quinta-feira, 1 de outubro de 2015

"Abro as cortinas, e a luz me cega
Maquiagem por todo o travesseiro
O que aconteceu? O que aconteceu?
O que aconteceu ontem à noite?"
— How We Do (Rita Ora)



— Eu realmente preciso ir agora, pode me soltar, por favor? — ordenei mais do que pedi, ele apenas sorriu e seus dedos afundaram em minha pele por cima do vestido.
— Desista, garotinha. Eu sei o que eu quero, e, nesse momento, eu quero você.
— Mas eu não estou a fim, então ou você me solta ou terá de lidar com três caras nada amigáveis — falei rudemente, ele riu, riu de gargalhar, aproveitei a distração para soltar seus dedos de mim e voltar à mesa, Noah e Neev estavam lá, bebendo e descansando.
— O que houve, mana? — perguntou Noah, ao notar minha irritação.
— Nada, só um babaca que acha que é dono do mundo — resmunguei impaciente, estiquei a mão e peguei uma cerveja no balde de gelo.
— E, quem sabe, eu venha a ser algum dia — disse Josh, reaparecendo do nada e sentando-se ao meu lado no sofá de couro preto. Ele realmente acha que pode ser dono do mundo?
— Ah, de novo não — reclamei revirando os olhos.
— O que há, garotinha? Quem não aguentou o tranco foi você, afinal — ele sussurrou ao meu ouvido, e mordeu o lóbulo da minha orelha do jeito certo, fechei os olhos involuntariamente e suspirei.
— Bem, você não parece querer se livrar dele realmente — provocou Neev, abri o olhos e a fuzilei, ela sorriu.
— É, não parece mesmo — concordou Josh, descendo da minha orelha para o meu pescoço, perdi o controle quando sua língua umedeceu minha pele.
— Quer parar, Mayhen? — guinchei tendo um momento de lucidez, ele arregalou os olhos e me encarou divertido.
— Podemos parar agora e recomeçar na minha casa, o que acha? — ele sussurrou junto ao meu ouvido novamente, respirei fundo, resistindo ao impulso de aceitar.
— Não, podemos simplesmente parar, sem continuação em lugar algum — murmurei o encarando fixamente nos olhos, tentando provar a veracidade das minhas palavras, ele pareceu entender, mas não curtiu a ideia.
— Mas eu quero continuar, garotinha — ele murmurou, segurando meu queixo entre os dedos indicador e polegar, ele levantou meu rosto e mordeu delicadamente o meu lábio inferior, respirei fundo mais uma vez, tentando me controlar. 
— Pode até querer, baby, mas os dois precisam estar em completo acordo — falei acidamente, ele riu.
— Algo me diz que você também quer...
— Ah, faça um favor a todos nós e vá logo pra casa dele — gritou Noah, um pouco embriagado e impaciente. Josh o olhou com um sorriso lascivo nos lábios.



— Você escutou o que acabou de dizer? — perguntei incrédula, Noah resmungou alguma coisa e virou-se para agarrar Neev.
— Seu irmão é um cara legal, escute o que ele diz — falou Josh, voltando seus olhos claros para mim.
— Como sabe que ele é meu irmão? — resmunguei ao me encostar no banco de couro e beber minha cerveja.
— Seus olhos, são parecidos — ele deu de ombros e chamou um garçom.

Joshua pediu mais bebida, ele pediu whisky e água gelada, eu permaneci quietinha com a minha garrafa de budweizer. Enquanto o garçom foi buscar as bebidas de Josh, ele virou o rosto para em olhar, mas eu continuei encarando a minha garrafa, cheguei a ficar vesga quando a levei à boca para beber um gole, o que fez ele rir. A risada dele é adorável.

— É fofo o jeito que você tenta evitar me olhar — ele brincou, permaneci quieta, encarando minha garrafa.
— Você é estranho, sinto que deveria te conhecer, mas não conheço — murmurei depois de um tempo, ele abriu um sorriso enigmático que eu consegui enxergar pelo canto do olho.
— Olha pra mim — ele pediu, foi realmente um pedido, educado e com uma voz suave que quase não me permitiu reconhecê-lo, e olha que eu só o conheço a uma hora. Quando levantei meu olhar, ele mordia o lábio, em busca de palavras.



— Eu sou um empresário bem sucedido, meu nome costuma ser citado em jornais, você já deve ter ouvido em alguma lugar, ou lido — ele explicou, assenti lentamente.
— Deve ser isso, então.

E minhas defesas foram se quebrando aos poucos, principalmente depois que Josh pediu bebidas e mais bebidas. A noite foi longa e a única coisa que ainda me lembro foi de ter permitido que Joshua Mayhen me beijasse...


►►►

O quarto estava iluminado pela luz do sol, a cama era macia e os cobertores tão quentes que eu fiquei com preguiça de abrir os olhos, mas eu me desesperei ao perceber que eu não me lembrava como vim parar em uma maldita cama macia e quentinha.
Puxei um pouquinho o cobertor e olhei ao redor no quarto, era extremamente luxuoso e muito bonito, as janelas e tudo que ocupava o espaço gigante parecia muito caro, me senti minúscula, principalmente ao notar o tamanho da cama.
Ao lado havia muitas cobertas grossas, mas eu resisti ao impulso de voltar a dormir, me levantei devagar e me desenrolei, foi quando notei duas coisas inacreditáveis: 1ª - Joshua Mayhen estava rocando ao meu lado — quase gritei de susto —, 2ª - Eu estava seminua, trajando apenas as minhas roupas intimas — outra coisa que quase me fez gritar.
Me levantei em um salto e procurei meu vestido por todo o quarto, me ajoelhei no chão frio e procurei embaixo da cama, corri silenciosamente por cada canto do quarto e só achei o meu maldito vestido no banheiro, pendurado em um cabide e muito cheiroso, eu não me surpreenderia se ele tivesse sido lavado enquanto eu dormia. Me vesti na velocidade da luz e, aproveitando que estava no banheiro, lavei o rosto e gargarejei com um antisséptico bucal que havia ali.
Sai do banheiro olhando em direção à cama, Josh ainda roncava, saí de fininho do quarto enquanto ele não acordava e dei de cara com um corredor enorme, me senti perdida imediatamente.
Andei bastante até encontrar uma escadaria enorme, a cada passo que eu dava eu me sentia pequena com o tamanho gigante daquela casa; desci as escadas na ponta dos pés e encontrei um homem de meia idade, ele vestia um terno preto e levava uma bandeja em mãos, ele sorriu ao me ver.

— Bom dia, senhorita, deseja algo? — ele perguntou educadamente, fiquei de boca aberta, feito uma pateta, pensando no que dizer.
— Bem, gentileza sua perguntar, eu adoraria encontrar a saída desse lugar — murmurei, me concentrando em cada palavra para não gaguejar.
— Eu levarei a senhorita até lá — prontificou-se o homem, provavelmente um mordomo ou algo assim, eu não me admiro que Mayhen tenha um, afinal, veja só o tamanho da casa desse cara. — Sr. Mayhen já acordou? — ele perguntou enquanto descia as escadas comigo, fiquei vermelha imediatamente.
— Ah, bem... Não, ele ainda estava ronca... digo, dormindo — murmurei, o homem conteve uma risada que eu achei adorável.

O mordomo me levou até à porta, ele me disse que ligaria para a portaria para liberar a minha saída, eu agradeci e corri o máximo que consegui usando saltos de 15 centímetros; o gramado era enorme, cerca de 1 km apenas de grama e passagem para carro, cheguei suada no portão e o segurança pareceu divertido em me ver naquele estado, mas disfarçou muito bem.

— Senhorita — ele acenou com a cabeça e abriu o portão para mim, sorri forçadamente ao passar.
— Por favor, pode me dizer aonde estamos? — perguntei ao sair da propriedade e dar de cara com a entrada de um parque do outro lado da rua.
— Mayfair,Westminster, senhorita — respondeu o guarda, sorrindo largamente ao ver minha cara de espanto.
— Mentira?! Caramba!! Esse é o Hyde ou o Green Park? Mas que po... — parei de falar antes que xingasse, o segurança ficou tentando não rir, mas eu estava confusa e irritada demais para rir do meu chilique com ele.
— Hyde Park — ele respondeu sorridente.
— Mas que droga — resmunguei olhando em volta.
— Quer que eu chame um táxi para a senhorita? — ele perguntou quando se recompôs.
— O quê? Ah, não, obrigada. Seria a mesma coisa que eu pagar por um carro novo se chamasse um táxi para me levar em casa — brinquei, foi gratificante ver o segurança rir novamente, pelo menos alguém está feliz essa manhã. — Obrigada novamente, eu me viro. Bom dia — desejei e saí andando pela calçada movimentada, o segurança acenou para mim e voltou para dentro da propriedade de Mayhen.

Meu Deus, o que será que aconteceu noite passada? Eu dormi com Josh? Mas que droga, maldita bebida, que droga de homem, ele me embebedou e me fez ceder, eu gostaria de esperar ele acordar só para matá-lo.
Procurei em minha bolsinha de mão o meu celular, a bateria estava por um fio, disquei rapidamente o número de Noah e esperei que ele me atendesse.
Se ele vier me buscar de carro pode levar 10 minutos. Agora, se eu tiver que ir a pé, levarei 40 minutos, se não mais, e de ônibus pode levar uns bons 30 minutos.
Ele enfim atendeu, e parecia com sono.

— É melhor você ter uma desculpa excelente para me acordar às seis da madrugada — ele resmungou quando atendeu.
— São sete da manhã! — guinchei irritada. — Você não deveria ter me deixado ir para a casa do Mayhen, qual o seu problema? — perguntei mais irritada ainda, ele riu.
— Você parecia querer ir, o que eu podia fazer?
— Eu estava bêbada! — exclamei indignada, ele riu mais ainda. — Como punição, você tem o dever de vir me buscar agora em Mayfair.
— Tá louca? Quer que eu saia de Forest para ir até Mayfair agora? Por que o playboy não vem te deixar em casa?
— Porque eu fugi antes que ele acordasse, eu não me lembro de nada, não quero estar lá quando ele acordar — sibilei impaciente, Noah caiu na gargalhada.
— Já estou saindo de casa, me espera no Hyde Park, na entrada principal.
— Obrigada, maninho, te amo, mas vou te matar quando chegarmos em casa — falei docemente, ele riu e desligou.

Eu aproveitei o tempo vago que teria e passei no Starbucks para comprar um café, nem fodendo eu entraria em outra cafeteria, é tudo muito caro por aqui, por isso eu prefiro o meu bom e velho Starbucks. Andei bastante pelo Hyde Park até voltar à entrada principal, aonde encontrei Noah cinco minutos depois, ele estava impaciente e de óculos escuros, provavelmente estava com olheiras, ele nunca acorda antes das 10, principalmente quando sai na noite anterior.

— Então, o que vocês fizeram depois que saíram da balada? — ele perguntou quando eu me sentei no banco de passageiro do Ford Focus 2010 do nosso pai.
— A única coisa que me lembro da noite passada é que eu bebi até perder a noção de tudo, quando acordei hoje de manhã eu quase tive um treco — murmurei colocando o cinto de segurança, Noah riu.
— O cara parecia loucamente encantado por você, é bem de vida e só um pouco esnobe, eu achei que não teria problema em te deixar cair nas garras dele por uma noite — disse Noah, em seguida cantarolou uma parte da música que tocava na rádio.
— Ele é muito bem de vida, tem uma propriedade enorme bem em frente ao Hyde Park, mas isso não é motivo para você deixar sua irmã bêbada ir pra casa de um cara que você nem conhece! — sibilei impaciente, ele riu, esses homens hoje estão muito risonhos pro meu gosto.
— Relaxa maninha, foi só uma noite, você precisa aproveitar, sabe? — ele falou em um tom despreocupado e inocente, revirei os olhos e me concentrei na janela, não estava a fim de continuar discutindo com um cara de bom humor de mais e problemas de menos.

Ao longo do dia eu tomei bastante café para acabar com a minha ressaca, saí com as meninas e tentei me lembrar do que aconteceu na noite passada, mas quando eu me deitei em minha cama tarde da noite, eu desisti, pois percebi que não conseguiria me lembrar de nada.
Porém, o pior de tudo foi a sensação estranha que eu senti ao me lembrar dos olhos castanhos de Josh, quase senti saudade do sorriso malicioso e arrogante dele, e por um minuto me arrependi de não ter acordado ele naquela manhã para ele me fazer lembrar o que havia acontecido na noite anterior.
Mas tratei de apagar da memória qualquer coisa ligada a Joshua Mayhen, ele foi uma pessoa que eu conheci em uma noite apenas e que nunca mais verei novamente, ponto final.

►►►

Quatro dias depois, Keny e Neev me levaram à empresa que eu iria fazer a minha segunda entrevista, a entrada era discreta, era um prédio espelhado e bonito, com um letreiro quase camuflado acima das portas de entrada, o letreiro dizia: Amberly Ink.
Eu não sabia do que se tratava a empresa, eu faria uma entrevista para qualquer coisa ligada à correspondência ou assistência, qualquer coisa estava bom para mim, no momento eu precisava apenas de um trabalho que pagasse o suficiente para eu me mudar e viver sem os recursos dos meus pais. Sem falar que uma empresa grande dessa deve pagar muito bem até para o mais baixo cargo.
Neev assobiou elogiosamente ao ver a entrada da empresa.

— Lugar legal — ela disse, dei de ombros e saltei para fora do conversível de Keny.
— Ligue quando acabar, nós viemos te buscar e depois iremos ao shopping nos distrair um pouco — disse Keny, concordei com um aceno de cabeça e alisei o vestido.
— Você está linda, não esquente com isso — garantiu Neev, sorri agradecida para ela e mandei beijo para as duas, então caminhei o mais confiante possível para dentro da empresa.

Encontrei a recepção assim que entrei, três mulheres muito bem vestidas e ágeis atendiam as pessoas, uma delas me indicou o terceiro andar, onde eu faria minha entrevista e, se tivesse sorte, seria encaminhada ao chefe.
Havia uma pessoa esperando para fazer a entrevista quando eu cheguei ao terceiro andar, uma moça alta e simpática que parecia relaxada demais perto de mim, eu aceitei o copo de água que uma funcionária me ofereceu e respirei fundo dez vezes para tentar manter a calma. Meia hora depois Silvia Blatt me chamou, ela me entrevistaria.
Quando entrei na sala meus olhos se cravaram no rapaz atrás de uma mesa grande de madeira polida delicadamente entalhada, ele trajava um terno muito bem alinhado e tinha uma expressão compenetrada e muito profissional, mas aqueles olhos não me enganavam, tinham um Q de mistério e arrogância, sem falar no sorriso malicioso que ele deixou escapar ao me reconhecer, eu quase tive uma combustão antes que Silvia me indicasse uma poltrona em frente à mesa do Sr. Mayhen.

— Primeiramente bom dia, Srta. Hanks — falou Silvia, juntando alguns papéis e se posicionando atrás de Mayhen. — O Sr. Mayhen, CEO da empresa, decidiu acompanhar as entrevistas hoje, ele precisa de uma secretária nova e nada mais justo que ele esteja presente para conhecer as candidatas, não? — senti que a pergunta era retórica, então apenas forcei um sorriso e concordei com a cabeça. Josh sorria lascivamente para mim, eu fiquei vermelha ao notar, Silvia percebeu e franziu a testa para mim.
— Perdão, eu... Eu não me incomodo nem um pouco, muito prazer, Mayhen, sou Allin Hanks — me apresentei, juntando toda a auto-confiança que eu possuía para não gaguejar na frente dele. Silvia arqueou as sobrancelhas irritada ao notar a falta do senhor antes do sobrenome de Josh.
— Srta. Hanks — Josh balançou a cabeça e sorriu mais uma vez, meu coração palpitou. — Podemos começar, Silvia.
— Claro, senhor — Silvia gaguejou e leu algo em sua pilha de papéis. — Srta. Hanks, aqui diz que você acabou de completar o ensino médio, tem 18 anos e está a procura do primeiro emprego, confere? — perguntou Silvia, erguendo o olhar gélido dos papéis para me encarar, engoli em seco.
— Sim, senhora. Permita-me dizer que a minha inexperiência no mercado de trabalho pode vir a ser muito útil, pois assim vocês poderão moldar a minha vida profissional ao gosto de vocês, se vierem a me contratar, é claro — discursei, tentando soar calma e madura, Mayhen mordeu o lábio enquanto me olhava fixamente, Silvia começou a falar algo, mas ele levantou a mão e ela se calou imediatamente.
— Temos uma vaga para secretária, minha secretária, é sua se você disser sim — falou Josh, sua voz séria e grave, me arrepiei.



— M-mas... — gaguejou Silvia, encarando o chefe cética.
— Eu disse: É sua se você disser sim, Srta. Hanks — repetiu Josh impacientemente, Silvia se calou e assentiu, porém não parecia muito contente com isso.
— Eu... Hum... Sim, eu aceito ser sua secretária — concordei relutante, Mayhen riu, ele realmente riu. Até Silvia o olhou como se ele fosse um completo estranho, ele não parece ser um homem que ri muito, principalmente no local de trabalho.
— Ótimo, venha comigo, vou lhe mostrar aonde você irá trabalhar, Silvia lhe mostrará amanhã o que você precisa fazer. Se você puder começar amanhã, suponho que possa — falou Mayhen, ele se levantou e esperou que eu fizesse o mesmo, me pus de pé rapidamente e concordei com a cabeça.
— Sim, claro, eu posso.

Mayhen se direcionou à porta e a manteve aberta para que eu saísse, olhei para Silvia relutante antes de sair e ela inclinou a cabeça, em uma ordem implícita para que eu o acompanhasse.
Mayhen esperou eu passar por ele e quando o fiz ele saiu também e repousou sua mão nas minhas costas enquanto me guiava até o elevador, fiquei tensa na hora que senti o seu toque, mas ele pareceu bem contente e confiante consigo mesmo, ele acenou para algumas pessoas antes de entrarmos no elevador que, milagrosamente, estava vazio. Comecei a suar quando percebi que ficaríamos sozinhos em um ambiente tão pequeno, ele sorria o tempo inteiro, o que começou a me dar nos nervos.
Quando as portas de metal se fecharam, Mayhen digitou um código no teclado embaixo do painel do elevador, que começou a se mover, eu respirei fundo e Mayhen disse, como se estivesse perguntando sobre o tempo:

— Por que eu não a encontrei na minha cama quando eu acordei? — sua voz era suave e passiva, o que me deixou mais nervosa ainda.





5 comentários:

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Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

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