terça-feira, 19 de setembro de 2017


"Estou apaixonado pelo seu corpo
Como ímãs, nossa atração nos faz ir e voltar
Mesmo que meu coração esteja se apaixonando também..."
– Shape Of You (Ed Sheeran)



Antes de pousarmos no Aeroporto Internacional de Honolulu, eu consegui entrar no minúsculo banheiro da aeronave para trocar de roupa e retocar a maquiagem para chegar apresentável. Estava tão ansiosa que meu estômago dava saltos dentro de mim, demorei mais do que era preciso no banheiro pois não parava de sentir que iria vomitar a qualquer momento, mas acabei tendo que ser obrigada a sentar para o pouso.
Quando desembarcamos eu senti imediatamente e mudança de clima, estava um calor escaldante e o clima era seco, comecei a suar assim que botei os pés para fora do avião.
Zayn estava tão animado, era maravilhoso vê-lo tão feliz. Nós pegamos a nossas duas malas e fomos atrás de um táxi que nos levasse até a Baía de Hanauma.
Levamos meia hora do aeroporto até a casa da família de Zayn. Quando chegamos fomos recebidos por uma festa maravilhosa. A casa era enorme e exuberante, a decoração amadeirada dava um ar rústico e havaiano ao local, com muitas plantas espalhadas pela casa, assim como flores também. A mãe de Zayn nos recebeu na entrada e depois das apresentações e dos abraços, Trisha nos levou até o quintal de trás da casa, onde a festa acontecia. Para minha surpresa era areia de praia que tinha ali, não um jardim como eu esperava, e a um quilometro de distância nós podíamos ver as lindas águas cristalinas do mar.
Zayn me apresentou a todo mundo, seus avós, primos, tias, as irmãs, o pai. Me senti muito bem recebida, todos eram simpáticos e carinhosos. A música havaiana tocava e algumas primas de Zayn dançavam hula, me apaixonei pelos movimentos e decidi que queria aprender a dançar hula antes de irmos embora.
A avó de Zayn, uma senhora baixinha mas muito inteira, sorridente e de cabelos negros misturados com fios esbranquiçados, se aproximou da gente com dois colares havaianos, ela esticou um colar de flores brancas e vermelhas para Zayn, ele sorriu ternamente e se abaixou para que ela colocasse o colar em seu pescoço. Em seguida Zayn a abraçou apertado e eles falaram algumas coisas que não compreendi bem.
Virando-se para mim, a avó de Zayn ergueu em minha direção um colar de pétalas de jasmim alaranjadas, me abaixei e recebi o colar com um imenso sorriso, era lindo. Ela me abraçou e em seus olhos eu vi uma alegria autêntica e verdadeira, me senti sua neta naquele momento, mas fiquei muito confusa e assustada com o olhar de Zayn e da família dele depois que sua avó se afastou de mim, será se eu fiz alguma coisa errada?
Eles olhavam para o colar em meu pescoço e em seguida para mim, como se houvesse algo ali que eu não soubesse, o olhar de Zayn me apavorou, ele estava mortalmente sério e com os olhos esbugalhados, comecei a suar frio, por que diabos eles não falavam nada? Fiquei feia usando aquilo? Meu Deus, preciso beliscar Zayn para acordá-lo do susto.

— Zayn, o que está havendo? — sussurrei em seu ouvido quando sua família parou de me encarar e disfarçaram indo a diferentes lugares.
— Meu Deus, Hayley — ele sussurrou pálido, comecei a me preocupar de verdade. Puxei duas cadeiras e o fiz sentar em uma, sentei de frente para ele e segurei suas mãos, ele encarava fixamente o colar em meu pescoço de boca aberta, chocado e pálido.
— A lei de jasmins — ele sussurrou, tocando o colar em meu pescoço com certa reverência, como se fosse algo sagrado.
— O colar? O que tem ele? É lindo, não é? Eu adorei — tagarelei nervosamente, ele continuou sério e ergueu os olhos para me encarar.
— Ley, a lei de jasmins é dado à mulheres grávidas — ela falou de vagar, para que eu entendesse. Fiquei sem ar, como se tivesse levado um soco no estômago. Não estava entendendo o que ele queria dizer com aquilo.
— Ah, Zayn. Eu não... Sua avó se enganou, eu não... — comecei a tirar o colar, mas Zayn segurou as minhas mãos me impedindo de continuar.
— Não! Nunca tire uma lei na frente de quem lhe deu, é uma ofensa enorme a se fazer — ele explicou e fez uma pausa para respirar fundo. — Hayley, minha avó tem um sexto sentido apurado para este tipo de coisa. A nossa família é muito tradicional e ainda seguimos algumas antigas tradições, as leis são uma delas. Minha avó nunca errou ao colocar uma lei de jasmim em uma mulher antes, minha avó sempre soube antes mesmo das mulheres.
— Zayn, isso é ridículo, eu não estou grávida! — rebati impaciente, revirei os olhos diante tal ideia, era incabível. Impossível de acontecer, eu tomo remé... Opa, pera aí! Eu tomei o meu remédio nos dias em que Zayn ficou desaparecido, não tomei?

Ah, meu Deus! 
Não consigo acreditar que eu interrompi a medicação!
Como eu sou burra!
Zayn notou o meu desespero, pois seu rosto refletia o meu. Ele segurou as minhas mãos e chamou meu nome, mas eu estava ocupada demais fazendo as contas em minha cabeça. Droga, droga, droga. Não importa quantas contas eu fizesse, em todas elas eu estava muito errada por ter interrompido o remédio de uma hora para outra e, principalmente, não me lembrar de voltar a tomá-lo ou ter ido consultar a minha ginecologista.
Mas aconteceu tantas coisas nas últimas semanas que nem ao menos me lembrei disso, fala sério, Zayn não tinha morrido, isso era motivo o suficiente para eu me esquecer até que o moramos na Europa, não na América!!
Soltei as minhas mãos de Zayn e as levei ao rosto, cobrindo os olhos e resmungando baixinho, Zayn ficou mais desesperado ainda.

— Hayley, fala comigo! — ele implorou, sua voz estava esganiçada e assustada.
— Eu sou muito irresponsável — sussurrei com raiva.
— Hayley, por favor. Eu não estou entendendo o que quer dizer!
— Eu não tomo o remédio há pelo menos duas semanas, Zayn — falei baixinho, sentindo toda a culpa pela burrada que eu fiz cair sobre os meus ombros. Zayn respirou fundo. — Eu me esqueci completamente do maldito remédio depois de tudo o que aconteceu!
— O que isso quer dizer? — ele perguntou, sentando-se com as costas eretas na cadeira.
— Há uma grande possibilidade de eu realmente estar grávida — sussurrei temerosa, Zayn não esboçou reação alguma, apenas continuou me encarando.
— E há alguma possibilidade desse bebê ser de algum dos outros? — ele perguntou mais baixo ainda, droga, eu não tinha pensando nisso.
— Eu não sei, eu parei de tomar o remédio na noite do incêndio e... Sim, acho que tem possibilidade de ser de algum dos rapazes.

Esse não era o tipo de conversa que eu pretendia ter no dia em que eu conhecia a família de Zayn, mas realmente estava acontecendo e eu estava apavorada.
Zayn continuou em silêncio, olhando para o chão pensativo. Vi seus dedos se mexeram e percebi que ele estava fazendo contas.
A família de Zayn se manteve afastada, nos deixando ter alguma privacidade enquanto conversávamos. Todos perceberam que nem Zayn e muito menos eu esperávamos pela lei de jasmins, esse colar pegou a todos desprevenidos.

— Me corrija se eu estiver errado — Zayn sussurrou de repente, ainda encarando o chão, mas falando comigo. — Dois dias antes você ficou com o Liam, um dia antes você ficou com o Niall e na manhã do incêndio foi comigo. Os outros rapazes, você ficou com algum deles nesse meio tempo ou algum dia depois do incêndio? — ele ergueu os olhos até encontrar os meus.
— Não, somente Liam, Niall e você. Depois do incêndio foi apenas você.
— Então temos a nossa margem de erro. Há possibilidade desse bebê ser de Liam ou Niall, mas a possibilidade maior é que seja meu. Camisinha? — ele perguntou de repente e eu fiquei confusa, até me tocar que ele perguntava se usei camisinha com um dos dois.
— Com os dois. Exceto com você — falei depois de pensar um pouco. É, realmente usei camisinha com os dois.

Eu sempre fui muito cuidadosa em relação a isso. Zayn e Louis são os únicos com quem às vezes abdico da camisinha, pois são os que eu conheço a mais tempo e sei que estão limpos de qualquer doença, tanto eles quanto eu fazemos exames periódicos para confirmar sempre. Já os outros rapazes, eu nunca arrisquei.

— Ah, graças a Deus — Zayn suspirou e caiu em meu colo, abraçando a minha cintura e repousando a cabeça em minhas coxas, senti vontade de rir, mas estava tensa demais para isso.
— Graças a Deus? É bem possível que eu esteja grávida e você agradece a Deus? — resmunguei irônica e ele ergueu a cabeça para me olhar
— Estou agradecendo por esse bebê ser meu. E sim, estou agradecendo por você estar grávida, um bebê é sempre uma benção, Ley. Não importa que não seja a hora certa, não é culpa dele se foi concebido no momento errado — Zayn falou e senti a sinceridade em sua voz. Ainda não havia nada confirmado, mas eu soube naquele momento que se eu realmente estivesse esperando um bebê, eu estaria segura ao lado de Zayn


De qualquer forma, teríamos a resposta dentro de três dias, que é o dia marcado para a minha menstruação descer. Se ela realmente não vier, então eu poderei consultar um médico.
Depois de respirarmos fundo mais três vezes, Zayn me prometeu que tudo daria certo, que tudo ficaria bem. Então ele me beijou e nós nos juntamos à sua família, para que eu pudesse conhecê-los.
O dia correu muito agradável, almoçamos com os familiares de Zayn, eu aprendi a dançar hula com as primas dele enquanto ele tocava ukelele com os primos, foi maravilhoso e eu até mesmo esqueci de ficar pensando na lei de jasmins, eu estava me sentindo tão feliz e relaxada, não queria estragar aquilo por nada.
Quando o sol começou a se pôr e todos sentaram-se na areia para assisti-lo, eu fiquei muito chocada. As cores alaranjadas ao redor dele eram espetaculares. O por do sol do Havaí, sem dúvidas, era o mais bonito do mundo.
Enquanto todos admiravam o sol se pondo, as primas de Zayn se levantaram e me chamaram para dançar durante o espetáculo do sol. Zayn começou a tocar o ukelele e eu reconheci a música que ele começou a cantar, Can't Help Falling In Love, do rei Elvis Presley. Não consegui me decidir entre dançar e vê-lo cantar, sua voz era magnífica



Quando a música acabou ele sorriu para mim, colocou o ukelele de lado e ergueu a mão, agarrei-a imediatamente e me sentei em seu colo. Ele me abraçou forte e me beijou.

— Você canta tão bem — sussurrei fechando os olhos para sentir o seu abraço.
— E você dança muito bem, pareceu que já nasceu sabendo dançar hula — nós rimos.
— Pegue a minha mão, tome a minha vida inteira também, porque eu não consigo evitar me apaixonar por você — ele sussurrou em meu ouvido, recitando a música do Elvis para mim. Me derreti completamente, sorrindo feito uma boba.

O por do sol deu lugar a linda noite cheia de estrelas. A praia estava calma e dava para ouvir o som das ondas ao longe. Os rapazes fizeram uma fogueira e a família inteira estava ao redor, assando bobagens para comer, conversando e cantando músicas havaianas.
Zayn e eu estávamos sentados na areia, abraçados e conversando com a mãe dele, na verdade Zayn conversava com Trisha enquanto eu estava com as costas apoiada em seu peitoral, apenas ouvindo-o contar sobre sua vida em Londres.
O clima do Havaí é tão agradável, sinto-me em casa apesar de ter chegado aqui a menos de 10 horas. A família de Zayn também contribuiu para a sensação gostosa de estar aqui, todos são muito simpáticos e receptivos, para o meu completo deleite ninguém mencionou o fato da possível gravidez, nem mesmo Zayn e eu tocamos no assunto. Achamos melhor deixar para uma outra hora, quando estivermos um pouco menos encantados por estar aqui.
Zayn e eu decidimos ir dormir cedo, por causa do fuso-horário que acabou com a gente. Trisha e Safaa, irmã mais nova do Zayn, nos acompanharam até o antigo quarto de Zayn, era grande e tinha uma cama de casal com uma colcha antiga de uma banda de rock, a mesma que ele tem uma camisa que eu adoro. Nossas malas já estavam lá e assim que Trisha e Safaa saíram, Zayn arrancou a camisa e foi até o banheiro tomar um banho.
Enquanto ele usava o banheiro eu abri a minha mala e peguei uma camisola de cetim muito linda que eu comprei antes de viajarmos, ela vinha com um lindo robe também de cetim, peguei também escova de cabelo e de dentes. Abri a mala de Zayn e peguei escova de dentes, uma cueca e um short leve para ele dormir, em seguida fechei e guardei as duas malas no canto. 
Quando ele saiu do banheiro com uma toalha rosa ao redor da cintura, eu lhe entreguei suas coisas e entrei no banheiro. Tomei um banho gelado muito refrescante e me vesti, ao voltar ao quarto encontrei Zayn sentado na cama, mexendo no celular. Ele ergueu o olhar ao notar minha presença.

— É o Jay — ele disse e eu me sentei ao lado dele na cama. — Você está linda.
— Obrigada, querido — dei-lhe um beijo rápido e me inclinei para ver a tela de seu telefone. — O que ele quer?
— Perguntou se chegamos bem — ele disse e desviou o olhar, havia mais alguma coisa que ele não queria me contar.
— E? — induzi-o a continuar, ele suspirou e me mostrou a mensagem que ele mandou para o meu irmão. — O quê? Você contou a ele que eu estou grávida? Enlouqueceu, Zayn? — guinchei chocada. — Nós nem ao menos temos certeza disso!
— Eu tenho certeza, como eu já te disse, a minha vó sabe dessas coisas, Ley — ele rebateu calmamente, ignorando o meu chilique.
— Zayn! — reclamei com uma voz aguda de descrença. — Eu gostaria de ter certeza antes de avisar a minha família! Queria ter a confirmação de um médico!
— Hayley, desculpe, okay? Me desculpe, me empolguei, escapou, foi mal! — ele deu de ombros e jogou o telefone em cima da mesinha de cabeceira. — Venha aqui, linda. Eu só estou tão ansioso com isso — ele murmurou me puxando para deitar ao lado dele na cama, cedi e deixei que ele me puxasse para seus braços.


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— Só não faça isso sem me consultar antes, por favor — pedi, ele assentiu.
— Ah, vamos. Não me diga que você não imaginou como pode ser? — ele disse, sua voz estava tão empolgada que enterneceu meu coração. — Já pensou em como será essa criança? Meu Deus, Hayley, se ela vier com os seus olhos, juro por Deus que não respondo por mim. Será a criança mais linda do mundo! — ele guinchou alegremente, me fazendo rir.
— E com os seus cabelos? Negros como o ébano, Jesus, será tão lindo esse bebê — concordei sorrindo, não pude deixar de imaginar um lindo bebê com cabelos espessos e negros, um nariz fino como o de Zayn e olhos azuis como os meus.
— Nós vamos amá-lo muito, Ley, eu sei disso — ele sussurrou em meu ouvido e suas mãos subiram a minha camisola até que a minha barriga estivesse exposta, ele acariciou minha barriga carinhosamente, relaxei e me permitir acreditar naquilo, seríamos felizes, amaríamos esse bebê, seríamos uma família.
— Você quer um menino ou uma menina? — perguntei de repente, Zayn riu.
— Eu quero que venha com saúde — ele disse divertido.
— Ah, não, Zayn! É óbvio que queremos que venha com saúde, não fuja da pergunta. Sério, vamos, me responda. 
— Tudo bem. Bom, eu iria adorar ter uma garotinha para proteger, sabe. Principalmente se ela fosse como você — ele sussurrou perdido em pensamentos, me fazendo sorrir. — E você?
— Eu quero um menino, sempre foi o meu sonho ter um menino primeiro — falei.
— É, um garotão pra ensinar a jogar bola, vesti-lo com roupas estilosas, ensiná-lo a preparar drinks — Zayn disse e eu ri.
— Jura? Acho que vai demorar um pouco até você poder ensiná-lo a preparar drinks, querido. E você pode fazer tudo isso com uma menina.
— Eu sei, mas agora eu também entrei no espírito, quero um menino para poder cuidar da nossa menininha quando ela vier — nós rimos e ele beliscou minha bunda. — E sabe o que ajuda a ter um menino?
— Não, o quê? — perguntei divertida, tentando me esquivar de seus dedos que me faziam cócegas.
— Sexo, muito sexo facilita o casal a ter um bebê do sexo masculino! — ele disse e eu ri mais ainda.
— Você é um grande bobão.

Ele me beijou e eu deixei que ele me despisse. Se isso nos faria ter um menino, então por mim tudo bem. Mesmo que não fizesse, continuaria tudo maravilhosamente bem!




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Por: Milinha Malik. Tecnologia do Blogger.

Um Amor Real

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