segunda-feira, 12 de outubro de 2015

"Estamos sorrindo, mas muito perto das lágrimas
Mesmo depois de todos esses anos
Apenas agora temos a sensação de que estamos nos encontrando..."
— For The First Time (The Script)



— Saiba que se eu pudesse, eu faria questão de me lembrar. Mas se você me contasse o que aconteceu, seria bem mais rápido — murmurei docemente, ele balançou a cabeça em negativa e ligou o carro.
— Você não vai saber por mim.

E seguimos em silêncio por longos dez minutos, até Josh entrar em uma propriedade que eu reconheci ser a casa dele, o segurança nos cumprimentou e Josh dirigiu o carro até a garagem enorme. Quando saímos do carro eu vi mais três carros muito bonitos estacionados na garagem — um Mustang clássico, um Maserati e um Range Rover —, junto com duas motos — uma Kawasaki e uma Harley Davidson. Fiquei alguns segundos babando na Harley, Josh notou e riu.

— Gostou? — ele perguntou ao se aproximar da moto.
— É perfeita, assim como o Mustang. Meu Deus, você tem carros e motos maravilhosos — murmurei encantada, ele riu novamente.
— As pessoas costumam chamar de escandalosamente caros, mas eu gosto dessa sua definição — ele sorriu amavelmente, meu coração se derreteu.
— Você pode me dar uma carona de Harley algum dia desses, sabe — falei dando uma olhadela enamorada na moto, ele riu.
— Quem sabe quando eu levá-la em casa, agora vamos entrar, venha — ele convidou e estendeu a mão para mim.

Segurei na mão de Josh e ele me guiou pela garagem, subimos uma escadaria pequena até o primeiro andar da casa, entramos em um corredor curto que logo descobri que nos levava à sala de estar, era gigantesca e luxuosa, fiquei meio sem jeito de estar ali.
Da primeira vez que vim à casa de Josh eu não vi nada a não ser a longa escadaria e o corredor do quarto dele, principalmente por eu estar tão confusa, envergonhada e apressada que nem olhei para os lados, se não teria visto a sala de estar. Então eu fiquei completamente impressionada com o resto da casa.

— Uau! — murmurei, Josh olhou em volta e deu de ombros, ele me levou até o sofá enorme e nos acomodamos entre as almofadas, ele tirou o paletó e, antes que ele deixasse o mesmo em cima do sofá, um homem apareceu ao lado dele e estendeu a mão, eu o reconheci como o mordomo que me ajudou quando eu precisei ir embora.
— Senhor. Senhorita — ele nos cumprimentou ao pegar o paletó de Josh.
— Allin, esse é Jeromy, meu mordomo — apresentou Josh, sorri simpática para ele, que também me reconheceu e sorriu com a mesma simpatia. — Jerry, pode nos trazer cerveja, por favor?
— Claro, senhor. Com licença.

Jeromy sumiu da mesma forma que apareceu, silenciosamente.
Prestei atenção na decoração da sala, tinha um toque feminino, o que significa que Josh não havia palpitado na decoração da sala, ou do resto da casa. Fiquei curiosa, ele mora sozinho ou com os pais?

— Bonitas orquídeas — falei olhando para o vaso na estante, ele assentiu e fez uma careta.
— É, mas servem só de enfeite, não tem cheiro de nada — ele resmungou, não contive uma risada, ele não dá a mínima para a decoração.
— Bom, eu já notei que você não tem nada haver com essa sala. Quem a decorou então? — perguntei acenando com a mão, indicando a sala ao nosso redor.
— Bem, essa é uma história legal — ele sorriu e coçou o pescoço, acho que buscando uma explicação.
— Eu adoro histórias legais — brinquei e me recostei nas almofadas.
— É, quem não adora — ele concordou e se recostou ao meu lado, passando o braço pelos meus ombros e me abraçando, ele ligou a tv com o controle mas deixou em volume baixo. — Meus pais deixaram essa casa para mim, isso foi há pouco tempo, então ainda não tive tempo para mudar nada. Pensando bem, nem quero, eu gosto do toque feminino em toda a decoração da casa. Minha mãe era arquiteta, sabe. Ela decorava, projetava, construía, ela fazia de tudo e aqui tem mais do que um dedo dela — contou Josh, seus olhos brilhavam enquanto ele olhava para um ponto qualquer.
— E onde está a sua mãe? — perguntei receosa, ele virou os tristes olhos castanhos para mim, meu coração se apertou.
— Meu pai e ela faleceram há 6 meses, fiquei com tudo, desde a casa até os negócios da família. Meu irmão, Brooklyn, herdou algumas coisas também, mas ele é mais novo, então não tem tantas responsabilidades quanto eu — contou Josh, sua voz agora era um sussurro baixo e doloroso.
— Eu seria muito rude se perguntasse como... Hum... — gaguejei sem conseguir fazer uma pergunta tão pessoal como a que pretendia.
— O jato particular da família teve problemas durante um voo até a França, aguardamos três longos dias até receber a confirmação que meus pais haviam falecido — murmurou Josh, ele parecia perdido em lembranças.
— E o seu irmão? — perguntei, tentando mudar o rumo de suas lembranças, era um assunto triste demais.
— Ele está bem, tem 17 anos e está sob a minha guarda. Ele estuda em um internato na Suíça desde os 13 anos e continuará lá até os 18, então vai poder assumir a herança dele, até lá tudo está por minha conta — ele explicou calmamente, voltando sua atenção para mim e não mais para sua própria mente.
— Nossa, deve ter sido tão ruim. Para vocês dois. Meu Deus, Josh! — murmurei desolada, sem perceber que eu já estava abraçada a ele.
— Não se preocupe, estamos aprendendo a lidar com isso. O maior desafio até agora vem sendo administrar a Amberly Ink, meu pai fazia aquilo muito bem e eu estava fazendo faculdade de administração para assumir o posto dele em breve, mas não consegui terminar a faculdade por causa da tragédia.

Josh interrompeu a explicação quando Jeromy retornou trazendo um baldinho cheio de gelo e garrafas de Budweizer. Ele levou os copos que trouxera de volta para a cozinha, mas parecia já saber que o chefe dele ia recusar os copos. Josh me entregou uma cerveja e abriu a própria, dei um longo gole antes de voltar a encará-lo.

— Vamos mudar de assunto? Eu não quero invadir a sua privacidade — falei envergonhada, ele sorriu.
— Pra falar a verdade, eu não me abro com alguém assim desde que conheci Eiden. Mas tudo bem, vamos mudar de assunto. — Josh parou para pensar um pouco, então fechou o sorriso maravilhoso que estava em seus lábios e arqueou uma sobrancelha para mim. — Me conte sobre você, sua família, seus amigos.
— Tá legal, só não vá dormir, minha vida é monótona demais — falei divertida, ele riu e voltou a se recostar no sofá, me virei de lado para conseguir vê-lo melhor. — Eu tenho uma vida normal, moro com os meus pais e o meu irmão mais velho, Noah. Até semana retrasada eu era uma estudante do ensino médio, graças a Deus isso acabou, agora trabalho em uma grande empresa e o meu chefe é um arrogante muito gato com quem eu, possivelmente, dormi na minha primeira noitada como adulta — resumi rapidamente, ele riu.
— Possivelmente? — ele perguntou irônico.
— Eu ainda não tenho uma confirmação da sua parte e minha memória não colabora, então sim, possivelmente — assenti e dei um gole em minha cerveja.
— Ok. O que mais? — ele perguntou divertido, dei de ombros pensativa.
— Minhas melhores amigas são a Neev e a Keny, que você já conheceu. Às vezes costumo sair com meu irmão, o amigo dele, Jason, e o irmão da Keny, Will. Pretendo juntar algum dinheiro com o meu primeiro emprego para alugar um apartamento com as garotas, ao contrário do meu irmão, eu quero deixar o ninho o quanto antes — contei rapidamente, ele assentiu.
— Sei como é. Não se preocupe, eu tenho certeza que o seu chefe não vai te demitir, então já pode ir arrumando as suas coisas e procurar um apartamento — disse Josh, sorrindo daquela forma arrogante que desmonta o meu lado racional.

Fiquei alguns segundos encarando-o perdidamente, ele é tão apaixonante, me pergunto por que está comigo ou por que está solteiro, ele deve ter multidões de mulheres atrás dele e, por milagre de Deus, calhou de eu conhecê-lo.
Fiz uma oração rápida a Deus, agradecendo por ter colocado-nos na mesma balada, na mesma noite e na hora certa.
Me aproximei dele lentamente e o beijei, ele ainda sorria quando nossos lábios se tocaram e eu segurei seu rosto, tocando sua pele, sentindo seu calor.



O beijo, que começou inocente, logo começou a arder em chamas. As mãos de Josh seguraram minha cintura, puxando-me para seu colo e eu não exitei em montar nele. Nem pensei que havia os empregados dele ali, ou que alguém poderia nos ver. Eu estava pouco me importando. Eu não me lembrava da noite que tive com ele, mas queria me lembrar dos seus beijos, do seu toque, do seu gosto.


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Jeromy apareceu no momento exato em que as mãos de Josh entravam por baixo do meu vestido, trilhando minhas coxas lentamente. Fiquei vermelha como um pimentão quando me sentei ao lado de Josh novamente, que parecia tranquilo e até mesmo divertido com a situação.

— Perdão, senhor — falou Jeromy, parecendo tão envergonhado quanto eu. — É o seu irmão ao telefone — ele esticou a mão que segurava um telefone sem fio.
— Ah, claro, obrigado Jerry.

Josh pegou o telefone imediatamente e me pediu desculpa, balancei a cabeça e o pedi para atender ao irmão.
Josh deixou a sala e foi para um lugar mais vazio para atender ao irmão, eu fiquei sozinha na sala enorme, encarando o balde cheio de cervejas. Eu já havia acabado de beber a minha quando Josh retornou, deixei a garrafa em cima da mesinha e me levantei, pronta para ir embora. Já passava das 8 da noite e meus pais deveriam estar preocupados com a minha demora.

— Desculpe, Brooklyn queria saber se poderia passar as férias aqui, como se precisasse perguntar — ele sorriu timidamente, o que foi uma surpresa para mim, eu não conhecia quase nada sobre ele, mas já me sentia familiarizada com os seus sorriso, exceto o tímido.
— Então você terá companhia, imagino que esteja contente — falei feliz com a hipótese.
— Sim, muito. Quero que conheça-o, vocês vão se dar bem.
— Será um prazer — concordei explodindo por dentro, é maravilhoso saber que ele quer me apresentar ao irmão. — Mas eu preciso ir embora agora.
— Por quê? — ele perguntou, ficando sério de repente.
— Meus pais não sabem que eu saí para beber depois do trabalho, então devem estar arrancando os cabelos por eu não ter chegado ainda — murmurei envergonhada, ele riu.
— É claro, eu vou levá-la então.
— Obrigada — agradeci fixando seus olhos castanhos, ele ficou sério novamente. Ele me puxou para seus braços e me beijou uma última vez antes que deixássemos sua casa.



Josh decidiu usar a Harley, o que me deixou muito empolgada. Ele montou na moto e esticou a mão para me ajudar a subir atrás dele, passei os braços ao redor de sua cintura e o abracei forte, ele ligou a moto e saiu em disparada da garagem, o portão já estava aberto quando chegamos e não precisamos parar, o segurança apenas acenou com a cabeça quando passamos em disparada por ele.
Foi divertido contornar por entre os carros e ver as ruas passarem tão rápido, foi mais divertido ainda apertar Josh com minhas coxas e meus braços. Ele também pareceu gostar, a cada sinal de trânsito que parávamos era alguns minutos que ele usava para acariciar minha coxa e meu joelho, ou minhas mãos e antebraços.
Dei o endereço a Josh e chegamos mais rápido do que eu queria, ele parou a moto em frente a minha casa e ambos descemos. Ele se apoiou na moto e me puxou para ficar entre suas pernas, eu o abracei e o beijei por longos minutos, sabendo que na manhã seguinte o evitaria ao máximo, pois estaríamos trabalhando.
Continuamos perdidos em toques, beijos e abraçados sob a escuridão da rua, até um carro estacionar próximo a moto de Josh, ambos olhamos curiosos e de dentro do carro saiu Noah, logo reconheci o motorista, era Jason.

— Ei, não namore em frente a nossa casa, papai pode ver pela janela e cortar o meu pescoço por te deixar ficar de indecência na rua — reclamou Noah, Josh riu.
— Irmão mais velho, que responsabilidade — brincou Josh, Noah concordou soltando uma bufada de ar.
— Nem me fale, cara. — Resmungou Noah. Jason buzinou e então foi embora. Noah entrou, mas antes de sumir dentro de casa, gritou — 5 minutos, Allin.
— Ok, chefe! — brinquei.
— Hum, seu irmão é um estraga prazer — reclamou Josh, fazendo um biquinho fofo, que eu beijei imediatamente.
— Agradeça por ele nos dar 5 minutos, se fosse meu pai você já teria sido expulso daqui — falei divertida.
— Mas a rua é pública, então ele não pode me expulsar, e se expulsar eu vou acampar na sua calçada com uma ordem judicial clara dizendo que a rua é pública — ele brincou.
— Não seja bobo — ri o abraçando novamente. Havia me esquecido como é namorar em frente de casa, nos últimos anos do Ensino Médio eu meio que me desliguei dos garotos para conseguir sair logo da escola, agora parece que voltei no tempo.
— Allin! — gritou meu pai, Josh e eu encaramos a porta de casa e vimos meu pai de braços cruzados, encarando-nos nada contente.
— Opa! — sussurrei baixinho, Josh se atreveu a rir, o que deixou meu pai mais descontente ainda.
— É melhor eu ir lá me apresentar, não acha? — perguntou Josh, eu parei para ponderar a situação.
— Hum... Não sei não... — murmurei indecisa, Josh me puxou pela mão mesmo assim.
— Vamos lá, garotinha.







Um comentário:

Sou como uma escritora, lanço o livro para ser comprado;
Vocês são os compradores e os comentários o pagamento u.u
Faço isso de coração e amo, mas preciso do seu comentário <3

Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

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