quarta-feira, 15 de março de 2017

"Venha e chore um rio por mim
Oh, chore um rio por mim
Eu chorei um rio por você..."
– Cry Me A River (Michael Bublé)



Os assessores de Harry enviaram uma grande e luxuosa limousine para nos levar ao local da pré-estreia. Eu me sentia uma princesa no vestido Elie Saab que estava usando, era rodado e cor de vinho e eu ficava muito bem perto dos dois rapazes de smoking.
Durante o percurso até o local da pré-estreia, chegamos ao assunto da pré-estreia em outros países. Harry disse que deixou claro para todos que só frequentaria a pré-estreia de Los Angeles e a estreia em Londres, daqui a dois meses, então ele não viajará de país em país para divulgar o filme, isso ficará à encargo dos outros atores. O que significa que só usarei um vestido bonito hoje à noite e, possivelmente, na estreia em Londres, por isso tenho que aproveitar!

– É cansativo demais viajar de um lado ao outro do mundo só para andar no tapete vermelho, posar para fotógrafos e dar entrevistas. É quase como se fosse uma turnê da banda, só que sem toda a diversão. Então eu deixei logo claro que colocassem o Tom Hardy para ir às pré-estreias em outros países enquanto eu cobria a de Los Angeles e a estreia em Londres. E eles concordaram, sabem que eu preciso descansar um pouco antes de toda a loucura da banda e do filme voltarem – ele deu de ombros e Liam assentiu, concordando com ele.
– É realmente muito trabalho por quase nada, já que você só comparece à pré-estreia para entrevistas e fotos, porque o filme você não vai assistir mil vezes seguidas – concordou Liam, eu assenti e alisei a organza do meu vestido distraidamente.
– Está tão quietinha, o que está havendo, baby? – perguntou Harry.
– Ah, nada. Eu só estou me lembrando das suas cenas no trailer do filme, acho bom pararmos pra comprar lencinhos em alguma drogaria, porque eu vou chorar rios – murmurei, na verdade estava meio apreensiva com todo o lance de fotos e entrevistas com Harry, mas também estava com medo de me debulhar em lágrimas durante a transmissão do filme. Harry sorriu carinhosamente e me deu um beijo na testa, me puxando para mais perto dele e me abraçando.
– Não se preocupe, linda. Tenho um lencinho comigo, eu sempre tenho um à mão – ele disse todo cavalheiresco, o que me fez rir.
– E você acha que um lencinho de algodão será suficiente para secar todas as lágrimas que irei derramar durante a sua cena de afogamento? Ah Harry, querido, está subestimando os 80% de água que há em meu corpo! – falei sarcástica, os rapazes riram e o motorista se virou para nos avisar que chegamos, respirei fundo e alisei o vestido novamente.
– Hora do show, pessoal – disse Liam e então saiu do carro.

Harry saiu logo em seguida e ficou parado na porta, com a mão erguida para me ajudar a sair da limousine, segurei firme em sua mão e coloquei um pé para fora seguido do outro, me concentrando totalmente em não tropeçar e passar vergonha na frente de todas as câmeras que disparavam sem parar.

– Respire, querida, apenas respire. Você está maravilhosa – sussurrou Harry em minha orelha quando posamos para o primeiro fotografo, sorri e me encostei mais um pouco nele, sentindo o seu braço ao meu redor me dando apoio. – Sorria, vamos lá, você pode fazer melhor que isso – ele brincou e cutucou minhas costelas me fazendo cócegas, me curvei para frente rindo e ele se curvou junto comigo, rindo também.
– Você é um grande idiota – murmurei tentando mover os lábios minimamente e sorrindo.
– Harry, Harry! GQ Magazine – gritou uma jornalista no meio de muitos outros que chamavam por Harry, tentando conseguir algumas respostas, nos aproximamos deles e Harry respondeu a alguns deles, sempre com um lindo sorriso nos lábios.
– Vocês estão juntos? – perguntou um.
– Harry, não o incomoda o fato de Tess já ter namorado Liam, o seu amigo e colega de banda que está prestigiando-o aqui hoje? Vocês ficaram um bom tempo juntos, não é Tess? – engasguei com essa pergunta de outra mulher, um loira muito séria, mas continuei sorrindo.
– E quanto ao Zayn? Vocês já se envolveram romanticamente, Tess? O que acha disso, Harry? – gritou um rapaz.
– Vou ir direto ao ponto – disse Harry. – Tess e eu estamos juntos sim. O fato de ela e Liam terem namorado por alguns anos não me incomoda nem um pouco, até porque Liam irá se casar em breve e nós somos todos grandes amigos – ouch! Essa doeu em mim, precisava lembrar que ela vai se casar com a Cheryl? – Mais alguma pergunta? – perguntou Harry, todas as mãos se ergueram. – Em relação ao filme? – todas as mãos se abaixaram. – Então tudo bem, foi um prazer falar com vocês esta noite, até mais! – despediu-se Harry e me puxou para entrarmos no salão em que será transmitido o filme.

O salão era enorme e mesas elegantes estavam dispostas por ele, todas viradas para um grande telão digno de cinema na maior parede do salão. Harry e eu nos juntamos a Liam em uma mesa de três lugares, mas antes cumprimentamos algumas pessoas pelo caminho, inclusive os diretores do filme, Christopher Nolan e Leslie Norman, e um dos atores, Mark Rylance, que se esvaiu em elogios ao Harry enquanto conversávamos brevemente.
Harry e eu nos sentamos com Liam e fomos ineditamente servidos de champanhe e whisky, Harry pediu ao garçom para trazer margaritas para mim e ele assentiu, ele era uma rapaz jovem, bonito, loiro, de olhos castanhos e maxilar quadrado, bem lindo mesmo, e o sorriso dele era adorável. Percebi o sorriso porque toda vez que ele me trazia outra margarita ele sorria daquela forma encantadora. E toda vez que ele se retirava eu via Harry e Liam fazerem caras feias.
Quando o filme começou a rodar no telão, bebidas continuaram rolando junto com petiscos e canapés refinados, deixei de prestar atenção no garçom bonitinho para focar no filme e a cada minuto eu cutucava Harry, querendo saber que horas ele iria aparecer, ele ria e garantia que logo.
Quando Harry apareceu pela primeira vez eu contive um gritinho e me virei animada para olhá-lo ele riu e me deu um selinho rápido, para manter as aparências, suponho, mas seus lábios tinham um delicioso gosto adocicado do champanhe misturado com o gosto forte do whisky, eu não me contive e segurei seu rosto para beijá-lo mais uma vez, sua mão agarrou minha nuca e ele prolongou o beijo. Por um minuto eu só senti o gosto de seus lábios, os sons ao redor sumiram. Liam sumiu.
Então eu caí em mim e nos separei, olhei para os olhos claros de Harry e o vi sorrir. Desviei o olhar para o rapaz ao lado dele e meu coração pesou, Liam estava mortalmente sério, fingindo prestar atenção no filme, mas eu notei o seu maxilar cerrado e as sobrancelhas se unindo acima dos olhos, deixando transparecer que ele está bravo.
Depois desse pequeno impulso, eu decidi me manter focada no filme para me distrair dos lábios de Harry, que estavam adoravelmente rosados por causa das mordidas constantes que ele dava nos próprios lábios.
Não precisei me esforçar muito, o filme era muito envolvente e emocionante e nos primeiros 20 minutos do filme Harry já tirava o lenço do bolso interno do paletó e me entregara para eu secar as lágrimas que escapavam do meu rosto, sempre com um sorrisinho carinhoso e um beijo em minha testa.
Eu aguentei firme até a parte em que o soldado que o Harry representa, Alex, tenta subir à bordo de um dos barcos que irá resgatá-lo, mas outro soldado o empurra, pois a capacidade do barco já está ultrapassada e afundaria com mais peso, então ele começa a afundar na água e a se afogar e eu começo a me desesperar, as lágrimas escorrendo pelo o meu rosto ao ver o sofrimento de Harry na imensa tela, na minha cabeça eu sei que não é ele, e sim o personagem, mas no meu coração as imagens são reais e dolorosas demais para aguentar, então eu me viro e escondo o rosto no peitoral de Harry que me abraça mais forte e eu o sinto rir.

– Tudo bem, querida, é só um filme, não é de verdade – ele sussurrou em meu ouvido, sua voz rouca dançando pelos meus tímpanos e aquecendo o meu coração.
– Eu sei, mas é demais pra eu ver, não aguento – murmurei em resposta, ele riu e me apertou mais entre seus braços.
– Tudo bem, então não vai querer ver as próximas partes – ele diz e eu concordo, porque sei que são partes em que ele sofre e eu definitivamente não consigo olhar para a tela novamente até que os créditos finais do filme começam a rolar.

Quando as luzes do salão se acendem e os aplausos reverberam por todo o local, eu me sinto um pouco culpada por não ver o final do filme, mas prometo a mim mesma que o verei quando lançar e eu puder ter uma cópia para assistir sozinha, então poderei chorar livremente e abraçar o meu travesseiro e então ligar para Harry e garantir que ele está bem. Talvez eu até mesmo assista com ele, aí não precisarei ligar, pois saberei que ele está bem. A ideia me faz rir.
Novas rodadas de champanhe são servidas, e margaritas para mim. Eu vou ao banheiro retocar a maquiagem e quando volto Harry e Liam já estão parabenizando e se despedindo de alguns conhecidos, como atores e os próprios diretores do filme.
Passa de 11 da noite quando voltamos para dentro da limousine, eu estou emocionalmente acabada, por causa de todo o choro, e fisicamente faminta, os rapazes também, então concordamos em passar em um Burger King no caminho de casa.
Infelizmente a limousine não passa no drive-through, então temos que sair do carro e entrar na lanchonete quase vazia para comprarmos os nossos hamburguês com batata-frita para viajem.
Os rapazes tiraram fotos com duas pessoas que estavam lanchando e com dois atendentes que sorriram de orelha a orelha ao reconhecê-los. Eu bati as fotos e sorri educadamente, tentando ignorar o ronco cada vez mais alto que vinha do meu estômago.

– Bem, isso parece gostoso – murmurou Harry quando eu abri o meu lanche, ainda estávamos na limousine e já estávamos desembrulhando a comida que serviria tranquilamente um batalhão do exército, mas que comeríamos esta noite e, possivelmente, amanhã de manhã.
– Pedi com queijo e bacon extra, está muito bom – murmurei depois de dar uma mordida, eu ofereci a ele e ele riu e deu uma mordida.
– Nossa, eu estava morrendo de fome – resmungou Liam de boca cheia, Harry e eu concordamos com ele. – Por que eles nunca servem comidas de verdade nesses eventos?
– Por que canapés e azeitonas temperadas saem mais barato que um chefe profissional gritando com os garçons – murmurou Harry, nós três acenamos com a cabeça, concordando pensativamente.
– Deus, isso está muito bom! – sussurrei olhando para o meu hambúrguer com reverência.

Nem bem acabamos de comer a primeira rodada e o motorista avisou que havíamos chegado, os rapazes juntaram todos os sacos de comida e eu consegui tirar uma caixinha de hambúrguer e outra de batata frita do meio e dei ao motorista antes de sair da limousine, ele sorriu agradecido e nos desejou boa-noite.
Nos acomodamos na sala de tv da mansão de Harry e fizemos uma maratona de Full House enquanto devorávamos todo o lanche gorduroso e delicioso do Burger King. Quando finalmente estávamos satisfeitos eu juntei toda a bagunça e levei para a cozinha, enquanto os rapazes forravam o chão da sala de almofadas para terminarmos de assistir a 1ª temporada.
Adormeci no meio dos dois, enquanto caía lentamente num sono tranquilo ainda pude ouvir a voz do Tio Jesse contando a história de como conhecera uma garota, mas Joe a roubara dele.




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Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

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