sexta-feira, 16 de outubro de 2015

"Bati na sua porta com o coração na mão
Para te fazer uma pergunta
Porque eu sei que você é um homem à moda antiga.
Posso ficar com sua filha para o resto da minha vida?
Diga sim, diga sim, porque eu preciso saber..."
— Rude (MAGIC!)





— Allin! — gritou meu pai, Josh e eu encaramos a porta de casa e vimos meu pai de braços cruzados, encarando-nos nada contente.
— Opa! — sussurrei baixinho, Josh se atreveu a rir, o que deixou meu pai mais descontente ainda.
— É melhor eu ir lá me apresentar, não acha? — perguntou Josh, eu parei para ponderar a situação.
— Hum... Não sei não... — murmurei indecisa, Josh me puxou pela mão mesmo assim.
— Vamos lá, garotinha.

Josh parecia animado, ele me puxou pela mão e juntos atravessamos o pequeno gramado da minha casa até a porta da frente, onde meu pai nos encarava descontente.
Noah apareceu ao lado do meu pai assim que chegamos à varanda, Josh sorriu simpaticamente, bem diferente da forma arrogante como estou acostumada a ver.

— Pai, esse é Josh Mayhen, o meu chefe — falei docemente, meu pai semicerrou os olhos e esticou a mão relutante para Josh.
— Sr. Hanks, é um prazer — disse Josh, agora sério e todo profissional.
— Igualmente, rapaz. Desculpe a indelicadeza, mas é normal você levar suas funcionárias em casa de Harley? — perguntou meu pai, acenando com a cabeça em direção à moto.
— Pai! — reclamamos Noah e eu em coro, meu pai nos encarou inocentemente e deu de ombros.
— Só estou perguntando, ué — defendeu-se ele.
— Não, senhor. Não costumo levar todas as minhas funcionárias em casa — respondeu Josh, ignorando as caras feias que Noah e eu estávamos fazendo para o meu pai. — A sua filha é uma exceção muito especial.
— Oh, já é funcionária do mês com apenas um dia na empresa? Isso aí, mana — brincou Noah, bagunçando meus cabelos, Josh riu e meu pai tentou esconder um sorrisinho.
— O que posso fazer? Eu me garanto! — revidei beijando o ombro, Noah riu.
— Ignore os dois, se provocam o tempo inteiro — disse meu pai a Josh.
— Sei como é, tenho um irmão mais novo — falou Josh, sorrindo largamente, seu sorriso é lindo, não me canso de vê-lo.
— Mas então, voltando ao assunto principal. Seu turno não acaba às 6, mocinha? — perguntou meu pai, cruzando os braços ao olhar para mim.
— Sim, papai. Mas saí com as meninas para beber algo, para comemorarmos — expliquei revirando os olhos, ele bufou.
— Avise da próxima vez!
— Pode deixar — resmunguei, eu mais parecia uma adolescente rebelde, o que me fez rir.
— Tudo bem, você está entregue, acho melhor eu ir indo agora — disse Josh, sorrindo de verdade, não arrogante, nem tímido, mas sim sorrindo com vontade, sem razões.
— Até mais, cara! — despediu-se Noah e voltou para dentro, percebendo que papai não ia matar ninguém.
— Obrigada por vir deixá-la em casa, sr. Mayhen — falou meu pai, estendendo a mão para Josh, que a apertou calorosamente.
— Me chame de Josh, por favor. E não foi nada, eu que agradeço por tê-la ao meu lado um pouco.
— Não seja bobo — murmurei dando um tapinha no ombro de Josh, meu pai riu.
— Até a próxima, sr. Hanks — Josh já se preparava para virar as costas e ir até a moto, olhei para meu pai e ele balançou a cabeça, me permitindo acompanhar Josh.

Meu pai entrou e fechou a porta, então eu acompanhei Josh de volta até a moto, ele montou na mesma e a ligou, o ronco potente da Harley me fez arrepiar, o que divertiu Josh.

— Posso vir buscá-la amanhã, se não tiver carona pro trabalho — ofereceu Josh, foi uma tentadora opção.
— Eu adoraria, mas é melhor não. Você é o chefe e tal, você não precisa mudar tanto o seu caminho só para vir me buscar — murmurei acariciando a sua camisa de linho branco. — Mas obrigada, mesmo assim.
— Se mudar de ideia é só me ligar — ele disse, sorrindo arrogantemente.
— Mas eu não tenho o seu número — falei confusa, ele riu e passou a marcha da moto, pronto para sair.
— Mas eu tenho o seu. Parece que eu saí na frente em alguma coisa — ele piscou, me deu um selinho rápido e partiu velozmente, eu fiquei olhando tolamente para a direção que ele seguiu até muito depois que ele sumiu da minha vista.

Entrei em casa um tempo depois e todos estavam assistindo ao noticiário na sala, cumprimentei minha mãe e segui para o meu quarto. Separei meu pijama e fui ao banheiro que dividia com Noah para tomar um banho quente.
Voltando ao quarto eu me joguei na cama e conversei com as meninas até tarde por mensagem, combinamos de ir ver um apartamento que o pai de Keny conseguiu para nós no fim de semana, que é quando Keny e eu temos folga. A pobre Neev ainda está esperando a resposta da empresa do pai de Keny, mas tenho certeza que ela vai ser aceita lá e logo Keny e ela estarão trabalhando juntas, o que eu invejo, mas não tanto, afinal, o meu trabalho é realmente fantástico.
Fui dormir tarde graças as garotas. Me arrependi disso na manhã seguinte, porque tive que acordar cedo para ir trabalhar. Me arrumei correndo e preparei mais um sanduíche para o almoço, então saí de casa e peguei um ônibus até o trabalho.
Cheguei bem na hora, cumprimentei as mulheres da recepção e peguei o elevador junto com três homens de terno, todos me cumprimentaram sorridentes e eu retribuí a simpatia.

— Qual o andar, senhorita? — perguntou um deles.
— Eu tenho que digitar o código no terceiro andar, mas obrigada — falei timidamente.
— Ah claro! Você é a nova secretária do chefe — comentou outro homem.
— Sim, eu sou — concordei e sorri amarelo.
— Ouvi dizer que ele a contratou em 30 segundos, você deve ser boa no que faz — disse o terceiro, sorrindo largamente, o segundo lhe deu uma cotovelada nas costelas.
— Esse é o nosso andar. Até mais, senhorita — despediu-se o primeiro, empurrando os outros dois para fora do elevador.

Acenei para eles e digitei o código quando as portas se fecharam. Chegando ao último andar eu deixei minha bolsa em minha mesa e fui à cozinha preparar o café de Josh.
Deixei a cafeteira trabalhando e voltei à minha mesa para pegar na minha bolsa a caneca de café que eu havia trago de casa.
O elevador apitou assim que eu entrei na cozinha, rapidamente servi o café de Josh na xícara pequena e decorada, ele entrou na cozinha todo sorridente assim que coloquei o jarro de volta na cafeteira.

— Bom dia, garotinha — ele me cumprimentou, sorri e lhe entreguei a xícara de café.
— Bom dia, Mayhen.
— Ah, senhor, que saudade do senhor — ele ironizou, fazendo cara de tédio.
— Dane-se o senhor — sussurrei provocando-o, ele riu.
— Vou acabar levando pro lado pessoal — brincou.
— É pra levar mesmo, porque você é o único que eu não consigo chamar de senhor — falei desdenhosa, ele fez uma careta.
— É, eu percebi — ele resmungou.
— Mas não fique bravo, querido, você se acostuma — dei-lhe um beijo na bochecha e levei minha caneca de café comigo até a minha mesa, Josh me seguiu.
— Eiden vai subir daqui a pouco, mande-o entrar — falou Josh, assenti rapidamente e liguei o computador. — E, na hora do almoço, não marque nada, quero levá-la a um lugar — ele acrescentou antes de entrar em sua sala com um sorriso orgulhoso nos lábios.
— Pode deixar, chefe! — murmurei vendo-o sumir dentro da própria sala.

Voltei minha atenção para a montanha de documentos no meu computador, todos relatórios da empresa. Peguei minha agenda para fazer pequenas observações que me confundiam, quando Mayhen tiver um tempo eu vou até ele para esclarecer as minhas dúvidas.
Eiden apareceu pouco depois, ele se aproximou sorridente e se apoiou em minha mesa, ficou me observando enquanto eu terminava de ler o último parágrafo do segundo relatório, quando levantei meus olhos para vê-lo, ele piscou e sorriu mais largo ainda.

— Bom dia, flor do dia — ele cantarolou docemente, eu ri.
— Bom dia, Eiden. O chefe está esperando por você — informei.
— Sei disso, vou enfrentar a fera. Você poderia me fazer um grande favor? — ele pediu juntando as mãos e piscando os cílios longos para mim.
— É claro, pode dizer.
— Me leva um xícara de café lá dentro? Preciso de um pouco de cafeína para me manter acordado durante essa reunião — eu ri.
— Pode deixar, vou levar. Como você toma o seu café? — perguntei minimizando o word e me levantando da minha confortável poltrona.
— Com duas colheres de açúcar, por favor — ele sorriu e encaminhou-se para a sala de Josh.

Demorei um pouco para levar o café de Eiden, pois tive que preparar mais. Aproveitei e coloquei duas xícaras em uma bandeja de prata, coloquei também um pratinho de cookies industrializados para Josh e Eiden.
Bati na porta duas vezes antes de ouvir Josh liberar a minha entrada, os dois estavam sentados frente a frente, separados pela mesa de Josh. Eiden sorriu ao ver que eu trazia o seu café, Josh ergueu uma sobrancelha, curioso.

— Você está escravizando a minha secretária? — provocou Josh, Eiden acenou com a mão em desdém.
— Não seja ridículo, ela está apenas me fazendo um favor — defendeu-se Eiden.
— Eu trouxe biscoitos, então encham a boca de biscoitos e fiquem quietos — resmunguei colocando os biscoitos e as xícaras em cima da mesa de Josh, ele sorriu admirado.
— Ela é brava, eu gosto disso — ele murmurou ao pegar um biscoito do pratinho.
— Obrigado, amor da minha vida, você é demais — bajulou Eiden, acenei para eles e deixei a sala.
— Ela não é o amor da sua vida, idiota — resmungou Josh, antes que eu saísse.
— Ah sim, perdão, é da sua vida — rebateu Eiden, então fechei a porta e não ouvi mais nada.

Voltei para o meu trabalho, li mais quatro relatórios, então me ocupei em organizar a agenda de Josh, que estava uma bagunça. Ele terá uma hora de almoço, então voltará direto para uma reunião com os representantes da empresa.
Eiden deixou a sala de Josh pouco antes do horário de almoço, eu já havia terminado de organizar os compromissos do chefe e estava apenas esperando-o para almoçarmos juntos, como ele disse.

— Garotinha, vamos lá? — disse Josh saindo de sua sala.
— Vamos aonde? Eu trouxe o meu almoço — murmurei olhando para a minha bolsa e imaginando o meu sanduíche de pasta de amendoim com geleia.
— O que você trouxe? — ele perguntou, olhando para minha bolsa também.
— Sanduíche de amendoim com geleia — falei mostrando a ele o meu, muito bem embalado, sanduíche, ele sorriu docemente.
— Tive uma ideia — ele disse, ainda sorrindo de forma doce e agradável. — Vamos passar em algum lugar para comprar mais um sanduíche, então te levarei a um lugar legal. 
— Conheço um lugar onde vendem sanduíches maravilhosos — concordei animada, guardei meu sanduíche de volta na bolsa e acompanhei Josh até o elevador.

Descemos até o andar térreo, o carro de Josh estava estacionado bem em frente, entramos no Range Rover e ele saiu do prédio, indiquei o caminho de uma cafeteria rústica e muito aconchegante perto do parque e passamos no drive-trhu da cafeteria para comprar mais sanduíches, dois de frango com maionese e um de manteiga de amendoim com geleia.
Ao voltar para o carro, Josh ligou o rádio e se negou a me dizer aonde iríamos, ainda tínhamos 45 minutos até a reunião dele, então teremos que correr.
Josh estacionou em frente a um prédio atrás de alguns outros carros, percebi que o prédio parecia desocupado, não havia movimento e a pintura estava um pouco gasta, quando adentramos no interior do prédio de 4 andares eu percebi que não havia elevador, Josh me levou até à escadaria e começamos a subir.

— Meu Deus, se vamos subir quatro lances de escada, eu vou ter que me livrar desses saltos — resmunguei depois de alguns degraus, ele riu e segurou a sacola com o nosso almoço enquanto eu tirava os scarpins que usava.
— Vamos lá, garotinha — Josh esticou a mão para mim e eu a segurei enquanto corríamos escada acima.

Chegando na metade do terceiro lance de escadas eu já estava morta e Josh ria da minha cara, mas não desisti, tínhamos pouco tempo para almoçarmos juntos, sozinhos, e eu não faria corpo mole para nos atrasar.
Quando a escadaria chegou ao fim, havia uma porta pesada de metal, Josh a empurrou e tivemos a vista do telhado do prédio, era espaçoso e arejado, o vento fresco e convidativo me fez sorrir, o sol brilhava e a vista do parque era linda, fiquei impressionada.
Olhei para Josh e tive a linda visão de seu rosto iluminado pelo sol e o seu maravilhoso sorriso meio arrogante e meio orgulhoso.

— Aqui é tão bonito — murmurei enamorada, ele riu. — Como encontrou esse lugar?
— Tenho os meus contatos. Agora vamos lá, garotinha, temos que comer.

Josh passou o braço ao redor da minha cintura e me guiou pelo telhado, decidimos nos sentar próximo ao parapeito para conseguirmos ver a rua, os carros, o parque e as pessoas pequenas que passavam lá embaixo.
Tirei da sacola os nossos sanduíches e caixas de sucos naturais de laranja e manga.

— Eu quero experimentar o que você fez — disse Zayn, já metendo a mão e pegando o meu sanduíche, que estava embrulhado com papel alumínio, diferente dos da cafeteria.
— Tente não morrer intoxicado — brinquei, ele riu e deu uma mordida no sanduíche. — Então? — perguntei ansiosa. Zayn ergueu as sobrancelhas e deu um meio sorriso, aumentando o mistério.
— É... — ele olhou do sanduíche que estava em sua mão para mim, então sorriu largamente. — Isso está muito bom.
— Obrigada, isso é a única coisa que sei cozinhar além de lasanha, então já consigo sobreviver sem morrer de fome — falei orgulhosa, ele assentiu e encheu a boca com uma grande mordida.
— Suas amigas vão comer bem — ele disse, então pegou sua caixinha de suco de laranja e a levantou, propondo um brinde. — À sua habilidade na cozinha, que você possa fazer muitos desses para mim.







4 comentários:

Sou como uma escritora, lanço o livro para ser comprado;
Vocês são os compradores e os comentários o pagamento u.u
Faço isso de coração e amo, mas preciso do seu comentário <3

Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

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