— Noivos? Uau! — surpreendeu-se ele.
— É, uau! Vai fazer alguma coisa nas próximas duas horas? — perguntei animada.
— Não que eu saiba, por quê?
— Vamos almoçar no Scalini? — perguntei excitada. — Ele me convidou para ir junto com mais dois casais de amigos nossos, se você for pode me salvar de um almoço de casais — expliquei e fiz uma cara de nojo, ele riu.
— Vou fingir ser seu novo namorado? — perguntou divertido.
— Não precisa, vá apenas como o meu chefe.
— Tá, tudo bem, vamos lá então — concordou mordiscando um canudinho de plástico.
Lavei as xícaras do café que tomamos e Dane fechou a cafeteria, saímos pela porta dos fundos e — como eu não estava de carro — ele foi um cavalheiro ao abrir a porta de seu Ford Focus branco para mim.
Encontrei Dane pela primeira vez na fila do supermercado, ficamos conversando por horas até ele mencionar a cafeteria que ele gerencia, na verdade: que ele é dono, como eu estava precisando de um emprego ele me deu o endereço e marcamos de conversar no domingo, no fim do expediente dele, agora eu tenho um emprego e um amigo muito gatinho. O interior do restaurante é adorável, rústico, aconchegante e familiar, Scalini é um dos meus restaurantes favoritos.
O garçom nos levou até a mesa em que Justin já estava acompanhado de Liam, Sara, Niall e Lia, todos sorriram ao nos ver, mas Jus ficou meio surpreso por me ver acompanhada.
O garçom trouxe mais uma cadeira e Dane e eu nos acomodamos entre Justin e Sara.
— Então, uau! Não me falou que traria um amigo — murmurou Justin, tentando soar simpático.
— Foi uma coisa de última hora, pessoal esse é o meu chefe, Dane Dehaan; Dane, esses são Liam, Niall, Justin, Sara e Lia — apresentei-os formalmente, Dane sorriu e cumprimentou todos.
— Uuh, seu chefe é uma gracinha, Anna — sussurrou Sara, mas não soou nem um pouco discreta e Dane ficou vermelho, mas riu.
— Ignore ela — aconselhei a Dane, ele riu. — Como está o Louis? — perguntei a Liam e Niall.
— Está bem melhor, ele acha que pode vir lá pela terça ou quarta-feira, está se entupindo de remédios para melhorar logo — comentou Niall e riu.
— Esse é o resfriado mais longo que ele já teve — comentou Liam, bebericando seu copo de água.
— Que bom que está acabando, não aguento mais ter que cuidar dele — resmungou Niall.
Quando o garçom veio retirar nossos pedidos foi que peguei o meu cardápio, Dane e eu trocamos algumas idéias sobre o que pedir e eu descobri que comida italiana é a sua preferida, assim como a minha, então temos muito em comum.
Ele me ajudou a escolher a entrada, o prato principal e a sobremesa, em troca eu lhe indiquei os meus favoritos, meio que trocamos nossas escolhas a fim de mostrar ao outro o que gostamos.
Quando o garçom se retirou nós voltamos a conversar, mas parece que esse almoço não era o que Jus estava esperando, pois volta e meia eu o via franzindo a testa e massageando a ponte do nariz, isso é um sinal de irritação. Niall enfim conseguiu engatar em uma conversa com ele, distraindo-o e fazendo ele se acalmar, só assim consegui me concentrar na minha conversa com Dane.
E, quando o almoço enfim terminou, Dane e eu nos despedimos de todos, perdi alguns minutos há mais com Justin, garantindo a ele que Dane era somente um amigo, quando todos foram embora Dane e eu fomos dar uma volta pelo Hyde Park.
Ao longo de nossa conversa eu fui percebendo que ele era um pouco 'afeminado', meu Deus, meu chefe além de gato é gay, não acredito nisso. Que pecado!! Um homem tão lindo.
Mas não tive coragem de perguntar, isso seria muita cara-de-pau, mas ele é tão legal que não pensei muito nisso, se ele quiser irá me contar.
Nos sentamos em um dos bancos de frente para a fonte de água e continuamos nossa conversa fácil e instigante.
— Eu acho que seu ex odiou a minha presença — murmurou Dane sorrindo.
— Também acho, mas não tem problema, ele vai superar, aliás tenho que ir até a casa dele hoje para buscar minhas coisas — falei pensativa.
— Quer companhia? — ofereceu docemente.
— Seria ótimo — concordei animada.
Coloquei meus óculos escuros e deitei minha cabeça no ombro de Dane, aproveitando a luz solar revigorante desse domingo, ele também colocou os óculos e começou a balançar o pé ao ritmo de uma música imaginária.
Depois de meia hora ele se irritou e pegou os fones de ouvido de seu bolso, ele os conectou no celular e me entregou um dos lados do fone, encaixei ele no ouvido e logo a música Help, dos Beatles, começou a tocar.
Assim perdemos a tarde inteira, sentados em um banco no meio do parque, tomando sol e ouvindo rock clássico antigo.
Às 6 em ponto decidimos que já era hora de ir à casa do Justin, Dane dirigiu calmamente até lá, digitei a senha para a garagem subterrânea e indiquei a ele uma das vagas de Justin.
Nem saí do carro direito e já vi Charles saindo do elevador, me apressei em sua direção e o abracei antes mesmo que ele me cumprimentasse.
— Senhorita Walker... Anna, que surpresa — gaguejou envergonhado.
— Senti sua falta, Charlie — murmurei, ainda abraçada a ele.
— Também senti a sua, você faz falta — sussurrou me abraçando desajeitado.
— Jus está aí? Preciso pegar minhas coisas — expliquei ao me afastar dele, Dane parou ao meu lado e cumprimentou Charles.
— Olá. Sim, Anna, ele e Harry estão lá em cima, mas eu receio não poder deixá-los subir, sinto muito — murmurou envergonhado, suas faces brancas ficando levemente rosadas.
— Ah, deixe de bobagem, Charlie, só vai levar um segundo, Jus nem precisa saber, só quero pegar minhas coisas e ir embora — insisti, já puxando Dane em direção ao elevador.
— Mas, Anna, eu não... Merda! — praguejou quando as portas se fecharam, bloqueando minha visão de um Charlie envergonhado e temeroso.
— O que acabou de acontecer? — perguntou Dane, muito divertido.
— Ele estava tentando me dispensar, mas eu o conheço muito bem e não lhe dou oportunidade de cumprir à tarefa — falei orgulhosa, ele riu.
— Você sabe o que faz.
— Sim, com certeza eu sei.
Esperamos pacientemente até as portas do elevador se abrirem no hall de entrada do imenso apartamento do Jus.
Dane ficou levemente surpreso com o tamanho do hall, mas logo se recompôs e fingiu estar indo a um passeio até o parque.
Atravessamos o hall e entramos na sala, Harry saiu do corredor trajando apenas uma calça cinza de moletom, ele esboçou um imenso sorriso e abriu os braços para me abraçar.
Corri ao seu encontro e ele me espremeu entre seus músculos protuberantes.
— Olá, Hazza — sussurrei. — Vim buscar minhas coisas.
— Imaginei que tivesse vindo por isso — concordou ele, vagamente divertido com algo.
— Harry, este é Dane; Dane Dehaan, este é o Harry Clay, irmão mais novo do Justin — apresentei-os, os olhos de Dane demoraram bastante no corpo de Harry, até enfim chegar em seu rosto.
— Muito prazer, senhor Clay — falou Dane formalmente.
— O prazer é meu, Dane, me chame de Harry, por favor, senhor Clay é o meu irmão — falou Harry, todo afetuoso e informal, tentando descontrair os ares da apresentação.
— Okay, Harry — concordou Dane, ainda com um olhar penetrante e vagamente sensual, me remexi desconfortável, embaraçada com seu olhar, mesmo sendo ele direcionado a Harry.
— Muito bem, o Justin está vindo, Anna — murmurou Harry, demorando bastante antes de desviar seu olhar de Dane e direcioná-lo a mim —, sentem-se, por favor.
Aceitamos o convite de Harry e nos acomodamos no imenso sofá branco em forma de L, eu sempre achei esse sofá muito exagerado, Justin sabe disso.
Mas não consegui continuar pensando no sofá, pois do corredor veio uma moça — Soraia Baker, uma ex namorada do Justin — me remexi desconfortável no sofá e meu sangue ferveu, sempre odiei essa mulher, ela é oferecida e muito, muito sínica.
O corredor leva até o quarto do Justin, aonde provavelmente Justin está e aonde ela deveria estar também, me engasguei ao constatar que ela estava com ele... no quarto... fazendo o quê? Tricotando é que não era.
Tentei controlar o ciúme irracional que me tomou, afinal, não tenho mais nada com ele além de amizade, então não tenho direito de sentir ciúmes, mas isso não é motivo suficiente para me manter controlada.
Encarei o chão e respirei fundo, Harry riu, ele estava sentado na poltrona em frente a Dane e eu, levantei meu olhar para ele e ele espremeu os olhos, como se estivesse me analisando, enxergando além de mim, isso é enervante.
— Vaza daqui, vagabunda — ordenou Harry secamente, demorei para perceber que ele estava falando com Soraia, porque ele estava olhando diretamente para mim. — Seja rápida! — grunhiu entre dentes e finalmente olhou para ela.
— Calma, queridinho, já estou de saída — ronronou ela, com a voz nojenta e doce, isso é mais enervante que o olhar profundo de Harry.
— Apenas saia, sua voz me irrita — continuou Harry, dando voz aos meus pensamentos.
— Beijos, cunhadinho — provocou ela e eu quase me levantei, pronta para dar-lhe uma surra, mas Dane segurou em meu braço, percebendo minhas intenções.
— Mantenha a calma — sussurrou Harry, vendo-a andar até o Hall de entrada. — Ela não vale a pena — murmurou, ainda bem que eu não podia vê-la, se não seria pior.
— Ela me tira do sério — resmunguei exasperada depois que o barulho do elevador nos avisou que ela já havia ido, nunca desejei que o elevador despencasse trinta andares, mas estava torcendo agora.
— Você não é a única — garantiu Harry.
— Anna, oi — falou Jus, meio envergonhado, mas com sua postura profissional.
— Justin — cumprimentei-o e me levantei. — Vim buscar minhas coisas, não vou demorar — expliquei secamente.
— Ah, claro — respondeu vagamente desapontado. — Estão no quarto, me acompanha?
— Sim, claro.
Segui Justin até o corredor e não deixei de notar os olhares cúmplices que Dane e Harry trocavam, tenho minhas dúvidas quanto a sexualidade de Dane, mas Harry... Uau, isso é novo para mim.
Permaneci em silêncio até chegarmos ao quarto, quando Jus abriu a porta e me deixou entrar eu tive de prender a respiração, a fim de controlar a vontade súbita de chorar, a nostalgia me invadiu quando vi o nosso quarto... o quarto do Jus... o quarto que aquela piranha estava há menos de 5 minutos.
Caminhei lentamente até a cama e toquei os lençóis macios de cetim, eles eram tão confortáveis, era tão bom deitar com Jus aqui, eu me sentia no paraíso enquanto estivesse em seus braços, o que aconteceu?
Os braços de outro agora é o meu paraíso.
Lembrar de Louis me fez acordar da bendita nostalgia, soltei os lençóis muito bem arrumados e me virei para olhar Justin, ele estava levemente admirado e esperançoso.
— Ela se deitou aqui — afirmei, meio insegura, o que o levou a entender a frase como uma pergunta.
— Não, ela não...
— Sim, ela se deitou sim — o interrompi, irritando-me com a situação. — A merda do batom dela está marcando os lençóis — desdenhei apontando para as manchas vermelhas perto dos travesseiros, ele se esqueceu de tirar os lençóis.
— Anna, eu... — tentou se explicar, mas levantei minha mão, pedindo-o para parar.
— Apenas me dê minhas coisas, eu preciso ir embora agora — pedi, soando exausta, e realmente estava.
— Anna, eu realmente queria que você me escutasse — falou mais alto que o normal, me deixando assustada.
Hi girls,
como estão?
Bem, primeiramente obrigada pelos comentários.
Então, FÉRIAAAASSSS!!!!!!!
Já estão de férias? As minhas começaram hoje, ufa!!
kkk Bom, espero que gostem do cap.
Comentem pra mim divas.
Amo vocês <3
Quando o filme acabou Louis estava dormindo, me desvencilhei de seus braços cuidadosamente e chequei sua temperatura — que já havia abaixado consideravelmente — antes de sair da cama.
Juntei nossa bagunça e saí do quarto silenciosamente, na cozinha lavei a louça e limpei a mesa, então voltei para a sala, Zayn e Harry estavam no sofá assistindo algum programa.
— Tudo bem? — perguntou Harry.
— Sim, baby, apenas o Boo que está doente — murmurei e me sentei no braço do sofá, ao lado dele.
— Resfriado? — perguntou Zayn.
— Exatamente — concordei, Harry passou o braço em volta da minha cintura, me abraçando.
— Dê dois dias e logo ele ficará bem — murmurou Zayn, distraído com o celular.
— Dois dias? Isso é muito tempo, precisamos voltar amanhã pra Londres — falou Harry.
— Por quê? Tem algo para fazer? — perguntei interessada.
— Sim, tenho uma reunião com o departamento de R.H. da empresa do Justin às 3 da tarde — explicou Harry.
— Podemos sair daqui às 10 da manhã, vai dar tempo de você chegar lá, não é? — murmurei, brincando com seus cachinhos.
— É, vai dar tempo — concordou.
— Ainda acho que vocês poderiam ficar mais tempo — murmurou Zayn.
— Talvez outro dia, quem sabe no próximo fim de semana — falou Harry.
— Sim, podem vir quando quiser, é ótimo ter companhia por aqui.
|♥|♥|♥|
Dane Deehan parecia ser um rapaz muito legal, com seus cabelos claros e rostinho angelical ele parecia mais um jovem adolescente do que um adulto de 23 anos.
Dane foi um amor ao me apresentar toda a cafeteria, ele irá trabalhar comigo no turno da manhã e se encarregará de me ensinar tudo o que eu preciso saber para trabalhar aqui.
A semana se passou voando desde que voltei da casa dos Harper, ainda não tive coragem o suficiente para ir pegar as minhas coisas na casa do Justin, então estou sobrevivendo com a minha mala pequena desde então. Estou morando com Lia e Sara no apartamento delas e já faz exatamente uma semana desde que cancelei meu noivado com o Justin, nem posso acreditar que domingo passado eu estava dizendo a ele que não estava pronta para me casar com ele, Louis gostou disso, mas Justin não.
Louis ainda está de cama, o resfriado o pegou de jeito e ele já está há mais de 5 dias de cama, os rapazes estão cuidando dele, mas ele ainda não tem previsão de quando virá até Londres, então estamos nos falando por telefone e e-mail desde quarta-feira.
Justin vem me ligando diariamente, cobrando minha ida até à casa dele, mas estou dando desculpas e mais desculpas, não estou pronta para ir até lá.
Estava conversando com Dane sobre o horário do meu turno, meus afazeres e tal, quando meu celular começou a tocar, olhei para o visor e li 'Justin chamando' suspirei exasperada e Dane riu, olhei para ele e forcei um sorriso.
— Me dá licença apenas por um minutinho? — pedi docemente. — É o meu ex — expliquei.
— Claro, à vontade.
Deixei Dane cuidando de uma máquina de café expresso e me afastei para atender o celular, quando Jus cumprimentou-me eu pude imaginar seu sorriso do outro lado da linha.
— Olá, Jus, tudo bem?
— Oi, Anna, sim e você?
— Bem, na verdade estou vendo um emprego neste exato instante — murmurei.
— Ah, desculpe, só queria saber se aceitaria almoçar comigo hoje, convidei suas amigas e Niall e Liam Harper, eles aceitaram, só falta você.
— Sim, claro, vai ser ótimo. Que horas e aonde eu devo estar? — perguntei apressada.
— Às uma, no Scalini, pode estar lá?
— Em meia hora? É pouco tempo, mas eu me viro — concordei.
— Tudo bem, até mais então.
— Tchau, Jus.
Guardei o celular no bolso da calça jeans e voltei até o balcão, Dane estava preparando dois cafés expressos do outro lado.
Ele sorriu para mim e me entregou um deles.
— Um ex que não se conforma com o fim? — perguntou divertido.
— Mais ou menos, estávamos noivos — revelei indiferente, ele se engasgou com o café.
— Noivos? Uau! — surpreendeu-se ele.
— É, uau! Vai fazer alguma coisa nas próximas duas horas? — perguntei animada.
— Não que eu saiba, por quê?
— Vamos almoçar no Scalini? — perguntei excitada. — Ele me convidou para ir junto com mais dois casais de amigos nossos, se você for pode me salvar de um almoço de casais — expliquei e fiz uma cara de nojo, ele riu.
— Vou fingir ser seu novo namorado? — perguntou divertido.
— Não precisa, vá apenas como o meu chefe.
— Tá, tudo bem, vamos lá então — concordou mordiscando um canudinho de plástico.
Lavei as xícaras do café que tomamos e Dane fechou a cafeteria, saímos pela porta dos fundos e — como eu não estava de carro — ele foi um cavalheiro ao abrir a porta de seu Ford Focus branco para mim.
Encontrei Dane pela primeira vez na fila do supermercado, ficamos conversando por horas até ele mencionar a cafeteria que ele gerencia, na verdade: que ele é dono, como eu estava precisando de um emprego ele me deu o endereço e marcamos de conversar no domingo, no fim do expediente dele, agora eu tenho um emprego e um amigo muito gatinho. O interior do restaurante é adorável, rústico, aconchegante e familiar, Scalini é um dos meus restaurantes favoritos.
O garçom nos levou até a mesa em que Justin já estava acompanhado de Liam, Sara, Niall e Lia, todos sorriram ao nos ver, mas Jus ficou meio surpreso por me ver acompanhada.
O garçom trouxe mais uma cadeira e Dane e eu nos acomodamos entre Justin e Sara.
— Então, uau! Não me falou que traria um amigo — murmurou Justin, tentando soar simpático.
— Foi uma coisa de última hora, pessoal esse é o meu chefe, Dane Dehaan; Dane, esses são Liam, Niall, Justin, Sara e Lia — apresentei-os formalmente, Dane sorriu e cumprimentou todos.
— Uuh, seu chefe é uma gracinha, Anna — sussurrou Sara, mas não soou nem um pouco discreta e Dane ficou vermelho, mas riu.
— Ignore ela — aconselhei a Dane, ele riu. — Como está o Louis? — perguntei a Liam e Niall.
— Está bem melhor, ele acha que pode vir lá pela terça ou quarta-feira, está se entupindo de remédios para melhorar logo — comentou Niall e riu.
— Esse é o resfriado mais longo que ele já teve — comentou Liam, bebericando seu copo de água.
— Que bom que está acabando, não aguento mais ter que cuidar dele — resmungou Niall.
Quando o garçom veio retirar nossos pedidos foi que peguei o meu cardápio, Dane e eu trocamos algumas idéias sobre o que pedir e eu descobri que comida italiana é a sua preferida, assim como a minha, então temos muito em comum.
Ele me ajudou a escolher a entrada, o prato principal e a sobremesa, em troca eu lhe indiquei os meus favoritos, meio que trocamos nossas escolhas a fim de mostrar ao outro o que gostamos.
Quando o garçom se retirou nós voltamos a conversar, mas parece que esse almoço não era o que Jus estava esperando, pois volta e meia eu o via franzindo a testa e massageando a ponte do nariz, isso é um sinal de irritação. Niall enfim conseguiu engatar em uma conversa com ele, distraindo-o e fazendo ele se acalmar, só assim consegui me concentrar na minha conversa com Dane.
E, quando o almoço enfim terminou, Dane e eu nos despedimos de todos, perdi alguns minutos há mais com Justin, garantindo a ele que Dane era somente um amigo, quando todos foram embora Dane e eu fomos dar uma volta pelo Hyde Park.
Ao longo de nossa conversa eu fui percebendo que ele era um pouco 'afeminado', meu Deus, meu chefe além de gato é gay, não acredito nisso. Que pecado!! Um homem tão lindo.
Mas não tive coragem de perguntar, isso seria muita cara-de-pau, mas ele é tão legal que não pensei muito nisso, se ele quiser irá me contar.
Nos sentamos em um dos bancos de frente para a fonte de água e continuamos nossa conversa fácil e instigante.
— Eu acho que seu ex odiou a minha presença — murmurou Dane sorrindo.
— Também acho, mas não tem problema, ele vai superar, aliás tenho que ir até a casa dele hoje para buscar minhas coisas — falei pensativa.
— Quer companhia? — ofereceu docemente.
— Seria ótimo — concordei animada.
Coloquei meus óculos escuros e deitei minha cabeça no ombro de Dane, aproveitando a luz solar revigorante desse domingo, ele também colocou os óculos e começou a balançar o pé ao ritmo de uma música imaginária.
Depois de meia hora ele se irritou e pegou os fones de ouvido de seu bolso, ele os conectou no celular e me entregou um dos lados do fone, encaixei ele no ouvido e logo a música Help, dos Beatles, começou a tocar.
Assim perdemos a tarde inteira, sentados em um banco no meio do parque, tomando sol e ouvindo rock clássico antigo.
Às 6 em ponto decidimos que já era hora de ir à casa do Justin, Dane dirigiu calmamente até lá, digitei a senha para a garagem subterrânea e indiquei a ele uma das vagas de Justin.
Nem saí do carro direito e já vi Charles saindo do elevador, me apressei em sua direção e o abracei antes mesmo que ele me cumprimentasse.
— Senhorita Walker... Anna, que surpresa — gaguejou envergonhado.
— Senti sua falta, Charlie — murmurei, ainda abraçada a ele.
— Também senti a sua, você faz falta — sussurrou me abraçando desajeitado.
— Jus está aí? Preciso pegar minhas coisas — expliquei ao me afastar dele, Dane parou ao meu lado e cumprimentou Charles.
— Olá. Sim, Anna, ele e Harry estão lá em cima, mas eu receio não poder deixá-los subir, sinto muito — murmurou envergonhado, suas faces brancas ficando levemente rosadas.
— Ah, deixe de bobagem, Charlie, só vai levar um segundo, Jus nem precisa saber, só quero pegar minhas coisas e ir embora — insisti, já puxando Dane em direção ao elevador.
— Mas, Anna, eu não... Merda! — praguejou quando as portas se fecharam, bloqueando minha visão de um Charlie envergonhado e temeroso.
— O que acabou de acontecer? — perguntou Dane, muito divertido.
— Ele estava tentando me dispensar, mas eu o conheço muito bem e não lhe dou oportunidade de cumprir à tarefa — falei orgulhosa, ele riu.
— Você sabe o que faz.
— Sim, com certeza eu sei.
Esperamos pacientemente até as portas do elevador se abrirem no hall de entrada do imenso apartamento do Jus.
Dane ficou levemente surpreso com o tamanho do hall, mas logo se recompôs e fingiu estar indo a um passeio até o parque.
Atravessamos o hall e entramos na sala, Harry saiu do corredor trajando apenas uma calça cinza de moletom, ele esboçou um imenso sorriso e abriu os braços para me abraçar.
Corri ao seu encontro e ele me espremeu entre seus músculos protuberantes.
— Olá, Hazza — sussurrei. — Vim buscar minhas coisas.
— Imaginei que tivesse vindo por isso — concordou ele, vagamente divertido com algo.
— Harry, este é Dane; Dane Dehaan, este é o Harry Clay, irmão mais novo do Justin — apresentei-os, os olhos de Dane demoraram bastante no corpo de Harry, até enfim chegar em seu rosto.
— Muito prazer, senhor Clay — falou Dane formalmente.
— O prazer é meu, Dane, me chame de Harry, por favor, senhor Clay é o meu irmão — falou Harry, todo afetuoso e informal, tentando descontrair os ares da apresentação.
— Okay, Harry — concordou Dane, ainda com um olhar penetrante e vagamente sensual, me remexi desconfortável, embaraçada com seu olhar, mesmo sendo ele direcionado a Harry.
— Muito bem, o Justin está vindo, Anna — murmurou Harry, demorando bastante antes de desviar seu olhar de Dane e direcioná-lo a mim —, sentem-se, por favor.
Aceitamos o convite de Harry e nos acomodamos no imenso sofá branco em forma de L, eu sempre achei esse sofá muito exagerado, Justin sabe disso.
Mas não consegui continuar pensando no sofá, pois do corredor veio uma moça — Soraia Baker, uma ex namorada do Justin — me remexi desconfortável no sofá e meu sangue ferveu, sempre odiei essa mulher, ela é oferecida e muito, muito sínica.
O corredor leva até o quarto do Justin, aonde provavelmente Justin está e aonde ela deveria estar também, me engasguei ao constatar que ela estava com ele... no quarto... fazendo o quê? Tricotando é que não era.
Tentei controlar o ciúme irracional que me tomou, afinal, não tenho mais nada com ele além de amizade, então não tenho direito de sentir ciúmes, mas isso não é motivo suficiente para me manter controlada.
Encarei o chão e respirei fundo, Harry riu, ele estava sentado na poltrona em frente a Dane e eu, levantei meu olhar para ele e ele espremeu os olhos, como se estivesse me analisando, enxergando além de mim, isso é enervante.
— Vaza daqui, vagabunda — ordenou Harry secamente, demorei para perceber que ele estava falando com Soraia, porque ele estava olhando diretamente para mim. — Seja rápida! — grunhiu entre dentes e finalmente olhou para ela.
— Calma, queridinho, já estou de saída — ronronou ela, com a voz nojenta e doce, isso é mais enervante que o olhar profundo de Harry.
— Apenas saia, sua voz me irrita — continuou Harry, dando voz aos meus pensamentos.
— Beijos, cunhadinho — provocou ela e eu quase me levantei, pronta para dar-lhe uma surra, mas Dane segurou em meu braço, percebendo minhas intenções.
— Mantenha a calma — sussurrou Harry, vendo-a andar até o Hall de entrada. — Ela não vale a pena — murmurou, ainda bem que eu não podia vê-la, se não seria pior.
— Ela me tira do sério — resmunguei exasperada depois que o barulho do elevador nos avisou que ela já havia ido, nunca desejei que o elevador despencasse trinta andares, mas estava torcendo agora.
— Você não é a única — garantiu Harry.
— Anna, oi — falou Jus, meio envergonhado, mas com sua postura profissional.
— Justin — cumprimentei-o e me levantei. — Vim buscar minhas coisas, não vou demorar — expliquei secamente.
— Ah, claro — respondeu vagamente desapontado. — Estão no quarto, me acompanha?
— Sim, claro.
Segui Justin até o corredor e não deixei de notar os olhares cúmplices que Dane e Harry trocavam, tenho minhas dúvidas quanto a sexualidade de Dane, mas Harry... Uau, isso é novo para mim.
Permaneci em silêncio até chegarmos ao quarto, quando Jus abriu a porta e me deixou entrar eu tive de prender a respiração, a fim de controlar a vontade súbita de chorar, a nostalgia me invadiu quando vi o nosso quarto... o quarto do Jus... o quarto que aquela piranha estava há menos de 5 minutos.
Caminhei lentamente até a cama e toquei os lençóis macios de cetim, eles eram tão confortáveis, era tão bom deitar com Jus aqui, eu me sentia no paraíso enquanto estivesse em seus braços, o que aconteceu?
Os braços de outro agora é o meu paraíso.
Lembrar de Louis me fez acordar da bendita nostalgia, soltei os lençóis muito bem arrumados e me virei para olhar Justin, ele estava levemente admirado e esperançoso.
— Ela se deitou aqui — afirmei, meio insegura, o que o levou a entender a frase como uma pergunta.
— Não, ela não...
— Sim, ela se deitou sim — o interrompi, irritando-me com a situação. — A merda do batom dela está marcando os lençóis — desdenhei apontando para as manchas vermelhas perto dos travesseiros, ele se esqueceu de tirar os lençóis.
— Anna, eu... — tentou se explicar, mas levantei minha mão, pedindo-o para parar.
— Apenas me dê minhas coisas, eu preciso ir embora agora — pedi, soando exausta, e realmente estava.
— Anna, eu realmente queria que você me escutasse — falou mais alto que o normal, me deixando assustada.
Hi girls,
como estão?
Bem, primeiramente obrigada pelos comentários.
Então, FÉRIAAAASSSS!!!!!!!
Já estão de férias? As minhas começaram hoje, ufa!!
kkk Bom, espero que gostem do cap.
Comentem pra mim divas.
Amo vocês <3
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Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.
Um Amor Real
Sinopse
"https://one-direction-picture.blogspot.com/2024/04/um-amor-real-prologo.html">Prólogo
Minhas ferias so começam quarta que vem ;(!! Mas o capitulooooo ta de mais alias o imagine ta de maisss continua logo pleaseeeeee bjsssss
ResponderExcluirContinuaaaaa
ResponderExcluirContinuaaa
ResponderExcluirContinuaaa pfzinho ta perfeitooo