quarta-feira, 4 de novembro de 2015

"Bem, mesmo que você seja muito lindo
Sei que estou melhor sem você
Mesmo se me lembrar de você
Sempre ficarei com um pé atrás..."
— We Know (Fifth Harmony)



— Me perdoa, eu sinto muito — ele falou dolorosamente, respirei fundo para controlar o impulso de pular nos braços dele.
— Eu também sinto, Josh. Eu sinto muito por nós dois — falei seriamente, mas por dentro estava desfalecendo. E as portas do elevador se fecharam, bloqueando a visão de Josh deprimido e arrependido.

Fiquei encarando as portas de metal por alguns segundos, até reunir coragem o suficiente para forçar um sorriso para Will.
Ele apenas me abraçou de lado e cantarolou uma musiquinha engraçada de algum desenho animado que ele viu, o que melhorou o clima tenso que se instalara entre nós.

— Então, você vai me levar a que lugar legal? — perguntei esperançosa, ele sorriu.
— Cinema ou boliche? — ele perguntou. Bingo, acertei na mosca!
— Cinema e boliche! — murmurei me sentindo um pouco melhor, ele assentiu e riu.
— Os dois então.

Will continuou me abraçando e eu agradeci mentalmente, pois ele estava me mantendo aquecida e estável quando na verdade eu estava congelando por dentro e a ponto de me estatelar no piso luxuoso da empresa de Josh.
Nós deixamos a empresa em silêncio, a bela moto recém adquirida de Will estava estacionada em uma vaga em frente a Amberly Ink, Will montou na moto e esticou a mão para me ajudar a subir atrás dele, colocamos os capacetes e eu o abracei apertado com os braços e as coxas também, senti o peito dele reverberar em uma risada maravilhosa.

— Nâo se preocupe, boneca, eu sei pilotar. Não vou deixar você se machucar — ele garantiu, respondi apertando-o um pouco mais forte entre os meus braço e coxas.


►►►

Depois de um filme de comédia bem engraçado, Will me levou ao boliche, nós nos sentamos em uma mesa vaga e ele pediu uma longa lista de comida só para nós dois, o que eu achei um exagero, nós bebemos cerveja até a comida chegar e combinamos que só começaríamos a jogar quando comêssemos algo.
Ele estava faminto e quando o garçom trouxe a tonelada de comida gordurosa e saborosa, Will encheu logo a boca de batata frita.

— Então, agora você pode me explicar o que aconteceu com aquele panaca do seu chefe — murmurou Will de boca cheia.
— Eu acho melhor só comermos — resmunguei, em seguida enchi a boca de pizza de chocolate com queijo.
— O que ele te fez? — perguntou Will, ele ficou tenso e pensativo, mas não deixou de comer enquanto aguardava a resposta.



— Nós não tínhamos nada sério, então ele não me fez nada — falei impaciente enquanto encarava a minha fatia de pizza.
— Ah, jura? — desdenhou Will, me lançando um olhar enviesado que me fez rir.



— Vocês tinham alguma coisa, já era o suficiente para ele te respeitar. Pelo o pouco que você me contou eu já entendi que tem outra mulher na jogada e ele é um burro por preferi-la, quem quer que seja, a você — tagarelou Will, deixando escapar farelos de pizza da boca, o que me fez rir novamente.
— Mesmo se ela for uma peituda sósia da Scarlett Johansson? — murmurei dividida entre rir e chorar, Will sorriu docemente e bagunçou os meus cabelos.
— Mesmo se ela for a própria Scarlett Johansson — ele falou afavelmente, o que fez meus olhos lacrimejarem, eu o abracei e sequei meus olhos discretamente.
— Obrigada, Will. Você é demais.
— Eu sei — ele brincou, me fazendo rir pela milionésima vez. — Agora, você acha que vai conseguir continuar trabalhando com ele?
— Eu vou ver como me saio nos próximos dias, de qualquer forma não posso me dar o luxo de perder esse emprego, eu vou me mudar e preciso de grana — expliquei calmamente, mas por dentro estava surtando.
— Se você não se sentir confortável lá, fique sabendo que eu estou procurando uma loura gostosa pra deitar de biquíni em cima dos carros novos, quem sabe assim eu consiga vender mais — ele brincou sorridente, eu fingi estar ultrajada, mas não resisti ao encanto do sorriso dele e caí na gargalhada também.
— E você acha que eu vou me sentir mais confortável pagando de modelo de biquíni em cima de carros de luxo na sua concessionária do que trabalhando com o meu ex-peguete? — provoquei, ele sorriu e deu de ombros.



— É o sonho daqueles velhos ricos, quem sabe assim eles comprem os meus carros, estou precisando vender aqueles Porsches antes que cheguem os novos — disse Will.
— Tenho a impressão que você está querendo me vender junto com os carros — brinquei, ele fingiu ficar magoado.
— Eu nunca a venderia com os carros, boneca, pode ficar tranquila — garantiu ele.
— Tanto faz, agora vamos jogar, depois você come mais — falei já me levantando para pegar uma bola de boliche.

Escolhi uma bola preta com listras verdes fluorescentes, antes de jogá-la eu olhei para trás e vi Will se recostar no banco de couro e colocar as mãos atrás da cabeça, ele sorria perversamente e seu olhar tinha um brilho desafiador que só me deixou mais empolgada. Pisquei para ele e voltei a me concentrar nos pinos brancos.
Nunca fui muito boa em boliche, mas sempre consegui ter um resultado satisfatório com as minhas jogadas desastradas; quando lancei a bola pesada pela pista eu cruzei os dedos e comecei a pular de um pé para o outro, torcendo para que a bola derrubasse ao menos 3 pinos.
Quando sete pinos brancos caíram eu pulei mais alto e gritei comemorando, ouvi Will xingar ao mesmo tempo que ria e eu voltei pro meu lugar fazendo uma careta para ele, que se levantou para ir jogar.

— Faça o seu melhor, garotão — provoquei, ele escolheu a bola e me mandou língua enquanto tentava se concentrar nos pinos.

Will fez uma dancinha estranha e então lançou a bola, que começou a pender para o lado e acabou caindo na vala, ele resmungou e voltou irritado para o sofá.

— Uau, isso foi horrível — brinquei, ele riu e me empurrou de leve.
— Cale-se e vá jogar!
— Você que manda, meu bem — provoquei seguindo para a pista, peguei a minha bola novamente e, quando ia jogar, fiz uma dancinha tentando imitar Will, o que o fez rir e me deixou bem mais animada.



— Cuidado, boneca, daqui a pouco eu vou incorporar o Justin Bieber e vou aí dançar para tentar te conquistar — ele gritou divertido.
— Boa sorte, pelo pouco que vi, tenho certeza que você não tem vocação pra dança — rebati sorridente, ele revirou os olhos e resmungou algo muito feio.

Depois de mais cinco rodadas e muitos risadas nós decidimos encerrar o jogo, já que eu estava ganhando de 38 à 32 do Will e ele achou que seria humilhação demais perder no boliche e ainda perder a garota, já que concordamos que ele não sabia dançar o suficiente para tentar me conquistar igual o Biebs fez em seu videoclipe de Baby.
Nós dois nos sentamos no sofá e terminamos de comer a pizza e beber as cervejas, já estava tarde e eu ainda precisava arrumar algumas coisas para me mudar amanhã e nós tínhamos que acordar cedo no dia seguinte.
Quando subimos na moto de Will e ele me deixou em casa já passava das 10 da noite e, por algum motivo, eu não queria entrar e ficar sozinha no meu quarto, ou na sala com a minha família. Eu queria que Will ficasse um pouco mais comigo e não me deixasse ficar sozinha e deprimida como eu sei que ficaria assim que cruzasse a porta. Ele percebeu.

— Quer que eu entre com você? — ele perguntou docemente.
— Eu adoraria, não quero ficar sozinha, apesar de precisar — confessei baixinho.
— Você não precisa e eu também não vou deixar — ele sorriu e desmontou da bela moto.

A porta de entrada da minha casa rangeu e nós dois nos viramos para ver quem era, meu pai cruzou os braços e tentou não rir, apesar de eu perceber que ele queria.

— Há dois meses eu te encontrei desse mesmo jeito com um outro cara, Allin, eu começo a pensar que devo te proibir de andar de moto com esses rapazes — brincou meu pai.
— Will pode entrar, papai? — pedi docemente, tentando ignorar a lembrança de Josh conhecendo o meu pai.
— Prometo me comportar, sr. Hanks — brincou Will, meu pai riu.
— Você tem que parar de trazer homens tão legais e trazer mais vagabundos pra mim odiar, filha. Assim fica difícil expulsar seus pretendentes daqui — disse meu pai, me fazendo rir.
— Desculpe se sou um imã para homens decentes — brinquei dando um beijo no rosto dele.
— Não se desculpe — ele disse, deixando que Will e eu entrássemos em casa.

Enquanto Will me ajudava a guardar os meus cd's e dvd's em uma caixa, eu parei por um segundo para olhá-lo, ele estava distraído cantarolando uma música do Ramones enquanto lia a parte de trás de um cd da mesma banda.
Minhas coisas já estavam todas arrumadas para amanhã a noite eu me mudar, exceto os cd's e dvd's que Will e eu estávamos arrumando e algumas roupas que eu ainda tinha que guardar na mala.
Mas enquanto olhava Will, eu não conseguia deixar de pensar em o quanto eu estava nervosa. Amanhã será um dia desgastante, eu vou ter que encarar Josh durante todo o dia e depois vou ter que sair da casa dos meus pais, será um desgaste emocional imenso e eu já me sinto exausta só de pensar.
Guardei o último dvd na caixa e suspirei, Will sorriu e bateu a mão espalmada na minha coxa, então apertou de leve para amenizar a ardência que veio com o tapa.

— Se quiser ser a minha loura propaganda, ainda dá tempo — ele brincou, me fazendo sorrir.
— Eu acho que a única coisa que quero ser agora é uma bela adormecida, sr. Turner — murmurei cansada, ele assentiu e se levantou em um pulo.
— Vamos lá então, boneca — ele disse ao estender a mão para me ajudar a levantar.
— Eu vou tomar um banho. Quer que eu consiga uma roupa pra você? — perguntei seguindo para o banheiro, Will se jogou em minha cama e sorriu malicioso.
— Não esquente com isso, Allin, eu não sou muito chegado em dormir de roupa — ele riu e eu revirei os olhos.
— Vá sonhando que você vai dormir pelado na mesma cama que eu — desdenhei, ele riu e eu entrei no banheiro conjunto que divido com Noah.

O banheiro estava vazio, acendi a luz e arranquei o vestido pela cabeça, logo me livrei da roupa íntima, entrei embaixo da água quente e fiquei imóvel por alguns segundos, apenas relaxando, expulsei todos os pensamentos da minha cabeça e me concentrei em limpar o meu corpo, eu só queria um pouco de paz. 
Depois de um longo banho eu me cobri com o meu roupão grosso e rosa, mas a cor já estava desgastada e isso dava uma aparência de velho ao meu roupão tão querido. Juntei minhas roupas e as joguei no cesto de roupa suja, então abri a porta que dava no quarto do meu irmão, ele estava deitado e levantou a cabeça para me ver.

— Will vai dormir comigo — avisei e sorri inocentemente.
— Allin Hanks, você vai se mudar amanhã, não pode esperar vinte e quatro horas? — resmungou Noah.
— O quê? — perguntei confusa.
— Eu devo dormir com fones de ouvido? Tente não fazer barulho, os nossos pais estão do outro lado do corredor — ele continuou resmungando, revirei os olhos e ri. — E o que aconteceu com o seu chefe? Ele sabe que você trouxe o Will? O engomadinho não dá conta do recado, é? 
— Cala a boca, Noah! — reclamei divertida, ele abriu um sorriso travesso. — Eu não vou transar com o Will, para de drama!
— Olha lá, em. Eu posso ouvir tudo.
— Pode nada — murmurei docemente, pisquei para ele e saí do quarto, ainda pude ouvir a risada dele quando fechei a porta.

Voltando ao quarto eu fui direto à minha mala pegar uma calcinha e um sutiã, com habilidade eu os vesti sem tirar o roupão e quando me virei para ver Will, ele estava com a cabeça erguida, me olhando ansioso, mas ele disfarçou quando eu me virei, o que me fez rir. Amarrei o roupão com um pouco mais de força e me deitei na cama ao lado dele.
Respirei fundo e fechei os olhos, quando os abri novamente Will estava mais perto de mim e um sorriso contido escapava de seus lábios.

— Você não precisa voltar pra lá amanhã, Allin. Agora eu estou falando sério. É só você escolher e eu te coloco em qualquer cargo na minha concessionária ou na empresa do meu pai — disse Will. — Você não é obrigada a voltar a servir café para aquele idiota, boneca.
— Eu vou ver como me saio amanhã e depois conversamos, tudo bem? — sussurrei agradecida, ele piscou e assentiu. Toquei a bochecha dele ternamente e me inclinei para dar-lhe um beijo na bochecha, ele suspirou. — Posso te pedir uma coisa?
— O mundo, se quiser — ele murmurou enamorado, meu coração bateu mais forte no peito.
— Não, eu não quero o mundo, Will. Eu só queria que você me abraçasse essa noite — pedi, ele sorriu.
— Pois assim quem ganha o mundo nos braços sou eu — ele disse e me puxou para seus braços, me abraçando forte e bem apertado.

E Will me acarinhou até que eu dormisse, me senti realmente bem pela primeira vez no dia.
Eu sonhava com o apartamento novo, era grande e bonito, estava cheio de gente, incluindo meus amigos, o Josh e a Mac, tutora do Brook.
Em certo momento eu encontrava Josh agarrado à tutora e eu ficava parada, sem conseguir desviar o olhar e nem me distanciar daquela cena, eu já estava agoniada quando consegui acordar.
Will estava falando ao telefone, ele estava com o cabelo bagunçado e parte do rosto amassado, estava com uma carinha fofa de sono e parecia irritado.

— Aqui, boneca — ele disse me entregando o celular, só então percebi que era o meu celular.
— O quê? Quem é? — perguntei levando o celular à orelha.
— Allin! O que ele está fazendo com você a essa hora? — gritou alguém no meu ouvido, reconheci imediatamente a voz histérica.
— O que você quer, Josh? — resmunguei irritada.
— Primeiro me responde! Você foi rápida, em?! Não esperou nem um dia pra correr pros braços do seu amiguinho e olha que não rolava nada entre vocês — ele debochou furioso.
— Eu acho que você não tem moral pra falar assim comigo, afinal você nem se quer esperou que nós dois terminássemos o que quer que a gente tinha pra correr pros braços daquela interesseira — resmunguei tentando manter a calma. — Agora para de cena, o que você quer?
— Eu liguei pra avisar que não vou para a empresa hoje, você pode tirar o dia de folga — ele vociferou no meu ouvido, pelo o que eu conhecia dele percebi que ele cerrava a mandíbula, tentando controlar a raiva que sentia.
— Ótimo, obrigada por avisar. Até amanhã, sr. Mayhen — falei séria e secamente.
— Allin... — ele murmurou mais calmo, sua voz era um apelo desesperado.
— Tchau, Josh — eu disse e desliguei em seguida, não aguentaria ouvi-lo se desculpar mais uma vez.







2 comentários:

Sou como uma escritora, lanço o livro para ser comprado;
Vocês são os compradores e os comentários o pagamento u.u
Faço isso de coração e amo, mas preciso do seu comentário <3

Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

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